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12 Mar 2025, Wed

Daniela Mercury critica Tony Salles por atitude no Carnaval de Salvador

Daniela Mercury


A cantora Daniela Mercury, um dos maiores nomes do axé brasileiro, voltou a ser destaque em março de 2025 ao reacender a polêmica envolvendo o cantor Tony Salles, líder da banda Parangolé, após um desentendimento ocorrido durante o Carnaval de Salvador. Em entrevista recente, Daniela classificou como “violenta” a atitude de Tony, que aproximou excessivamente seu trio elétrico do dela, prejudicando sua apresentação no circuito Barra-Ondina. A artista, que celebrou 40 anos de carreira no Carnaval deste ano, trouxe à tona questões de gênero e sexualidade ao afirmar que sua reação foi vista como exagerada por ser mulher e parte da comunidade LGBT+. O episódio, que começou com uma troca de farpas ao vivo, ganhou repercussão nacional e expôs tensões nos bastidores da folia baiana, marcada por atrasos, justificativas e um pedido público de desculpas. Enquanto Daniela lamentou que a confusão tenha ofuscado suas performances, Tony defendeu sua conduta, alegando compromissos e a necessidade de cumprir o cronograma.

O caso, que aconteceu na madrugada do dia 4 de março, durante a segunda-feira de Carnaval, revelou não apenas um choque de agendas, mas também diferentes visões sobre respeito e profissionalismo na maior festa de rua do mundo. Daniela, conhecida por hits como “O Canto da Cidade” e “Rapunzel”, interrompeu sua apresentação para reclamar da proximidade do trio de Tony, pedindo respeito ao colega. Por sua vez, o cantor do Parangolé rebateu, destacando sua origem periférica e a pressão de uma agenda apertada, que incluía um show em um camarote logo após o desfile.

Dias depois, Tony Salles se desculpou publicamente durante sua apresentação no bloco As Muquiranas, reconhecendo Daniela como uma referência no Carnaval baiano. A cantora aceitou o pedido, mas, em entrevista ao UOL no dia 10 de março, voltou a abordar o tema, apontando o que considera uma normalização da violência contra mulheres e a banalização do ocorrido. O caso segue gerando debates sobre organização, hierarquia e convivência entre artistas na folia.

Contexto da confusão no circuito Barra-Ondina

Durante o Carnaval de Salvador, um dos eventos mais tradicionais e movimentados do Brasil, Daniela Mercury puxava sua “pipoca” — como são chamados os blocos sem cordas — no circuito Barra-Ondina, quando o trio de Tony Salles se aproximou demais do seu. A proximidade comprometeu a qualidade do som da apresentação de Daniela, que parou de cantar o sucesso “Maimbê Dandá” para encarar o trio atrás dela. Visivelmente irritada, a cantora disparou: “Muito feio encostar na gente assim, viu? Carnaval não pode ser assim, Tony. Respeite que eu não sou moleca, rapaz”. O momento foi transmitido ao vivo pela Band, no programa Band Folia, e rapidamente viralizou nas redes sociais.

Tony, que estava atrasado no percurso devido a problemas logísticos, respondeu sem citar Daniela diretamente. Ele justificou a manobra alegando que o trio “precisa andar” e que o atraso na saída, somado à necessidade de cumprir um show no Camarote Glamour, o obrigou a acelerar. “Não é porque sou de uma banda de pagode, periférico, suburbano, que vão me desrespeitar”, declarou ao público, sugerindo que sua origem poderia estar sendo subestimada no contexto da confusão.

A troca de acusações não parou por aí. Daniela encerrou seu desfile com um comentário irônico, dizendo: “Tchau, gente, acabou. Vão curtir Tony aí”. O episódio expôs uma tensão que vai além de um simples desencontro de trios, levantando questões sobre organização do evento e o respeito entre artistas em um Carnaval que movimenta milhões de foliões e exige coordenação precisa.

Reação imediata e apoio de Malu Verçosa

Malu Verçosa, esposa e empresária de Daniela Mercury, desempenhou um papel crucial na narrativa do caso. Horas após o incidente, ela usou as redes sociais para esclarecer a situação e defender a cantora. Em um texto detalhado, Malu relatou que Tony chegou “atrasadíssimo” ao ponto de partida no Farol da Barra, o que levou os fiscais a autorizarem Daniela e outro artista, Guga Meyra, a passarem na frente. Segundo ela, o trio de Tony colou no de Daniela a partir do Cristo da Barra até Ondina, atrapalhando o som e forçando a cantora a pausar sua apresentação em vários momentos.

