O automobilismo brasileiro vive um momento especial nesta semana com a presença confirmada de dois pilotos na pista durante o treino livre do Grande Prêmio do Bahrein, etapa que marca o início da temporada da Fórmula 1. Felipe Drugovich, reserva da Aston Martin, substituirá Fernando Alonso na primeira sessão de treinos livres, enquanto Gabriel Bortoleto, titular da Sauber, fará sua estreia oficial em um fim de semana de corrida. A dupla recoloca o Brasil em destaque na principal categoria do automobilismo mundial, algo que não acontecia com dois representantes em ação simultânea desde 2016, quando Felipe Massa e Felipe Nasr competiram pela Williams e Sauber, respectivamente. A participação de Drugovich e Bortoleto no Circuito de Sakhir, na sexta-feira, reacende a esperança dos fãs brasileiros por dias de glória nas pistas.
A presença de dois pilotos nacionais em um mesmo treino livre é um marco raro para o Brasil, país que já foi celeiro de grandes nomes como Ayrton Senna, Nelson Piquet e Emerson Fittipaldi. Drugovich, de 24 anos, natural de Maringá, no Paraná, é um talento reconhecido desde sua conquista do título da Fórmula 2 em 2022. Ele assume o cockpit do AMR25, carro da Aston Martin, em cumprimento ao regulamento da F1 que exige que equipes cedam suas vagas a pilotos novatos em ao menos duas sessões de treinos livres por temporada. Já Bortoleto, paulistano de 20 anos, chega como uma das promessas mais brilhantes da nova geração, trazendo no currículo os títulos da Fórmula 3 em 2023 e da Fórmula 2 em 2024, este último conquistado na última etapa, em Abu Dhabi.
Para os entusiastas do esporte a motor, a sessão de sexta-feira, marcada para as 8h30 no horário de Brasília, será uma oportunidade única de ver dois brasileiros acelerando ao mesmo tempo. O Circuito Internacional do Bahrein, com seus 5.412 metros e 15 curvas, é conhecido por ser um traçado exigente, que testa a habilidade dos pilotos e o desempenho dos carros logo no início do campeonato. A expectativa é alta, especialmente porque a Sauber, equipe de Bortoleto, busca evolução após um 2024 sem pontos, enquanto a Aston Martin, de Drugovich, quer consolidar sua posição entre as equipes de ponta.
Um retorno aguardado ao grid
Após anos de ausência de pilotos brasileiros como titulares na Fórmula 1, a chegada de Gabriel Bortoleto à Sauber marca o fim de um jejum que durava desde 2017, quando Felipe Massa se aposentou pela Williams. Antes disso, o Brasil teve uma breve participação de Pietro Fittipaldi em 2020, substituindo Romain Grosjean na Haas após um grave acidente no próprio GP do Bahrein, mas sem status de titular. Agora, com Bortoleto firmado como piloto principal e Drugovich mostrando seu potencial como reserva, o país volta a sonhar com protagonismo nas pistas internacionais.
Bortoleto, que assinou um contrato plurianual com a Sauber, traz uma trajetória meteórica. Nascido em São Paulo, ele começou no kart aos sete anos e rapidamente se destacou, conquistando títulos no Brasil antes de migrar para a Europa. Sua carreira nas categorias de base impressiona: em 2020, estreou na Fórmula 4 italiana com a equipe Prema, terminando em quinto lugar no campeonato. Três anos depois, já na Fórmula 3, levantou o troféu de campeão em sua temporada de estreia com a Trident, vencendo corridas como a do Bahrein e da Austrália. Em 2024, na Fórmula 2 pela Invicta Racing, confirmou seu talento ao vencer o título com uma vantagem apertada sobre o francês Isack Hadjar.
Drugovich, por sua vez, já é um nome consolidado no paddock da Fórmula 1, mesmo sem uma vaga de titular. Sua vitória na Fórmula 2 em 2022 o colocou no radar das grandes equipes, e desde então ele atua como piloto de testes e reserva da Aston Martin. Em 2024, participou de duas sessões de treinos livres, no México e em Abu Dhabi, onde chegou a terminar em nono lugar, à frente de Alonso. Sua experiência em categorias de base e nos testes com o carro da equipe inglesa o credenciam como um dos brasileiros mais preparados para assumir um assento fixo no futuro.
