
Cada competitiva é subdividida em longa-metragem e curta-metragem
A Bahia está prestes a mais uma vez ser palco de uma celebração ao cinema. A 20ª edição do festival Panorama Internacional Coisa de Cinema acontece entre os dias 2 e 9 de abril, no Cine Glauber Rocha e na Sala Walter da Silveira, em Salvador.
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Durante a coletiva de imprensa, realizada no Cine Glauber Rocha, na tarde desta segunda (17), foram anunciados os 62 filmes que estarão participando da parte competitiva do festival, dividida nas categorias baiana, nacional e internacional.
Cada competitiva é subdividida em longa-metragem e curta-metragem. Assim como na edição anterior, os filmes da Competitiva Baiana também concorrem ao Prêmio Flavia Abubakir, que vai destinar R$ 50 mil para o melhor longa e R$ 10 mil para o melhor curta. Uma das novidades para a nova edição é a exibição de cópias restauradas de algumas produções brasileiras. Um dos filmes que será exibido é “Bye, Bye Brasil”, do diretor Cacá Diegues, que faleceu em fevereiro deste ano.
O grande foco do evento será um seminário que vai discutir estratégias para os brasileiros consumirem mais obras nacionais. Serão convidados gerentes de sala de cinema do país inteiro para conversar sobre formas de dar mais visibilidade para as produções do Brasil. “São poucos os filmes brasileiros que acabam atraindo a atenção do grande público. Em 2023, nós tivemos 246 filmes brasileiros lançados no circuito comercial, mas apenas 3% de ingressos comprados [foram] para o cinema brasileiro”, disse Cláudio Marques, idealizador e coordenador geral do Panorama.

Apesar do baixo desempenho em 2023, houve uma virada de chave na produção cinematográfica brasileira durante o ano passado. O desempenho de “Ainda Estou Aqui” foi responsável por despertar o interesse do público em conhecer mais o cinema do próprio país. “Em 2024 seria pior ainda, mas apareceu três filmes, que é Chico Bento, O Auto da Compadecida 2 e Ainda Estou Aqui. O Ainda Estou Aqui não precisava nem ganhar o Oscar para a gente falar que é um filme vencedor, ele foi capaz de trazer para as salas de cinemas mais de 5 milhões de pessoas”, acrescentou Cláudio.
O criador do Panorama aponta que conversar com os responsáveis pela exibição dos filmes é a chave para entender como contornar o problema do pouco consumo de obras nacionais. Para ele, caso essa questão não seja resolvida agora, isso pode significar o “fim do cinema nacional”. “A história do cinema brasileiro mostra que temos ciclos produtivos. Se a gente não conseguir consertar dessa vez, vai acabar o cinema brasileiro de novo, mais uma vez. O seminario para mim é uma grande renovação do Panorama. Estamos colocando o exibidor no mesmo patamar do diretor, ele é tão importante quanto”, garantiu.
A nova edição também marca o retorno do Panorama para o município de Cachoeira, localizado no interior da Bahia. O evento vai ocorrer entre os dias 2 e 6 de abril, no Cineteatro Cachoeirano. Apesar de não ter sediado o festival em sua última edição, o município tem uma relação de longa data com o projeto. “Eu acho importantíssimo a gente descentralizar. A gente ainda tem muitas cidades que não tem uma sala de cinema. A gente quer levar uma programação cultural para lá e também fazer com que o realizador baiano discuta sua obra no interior do estado”, ressaltou Marília Hughes, coordenadora geral de produção do Panorama.
A relação da Bahia com o cinema é muito antiga e vem ganhando cada vez mais força. Para Marília, a terra do cineasta Glauber Rocha está vivendo um ótimo momento no cenário audiovisual. “Eu sinto uma força, uma renovação, pessoas novas chegando, muita coisa acontecendo. Nesses pouco mais de 20 anos que eu me dedico ao cinema, eu acho que a gente nunca esteve num momento tão rico, de novos realizadores, de novos festivais”, observou.

Durante fevereiro deste ano aconteceu o lançamento da Bahia Filmes, a primeira empresa estadual de audiovisual do país. A coordenadora geral do Panorama aponta que esse marco simboliza um grande passo para um maior reconhecimento do cinema enquanto área profissional. “Quando você sabe que tem política pública, você obviamente motiva muita gente a escolher essa profissão. Isso garante uma renovação, novos talentos chegando, produções acontecendo. Eu acho que a presença do poder público hoje, tanto a nível municipal quanto ao estadual, em relação ao cinema, é algo que cria um cenário extremamente rico para a gente estar explorando”, argumentou.