A jornalista destacou que Daniela respeitou o fluxo do desfile e manteve a distância do trio à frente, enquanto Tony, mesmo atrasado, insistiu em acelerar, prejudicando a experiência do público e da artista. “Ele justifica dizendo que estava atrasado pro show no camarote. Chegasse no horário então. Quem tem compromisso, não atrasa”, escreveu Malu, pedindo respeito ao cantor e chamando a situação de “vergonha”. Sua intervenção foi essencial para evitar que a culpa recaísse sobre Daniela, como a própria cantora reconheceu em entrevista posterior.

Cronologia do embate entre Daniela e Tony

O desentendimento entre Daniela Mercury e Tony Salles seguiu uma sequência de eventos que culminou em um pedido de desculpas e uma reflexão mais profunda da cantora. Veja como tudo aconteceu:

  • 3 de março: Tony Salles sai com mais de uma hora de atraso do Farol da Barra, sendo ultrapassado por Daniela Mercury e Guga Meyra no circuito Barra-Ondina.
  • 4 de março, 1h: Durante o desfile, o trio de Tony se aproxima excessivamente do de Daniela, afetando o som. A cantora reclama ao vivo e pede respeito.
  • 4 de março, madrugada: Tony responde, justificando o atraso e destacando sua origem periférica, enquanto Daniela ironiza ao se despedir do público.
  • 4 de março, tarde: Daniela volta a comentar o caso durante sua pipoca no Campo Grande, alfinetando Tony e sugerindo que ele poderia se desculpar “vestido de mulher” no bloco As Muquiranas.
  • 4 de março, noite: Tony se desculpa publicamente no bloco As Muquiranas, elogiando Daniela e afirmando que o ocorrido não foi intencional.
  • 5 de março: Daniela aceita as desculpas via redes sociais, desejando “axé” ao cantor.
  • 10 de março: Em entrevista ao UOL, Daniela classifica a atitude de Tony como “violenta” e reflete sobre gênero e violência contra mulheres.

Essa linha do tempo mostra como a confusão evoluiu de um atrito momentâneo para uma discussão pública com desdobramentos que ultrapassaram os limites do Carnaval.

Daniela reflete sobre gênero e sexualidade

Em sua entrevista ao UOL, publicada em 10 de março, Daniela Mercury trouxe uma perspectiva mais ampla sobre o incidente. Ela afirmou que sua reação foi interpretada como um “chilique” ou “exagero” por muitos, mas atribuiu essa percepção ao fato de ser mulher e LGBT+. “Me posicionar e me impor diante de situações como essa é considerado por muitos como um chilique, somente porque sou mulher e LGBT+. Foi violento o que ele fez. Não sei se ele faria com Bell Marques o mesmo”, declarou, comparando o tratamento que recebeu com a possível reação a um artista masculino consagrado como Bell Marques.

A cantora também lamentou que o episódio tenha tirado o foco de um Carnaval que, para ela, foi “espetacular” e marcante para o gênero axé, que completa 40 anos em 2025. Daniela destacou que sua esposa, Malu Verçosa, foi fundamental ao esclarecer os fatos imediatamente, evitando que a opinião pública a culpasse pelo atraso de Tony. “A violência contra as mulheres é tão normalizada e banalizada que, mesmo eu tendo total razão, é fácil encontrar um artifício para culpar a vítima”, analisou, apontando uma questão estrutural que vai além do incidente específico.

A declaração de Daniela reacendeu debates sobre machismo e representatividade no Carnaval, uma festa que, apesar de sua diversidade, ainda enfrenta desafios relacionados a hierarquia e respeito entre artistas. Sua trajetória de quatro décadas no axé reforça a relevância de sua voz nesse contexto.

A resposta de Tony Salles e o pedido de desculpas

Tony Salles, por sua vez, tentou amenizar a situação logo após o pico da polêmica. Na noite de 4 de março, enquanto puxava o bloco As Muquiranas no circuito Campo Grande, o cantor dedicou alguns minutos para se dirigir a Daniela. “Meu amor, eu tenho um carinho muito grande por você. Já expressei isso diversas vezes nas minhas redes sociais, mas vou falar agora, ao vivo: me perdoe pelo que aconteceu ontem, porque não foi intencional”, disse, enchendo a artista de elogios e reconhecendo seu status como “rainha do Carnaval”.