O desafio de representar o Brasil na F1
Competir na Fórmula 1 carrega um peso especial para pilotos brasileiros, dado o legado deixado por ídolos como Senna, Piquet e Fittipaldi. Juntos, esses tricampeões mundiais somam oito títulos e mais de 100 vitórias, números que colocam o Brasil como o terceiro país mais vitorioso na história da categoria, atrás apenas de Reino Unido e Alemanha. Bortoleto já declarou em entrevistas que se inspira em Senna, adotando um capacete com design semelhante ao do tricampeão e buscando replicar sua garra nas pistas.
Drugovich também carrega esse orgulho nacional. Apesar de ainda não ter estreado como titular, ele já manifestou o desejo de ouvir o hino brasileiro no pódio, um sonho que compartilha com Bortoleto. A presença simultânea dos dois no treino livre do Bahrein simboliza uma renovação no automobilismo nacional, que por anos sofreu com a falta de representantes fixos no grid. Desde a saída de Massa, apenas pilotos como Felipe Nasr, que correu entre 2015 e 2016, e Pietro Fittipaldi, em participações pontuais, mantiveram a bandeira verde-amarela viva na categoria.
A sessão no Bahrein não será apenas uma demonstração de talento, mas também uma chance de os dois pilotos mostrarem serviço às suas equipes. Para Bortoleto, é a primeira oportunidade de pilotar o C45 da Sauber em um fim de semana oficial de corrida, enquanto Drugovich busca impressionar a Aston Martin e reforçar sua posição como candidato a uma vaga fixa. O desempenho de ambos pode abrir portas para um futuro ainda mais promissor na Fórmula 1.
Trajetórias que convergem no Bahrein
Gabriel Bortoleto chega ao GP do Bahrein com a responsabilidade de estrear como titular em uma equipe que passa por transformações. A Sauber, que será Audi em 2026, vive um momento de transição, apostando em jovens talentos como o brasileiro e no experiente Nico Hulkenberg para pavimentar o caminho rumo a dias melhores. Nos testes de pré-temporada, realizados em fevereiro no mesmo circuito, a equipe enfrentou desafios, como um problema hidráulico no carro de Bortoleto e uma quilometragem abaixo da média em comparação com rivais. Ainda assim, o jovem piloto mostrou consistência e adaptação ao novo ambiente.
Já Felipe Drugovich tem uma relação mais longa com a Fórmula 1, ainda que nos bastidores. Desde que se juntou à Aston Martin, ele participou de testes e sessões de simulador, acumulando experiência valiosa. Sua participação no treino livre do Bahrein será a primeira de 2025, mas ele já demonstrou competência em oportunidades anteriores. No GP de Abu Dhabi de 2024, por exemplo, terminou à frente de Alonso, um bicampeão mundial, o que reforça sua capacidade de competir em alto nível quando ganha uma chance.
Os caminhos dos dois pilotos se cruzaram antes mesmo da Fórmula 1. Amigos de longa data, Drugovich e Bortoleto cultivam uma relação de apoio mútuo. Em entrevistas, o mais jovem já destacou como o paranaense o ajudou com dicas ao longo da carreira, especialmente durante a transição para as categorias de base na Europa. Agora, dividindo a pista no Bahrein, eles têm a chance de mostrar que o Brasil segue produzindo pilotos de qualidade.
- Momentos marcantes das carreiras:
- Bortoleto venceu sua primeira corrida na Fórmula 3 logo na estreia, no Bahrein, em 2023.
- Drugovich dominou a Fórmula 2 em 2022, conquistando o título com três corridas de antecedência.
- Ambos competiram no kart brasileiro antes de migrar para a Europa, seguindo um caminho comum entre os pilotos do país.
