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14 Mar 2025, Fri

Ucrânia realiza maior ataque com 337 drones contra Moscou e eleva tensão na guerra

Drone militar guerra


A madrugada desta terça-feira, 11 de março, marcou um dos episódios mais intensos do conflito entre Ucrânia e Rússia, com a capital russa, Moscou, sendo alvo de um ataque massivo de drones ucranianos. Duas pessoas morreram e 18 ficaram feridas em meio a explosões que ecoaram pela cidade, danificando prédios residenciais e veículos. O bombardeio, que resultou na derrubada de 337 drones pelas defesas aéreas russas, provocou incêndios e levou à suspensão temporária de voos em quatro aeroportos da região, além de interrupções no transporte ferroviário. O Ministério da Defesa da Rússia classificou a ofensiva como a maior contra Moscou desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, enquanto o Kremlin acusou Kiev de mirar intencionalmente áreas civis. O ataque ocorreu horas antes de uma reunião crucial entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, na Arábia Saudita, visando negociações para um cessar-fogo.

Explosões iluminaram o céu da capital russa a partir das 4h, horário local, conforme relatou o governador da região de Moscou, Andrei Vorobyov, em publicação no Telegram. Ele descreveu o evento como um “ataque massivo de drones” que atingiu diversos pontos, incluindo o distrito de Ramenskoye, a cerca de 50 km do Kremlin. Imagens divulgadas por canais de mídia russos mostraram apartamentos com janelas estilhaçadas, telhados perfurados e chamas consumindo residências, evidenciando o impacto da ofensiva em uma das maiores áreas metropolitanas da Europa, que abriga mais de 21 milhões de habitantes.

A resposta russa foi imediata, com o prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, afirmando que as defesas aéreas abateram cerca de 70 drones em várias ondas de ataques que se aproximavam da cidade. Além disso, outras regiões do país, como Kursk, Belgorod e Ryazan, também foram alvo da ação ucraniana, ampliando o alcance do bombardeio. A Ucrânia, por sua vez, não emitiu comentários oficiais sobre a operação até o momento, deixando em aberto o número total de drones lançados e os objetivos específicos da investida.

Alvos civis e infraestrutura sob fogo

O impacto do ataque em Moscou foi sentido especialmente em áreas residenciais, onde a queda de destroços de drones causou danos significativos. No distrito de Ramenskoye, pelo menos sete apartamentos foram atingidos, forçando a evacuação de moradores de um prédio de vários andares. Andrei Vorobyov relatou que equipes de emergência foram mobilizadas rapidamente para conter os incêndios e prestar assistência às vítimas, que incluem um guarda de 38 anos e um homem de 50 anos entre os mortos. Outros 18 feridos, incluindo três crianças, foram registrados, segundo autoridades locais, que divulgaram fotos de apartamentos destruídos e veículos queimados.

Além das áreas residenciais, a infraestrutura de transporte também sofreu consequências graves. A estação de trem no distrito de Domodedovo, a 35 km ao sul de Moscou, foi danificada por destroços, interrompendo temporariamente os serviços ferroviários. Os quatro principais aeroportos da capital – Domodedovo, Sheremetyevo, Vnukovo e Zhukovsky – suspenderam operações por horas, com 46 voos desviados para outras cidades. Aeroportos em Yaroslavl e Nizhny Novgorod, a leste da capital, também fecharam como medida de segurança, mas as operações foram retomadas ainda na manhã do dia 11.

A escala do ataque surpreendeu pela ousadia, já que Moscou, localizada a cerca de 500 km da fronteira ucraniana, raramente é atingida diretamente no conflito. O Ministério da Defesa russo informou que, dos 337 drones abatidos, 91 foram derrubados sobre a região de Moscou, enquanto 126 caíram em Kursk, uma área parcialmente controlada por forças ucranianas desde uma incursão em agosto de 2024. Outras regiões afetadas incluem Belgorod, Bryansk, Voronezh, Kaluga, Lipetsk, Oryol e Ryazan, demonstrando a amplitude da ofensiva.