Ele também aproveitou para contextualizar sua correria, explicando ao público que o atraso na saída do trio foi um imprevisto e que sua agenda incluía mais um show naquela noite. “O trio precisa andar. Foi feito para andar. A gente precisa se respeitar”, reiterou, mantendo o tom de justificativa que havia usado na madrugada anterior. Daniela, em resposta, publicou o vídeo do pedido de desculpas em suas redes sociais no dia seguinte, escrevendo: “Desculpas aceitas, Tony. Axé para você”. A troca marcou uma trégua pública entre os dois.

Impacto do caso no Carnaval de Salvador

O Carnaval de Salvador, conhecido por sua grandiosidade e por atrair cerca de 2 milhões de foliões por dia, depende de uma logística complexa para garantir que dezenas de trios elétricos percorram os circuitos sem transtornos. O incidente entre Daniela Mercury e Tony Salles expôs fragilidades nesse sistema, como a falta de coordenação em casos de atrasos e a pressão sobre os artistas para cumprir horários em camarotes e outros eventos paralelos. A proximidade excessiva dos trios, como ocorreu no circuito Barra-Ondina, não é incomum, mas raramente ganha tamanha visibilidade.

Para Daniela, o episódio foi uma pena em um Carnaval que ela considera histórico para o axé. Ela emplacou o hit “Axé Salvador” como um dos sucessos da temporada e comandou blocos tanto em Salvador quanto em São Paulo, onde também tem investido na expansão do gênero. A confusão com Tony, no entanto, acabou dominando as manchetes, ofuscando parte de suas conquistas artísticas na folia de 2025.

Já Tony Salles, líder do Parangolé, reforçou sua popularidade no pagode baiano, mas enfrentou críticas por sua postura inicial. Seu pedido de desculpas, feito em um bloco tradicional como As Muquiranas — onde os homens se vestem de mulher —, foi visto como um gesto de humildade, embora tardio para alguns fãs de Daniela. O caso evidenciou as tensões entre artistas de diferentes gêneros musicais e gerações em um evento que mistura tradição e modernidade.

Detalhes da organização dos trios elétricos

A logística do Carnaval de Salvador envolve regras específicas para evitar overlapping entre trios. Aqui estão alguns pontos-chave do funcionamento:

  • Distância mínima: Os trios devem manter uma distância média de 100 a 150 metros entre si para evitar interferência sonora.
  • Fiscalização: Fiscais da prefeitura acompanham o percurso, orientando os motoristas e artistas sobre o ritmo do desfile.
  • Horários: Cada bloco tem um horário estipulado de saída, mas imprevistos, como atrasos na chegada ou falhas mecânicas, podem desorganizar a programação.
  • Circuitos: O Barra-Ondina, com cerca de 4,5 km, é o mais longo e disputado, exigindo coordenação precisa.

No caso de Daniela e Tony, o atraso inicial de mais de uma hora na saída do cantor gerou um efeito dominó, culminando na aproximação que desencadeou a confusão. A falta de comunicação entre as equipes agravou o problema, algo que Daniela e Malu Verçosa apontaram como falta de profissionalismo por parte de Tony.

Repercussão entre artistas e público

A polêmica entre Daniela Mercury e Tony Salles não passou despercebida por outros artistas e pelo público. Nas redes sociais, fãs de Daniela defenderam sua postura, destacando seus 40 anos de contribuição ao Carnaval e ao axé. “O homem chega atrasado, quer passar por cima e ela que é culpada? Respeita a rainha”, escreveu um usuário no X. Já apoiadores de Tony argumentaram que o cantor estava apenas tentando cumprir seus compromissos, com comentários como “Ele pediu desculpas, o Carnaval é correria mesmo”.

Entre os colegas de profissão, a reação foi mais contida. Ivete Sangalo, outra gigante do axé, foi mencionada por Daniela durante uma alfinetada no dia 4 de março, mas não se pronunciou diretamente sobre o caso. A humorista Antônia Fontenelle, ex-Globo, saiu em defesa de Tony, criticando Daniela como “chata” e questionando sua relevância atual, o que gerou ainda mais discussão online. A troca de farpas, embora resolvida formalmente, deixou um rastro de opiniões divididas sobre respeito, hierarquia e organização na folia baiana.