Durante o período do festival, é comum ver as salas de cinema da capital baiana estarem cheias. Marília aponta que o principal objetivo da equipe do Panorama é fazer com que isso se torne rotineiro mesmo após o fim do festival. “A gente trabalha muito para esse evento acontecer, mas a nossa luta é para que a sala esteja cheia o ano todo. A gente vai convocar esse público que só vem aqui durante o festival para pensar nisso”, afirmou.
LISTA DOS FILMES SELECIONADOS
Competitiva Nacional
Longas (8 filmes)
Ainda Não É Amanhã, de Milena Times (PE)
A Queda do Céu, de Gabriela Carneiro da Cunha e Eryk Rocha (BR/ITA/FR)
Centro Ilusão, de Pedro Diógenes (CE)
Mambembe, de Fábio Meira (GO)
O Deserto de Akin, de Bernard Lessa (ES)
O Silêncio das Ostras, de Marcos Pimentel (MG)
Suçuarana, de Clarissa Campolina e Sérgio Borges (MG)
Vasta Natureza De Minha Mãe, de Aristótelis Tothi e Inez dos Santos (GO)
Curtas (15 filmes)
Amarela, de André Hayato Saito (SP)
Cavalo Marinho, de Leo Tabosa (PE)
Como Nasce um Rio, de Luma Flôres (BA)
Da Pele Prata, de Safira Moreira (BA)
E o Seu Corpo é Belo, de Yuri Costa (RJ)
Fenda, de Lis Paim (CE)
Júpiter, de Carlos Segundo (MG)
Linda do Rosário, de Vladimir Seixas (RJ)
Maputo, de Lucas Abrahão (SP)
Mar de Dentro, de Lia Letícia (PE)
O Mediador, de Marcus Curvelo (BA)
O Silêncio Elementar, de Mariana de Melo (MG)
Queimando por Dentro, de Enock Carvalho e Matheus Farias (PE)
Vollúpya, de Eri Sarmet e Jocimar Dias Jr. (RJ)
Zoya, de Larissa Dardania (RJ)
Competitiva Baiana
Longas (5 filmes)
Catadoras, de Dayse Porto
Jamex e o Fim do Medo, de Ramon Coutinho
O Samba Antes do Samba, de Paulo Alcoforado
Quem é essa Mulher?, de Mariana Jaspe
WR Discos – Uma Invenção Musical, de Nuno Penna e Maira Cristina
Curtas (16 filmes)
A Ligação – Marcelo Levandoski
Ataques Psicotrônicos – Calebe Lopes
Através do Som – PH Silva
Bárbara – Vilma Carlas Martins
Borderô – Hilda Lopes Pontes e Klaus Hastenreiter
Desconstruindo Lene – Guilherme Maia
Marcos, O Errante – Thiago Brandão
Menina Espoleta e os Super-heróis Secretos – Paula Lice, Pedro Perazzo e Tais Bichara
Meu Pai e a Praia – Marcos Alexandre
Na Volta eu te Encontro – Urânia Munzanzu
O Amor não Cabe na Sala – Marcelo Matos de Oliveira e Wallace Nogueira
Palavra – DF Fuiza
Tigrezza – Vinicius Eliziário
Vovó foi para o Céu – Hilda Lopes Pontes e Klaus Hastenreiter
Volta Ao Mundo, Kamará – Eduardo Tosta e Karol Azevedo
Ymburana – Mamirawá
Competitiva Internacional
Longas (6 filmes)
Ánimu, de Miguel Kohan [Argentina]
Agárrame Fuerte (Agarre-me forte), de Ana Guevara e Leticia Jorge [Uruguai]
A Savana e a Montanha, de Paulo Carneiro [Portugal/Uruguai]
Intercepted (Interceptado), de Oksana Karpovych [Canadá/França/Ucrânia]
Les Âmes Bossales (As almas bossais), de François Perlier (França/Haiti)
Marching in the Dark (Caminhando no escuro), de Kinshuk Surjan (Índia/Holanda/Bélgica)
Curtas (12 filmes)
Across The Waters (Através das águas), de Viv Li [França]
Aferrado, de Esteban Azuela [México]
A Move (Um movimento), de Elahe Esmaili [Irã/Reino Unido]
Ce Qui Appartient À Cesar (O que pertence a César), de Violette Gitton [França]
City Of Poets (Cidade dos Poetas), de Sara Rajaei [Holanda]
Cross my Heart and Hope to Die (Juro de coração), de Sam Manacsa [Filipinas]
Deus-e-Meio, de Margarida Assis [Portugal]
Lees Waxul (Os segredos não falam), de Yoro Mbaye [Senegal/França/Bélgica]
Loveboard (Quadro de amor), de Felipe Casanova [Bélgica/Suíça]
Mango (Manga), de Randa Ali [Egito]
Sea Salt (Sal Marinho), de Leila Basma [Líbano/Catar]
Sparare Alle Angurie (Atirar em melancias), de Antonio Donato [Reino Unido/Itália]

Cada competitiva é subdividida em longa-metragem e curta-metragem
A Bahia está prestes a mais uma vez ser palco de uma celebração ao cinema. A 20ª edição do festival Panorama Internacional Coisa de Cinema acontece entre os dias 2 e 9 de abril, no Cine Glauber Rocha e na Sala Walter da Silveira, em Salvador.
