Hamas entrega corpos de mãe, criança e bebê sequestrados no ataque de 7 de outubro; pai foi libertado este mês
Os quatro cidadãos israelenses foram capturados no kibutz Nir Oz, no sul de Israel, durante o atentado lançado pelo Hamas. As imagens de Shiri abraçada aos dois filhos, enrolada em um pano, enquanto era conduzida por terroristas armados, correram o mundo, oferecendo um vislumbre do drama dos civis durante o ataque.
Seu filho mais novo, Kfir, sequestrado quando tinha 9 meses de vida, era o refém mais jovem a ser levado para Gaza. Após o retorno dos corpos a Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o país estava “unido em uma dor insuportável”, e prometeu vingança contra o grupo palestino.
— Todos nós sofremos com uma dor misturada com raiva. Estamos todos furiosos com os monstros do Hamas — disse ele, acrescentando que Israel deve “acertar as contas com os assassinos vis”, antes de citar o salmo 94, que diz: “Ó Eterno, Deus de vingança, mostra-te. Aparece, ó Deus da vingança”.
Embora seja a primeira vez que o Hamas devolve corpos de reféns a Israel como parte do acordo de cessar-fogo, o grupo repetiu o mesmo ritual utilizado nas cerimônias coreografadas de entrega dos prisioneiros vivos. Homens fardados se posicionaram em um palco em Khan Younis, que recebeu os caixões fechados. Uma equipe de cinegrafistas, também fardada, filmou tudo.
Cada um dos caixões pretos continha uma pequena foto dos mortos, enquanto, ao fundo do palco, uma imagem retratando Netanyahu como um vampiro denunciava que os reféns haviam sido mortos em ataques israelenses. Réplicas de projéteis de fabricação americana foram colocadas no palco, a fim de reforçar a narrativa de que os mortos teriam sido alvejados pelas forças do Estado judeu.

Família Bibas: Vídeo mostra sequestro de mãe e dois filhos em 7 de outubro
“O criminoso de guerra Netanyahu e seu Exército nazista mataram-nos com mísseis disparados de aviões sionistas”, dizia uma frase no mural montado pelo grupo armado.
O Hamas anunciou no final de novembro que Shiri, Kfir e Ariel haviam morrido durante um ataque israelense em Gaza, em novembro, que atingiu o cativeiro em que estavam. A informação, porém, nunca foi confirmada pelo Exército israelense, o que fez com que muitas pessoas no país mantivessem a esperança de que as crianças e a mãe voltariam para casa em segurança. Yarden Bibas, pai dos meninos e marido de Shiri, que também foi sequestrado, foi libertado em 1º de fevereiro
David Mencer, porta-voz do governo israelense, chamou o Hamas de um “culto à morte” depois da exibição dos caixões durante a entrega à Cruz Vermelha.
— O Hamas não é um movimento de resistência. O Hamas é um culto à morte que assassina, tortura e exibe cadáveres — disse Mencer a jornalistas.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/O/0/5T8O2BTgOPWRaPbe1h1g/110093811-hamas-fighters-film-the-handover-of-the-bodies-of-four-israeli-dead-hostages-to-the-red-cr.jpg)
Um membro do Hamas, com o rosto envolto em um lenço palestino vermelho e branco, sentou-se no palco para preencher documentos com um oficial da Cruz Vermelha, antes que os caixões fossem carregados em veículos da organização. Mais tarde, as Forças Armadas de Israel confirmaram que receberam os caixões, e que eles seriam levados ao Instituto Nacional de Medicina Forense para passar por um processo de identificação, que pode durar até 48 horas. Até o momento, apenas o corpo do idoso Oded Lifshitz foi reconhecido.
Para que fossem transportados em Israel, os caixões passaram por uma inspeção de segurança — um gesto que demonstra o nível de desconfiança entre as partes envolvidas no conflito, apesar do cessar-fogo negociado com ajuda de mediadores estrangeiros, e após meses de pressão internacional.
O Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos, organização civil que representa a maioria dos parentes de pessoas sequestradas, marcou uma cerimônia em Tel Aviv para homenagear Oded e a família Bibas.
“Juntos, carregaremos a dor e a memória, e declararemos em voz clara: o tempo acabou para os reféns que ficaram para trás! Eles devem ser devolvidos imediatamente — os vivos para reabilitação, e os caídos para um enterro adequado”, anunciou a organização.
