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13 Mar 2025, Thu

Durval de “História de Amor” marcou comédia e política no Rio com legado de 68 anos

Francisco Milani


O ator Francisco Milani, atualmente em destaque na reprise de História de Amor na Globo, deixou uma trajetória impressionante que vai além das telas. Interpretando o corretor Durval na novela de 1995, ele conquistou o público com seu talento versátil, que o levou do humor escrachado de programas como Viva o Gordo e Escolinha do Professor Raimundo até a política, onde atuou como vereador no Rio de Janeiro. Morto em 2005, aos 68 anos, Milani uniu arte e militância, marcando gerações com personagens icônicos e ações culturais. Sua vida reflete um percurso de resiliência, desde os primeiros passos em Piracicaba até os palcos e câmaras legislativas cariocas.

Nascido em 27 de novembro de 1936, Milani começou cedo no mundo artístico, mas enfrentou obstáculos que moldaram sua jornada. Perseguido durante a ditadura militar, ele abandonou temporariamente a carreira para trabalhar como caminhoneiro, uma pausa que durou quase dez anos. Ao retornar, consolidou-se como um dos grandes nomes da comédia brasileira, ao mesmo tempo em que se dedicava à política, com destaque para a criação da Riofilme, iniciativa que impulsionou o cinema nacional.

A reprise de História de Amor, iniciada em 2025, trouxe seu nome de volta aos holofotes, reacendendo o interesse por sua trajetória multifacetada. Milani não foi apenas um rosto conhecido na TV; ele representou um elo entre cultura, humor e engajamento social, deixando um legado que ressoa até hoje entre fãs e admiradores de seu trabalho no entretenimento e na vida pública.

Primeiros passos de um talento versátil

Francisco Milani deu início à sua vida artística ainda adolescente, aos 14 anos, em Piracicaba, interior de São Paulo. Trabalhando como office boy em uma rádio local, ele rapidamente se envolveu com diversas funções, como locutor, discotecário e sonoplasta. Esse contato precoce com o universo da comunicação abriu portas para um teste de atuação que mudaria sua vida. Aprovado, ele começou a trilhar um caminho que o levaria ao Rio de Janeiro em 1959, onde se estabeleceu após trabalhar na TV Continental.

Na década de 1960, o jovem ator se engajou no Centro Popular de Cultura (CPC), movimento ligado à União Nacional dos Estudantes (UNE) que promovia a arte como ferramenta de transformação social. Contudo, o golpe militar de 1964 interrompeu essa fase promissora. Perseguido pelo regime, Milani foi forçado a se afastar da atuação e buscou sustento como caminhoneiro, uma decisão que reflete sua capacidade de adaptação em tempos difíceis. Esse hiato durou até o início dos anos 1970, quando ele voltou à televisão com força total.

A experiência em dramas como Irmãos Coragem (1970) e Selva de Pedra (1972) mostrou sua versatilidade, mas foi na comédia que ele encontrou seu verdadeiro chamado. Participações em filmes como Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha, e Eles Não Usam Black-Tie (1981), de Leon Hirszman, também evidenciaram seu alcance como ator, conectando-o a obras emblemáticas do cinema brasileiro.

Humor que atravessou gerações

Consolidado como um dos grandes humoristas da Globo, Francisco Milani brilhou em programas que marcaram época. Em Viva o Gordo, ao lado de Jô Soares, ele exibiu timing cômico impecável, enquanto em Escolinha do Professor Raimundo, sob o comando de Chico Anysio, eternizou o personagem Pedro Pedreira. O advogado cético, famoso pelo bordão “Então, não me venha com chorumelas!”, tornou-se um ícone da TV brasileira, conquistando risadas com sua exigência por provas históricas.

Mais tarde, no Zorra Total, Milani deu vida a Saraiva, um tipo ranzinza que respondia a perguntas com o clássico “Pergunta idiota, tolerância zero!”. Esses papéis mostraram sua habilidade de transformar figuras simples em personagens memoráveis, sempre com um toque de ironia e crítica social. Sua passagem por novelas como Barriga de Aluguel (1990) e Vamp (1991) também reforçou sua presença na dramaturgia, mas foi o humor que o consagrou como um dos favoritos do público.

A popularidade de Milani na comédia não veio por acaso. Ele combinava técnica apurada com uma energia única, resultado de anos de experiência em diferentes mídias. Hoje, clipes de suas atuações circulam nas redes sociais, reacendendo a nostalgia entre os fãs e apresentando seu talento a novas gerações que acompanham a reprise de História de Amor.