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Durante a coletiva de imprensa, realizada no Cine Glauber Rocha, na tarde desta segunda (17), foram anunciados os 62 filmes que estarão participando da parte competitiva do festival, dividida nas categorias baiana, nacional e internacional.
Cada competitiva é subdividida em longa-metragem e curta-metragem. Assim como na edição anterior, os filmes da Competitiva Baiana também concorrem ao Prêmio Flavia Abubakir, que vai destinar R$ 50 mil para o melhor longa e R$ 10 mil para o melhor curta. Uma das novidades para a nova edição é a exibição de cópias restauradas de algumas produções brasileiras. Um dos filmes que será exibido é “Bye, Bye Brasil”, do diretor Cacá Diegues, que faleceu em fevereiro deste ano.
O grande foco do evento será um seminário que vai discutir estratégias para os brasileiros consumirem mais obras nacionais. Serão convidados gerentes de sala de cinema do país inteiro para conversar sobre formas de dar mais visibilidade para as produções do Brasil. “São poucos os filmes brasileiros que acabam atraindo a atenção do grande público. Em 2023, nós tivemos 246 filmes brasileiros lançados no circuito comercial, mas apenas 3% de ingressos comprados [foram] para o cinema brasileiro”, disse Cláudio Marques, idealizador e coordenador geral do Panorama.

Apesar do baixo desempenho em 2023, houve uma virada de chave na produção cinematográfica brasileira durante o ano passado. O desempenho de “Ainda Estou Aqui” foi responsável por despertar o interesse do público em conhecer mais o cinema do próprio país. “Em 2024 seria pior ainda, mas apareceu três filmes, que é Chico Bento, O Auto da Compadecida 2 e Ainda Estou Aqui. O Ainda Estou Aqui não precisava nem ganhar o Oscar para a gente falar que é um filme vencedor, ele foi capaz de trazer para as salas de cinemas mais de 5 milhões de pessoas”, acrescentou Cláudio.
O criador do Panorama aponta que conversar com os responsáveis pela exibição dos filmes é a chave para entender como contornar o problema do pouco consumo de obras nacionais. Para ele, caso essa questão não seja resolvida agora, isso pode significar o “fim do cinema nacional”. “A história do cinema brasileiro mostra que temos ciclos produtivos. Se a gente não conseguir consertar dessa vez, vai acabar o cinema brasileiro de novo, mais uma vez. O seminario para mim é uma grande renovação do Panorama. Estamos colocando o exibidor no mesmo patamar do diretor, ele é tão importante quanto”, garantiu.
A nova edição também marca o retorno do Panorama para o município de Cachoeira, localizado no interior da Bahia. O evento vai ocorrer entre os dias 2 e 6 de abril, no Cineteatro Cachoeirano. Apesar de não ter sediado o festival em sua última edição, o município tem uma relação de longa data com o projeto. “Eu acho importantíssimo a gente descentralizar. A gente ainda tem muitas cidades que não tem uma sala de cinema. A gente quer levar uma programação cultural para lá e também fazer com que o realizador baiano discuta sua obra no interior do estado”, ressaltou Marília Hughes, coordenadora geral de produção do Panorama.
A relação da Bahia com o cinema é muito antiga e vem ganhando cada vez mais força. Para Marília, a terra do cineasta Glauber Rocha está vivendo um ótimo momento no cenário audiovisual. “Eu sinto uma força, uma renovação, pessoas novas chegando, muita coisa acontecendo. Nesses pouco mais de 20 anos que eu me dedico ao cinema, eu acho que a gente nunca esteve num momento tão rico, de novos realizadores, de novos festivais”, observou.

Durante fevereiro deste ano aconteceu o lançamento da Bahia Filmes, a primeira empresa estadual de audiovisual do país. A coordenadora geral do Panorama aponta que esse marco simboliza um grande passo para um maior reconhecimento do cinema enquanto área profissional. “Quando você sabe que tem política pública, você obviamente motiva muita gente a escolher essa profissão. Isso garante uma renovação, novos talentos chegando, produções acontecendo. Eu acho que a presença do poder público hoje, tanto a nível municipal quanto ao estadual, em relação ao cinema, é algo que cria um cenário extremamente rico para a gente estar explorando”, argumentou.