Escalada militar em momento crítico

À medida que a guerra entra em seu terceiro ano, a Ucrânia intensifica sua estratégia de levar o conflito ao território russo, utilizando drones como arma principal para atingir alvos estratégicos e civis. O ataque desta terça-feira reflete uma mudança tática, com Kiev buscando pressionar Moscou em resposta aos bombardeios russos que devastam cidades ucranianas há mais de dois anos. A ofensiva coincide com um momento delicado no campo de batalha, onde as forças russas avançam no leste da Ucrânia, especialmente na região de Donetsk, enquanto tentam expulsar tropas ucranianas de Kursk.

O uso de drones pela Ucrânia não é novidade, mas a magnitude desta operação destaca o avanço tecnológico e logístico das forças de Kiev. Modelos como o R18, que pode voar de Kiev a Moscou e voltar, e o drone “Bober”, com alcance de cerca de mil quilômetros, têm sido apontados como parte do arsenal ucraniano. Essas armas, muitas vezes desenvolvidas por especialistas locais desde a anexação da Crimeia em 2014, permitem ataques de longo alcance, desafiando as defesas aéreas russas, que incluem sistemas avançados sobre a capital.

Enquanto isso, a Rússia mantém uma postura de retalição, com o presidente Vladimir Putin classificando os ataques ucranianos como “terrorismo” contra civis. O Kremlin prometeu reagir, intensificando a narrativa de que a liderança ucraniana representa uma ameaça direta à segurança nacional. A troca de acusações entre os dois lados ocorre em um contexto de crescente envolvimento internacional, com os Estados Unidos e aliados ocidentais debatendo até que ponto permitir que Kiev use armas fornecidas para atacar profundamente o território russo.

Danos e reações em Moscou

Os estragos causados pelo ataque deixaram marcas visíveis na capital russa, uma cidade que, até então, permanecia relativamente isolada dos rigores da guerra. Prédios residenciais em Vidnoye, na região de Moscou, apareceram em imagens com fachadas destruídas e apartamentos em chamas, enquanto vídeos divulgados em canais russos no Telegram mostraram bolas de fogo iluminando a noite. O governador Andrei Vorobyov relatou que 12 pessoas, incluindo três crianças, foram evacuadas de suas casas, e equipes de resgate continuam trabalhando para apagar incêndios e avaliar os danos.

Sergei Sobyanin, prefeito de Moscou, destacou a eficiência das defesas aéreas, afirmando que o “ataque mais maciço de drones inimigos” foi repelido com sucesso. No entanto, a interrupção nos transportes e os danos em áreas residenciais abalaram a sensação de segurança dos moradores. Relatos de cidadãos descreveram o pânico ao acordar com explosões próximas, um contraste com a normalidade que Moscou vinha mantendo apesar do conflito em curso a centenas de quilômetros dali.

Nas regiões fronteiriças, como Belgorod, os ataques também causaram transtornos, com várias localidades ficando sem energia elétrica devido aos drones abatidos. O governador local informou que as autoridades estão trabalhando para restabelecer os serviços, enquanto em Ryazan, ao sudeste de Moscou, danos menores foram registrados, mas sem vítimas até o momento.

Cronologia dos ataques de drones contra a Rússia

Os ataques com drones ucranianos contra o território russo têm se intensificado ao longo dos anos, marcando uma evolução no conflito. Abaixo, um panorama dos principais eventos:

  • Maio de 2023: Oito drones são abatidos sobre Moscou, em um dos primeiros ataques significativos contra a capital. Putin classifica a ação como tentativa de intimidar a Rússia.
  • Agosto de 2023: Drones atingem o distrito financeiro de Moscou, incluindo prédios do Ministério da Economia, mostrando a capacidade ucraniana de atingir alvos estratégicos.
  • Setembro de 2024: Um ataque com 20 drones em Ramenskoye, na região de Moscou, mata uma mulher e danifica apartamentos, sendo o maior até então.
  • Novembro de 2024: Moscou enfrenta 32 drones, superando o recorde anterior, com interrupções em aeroportos e uma pessoa ferida.
  • Março de 2025: O ataque com 337 drones, dos quais 91 na região de Moscou, torna-se o mais amplo da guerra, com duas mortes e danos extensos.