A cantora Daniela Mercury, um dos maiores nomes do axé brasileiro, voltou a ser destaque em março de 2025 ao reacender a polêmica envolvendo o cantor Tony Salles, líder da banda Parangolé, após um desentendimento ocorrido durante o Carnaval de Salvador. Em entrevista recente, Daniela classificou como “violenta” a atitude de Tony, que aproximou excessivamente seu trio elétrico do dela, prejudicando sua apresentação no circuito Barra-Ondina. A artista, que celebrou 40 anos de carreira no Carnaval deste ano, trouxe à tona questões de gênero e sexualidade ao afirmar que sua reação foi vista como exagerada por ser mulher e parte da comunidade LGBT+. O episódio, que começou com uma troca de farpas ao vivo, ganhou repercussão nacional e expôs tensões nos bastidores da folia baiana, marcada por atrasos, justificativas e um pedido público de desculpas. Enquanto Daniela lamentou que a confusão tenha ofuscado suas performances, Tony defendeu sua conduta, alegando compromissos e a necessidade de cumprir o cronograma.

O caso, que aconteceu na madrugada do dia 4 de março, durante a segunda-feira de Carnaval, revelou não apenas um choque de agendas, mas também diferentes visões sobre respeito e profissionalismo na maior festa de rua do mundo. Daniela, conhecida por hits como “O Canto da Cidade” e “Rapunzel”, interrompeu sua apresentação para reclamar da proximidade do trio de Tony, pedindo respeito ao colega. Por sua vez, o cantor do Parangolé rebateu, destacando sua origem periférica e a pressão de uma agenda apertada, que incluía um show em um camarote logo após o desfile.

Dias depois, Tony Salles se desculpou publicamente durante sua apresentação no bloco As Muquiranas, reconhecendo Daniela como uma referência no Carnaval baiano. A cantora aceitou o pedido, mas, em entrevista ao UOL no dia 10 de março, voltou a abordar o tema, apontando o que considera uma normalização da violência contra mulheres e a banalização do ocorrido. O caso segue gerando debates sobre organização, hierarquia e convivência entre artistas na folia.

Contexto da confusão no circuito Barra-Ondina

Durante o Carnaval de Salvador, um dos eventos mais tradicionais e movimentados do Brasil, Daniela Mercury puxava sua “pipoca” — como são chamados os blocos sem cordas — no circuito Barra-Ondina, quando o trio de Tony Salles se aproximou demais do seu. A proximidade comprometeu a qualidade do som da apresentação de Daniela, que parou de cantar o sucesso “Maimbê Dandá” para encarar o trio atrás dela. Visivelmente irritada, a cantora disparou: “Muito feio encostar na gente assim, viu? Carnaval não pode ser assim, Tony. Respeite que eu não sou moleca, rapaz”. O momento foi transmitido ao vivo pela Band, no programa Band Folia, e rapidamente viralizou nas redes sociais.

Tony, que estava atrasado no percurso devido a problemas logísticos, respondeu sem citar Daniela diretamente. Ele justificou a manobra alegando que o trio “precisa andar” e que o atraso na saída, somado à necessidade de cumprir um show no Camarote Glamour, o obrigou a acelerar. “Não é porque sou de uma banda de pagode, periférico, suburbano, que vão me desrespeitar”, declarou ao público, sugerindo que sua origem poderia estar sendo subestimada no contexto da confusão.

A troca de acusações não parou por aí. Daniela encerrou seu desfile com um comentário irônico, dizendo: “Tchau, gente, acabou. Vão curtir Tony aí”. O episódio expôs uma tensão que vai além de um simples desencontro de trios, levantando questões sobre organização do evento e o respeito entre artistas em um Carnaval que movimenta milhões de foliões e exige coordenação precisa.

Reação imediata e apoio de Malu Verçosa

Malu Verçosa, esposa e empresária de Daniela Mercury, desempenhou um papel crucial na narrativa do caso. Horas após o incidente, ela usou as redes sociais para esclarecer a situação e defender a cantora. Em um texto detalhado, Malu relatou que Tony chegou “atrasadíssimo” ao ponto de partida no Farol da Barra, o que levou os fiscais a autorizarem Daniela e outro artista, Guga Meyra, a passarem na frente. Segundo ela, o trio de Tony colou no de Daniela a partir do Cristo da Barra até Ondina, atrapalhando o som e forçando a cantora a pausar sua apresentação em vários momentos.