Durante o período do festival, é comum ver as salas de cinema da capital baiana estarem cheias. Marília aponta que o principal objetivo da equipe do Panorama é fazer com que isso se torne rotineiro mesmo após o fim do festival. “A gente trabalha muito para esse evento acontecer, mas a nossa luta é para que a sala esteja cheia o ano todo. A gente vai convocar esse público que só vem aqui durante o festival para pensar nisso”, afirmou.
LISTA DOS FILMES SELECIONADOS
Competitiva Nacional
Longas (8 filmes)
Ainda Não É Amanhã, de Milena Times (PE)
A Queda do Céu, de Gabriela Carneiro da Cunha e Eryk Rocha (BR/ITA/FR)
Centro Ilusão, de Pedro Diógenes (CE)
Mambembe, de Fábio Meira (GO)
O Deserto de Akin, de Bernard Lessa (ES)
O Silêncio das Ostras, de Marcos Pimentel (MG)
Suçuarana, de Clarissa Campolina e Sérgio Borges (MG)
Vasta Natureza De Minha Mãe, de Aristótelis Tothi e Inez dos Santos (GO)
Curtas (15 filmes)
Amarela, de André Hayato Saito (SP)
Cavalo Marinho, de Leo Tabosa (PE)
Como Nasce um Rio, de Luma Flôres (BA)
Da Pele Prata, de Safira Moreira (BA)
E o Seu Corpo é Belo, de Yuri Costa (RJ)
Fenda, de Lis Paim (CE)
Júpiter, de Carlos Segundo (MG)
Linda do Rosário, de Vladimir Seixas (RJ)
Maputo, de Lucas Abrahão (SP)
Mar de Dentro, de Lia Letícia (PE)
O Mediador, de Marcus Curvelo (BA)
O Silêncio Elementar, de Mariana de Melo (MG)
Queimando por Dentro, de Enock Carvalho e Matheus Farias (PE)
Vollúpya, de Eri Sarmet e Jocimar Dias Jr. (RJ)
Zoya, de Larissa Dardania (RJ)
Competitiva Baiana
Longas (5 filmes)
Catadoras, de Dayse Porto
Jamex e o Fim do Medo, de Ramon Coutinho
O Samba Antes do Samba, de Paulo Alcoforado
Quem é essa Mulher?, de Mariana Jaspe
WR Discos – Uma Invenção Musical, de Nuno Penna e Maira Cristina
Curtas (16 filmes)
A Ligação – Marcelo Levandoski
Ataques Psicotrônicos – Calebe Lopes
Através do Som – PH Silva
Bárbara – Vilma Carlas Martins
Borderô – Hilda Lopes Pontes e Klaus Hastenreiter
Desconstruindo Lene – Guilherme Maia
Marcos, O Errante – Thiago Brandão
Menina Espoleta e os Super-heróis Secretos – Paula Lice, Pedro Perazzo e Tais Bichara
Meu Pai e a Praia – Marcos Alexandre
Na Volta eu te Encontro – Urânia Munzanzu
O Amor não Cabe na Sala – Marcelo Matos de Oliveira e Wallace Nogueira
Palavra – DF Fuiza
Tigrezza – Vinicius Eliziário
Vovó foi para o Céu – Hilda Lopes Pontes e Klaus Hastenreiter
Volta Ao Mundo, Kamará – Eduardo Tosta e Karol Azevedo
Ymburana – Mamirawá
Competitiva Internacional
Longas (6 filmes)
Ánimu, de Miguel Kohan [Argentina]
Agárrame Fuerte (Agarre-me forte), de Ana Guevara e Leticia Jorge [Uruguai]
A Savana e a Montanha, de Paulo Carneiro [Portugal/Uruguai]
Intercepted (Interceptado), de Oksana Karpovych [Canadá/França/Ucrânia]
Les Âmes Bossales (As almas bossais), de François Perlier (França/Haiti)
Marching in the Dark (Caminhando no escuro), de Kinshuk Surjan (Índia/Holanda/Bélgica)
Curtas (12 filmes)
Across The Waters (Através das águas), de Viv Li [França]
Aferrado, de Esteban Azuela [México]
A Move (Um movimento), de Elahe Esmaili [Irã/Reino Unido]
Ce Qui Appartient À Cesar (O que pertence a César), de Violette Gitton [França]
City Of Poets (Cidade dos Poetas), de Sara Rajaei [Holanda]
Cross my Heart and Hope to Die (Juro de coração), de Sam Manacsa [Filipinas]
Deus-e-Meio, de Margarida Assis [Portugal]
Lees Waxul (Os segredos não falam), de Yoro Mbaye [Senegal/França/Bélgica]
Loveboard (Quadro de amor), de Felipe Casanova [Bélgica/Suíça]
Mango (Manga), de Randa Ali [Egito]
Sea Salt (Sal Marinho), de Leila Basma [Líbano/Catar]
Sparare Alle Angurie (Atirar em melancias), de Antonio Donato [Reino Unido/Itália]