A cerimônia de entrega dos corpos foi amplamente criticada por autoridades internacionais que não estão diretamente implicadas no conflito. A cena dos membros do Hamas carregando os caixões para o palco e a transferência encenada à equipe responsável pela intermediação foi apontada como uma violação de direitos básicos e um lembrete da barbárie envolvida no atentado.
— De acordo com o direito internacional, qualquer entrega de restos mortais de falecidos deve obedecer à proibição de tratamento cruel, desumano ou degradante, garantindo o respeito à dignidade do falecido e de suas famílias — afirmou o alto comissário para direitos humanos da ONU, Volker Turk.
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A Embaixada do Reino Unido em Israel emitiu uma nota, classificando a devolução dos corpos como “um dia obscuro”, pela forma como ela foi conduzida. Também afirmou que se tratava de um “lembrete” dos horrores infligidos pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro.
“Quatro caixões, apresentados em um palco – imagens quase insuportáveis”, escreveu a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, na rede social X. “As famílias dos reféns são expostas ao terror ilimitado do Hamas até o fim”.
A família Bibas tinha dupla nacionalidade, israelense e argentina. A mãe e os meninos viviam com o pai e marido Yarden, no kibbutz Nir Oz. Todos eles foram sequestrados no dia do atentado. Kfir era o mais novo entre os reféns capturados pelo Hamas, tendo sido levado para Gaza quando tinha apenas 9 meses de vida. O irmão, Ariel, tinha quatro anos, e também era um dos cativos mais novos.
Oded Lifshitz, de 84 anos, também morava em Nir Oz, comunidade que ajudou a fundar, e era voluntário em uma iniciativa que ajudava a transportar cidadãos palestinos de Gaza para receber tratamento médico em Israel.
A casa de Oded foi invadida e incendiada. Ele e sua esposa, Yocheved, foram sequestrados — ela retornou com vida em uma troca de reféns anterior. O GLOBO esteve na casa da família Lifshitz quando a guerra em Gaza estava prestes a completar seis meses. Entre os escombros, era possível distinguir o vidro derretido das janelas da casa, após o incêndio, e os vestígios de um piano, que se transformou apenas em um arremedo de arame retorcido.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/s/r/tyqWx3R0irWcG2qgWILA/img-2812.jpg)
O Hamas afirmou que está pronto para trocar todos os reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza, de uma só vez, por prisioneiros palestinos durante a segunda fase da trégua. A medida visa alcançar um “cessar-fogo permanente”, além da retirada total das forças israelenses do território palestino, amplamente destruído pela guerra. Na quarta-feira, um líder do grupo disse já ter feito a proposta aos mediadores.
Os quatro cidadãos israelenses foram capturados no kibutz Nir Oz, no sul de Israel, durante o atentado lançado pelo Hamas. As imagens de Shiri abraçada aos dois filhos, enrolada em um pano, enquanto era conduzida por terroristas armados, correram o mundo, oferecendo um vislumbre do drama dos civis durante o ataque.
Seu filho mais novo, Kfir, sequestrado quando tinha 9 meses de vida, era o refém mais jovem a ser levado para Gaza. Após o retorno dos corpos a Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o país estava “unido em uma dor insuportável”, e prometeu vingança contra o grupo palestino.
— Todos nós sofremos com uma dor misturada com raiva. Estamos todos furiosos com os monstros do Hamas — disse ele, acrescentando que Israel deve “acertar as contas com os assassinos vis”, antes de citar o salmo 94, que diz: “Ó Eterno, Deus de vingança, mostra-te. Aparece, ó Deus da vingança”.
Embora seja a primeira vez que o Hamas devolve corpos de reféns a Israel como parte do acordo de cessar-fogo, o grupo repetiu o mesmo ritual utilizado nas cerimônias coreografadas de entrega dos prisioneiros vivos. Homens fardados se posicionaram em um palco em Khan Younis, que recebeu os caixões fechados. Uma equipe de cinegrafistas, também fardada, filmou tudo.
Cada um dos caixões pretos continha uma pequena foto dos mortos, enquanto, ao fundo do palco, uma imagem retratando Netanyahu como um vampiro denunciava que os reféns haviam sido mortos em ataques israelenses. Réplicas de projéteis de fabricação americana foram colocadas no palco, a fim de reforçar a narrativa de que os mortos teriam sido alvejados pelas forças do Estado judeu.
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Família Bibas: Vídeo mostra sequestro de mãe e dois filhos em 7 de outubro
“O criminoso de guerra Netanyahu e seu Exército nazista mataram-nos com mísseis disparados de aviões sionistas”, dizia uma frase no mural montado pelo grupo armado.
