Atriz de Tieta superou câncer em 1989, enfrentou recaída e faleceu aos 64 anos

Françoise Forton, nome marcante da teledramaturgia brasileira, deixou um legado inesquecível nas telas e nos palcos ao longo de mais de cinco décadas de carreira. Conhecida por papéis como Helena Trindade na novela Tieta, atualmente em reprise na Globo, a atriz faleceu em 16 de janeiro de 2022, aos 64 anos, após uma longa batalha contra o câncer. A doença, que ela enfrentou pela primeira vez em 1989, retornou anos depois, culminando em sua internação por quatro meses até o desfecho trágico. Sua trajetória, iniciada ainda na infância, reflete a dedicação de uma artista versátil que transitou entre teatro, televisão e cinema, conquistando o público com talento e carisma. Com a reprise de Tieta em andamento, sua história volta a ganhar destaque, reacendendo memórias de uma carreira brilhante interrompida precocemente.

A luta de Françoise contra o câncer começou cedo, aos 32 anos, quando foi diagnosticada com a doença no colo do útero. Na época, a atriz optou por uma cirurgia radical, retirando o útero para evitar complicações futuras, uma decisão que lhe permitiu seguir em frente por mais de três décadas. Contudo, em 2021, o câncer reapareceu, desta vez de forma mais agressiva, levando-a a um tratamento intensivo que não conseguiu reverter o quadro. Sua morte, em uma clínica no Rio de Janeiro, abalou colegas de profissão e fãs, que se despediram nas redes sociais com mensagens de carinho e admiração por uma mulher que marcou gerações.

Além de sua força diante das adversidades pessoais, Françoise Forton construiu uma carreira sólida desde os 8 anos, quando estreou no teatro. Passando por papéis memoráveis em novelas como O Clone, Perigosas Peruas e Estúpido Coração, ela se consolidou como uma das grandes estrelas da dramaturgia nacional. O texto a seguir detalha os principais momentos de sua vida, os desafios enfrentados na saúde e o impacto de seu trabalho, que continua vivo na memória do público brasileiro.

Início precoce marca trajetória de Françoise Forton

Aos 8 anos, Françoise Forton deu os primeiros passos no mundo artístico ao participar da peça teatral Pais Abstratos, em 1965. Nascida em Niterói, no Rio de Janeiro, em 8 de julho de 1957, ela demonstrou desde cedo um talento natural que a levaria a explorar diferentes plataformas ao longo da vida. Quatro anos após a estreia nos palcos, em 1969, a jovem atriz apareceu pela primeira vez na televisão, com uma participação na novela A Última Valsa, escrita por Glória Magadan. Apesar do papel pequeno, a experiência abriu portas para uma carreira que logo ganharia projeção.

Em 1973, já com alguma experiência acumulada, Françoise retornou às telas como a namorada de Tuco na primeira versão de A Grande Família, exibida pela Globo. O reconhecimento nacional, no entanto, veio em 1974, com a personagem Estrada de Ferro, na novela Fogo sobre Terra. A rebeldia e a energia da personagem cativaram o público, pavimentando o caminho para que ela assumisse protagonistas em tramas como Cuca Legal e Estúpido Coração. Esses trabalhos intensos, porém, levaram a um hiato de sete anos na televisão, período em que a atriz se dedicou a outros projetos antes de voltar em 1983 com Bebê a Bordo.

No cinema, sua estreia também aconteceu cedo, ainda na juventude, consolidando-a como uma artista versátil. A habilidade de transitar entre diferentes meios artísticos foi uma das marcas de sua carreira, que somou mais de 30 trabalhos na televisão, além de peças teatrais e filmes. Papéis como o de Helena Trindade em Tieta, exibida originalmente em 1989, mostraram sua capacidade de dar vida a personagens complexas, reforçando seu lugar entre os grandes nomes da dramaturgia brasileira.

Luta contra o câncer define capítulos difíceis da vida da atriz

Diagnosticada com câncer de colo do útero em 1989, Françoise Forton enfrentou um dos momentos mais desafiadores de sua vida. Aos 32 anos, ela passou por uma cirurgia para retirada do útero, uma medida drástica que visava eliminar o risco de recorrência da doença. O procedimento, realizado no mesmo ano em que Tieta estreava na Globo, permitiu que a atriz continuasse sua carreira sem interrupções significativas na época. Por mais de 30 anos, ela viveu sem sinais do câncer, dedicando-se a novos projetos e à família.

O retorno da doença, em 2021, pegou todos de surpresa. Desta vez, o tumor se mostrou mais agressivo, exigindo internação prolongada e tratamentos intensivos. Durante os últimos quatro meses de vida, Françoise permaneceu em uma clínica no Rio de Janeiro, lutando contra as complicações da doença. Apesar dos esforços médicos, ela não resistiu, falecendo em 16 de janeiro de 2022. A notícia de sua morte foi recebida com comoção por amigos, colegas e fãs, que destacaram sua coragem e resiliência diante das adversidades.

