Jair Bolsonaro (PL) foi denunciado ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, sob acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula (PT) em 2022.
Bolsonaro foi acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de praticar os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado, de dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e participação em uma organização criminosa.
Além de Bolsonaro, outras 33 pessoas foram denunciadas, entre eles o ex-ministro Walter Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de 2022 e, atualmente, está preso preventivamente.
Veja lista de denunciados pela PGR por trama golpista em 2022:
- Ailton Gonçalves Moraes Barros: capitão reformado do Exército
PF afirma que ele e o general Braga Netto trocaram mensagens sobre planos golpistas.
- Alexandre Ramagem: ex-chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), deputado federal pelo PL e candidato derrotado à Prefeitura do Rio de Janeiro em 2024
É suspeito de ter chefiado esquema paralelo de espionagem durante a gestão Bolsonaro.
- Almir Garnier: ex-comandante da Marinha
Teria concordado com o plano golpista, segundo a PF. Mauro Cid, em delação, também apontou que Garnier apoiou a ideia.
- Anderson Torres: ex-ministro da Justiça de Bolsonaro
Foi preso em janeiro de 2023 em razão de possível omissão envolvendo os ataques golpistas do 8 de janeiro. Na época, ele era secretário de Segurança Pública do DF. Em 11 de maio, a prisão preventiva de Torres foi revogada. Também foi encontrada na casa dele uma minuta de teor golpista. Em depoimento no TSE, Torres negou o caráter golpista do documento, ao qual se referiu como “lixo, loucura e folclore”.
- Ângelo Denicoli: major da reserva do Exército
A PF diz que o major da reserva atuou no suposto “núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral”
- Augusto Heleno: ministro-chefe do GSI e um dos principais auxiliares de Bolsonaro
Teria integrado o suposto “núcleo de inteligência paralela”, que atuaria na consumação de um golpe de Estado, segundo a PF.
- Bernardo Romão Correa Neto: coronel do Exército
Trocou mensagens de cunho golpista com Mauro Cid.
- Carlos Cezar Moretzsohn Rocha: Engenheiro, preside o Instituto Voto Legal
Moretzsohn Rocha foi escolhido pelo PL para dar suporte às alegações de vulnerabilidade nas urnas eletrônicas.
- Cleverson Ney Magalhães: coronel do Exército
Era assistente de Theophilo Gaspar de Oliveira, chefe do Comando de Operações Terrestres, e teria participado de discussões sobre adesão militar ao golpe.
- Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira: general do Exército, era chefe do Comando de Operações Terrestres
Teria consentido com o apoio militar ao golpe com participação das Forças Especiais do Exército, caso Bolsonaro assinasse a ordem.
- Fabrício Moreira de Bastos: coronel do Exército e adido militar em Israel
Teria supostamente envolvimento com uma carta com teor golpista.
- Filipe Martins: ex-assessor para Assuntos Internacionais de Bolsonaro
Teria apresentado ao ex-presidente a minuta golpista e participado de reuniões com objetivo de instituir um Estado de exceção. Ele fazia, no governo Bolsonaro, parte do núcleo que tinha o filósofo Olavo de Carvalho como guru e era conhecido por ser entusiasta de Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump.
- Fernando de Sousa Oliveira: ex-número 2 da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal
É acusado de ter aderido aos planos golpistas coordenando a utilização indevida de estrutura da PRF para impedir eleitores do Nordeste de chegar em suas seções eleitorais
- Giancarlo Gomes Rodrigues: subtenente do Exército
É alvo de investigação sobre a “Abin paralela” de Bolsonaro.
- Guilherme Marques de Almeida: tenente-coronel do Exército e ex-comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas
Também é suspeito de planejamento de golpe de Estado.
- Hélio Ferreira Lima: tentente-coronel do Exército
Teria participado das ações de contestação às urnas eletrônica e do planejamento do golpe. A investigação aponta que ele mantinha o “planejamento estratégico” do golpe em seus arquivos. Foi preso na terça-feira (19).