O Hamas anunciou no final de novembro que Shiri, Kfir e Ariel haviam morrido durante um ataque israelense em Gaza, em novembro, que atingiu o cativeiro em que estavam. A informação, porém, nunca foi confirmada pelo Exército israelense, o que fez com que muitas pessoas no país mantivessem a esperança de que as crianças e a mãe voltariam para casa em segurança. Yarden Bibas, pai dos meninos e marido de Shiri, que também foi sequestrado, foi libertado em 1º de fevereiro
David Mencer, porta-voz do governo israelense, chamou o Hamas de um “culto à morte” depois da exibição dos caixões durante a entrega à Cruz Vermelha.
— O Hamas não é um movimento de resistência. O Hamas é um culto à morte que assassina, tortura e exibe cadáveres — disse Mencer a jornalistas.
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Um membro do Hamas, com o rosto envolto em um lenço palestino vermelho e branco, sentou-se no palco para preencher documentos com um oficial da Cruz Vermelha, antes que os caixões fossem carregados em veículos da organização. Mais tarde, as Forças Armadas de Israel confirmaram que receberam os caixões, e que eles seriam levados ao Instituto Nacional de Medicina Forense para passar por um processo de identificação, que pode durar até 48 horas. Até o momento, apenas o corpo do idoso Oded Lifshitz foi reconhecido.
Para que fossem transportados em Israel, os caixões passaram por uma inspeção de segurança — um gesto que demonstra o nível de desconfiança entre as partes envolvidas no conflito, apesar do cessar-fogo negociado com ajuda de mediadores estrangeiros, e após meses de pressão internacional.
O Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos, organização civil que representa a maioria dos parentes de pessoas sequestradas, marcou uma cerimônia em Tel Aviv para homenagear Oded e a família Bibas.
“Juntos, carregaremos a dor e a memória, e declararemos em voz clara: o tempo acabou para os reféns que ficaram para trás! Eles devem ser devolvidos imediatamente — os vivos para reabilitação, e os caídos para um enterro adequado”, anunciou a organização.
A cerimônia de entrega dos corpos foi amplamente criticada por autoridades internacionais que não estão diretamente implicadas no conflito. A cena dos membros do Hamas carregando os caixões para o palco e a transferência encenada à equipe responsável pela intermediação foi apontada como uma violação de direitos básicos e um lembrete da barbárie envolvida no atentado.
— De acordo com o direito internacional, qualquer entrega de restos mortais de falecidos deve obedecer à proibição de tratamento cruel, desumano ou degradante, garantindo o respeito à dignidade do falecido e de suas famílias — afirmou o alto comissário para direitos humanos da ONU, Volker Turk.
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A Embaixada do Reino Unido em Israel emitiu uma nota, classificando a devolução dos corpos como “um dia obscuro”, pela forma como ela foi conduzida. Também afirmou que se tratava de um “lembrete” dos horrores infligidos pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro.
“Quatro caixões, apresentados em um palco – imagens quase insuportáveis”, escreveu a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, na rede social X. “As famílias dos reféns são expostas ao terror ilimitado do Hamas até o fim”.
A família Bibas tinha dupla nacionalidade, israelense e argentina. A mãe e os meninos viviam com o pai e marido Yarden, no kibbutz Nir Oz. Todos eles foram sequestrados no dia do atentado. Kfir era o mais novo entre os reféns capturados pelo Hamas, tendo sido levado para Gaza quando tinha apenas 9 meses de vida. O irmão, Ariel, tinha quatro anos, e também era um dos cativos mais novos.
Oded Lifshitz, de 84 anos, também morava em Nir Oz, comunidade que ajudou a fundar, e era voluntário em uma iniciativa que ajudava a transportar cidadãos palestinos de Gaza para receber tratamento médico em Israel.
A casa de Oded foi invadida e incendiada. Ele e sua esposa, Yocheved, foram sequestrados — ela retornou com vida em uma troca de reféns anterior. O GLOBO esteve na casa da família Lifshitz quando a guerra em Gaza estava prestes a completar seis meses. Entre os escombros, era possível distinguir o vidro derretido das janelas da casa, após o incêndio, e os vestígios de um piano, que se transformou apenas em um arremedo de arame retorcido.
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O Hamas afirmou que está pronto para trocar todos os reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza, de uma só vez, por prisioneiros palestinos durante a segunda fase da trégua. A medida visa alcançar um “cessar-fogo permanente”, além da retirada total das forças israelenses do território palestino, amplamente destruído pela guerra. Na quarta-feira, um líder do grupo disse já ter feito a proposta aos mediadores.
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