Essa cronologia reflete a escalada do uso de drones pela Ucrânia, que passou de ações pontuais a ofensivas em larga escala, desafiando a narrativa russa de controle absoluto sobre o conflito.

Impactos além da capital

Fora de Moscou, o ataque reverberou em outras regiões russas, evidenciando a vulnerabilidade de áreas distantes da frente de batalha. Em Kursk, onde 126 drones foram abatidos, a presença de forças ucranianas em parte do território desde agosto de 2024 torna a região um alvo recorrente. Os destroços dos drones causaram danos a infraestruturas locais, embora não haja relatos de vítimas até o momento. Já em Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, a interrupção de energia afetou milhares de moradores, enquanto Bryansk e Voronezh também registraram tentativas de ataque frustradas pelas defesas russas.

O que diferencia esta ofensiva é sua abrangência geográfica, alcançando regiões como Kaluga, Lipetsk, Oryol e Ryazan, todas a centenas de quilômetros da Ucrânia. Essa expansão sugere um esforço ucraniano para desestabilizar a logística russa e testar a capacidade de resposta de Moscou em múltiplas frentes. A Rússia, por sua vez, mantém uma rede complexa de defesas aéreas, incluindo sistemas eletrônicos e baterias antiaéreas, mas a quantidade de drones lançados expôs os limites dessa proteção.

A intensidade do ataque também levanta questões sobre o arsenal ucraniano, que inclui drones kamikaze e modelos de longo alcance desenvolvidos internamente. A ausência de um pronunciamento oficial de Kiev mantém o mistério sobre os detalhes da operação, mas analistas apontam que o objetivo pode ser tanto militar quanto psicológico, levando a guerra ao coração da Rússia.

Números e detalhes da ofensiva

Os dados divulgados pelas autoridades russas oferecem uma visão clara da escala do ataque. Aqui estão os principais números:

  • 337 drones abatidos: Total derrubado em todo o território russo durante a noite de 10 para 11 de março.
  • 91 drones na região de Moscou: Quantidade destruída próxima à capital, em várias ondas de ataque.
  • 126 drones em Kursk: Maior concentração fora de Moscou, em uma área de disputa territorial.
  • 2 mortos e 18 feridos: Vítimas confirmadas até o momento, todas em Moscou e arredores.
  • 46 voos desviados: Impacto nos quatro aeroportos da capital durante a suspensão das operações.

Esses números reforçam a percepção de que o ataque foi planejado para maximizar o impacto, atingindo tanto a infraestrutura quanto a moral da população russa. A capacidade da Ucrânia de coordenar uma operação desse porte, mesmo sob pressão no leste do país, indica um fortalecimento de suas capacidades militares.

Contexto diplomático e militar

Horas antes do ataque, o cenário internacional já apontava para uma tentativa de reaproximação entre Ucrânia e Estados Unidos. O encontro entre Volodymyr Zelensky e Marco Rubio, na Arábia Saudita, tinha como objetivo discutir um possível cessar-fogo, em meio a pressões do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, por uma solução rápida para o conflito. A ofensiva ucraniana, no entanto, pode complicar as negociações, ao escalar a tensão com a Rússia em um momento sensível.

No front militar, a Rússia continua avançando em Donetsk, capturando cidades como Krasnogorivka e aproximando-se de Pokrovsk, um importante centro logístico ucraniano. A incursão ucraniana em Kursk, iniciada em agosto de 2024, pretendia aliviar a pressão no leste, mas não conseguiu deter o progresso russo. O ataque com drones, nesse contexto, surge como uma tentativa de Kiev de mudar o equilíbrio de forças, levando a guerra diretamente ao território inimigo.

A resposta russa, tanto no campo de batalha quanto em sua retórica, sugere que o conflito está longe de uma resolução pacífica. Com Putin prometendo retaliar e o Kremlin acusando a Ucrânia de terrorismo, a escalada militar pode abrir caminho para novos confrontos de maior intensidade nos próximos dias.