O que esperar do treino livre no Bahrein
A sessão de treinos livres do GP do Bahrein será um teste inicial para Bortoleto e Drugovich, cada um com objetivos distintos. Para o piloto da Sauber, o foco está em se adaptar ao carro e coletar dados para a equipe, que ainda busca melhorar seu desempenho após um 2024 difícil. A Sauber terminou o último campeonato como a única equipe sem pontos, o que coloca pressão sobre o jovem brasileiro e seu companheiro Hulkenberg para iniciarem uma recuperação.
Drugovich, por outro lado, terá a missão de aproveitar ao máximo os minutos no AMR25. Substituir Fernando Alonso, um dos pilotos mais experientes do grid, é uma responsabilidade e tanto, mas também uma vitrine. A Aston Martin, que terminou 2024 em quinto lugar no Mundial de Construtores, aposta em sua dupla titular, Alonso e Lance Stroll, mas mantém Drugovich como uma opção sólida para o futuro. Um bom desempenho no Bahrein pode fortalecer sua posição na equipe.
O Circuito de Sakhir, com suas longas retas e curvas de média e alta velocidade, será um desafio para ambos. A pista exige um acerto aerodinâmico preciso e uma pilotagem agressiva, características que Bortoleto e Drugovich já demonstraram em suas carreiras. A temperatura elevada do deserto barenita também testará a resistência dos pilotos e a confiabilidade dos carros, algo crucial nesta fase inicial da temporada.
Histórico brasileiro no Bahrein
O GP do Bahrein já foi palco de momentos memoráveis para pilotos brasileiros. Em 2004, Rubens Barrichello terminou em segundo lugar pela Ferrari, um de seus muitos pódios na categoria. Felipe Massa, outro destaque nacional, venceu a corrida em 2007 e 2008, também pela equipe italiana, consolidando seu nome entre os grandes do esporte. Até mesmo Pietro Fittipaldi teve sua estreia na Fórmula 1 ligada ao circuito, substituindo Grosjean em 2020 após o acidente que chocou o mundo do automobilismo.
Bortoleto já tem uma conexão especial com o traçado. Foi lá, em 2023, que ele venceu sua primeira corrida na Fórmula 3, dando o pontapé inicial para uma temporada vitoriosa. Agora, como piloto de Fórmula 1, ele retorna ao mesmo circuito com a missão de iniciar sua jornada na categoria principal com o pé direito. Drugovich, embora ainda não tenha competido oficialmente no Bahrein como titular, traz a experiência acumulada em testes e treinos livres para fazer uma boa apresentação.
A participação simultânea dos dois brasileiros no treino livre reacende memórias de 2016, quando Felipe Massa e Felipe Nasr dividiram o grid. Naquele ano, Nasr chegou a pontuar no GP da Austrália, enquanto Massa terminou em quinto no Bahrein, mostrando competitividade mesmo em equipes distintas. Hoje, Bortoleto e Drugovich representam uma nova geração que busca repetir esses feitos e, quem sabe, superá-los.
Perspectivas para a temporada
Além do treino livre, o GP do Bahrein marca o início oficial da temporada da Fórmula 1, com a corrida principal agendada para domingo, às 12h no horário de Brasília. Bortoleto terá seu primeiro grande teste como titular, enfrentando um grid repleto de campeões como Max Verstappen, Lewis Hamilton e o próprio Alonso, que retorna ao cockpit da Aston Martin após ceder lugar a Drugovich na sexta-feira. A Sauber, embora não seja favorita às primeiras posições, aposta no talento do brasileiro para começar a construir uma base sólida.
Drugovich, mesmo sem correr a prova principal, ganha visibilidade em um momento estratégico. A Fórmula 1 vive uma fase de renovação, com novatos como Andrea Kimi Antonelli, da Mercedes, e Jack Doohan, da Alpine, estreando como titulares. Um desempenho sólido no treino livre pode colocá-lo na mira de outras equipes ou reforçar sua posição como substituto imediato na Aston Martin, caso Alonso ou Stroll enfrentem imprevistos ao longo do ano.