- Jair Bolsonaro: ex-presidente da República
É acusado de ser o principal articulador da trama golpista para impedir a posse de Lula.
- Marcelo Araújo Bormevet: policial federal
Foi segurança de Bolsonaro na campanha de 2018 e depois nomeado por Ramagem para comandar o CIN (Centro de Inteligência Nacional), estrutura criada pelo atual deputado na Abin. Bormevet está preso preventivamente desde 11 de julho no âmbito da operação sobre a chamada “Abin paralela”. Ele teria integrado a estrutura do chamado gabinete do ódio.
- Marcelo Costa Câmara: coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Investigado por monitorar a localização de Moraes para eventual prisão do ministro em meio à trama golpista.
- Márcio Nunes de Resende Júnior
- Mário Fernandes: general do Exército e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência
Apontado pela PF como “um dos militares mais radicais” do caso. Ele teria elaborado plano para impedir a posse de Lula, que incluía os assassinatos de Alexandre de Moraes e da chapa vencedora. A investigação aponta que Fernandes imprimiu o plano no Palácio do Planalto. Foi preso na terça-feira (19).
- Marília Ferreira de Alencar: ex-subsecretária de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal
É acusada de ter aderido aos planos golpistas coordenando a utilização indevida de estrutura da PRF para impedir eleitores do Nordeste de chegar em suas seções eleitorais
- Mauro Cid: tenente-coronel do Exército e principal ajudante de ordens de Bolsonaro
Firmou delação premiada em que deu detalhes sobre encontros de Bolsonaro com os chefes das Forças Armadas em que teriam sido tratados planos para um golpe de Estado.
- Nilton Diniz Rodrigues: general do Exército
Foi chamado a depor dentro da apuração da PF sobre tentativa de golpe.
- Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho: Empresário e ex-apresentador da Jovem Pan, neto do ex-presidente João Figueiredo
Figueiredo leu na rádio Jovem Pan o manifesto golpista de oficiais da ativa. Também usou a rádio para “denunciar” generais que não aderiam ao golpe, a quem atribuía os piores motivos possíveis.
- Paulo Sérgio Nogueira: ex-comandante do Exército e então ministro da Defesa
Atuou para manter o discurso de que a eleição de 2022 foi fraudada. Teria ainda participado de discussões sobre a minuta golpista.
- Rafael Martins de Oliveira: tenente-coronel do Exército
Teria mobilizado manifestações golpistas contra o resultado eleitoral. Segundo a PF, ele ainda participou de reunião na casa de Braga Netto em que foram discutidos os planos golpistas. A investigação ainda aponta que Oliveira fez a “coordenação financeira e operacional” a atos antidemocráticos.
- Reginaldo Vieira de Abreu
- Rodrigo Bezerra de Azevedo
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior: tenente-coronel do Exército
Teria participado de conversas sobre investidas golpistas.
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros: tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Teria disseminado informações falsas sobre o sistema eleitoral e participado de discussões para estimular apoio militar ao golpe.
- Silvinei Vasques: ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal e secretário de Desenvolvimento Econômico de São José (SC)
Acusado de interferir no processo eleitoral de 2022 para evitar possíveis eleitores de Lula a chegarem em suas seções eleitorais e
- Walter Braga Netto: ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, foi vice na chapa de Bolsonaro em 2022
Uma reunião em que a PF diz ter sido discutido o plano de matar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes ocorreu em sua casa.
- Wladimir Matos Soares: policial federal
Suspeito de repassar informações sobre a segurança de Lula durante a transição de governo para pessoas ligadas a Bolsonaro. Segundo a PF, Wladimir enviou dados pessoais de um agente de proteção do petista e afirmou a aliados de Bolsonaro que estava à espera da “canetada” do então presidente para auxiliar no golpe de Estado.