A madrugada desta terça-feira, 11 de março, marcou um dos episódios mais intensos do conflito entre Ucrânia e Rússia, com a capital russa, Moscou, sendo alvo de um ataque massivo de drones ucranianos. Duas pessoas morreram e 18 ficaram feridas em meio a explosões que ecoaram pela cidade, danificando prédios residenciais e veículos. O bombardeio, que resultou na derrubada de 337 drones pelas defesas aéreas russas, provocou incêndios e levou à suspensão temporária de voos em quatro aeroportos da região, além de interrupções no transporte ferroviário. O Ministério da Defesa da Rússia classificou a ofensiva como a maior contra Moscou desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, enquanto o Kremlin acusou Kiev de mirar intencionalmente áreas civis. O ataque ocorreu horas antes de uma reunião crucial entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, na Arábia Saudita, visando negociações para um cessar-fogo.

Explosões iluminaram o céu da capital russa a partir das 4h, horário local, conforme relatou o governador da região de Moscou, Andrei Vorobyov, em publicação no Telegram. Ele descreveu o evento como um “ataque massivo de drones” que atingiu diversos pontos, incluindo o distrito de Ramenskoye, a cerca de 50 km do Kremlin. Imagens divulgadas por canais de mídia russos mostraram apartamentos com janelas estilhaçadas, telhados perfurados e chamas consumindo residências, evidenciando o impacto da ofensiva em uma das maiores áreas metropolitanas da Europa, que abriga mais de 21 milhões de habitantes.

A resposta russa foi imediata, com o prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, afirmando que as defesas aéreas abateram cerca de 70 drones em várias ondas de ataques que se aproximavam da cidade. Além disso, outras regiões do país, como Kursk, Belgorod e Ryazan, também foram alvo da ação ucraniana, ampliando o alcance do bombardeio. A Ucrânia, por sua vez, não emitiu comentários oficiais sobre a operação até o momento, deixando em aberto o número total de drones lançados e os objetivos específicos da investida.

Alvos civis e infraestrutura sob fogo

O impacto do ataque em Moscou foi sentido especialmente em áreas residenciais, onde a queda de destroços de drones causou danos significativos. No distrito de Ramenskoye, pelo menos sete apartamentos foram atingidos, forçando a evacuação de moradores de um prédio de vários andares. Andrei Vorobyov relatou que equipes de emergência foram mobilizadas rapidamente para conter os incêndios e prestar assistência às vítimas, que incluem um guarda de 38 anos e um homem de 50 anos entre os mortos. Outros 18 feridos, incluindo três crianças, foram registrados, segundo autoridades locais, que divulgaram fotos de apartamentos destruídos e veículos queimados.

Além das áreas residenciais, a infraestrutura de transporte também sofreu consequências graves. A estação de trem no distrito de Domodedovo, a 35 km ao sul de Moscou, foi danificada por destroços, interrompendo temporariamente os serviços ferroviários. Os quatro principais aeroportos da capital – Domodedovo, Sheremetyevo, Vnukovo e Zhukovsky – suspenderam operações por horas, com 46 voos desviados para outras cidades. Aeroportos em Yaroslavl e Nizhny Novgorod, a leste da capital, também fecharam como medida de segurança, mas as operações foram retomadas ainda na manhã do dia 11.

A escala do ataque surpreendeu pela ousadia, já que Moscou, localizada a cerca de 500 km da fronteira ucraniana, raramente é atingida diretamente no conflito. O Ministério da Defesa russo informou que, dos 337 drones abatidos, 91 foram derrubados sobre a região de Moscou, enquanto 126 caíram em Kursk, uma área parcialmente controlada por forças ucranianas desde uma incursão em agosto de 2024. Outras regiões afetadas incluem Belgorod, Bryansk, Voronezh, Kaluga, Lipetsk, Oryol e Ryazan, demonstrando a amplitude da ofensiva.