A jornalista destacou que Daniela respeitou o fluxo do desfile e manteve a distância do trio à frente, enquanto Tony, mesmo atrasado, insistiu em acelerar, prejudicando a experiência do público e da artista. “Ele justifica dizendo que estava atrasado pro show no camarote. Chegasse no horário então. Quem tem compromisso, não atrasa”, escreveu Malu, pedindo respeito ao cantor e chamando a situação de “vergonha”. Sua intervenção foi essencial para evitar que a culpa recaísse sobre Daniela, como a própria cantora reconheceu em entrevista posterior.

Cronologia do embate entre Daniela e Tony

O desentendimento entre Daniela Mercury e Tony Salles seguiu uma sequência de eventos que culminou em um pedido de desculpas e uma reflexão mais profunda da cantora. Veja como tudo aconteceu:

  • 3 de março: Tony Salles sai com mais de uma hora de atraso do Farol da Barra, sendo ultrapassado por Daniela Mercury e Guga Meyra no circuito Barra-Ondina.
  • 4 de março, 1h: Durante o desfile, o trio de Tony se aproxima excessivamente do de Daniela, afetando o som. A cantora reclama ao vivo e pede respeito.
  • 4 de março, madrugada: Tony responde, justificando o atraso e destacando sua origem periférica, enquanto Daniela ironiza ao se despedir do público.
  • 4 de março, tarde: Daniela volta a comentar o caso durante sua pipoca no Campo Grande, alfinetando Tony e sugerindo que ele poderia se desculpar “vestido de mulher” no bloco As Muquiranas.
  • 4 de março, noite: Tony se desculpa publicamente no bloco As Muquiranas, elogiando Daniela e afirmando que o ocorrido não foi intencional.
  • 5 de março: Daniela aceita as desculpas via redes sociais, desejando “axé” ao cantor.
  • 10 de março: Em entrevista ao UOL, Daniela classifica a atitude de Tony como “violenta” e reflete sobre gênero e violência contra mulheres.

Essa linha do tempo mostra como a confusão evoluiu de um atrito momentâneo para uma discussão pública com desdobramentos que ultrapassaram os limites do Carnaval.

Daniela reflete sobre gênero e sexualidade

Em sua entrevista ao UOL, publicada em 10 de março, Daniela Mercury trouxe uma perspectiva mais ampla sobre o incidente. Ela afirmou que sua reação foi interpretada como um “chilique” ou “exagero” por muitos, mas atribuiu essa percepção ao fato de ser mulher e LGBT+. “Me posicionar e me impor diante de situações como essa é considerado por muitos como um chilique, somente porque sou mulher e LGBT+. Foi violento o que ele fez. Não sei se ele faria com Bell Marques o mesmo”, declarou, comparando o tratamento que recebeu com a possível reação a um artista masculino consagrado como Bell Marques.

A cantora também lamentou que o episódio tenha tirado o foco de um Carnaval que, para ela, foi “espetacular” e marcante para o gênero axé, que completa 40 anos em 2025. Daniela destacou que sua esposa, Malu Verçosa, foi fundamental ao esclarecer os fatos imediatamente, evitando que a opinião pública a culpasse pelo atraso de Tony. “A violência contra as mulheres é tão normalizada e banalizada que, mesmo eu tendo total razão, é fácil encontrar um artifício para culpar a vítima”, analisou, apontando uma questão estrutural que vai além do incidente específico.

A declaração de Daniela reacendeu debates sobre machismo e representatividade no Carnaval, uma festa que, apesar de sua diversidade, ainda enfrenta desafios relacionados a hierarquia e respeito entre artistas. Sua trajetória de quatro décadas no axé reforça a relevância de sua voz nesse contexto.

A resposta de Tony Salles e o pedido de desculpas

Tony Salles, por sua vez, tentou amenizar a situação logo após o pico da polêmica. Na noite de 4 de março, enquanto puxava o bloco As Muquiranas no circuito Campo Grande, o cantor dedicou alguns minutos para se dirigir a Daniela. “Meu amor, eu tenho um carinho muito grande por você. Já expressei isso diversas vezes nas minhas redes sociais, mas vou falar agora, ao vivo: me perdoe pelo que aconteceu ontem, porque não foi intencional”, disse, enchendo a artista de elogios e reconhecendo seu status como “rainha do Carnaval”.