Engajamento político e cultural

Além das telas, Francisco Milani deixou sua marca na política carioca. Filiado inicialmente ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), ele foi eleito vereador do Rio de Janeiro em 1992, com uma plataforma voltada à cultura e aos direitos sociais. Durante o mandato, migrou para o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e, depois, para o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), mantendo-se fiel às causas progressistas que defendia desde a juventude.

Uma de suas principais contribuições foi a autoria da lei que criou a Riofilme, empresa pública dedicada ao fomento do cinema nacional. Fundada em 1992, a iniciativa apoiou a produção e distribuição de filmes brasileiros, ajudando a fortalecer a indústria audiovisual em um período de crise. Em 2000, Milani ampliou sua atuação política ao concorrer como vice-prefeito na chapa de Benedita da Silva (PT), embora a dupla não tenha vencido a eleição.

Seu compromisso com a cultura ia além da legislação. Como artista e militante, ele via a arte como um instrumento de resistência, um reflexo de sua própria história de superação durante a ditadura. Esse engajamento o tornou uma figura respeitada tanto no meio artístico quanto entre colegas da política, que reconheciam sua dedicação às causas populares.

Marcos da carreira em números e fatos

A trajetória de Francisco Milani é repleta de momentos marcantes que ajudam a entender sua relevância. Confira alguns destaques de sua vida e obra:

  • 1959: Mudança para o Rio de Janeiro e início na TV Continental.
  • 1964-1970: Período afastado da arte, trabalhando como caminhoneiro durante a ditadura.
  • 1970: Retorno à TV com a novela Irmãos Coragem.
  • 1992: Eleição como vereador e criação da Riofilme.
  • 2005: Falecimento aos 68 anos, vítima de edema pulmonar causado por câncer.

Esses eventos mostram como Milani navegou entre diferentes fases, sempre deixando sua assinatura. Seus bordões, como “Pergunta idiota, tolerância zero!”, seguem vivos na memória coletiva, enquanto a Riofilme permanece um legado concreto de seu trabalho político.

Últimos anos e despedida emocionante

Nos anos finais de sua vida, Francisco Milani continuou ativo na televisão, com participações em programas como Zorra Total. Contudo, sua saúde começou a declinar em 2005, quando foi diagnosticado com câncer. Em 13 de agosto daquele ano, ele faleceu aos 68 anos, vítima de um edema pulmonar decorrente da doença. A notícia abalou amigos, familiares e colegas, que lotaram seu velório no Rio de Janeiro.

A cerimônia de despedida refletiu suas paixões. Foram entoados o hino da Internacional Socialista, em homenagem à sua militância, e o hino do Corinthians, clube pelo qual torcia fervorosamente. A presença de figuras como Chico Anysio e Regina Duarte no adeus ao ator destacou o impacto de sua carreira. Milani deixou esposa e filhos, além de um público que até hoje celebra seu talento.

O retorno de História de Amor à grade da Globo em 2025 trouxe uma nova onda de interesse por sua obra. Fãs relembram suas atuações nas redes sociais, enquanto pesquisadores destacam sua influência no humor e na política cultural. Sua morte, embora precoce, não apagou o brilho de uma vida dedicada à arte e à transformação social.

Legado que resiste ao tempo

Quase duas décadas após sua morte, Francisco Milani segue como referência no entretenimento brasileiro. A reprise de História de Amor reforça sua presença na memória afetiva do público, enquanto a Riofilme, ainda ativa, produz e distribui filmes que ecoam seu compromisso com a cultura. Nos últimos anos, documentários e especiais de TV têm revisitado sua trajetória, destacando tanto o humorista quanto o político.

Seus personagens continuam a circular em plataformas digitais, com vídeos de Escolinha do Professor Raimundo e Zorra Total acumulando milhares de visualizações. Essa longevidade mostra como Milani soube criar um estilo próprio, que mistura carisma, crítica social e autenticidade. Para os mais jovens, ele é uma descoberta; para os mais velhos, uma saudade que não desvanece.

A vida de Milani também inspira reflexões sobre os desafios enfrentados por artistas durante períodos autoritários. Sua passagem como caminhoneiro, por exemplo, é vista como um símbolo de resistência, enquanto sua volta triunfal à TV prova que o talento genuíno encontra seu espaço, independentemente das adversidades.