Escalada militar em momento crítico

À medida que a guerra entra em seu terceiro ano, a Ucrânia intensifica sua estratégia de levar o conflito ao território russo, utilizando drones como arma principal para atingir alvos estratégicos e civis. O ataque desta terça-feira reflete uma mudança tática, com Kiev buscando pressionar Moscou em resposta aos bombardeios russos que devastam cidades ucranianas há mais de dois anos. A ofensiva coincide com um momento delicado no campo de batalha, onde as forças russas avançam no leste da Ucrânia, especialmente na região de Donetsk, enquanto tentam expulsar tropas ucranianas de Kursk.

O uso de drones pela Ucrânia não é novidade, mas a magnitude desta operação destaca o avanço tecnológico e logístico das forças de Kiev. Modelos como o R18, que pode voar de Kiev a Moscou e voltar, e o drone “Bober”, com alcance de cerca de mil quilômetros, têm sido apontados como parte do arsenal ucraniano. Essas armas, muitas vezes desenvolvidas por especialistas locais desde a anexação da Crimeia em 2014, permitem ataques de longo alcance, desafiando as defesas aéreas russas, que incluem sistemas avançados sobre a capital.

Enquanto isso, a Rússia mantém uma postura de retalição, com o presidente Vladimir Putin classificando os ataques ucranianos como “terrorismo” contra civis. O Kremlin prometeu reagir, intensificando a narrativa de que a liderança ucraniana representa uma ameaça direta à segurança nacional. A troca de acusações entre os dois lados ocorre em um contexto de crescente envolvimento internacional, com os Estados Unidos e aliados ocidentais debatendo até que ponto permitir que Kiev use armas fornecidas para atacar profundamente o território russo.

Danos e reações em Moscou

Os estragos causados pelo ataque deixaram marcas visíveis na capital russa, uma cidade que, até então, permanecia relativamente isolada dos rigores da guerra. Prédios residenciais em Vidnoye, na região de Moscou, apareceram em imagens com fachadas destruídas e apartamentos em chamas, enquanto vídeos divulgados em canais russos no Telegram mostraram bolas de fogo iluminando a noite. O governador Andrei Vorobyov relatou que 12 pessoas, incluindo três crianças, foram evacuadas de suas casas, e equipes de resgate continuam trabalhando para apagar incêndios e avaliar os danos.

Sergei Sobyanin, prefeito de Moscou, destacou a eficiência das defesas aéreas, afirmando que o “ataque mais maciço de drones inimigos” foi repelido com sucesso. No entanto, a interrupção nos transportes e os danos em áreas residenciais abalaram a sensação de segurança dos moradores. Relatos de cidadãos descreveram o pânico ao acordar com explosões próximas, um contraste com a normalidade que Moscou vinha mantendo apesar do conflito em curso a centenas de quilômetros dali.

Nas regiões fronteiriças, como Belgorod, os ataques também causaram transtornos, com várias localidades ficando sem energia elétrica devido aos drones abatidos. O governador local informou que as autoridades estão trabalhando para restabelecer os serviços, enquanto em Ryazan, ao sudeste de Moscou, danos menores foram registrados, mas sem vítimas até o momento.

Cronologia dos ataques de drones contra a Rússia

Os ataques com drones ucranianos contra o território russo têm se intensificado ao longo dos anos, marcando uma evolução no conflito. Abaixo, um panorama dos principais eventos:

  • Maio de 2023: Oito drones são abatidos sobre Moscou, em um dos primeiros ataques significativos contra a capital. Putin classifica a ação como tentativa de intimidar a Rússia.
  • Agosto de 2023: Drones atingem o distrito financeiro de Moscou, incluindo prédios do Ministério da Economia, mostrando a capacidade ucraniana de atingir alvos estratégicos.
  • Setembro de 2024: Um ataque com 20 drones em Ramenskoye, na região de Moscou, mata uma mulher e danifica apartamentos, sendo o maior até então.
  • Novembro de 2024: Moscou enfrenta 32 drones, superando o recorde anterior, com interrupções em aeroportos e uma pessoa ferida.
  • Março de 2025: O ataque com 337 drones, dos quais 91 na região de Moscou, torna-se o mais amplo da guerra, com duas mortes e danos extensos.