Ele também aproveitou para contextualizar sua correria, explicando ao público que o atraso na saída do trio foi um imprevisto e que sua agenda incluía mais um show naquela noite. “O trio precisa andar. Foi feito para andar. A gente precisa se respeitar”, reiterou, mantendo o tom de justificativa que havia usado na madrugada anterior. Daniela, em resposta, publicou o vídeo do pedido de desculpas em suas redes sociais no dia seguinte, escrevendo: “Desculpas aceitas, Tony. Axé para você”. A troca marcou uma trégua pública entre os dois.

Impacto do caso no Carnaval de Salvador

O Carnaval de Salvador, conhecido por sua grandiosidade e por atrair cerca de 2 milhões de foliões por dia, depende de uma logística complexa para garantir que dezenas de trios elétricos percorram os circuitos sem transtornos. O incidente entre Daniela Mercury e Tony Salles expôs fragilidades nesse sistema, como a falta de coordenação em casos de atrasos e a pressão sobre os artistas para cumprir horários em camarotes e outros eventos paralelos. A proximidade excessiva dos trios, como ocorreu no circuito Barra-Ondina, não é incomum, mas raramente ganha tamanha visibilidade.

Para Daniela, o episódio foi uma pena em um Carnaval que ela considera histórico para o axé. Ela emplacou o hit “Axé Salvador” como um dos sucessos da temporada e comandou blocos tanto em Salvador quanto em São Paulo, onde também tem investido na expansão do gênero. A confusão com Tony, no entanto, acabou dominando as manchetes, ofuscando parte de suas conquistas artísticas na folia de 2025.

Já Tony Salles, líder do Parangolé, reforçou sua popularidade no pagode baiano, mas enfrentou críticas por sua postura inicial. Seu pedido de desculpas, feito em um bloco tradicional como As Muquiranas — onde os homens se vestem de mulher —, foi visto como um gesto de humildade, embora tardio para alguns fãs de Daniela. O caso evidenciou as tensões entre artistas de diferentes gêneros musicais e gerações em um evento que mistura tradição e modernidade.

Detalhes da organização dos trios elétricos

A logística do Carnaval de Salvador envolve regras específicas para evitar overlapping entre trios. Aqui estão alguns pontos-chave do funcionamento:

  • Distância mínima: Os trios devem manter uma distância média de 100 a 150 metros entre si para evitar interferência sonora.
  • Fiscalização: Fiscais da prefeitura acompanham o percurso, orientando os motoristas e artistas sobre o ritmo do desfile.
  • Horários: Cada bloco tem um horário estipulado de saída, mas imprevistos, como atrasos na chegada ou falhas mecânicas, podem desorganizar a programação.
  • Circuitos: O Barra-Ondina, com cerca de 4,5 km, é o mais longo e disputado, exigindo coordenação precisa.

No caso de Daniela e Tony, o atraso inicial de mais de uma hora na saída do cantor gerou um efeito dominó, culminando na aproximação que desencadeou a confusão. A falta de comunicação entre as equipes agravou o problema, algo que Daniela e Malu Verçosa apontaram como falta de profissionalismo por parte de Tony.

Repercussão entre artistas e público

A polêmica entre Daniela Mercury e Tony Salles não passou despercebida por outros artistas e pelo público. Nas redes sociais, fãs de Daniela defenderam sua postura, destacando seus 40 anos de contribuição ao Carnaval e ao axé. “O homem chega atrasado, quer passar por cima e ela que é culpada? Respeita a rainha”, escreveu um usuário no X. Já apoiadores de Tony argumentaram que o cantor estava apenas tentando cumprir seus compromissos, com comentários como “Ele pediu desculpas, o Carnaval é correria mesmo”.

Entre os colegas de profissão, a reação foi mais contida. Ivete Sangalo, outra gigante do axé, foi mencionada por Daniela durante uma alfinetada no dia 4 de março, mas não se pronunciou diretamente sobre o caso. A humorista Antônia Fontenelle, ex-Globo, saiu em defesa de Tony, criticando Daniela como “chata” e questionando sua relevância atual, o que gerou ainda mais discussão online. A troca de farpas, embora resolvida formalmente, deixou um rastro de opiniões divididas sobre respeito, hierarquia e organização na folia baiana.







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