O ator Francisco Milani, atualmente em destaque na reprise de História de Amor na Globo, deixou uma trajetória impressionante que vai além das telas. Interpretando o corretor Durval na novela de 1995, ele conquistou o público com seu talento versátil, que o levou do humor escrachado de programas como Viva o Gordo e Escolinha do Professor Raimundo até a política, onde atuou como vereador no Rio de Janeiro. Morto em 2005, aos 68 anos, Milani uniu arte e militância, marcando gerações com personagens icônicos e ações culturais. Sua vida reflete um percurso de resiliência, desde os primeiros passos em Piracicaba até os palcos e câmaras legislativas cariocas.

Nascido em 27 de novembro de 1936, Milani começou cedo no mundo artístico, mas enfrentou obstáculos que moldaram sua jornada. Perseguido durante a ditadura militar, ele abandonou temporariamente a carreira para trabalhar como caminhoneiro, uma pausa que durou quase dez anos. Ao retornar, consolidou-se como um dos grandes nomes da comédia brasileira, ao mesmo tempo em que se dedicava à política, com destaque para a criação da Riofilme, iniciativa que impulsionou o cinema nacional.

A reprise de História de Amor, iniciada em 2025, trouxe seu nome de volta aos holofotes, reacendendo o interesse por sua trajetória multifacetada. Milani não foi apenas um rosto conhecido na TV; ele representou um elo entre cultura, humor e engajamento social, deixando um legado que ressoa até hoje entre fãs e admiradores de seu trabalho no entretenimento e na vida pública.

Primeiros passos de um talento versátil

Francisco Milani deu início à sua vida artística ainda adolescente, aos 14 anos, em Piracicaba, interior de São Paulo. Trabalhando como office boy em uma rádio local, ele rapidamente se envolveu com diversas funções, como locutor, discotecário e sonoplasta. Esse contato precoce com o universo da comunicação abriu portas para um teste de atuação que mudaria sua vida. Aprovado, ele começou a trilhar um caminho que o levaria ao Rio de Janeiro em 1959, onde se estabeleceu após trabalhar na TV Continental.

Na década de 1960, o jovem ator se engajou no Centro Popular de Cultura (CPC), movimento ligado à União Nacional dos Estudantes (UNE) que promovia a arte como ferramenta de transformação social. Contudo, o golpe militar de 1964 interrompeu essa fase promissora. Perseguido pelo regime, Milani foi forçado a se afastar da atuação e buscou sustento como caminhoneiro, uma decisão que reflete sua capacidade de adaptação em tempos difíceis. Esse hiato durou até o início dos anos 1970, quando ele voltou à televisão com força total.

A experiência em dramas como Irmãos Coragem (1970) e Selva de Pedra (1972) mostrou sua versatilidade, mas foi na comédia que ele encontrou seu verdadeiro chamado. Participações em filmes como Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha, e Eles Não Usam Black-Tie (1981), de Leon Hirszman, também evidenciaram seu alcance como ator, conectando-o a obras emblemáticas do cinema brasileiro.

Humor que atravessou gerações

Consolidado como um dos grandes humoristas da Globo, Francisco Milani brilhou em programas que marcaram época. Em Viva o Gordo, ao lado de Jô Soares, ele exibiu timing cômico impecável, enquanto em Escolinha do Professor Raimundo, sob o comando de Chico Anysio, eternizou o personagem Pedro Pedreira. O advogado cético, famoso pelo bordão “Então, não me venha com chorumelas!”, tornou-se um ícone da TV brasileira, conquistando risadas com sua exigência por provas históricas.

Mais tarde, no Zorra Total, Milani deu vida a Saraiva, um tipo ranzinza que respondia a perguntas com o clássico “Pergunta idiota, tolerância zero!”. Esses papéis mostraram sua habilidade de transformar figuras simples em personagens memoráveis, sempre com um toque de ironia e crítica social. Sua passagem por novelas como Barriga de Aluguel (1990) e Vamp (1991) também reforçou sua presença na dramaturgia, mas foi o humor que o consagrou como um dos favoritos do público.

A popularidade de Milani na comédia não veio por acaso. Ele combinava técnica apurada com uma energia única, resultado de anos de experiência em diferentes mídias. Hoje, clipes de suas atuações circulam nas redes sociais, reacendendo a nostalgia entre os fãs e apresentando seu talento a novas gerações que acompanham a reprise de História de Amor.