Essa cronologia reflete a escalada do uso de drones pela Ucrânia, que passou de ações pontuais a ofensivas em larga escala, desafiando a narrativa russa de controle absoluto sobre o conflito.

Impactos além da capital

Fora de Moscou, o ataque reverberou em outras regiões russas, evidenciando a vulnerabilidade de áreas distantes da frente de batalha. Em Kursk, onde 126 drones foram abatidos, a presença de forças ucranianas em parte do território desde agosto de 2024 torna a região um alvo recorrente. Os destroços dos drones causaram danos a infraestruturas locais, embora não haja relatos de vítimas até o momento. Já em Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, a interrupção de energia afetou milhares de moradores, enquanto Bryansk e Voronezh também registraram tentativas de ataque frustradas pelas defesas russas.

O que diferencia esta ofensiva é sua abrangência geográfica, alcançando regiões como Kaluga, Lipetsk, Oryol e Ryazan, todas a centenas de quilômetros da Ucrânia. Essa expansão sugere um esforço ucraniano para desestabilizar a logística russa e testar a capacidade de resposta de Moscou em múltiplas frentes. A Rússia, por sua vez, mantém uma rede complexa de defesas aéreas, incluindo sistemas eletrônicos e baterias antiaéreas, mas a quantidade de drones lançados expôs os limites dessa proteção.

A intensidade do ataque também levanta questões sobre o arsenal ucraniano, que inclui drones kamikaze e modelos de longo alcance desenvolvidos internamente. A ausência de um pronunciamento oficial de Kiev mantém o mistério sobre os detalhes da operação, mas analistas apontam que o objetivo pode ser tanto militar quanto psicológico, levando a guerra ao coração da Rússia.

Números e detalhes da ofensiva

Os dados divulgados pelas autoridades russas oferecem uma visão clara da escala do ataque. Aqui estão os principais números:

  • 337 drones abatidos: Total derrubado em todo o território russo durante a noite de 10 para 11 de março.
  • 91 drones na região de Moscou: Quantidade destruída próxima à capital, em várias ondas de ataque.
  • 126 drones em Kursk: Maior concentração fora de Moscou, em uma área de disputa territorial.
  • 2 mortos e 18 feridos: Vítimas confirmadas até o momento, todas em Moscou e arredores.
  • 46 voos desviados: Impacto nos quatro aeroportos da capital durante a suspensão das operações.

Esses números reforçam a percepção de que o ataque foi planejado para maximizar o impacto, atingindo tanto a infraestrutura quanto a moral da população russa. A capacidade da Ucrânia de coordenar uma operação desse porte, mesmo sob pressão no leste do país, indica um fortalecimento de suas capacidades militares.

Contexto diplomático e militar

Horas antes do ataque, o cenário internacional já apontava para uma tentativa de reaproximação entre Ucrânia e Estados Unidos. O encontro entre Volodymyr Zelensky e Marco Rubio, na Arábia Saudita, tinha como objetivo discutir um possível cessar-fogo, em meio a pressões do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, por uma solução rápida para o conflito. A ofensiva ucraniana, no entanto, pode complicar as negociações, ao escalar a tensão com a Rússia em um momento sensível.

No front militar, a Rússia continua avançando em Donetsk, capturando cidades como Krasnogorivka e aproximando-se de Pokrovsk, um importante centro logístico ucraniano. A incursão ucraniana em Kursk, iniciada em agosto de 2024, pretendia aliviar a pressão no leste, mas não conseguiu deter o progresso russo. O ataque com drones, nesse contexto, surge como uma tentativa de Kiev de mudar o equilíbrio de forças, levando a guerra diretamente ao território inimigo.

A resposta russa, tanto no campo de batalha quanto em sua retórica, sugere que o conflito está longe de uma resolução pacífica. Com Putin prometendo retaliar e o Kremlin acusando a Ucrânia de terrorismo, a escalada militar pode abrir caminho para novos confrontos de maior intensidade nos próximos dias.



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