Entre as homenagens prestadas, a atriz Letícia Spiller publicou uma mensagem emocionada nas redes sociais, desejando paz e luz à colega e força à família. Outros artistas, como Miguel Falabella e Lília Cabral, também expressaram tristeza pela perda de uma profissional admirada. A luta de Françoise contra o câncer, travada em duas fases distintas de sua vida, tornou-se um símbolo de sua determinação, tanto na vida pessoal quanto na artística.

Carreira repleta de papéis memoráveis na TV brasileira

Françoise Forton construiu uma carreira que atravessou gerações, com atuações marcantes em diversas novelas da Globo e da Record TV. Após o sucesso em Fogo sobre Terra, ela brilhou como protagonista em Cuca Legal (1975) e Estúpido Coração (1976), consolidando seu espaço na teledramaturgia. O papel de Helena Trindade em Tieta, em 1989, veio em um momento crucial, logo após sua primeira batalha contra o câncer, e permanece como um de seus trabalhos mais lembrados, especialmente com a reprise iniciada em 2025.

Outras novelas também destacaram seu talento. Em Perigosas Peruas (1992), ela deu vida a uma personagem leve e divertida, enquanto em O Clone (2001) mostrou versatilidade ao interpretar Simone, em uma trama que abordava temas culturais profundos. Mais tarde, em I Love Paraisópolis (2015) e Tempo de Amar (2017), Françoise continuou a encantar o público com atuações consistentes. Seu último trabalho na televisão foi em 2019, na novela Amor Sem Igual, da Record TV, onde viveu as personagens Madame Olympia e Emília Pinto Alvares.

A seguir, alguns dos principais marcos de sua trajetória na TV:

• 1974: Fogo sobre Terra – Estrada de Ferro, papel que a lançou ao estrelato.
• 1989: Tieta – Helena Trindade, personagem em reprise atualmente.
• 2001: O Clone – Simone, atuação em uma novela de grande repercussão.
• 2019: Amor Sem Igual – Último trabalho, com dupla interpretação.

Cronologia da vida e carreira de Françoise Forton

A trajetória de Françoise Forton pode ser acompanhada por marcos significativos que misturam conquistas profissionais e desafios pessoais. Veja os principais eventos que definiram sua história:

• 1957: Nascimento em Niterói, Rio de Janeiro, em 8 de julho.
• 1965: Estreia no teatro aos 8 anos com a peça Pais Abstratos.
• 1969: Primeira aparição na TV em A Última Valsa.
• 1989: Diagnóstico de câncer de colo do útero e cirurgia para retirada do útero.
• 2021: Reaparecimento do câncer, seguido de internação.
• 2022: Falecimento em 16 de janeiro, aos 64 anos.

Esses momentos mostram como Françoise conciliou uma carreira prolífica com períodos de adversidade, mantendo-se ativa no meio artístico até seus últimos anos. Sua despedida das telas, em 2019, e a luta final contra o câncer, em 2022, encerraram uma jornada que deixou marcas profundas na cultura brasileira.

Legado de Françoise Forton segue vivo nas reprises e na memória

Com a reprise de Tieta em 2025, o público tem a chance de revisitar o talento de Françoise Forton em um de seus papéis mais icônicos. A novela, originalmente exibida entre 1989 e 1990, trouxe à tona a história de Helena Trindade, personagem que reflete a força e a complexidade que a atriz carregava em suas interpretações. A exibição atual reforça a relevância de seu trabalho, alcançando novas gerações e reacendendo o carinho dos fãs antigos.

Fora das telas, Françoise deixou um filho, Guilherme Fourton Viotti, fruto de seu casamento com o físico Ênio Viotti entre 1978 e 1982, além de duas enteadas e o marido, o produtor teatral Eduardo Barata, com quem se casou em 2014. A família, abalada pela perda, recebeu apoio de amigos e admiradores que reconheceram o impacto da atriz na arte e na vida pessoal. Sua morte, aos 64 anos, interrompeu uma carreira que ainda tinha muito a oferecer, mas seu legado permanece intacto.

Homenagens póstumas inundaram as redes sociais em 2022, com mensagens que destacavam tanto sua contribuição artística quanto sua luta contra o câncer. Colegas de elenco e diretores lembraram a generosidade e o profissionalismo de Françoise, enquanto o público celebrou a chance de revê-la em papéis que marcaram época. A reprise de Tieta, agora em destaque, é um testemunho de como seu trabalho continua a emocionar e inspirar.