Engajamento político e cultural

Além das telas, Francisco Milani deixou sua marca na política carioca. Filiado inicialmente ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), ele foi eleito vereador do Rio de Janeiro em 1992, com uma plataforma voltada à cultura e aos direitos sociais. Durante o mandato, migrou para o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e, depois, para o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), mantendo-se fiel às causas progressistas que defendia desde a juventude.

Uma de suas principais contribuições foi a autoria da lei que criou a Riofilme, empresa pública dedicada ao fomento do cinema nacional. Fundada em 1992, a iniciativa apoiou a produção e distribuição de filmes brasileiros, ajudando a fortalecer a indústria audiovisual em um período de crise. Em 2000, Milani ampliou sua atuação política ao concorrer como vice-prefeito na chapa de Benedita da Silva (PT), embora a dupla não tenha vencido a eleição.

Seu compromisso com a cultura ia além da legislação. Como artista e militante, ele via a arte como um instrumento de resistência, um reflexo de sua própria história de superação durante a ditadura. Esse engajamento o tornou uma figura respeitada tanto no meio artístico quanto entre colegas da política, que reconheciam sua dedicação às causas populares.

Marcos da carreira em números e fatos

A trajetória de Francisco Milani é repleta de momentos marcantes que ajudam a entender sua relevância. Confira alguns destaques de sua vida e obra:

  • 1959: Mudança para o Rio de Janeiro e início na TV Continental.
  • 1964-1970: Período afastado da arte, trabalhando como caminhoneiro durante a ditadura.
  • 1970: Retorno à TV com a novela Irmãos Coragem.
  • 1992: Eleição como vereador e criação da Riofilme.
  • 2005: Falecimento aos 68 anos, vítima de edema pulmonar causado por câncer.

Esses eventos mostram como Milani navegou entre diferentes fases, sempre deixando sua assinatura. Seus bordões, como “Pergunta idiota, tolerância zero!”, seguem vivos na memória coletiva, enquanto a Riofilme permanece um legado concreto de seu trabalho político.

Últimos anos e despedida emocionante

Nos anos finais de sua vida, Francisco Milani continuou ativo na televisão, com participações em programas como Zorra Total. Contudo, sua saúde começou a declinar em 2005, quando foi diagnosticado com câncer. Em 13 de agosto daquele ano, ele faleceu aos 68 anos, vítima de um edema pulmonar decorrente da doença. A notícia abalou amigos, familiares e colegas, que lotaram seu velório no Rio de Janeiro.

A cerimônia de despedida refletiu suas paixões. Foram entoados o hino da Internacional Socialista, em homenagem à sua militância, e o hino do Corinthians, clube pelo qual torcia fervorosamente. A presença de figuras como Chico Anysio e Regina Duarte no adeus ao ator destacou o impacto de sua carreira. Milani deixou esposa e filhos, além de um público que até hoje celebra seu talento.

O retorno de História de Amor à grade da Globo em 2025 trouxe uma nova onda de interesse por sua obra. Fãs relembram suas atuações nas redes sociais, enquanto pesquisadores destacam sua influência no humor e na política cultural. Sua morte, embora precoce, não apagou o brilho de uma vida dedicada à arte e à transformação social.

Legado que resiste ao tempo

Quase duas décadas após sua morte, Francisco Milani segue como referência no entretenimento brasileiro. A reprise de História de Amor reforça sua presença na memória afetiva do público, enquanto a Riofilme, ainda ativa, produz e distribui filmes que ecoam seu compromisso com a cultura. Nos últimos anos, documentários e especiais de TV têm revisitado sua trajetória, destacando tanto o humorista quanto o político.

Seus personagens continuam a circular em plataformas digitais, com vídeos de Escolinha do Professor Raimundo e Zorra Total acumulando milhares de visualizações. Essa longevidade mostra como Milani soube criar um estilo próprio, que mistura carisma, crítica social e autenticidade. Para os mais jovens, ele é uma descoberta; para os mais velhos, uma saudade que não desvanece.

A vida de Milani também inspira reflexões sobre os desafios enfrentados por artistas durante períodos autoritários. Sua passagem como caminhoneiro, por exemplo, é vista como um símbolo de resistência, enquanto sua volta triunfal à TV prova que o talento genuíno encontra seu espaço, independentemente das adversidades.



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