A temporada de 2025 promete ser intensa, com 24 corridas no calendário, incluindo o GP de São Paulo, em Interlagos, que segue como um dos eventos mais aguardados pelos fãs brasileiros. Para Bortoleto e Drugovich, cada oportunidade na pista é um passo rumo ao reconhecimento internacional e à possibilidade de reviver os tempos áureos do Brasil na Fórmula 1.
Números que contam a história
Os números ajudam a entender a relevância da participação brasileira no GP do Bahrein e na Fórmula 1 como um todo. Bortoleto será o 33º piloto do país a competir na categoria, enquanto Drugovich reforça a lista de talentos que buscam uma chance fixa. O Brasil acumula 101 vitórias na história da F1, com destaque para os 41 triunfos de Senna, os 23 de Piquet e os 14 de Fittipaldi.
A presença de dois pilotos em um mesmo treino livre é um feito que remete a momentos históricos. Em 2015, por exemplo, Massa e Nasr competiram juntos em várias corridas, enquanto nomes como Rubens Barrichello e Luciano Burti chegaram a dividir o grid em 2001. Agora, Bortoleto e Drugovich têm a chance de escrever um novo capítulo nessa trajetória.
- Estatísticas do Brasil na F1:
- 8 títulos mundiais conquistados por pilotos brasileiros.
- 101 vitórias em Grandes Prêmios.
- 33 pilotos brasileiros na história da categoria, com Bortoleto como o mais recente.
Calendário do fim de semana no Bahrein
O GP do Bahrein segue um cronograma tradicional, com atividades distribuídas ao longo de três dias. A participação de Drugovich e Bortoleto no treino livre 1 é apenas o começo de um fim de semana movimentado no Circuito de Sakhir.
- Programação do GP do Bahrein (horário de Brasília):
- Sexta-feira, 8h30: Treino Livre 1 (com Drugovich e Bortoleto).
- Sexta-feira, 12h: Treino Livre 2.
- Sábado, 9h: Treino Livre 3.
- Sábado, 12h: Classificação.
- Domingo, 12h: Corrida principal.
O treino livre de sexta-feira será transmitido ao vivo, permitindo que os fãs brasileiros acompanhem de perto a performance da dupla. Para Bortoleto, é o início de uma longa jornada na Fórmula 1, enquanto Drugovich busca consolidar seu espaço em uma das equipes mais promissoras do grid atual.
Um marco para o automobilismo nacional
Ver dois pilotos brasileiros na pista ao mesmo tempo reacende a paixão de um país que cresceu assistindo às vitórias de seus ídolos nas manhãs de domingo. A Fórmula 1, que por anos foi sinônimo de conquistas brasileiras, agora tem em Bortoleto e Drugovich representantes de uma nova era. O treino livre do Bahrein não é apenas uma sessão de preparação, mas um símbolo de renovação para o esporte a motor no Brasil.
Enquanto Bortoleto inicia sua trajetória como titular, Drugovich segue provando que tem talento para ir além do papel de reserva. Juntos, eles carregam a responsabilidade de honrar um legado de mais de sete décadas, que começou com Chico Landi em 1951 e passou por nomes inesquecíveis como Senna, Piquet e Massa. A pista do Bahrein, iluminada pelo sol do deserto, será o palco onde esses dois jovens pilotos darão o primeiro passo juntos em 2025.
A expectativa em torno do desempenho da dupla é grande, especialmente entre os fãs que acompanham o automobilismo há gerações. Bortoleto, com sua juventude e histórico vencedor, e Drugovich, com sua experiência e determinação, têm tudo para reacender o interesse nacional pela Fórmula 1. O treino livre será apenas o começo de uma temporada que pode marcar o retorno do Brasil ao protagonismo nas pistas mundiais.
Curiosidades sobre os pilotos brasileiros
A presença de Bortoleto e Drugovich no Bahrein traz à tona histórias e fatos interessantes sobre suas carreiras e o automobilismo brasileiro. Ambos seguem uma tradição de pilotos que começaram no kart e buscaram na Europa o caminho para a Fórmula 1, enfrentando desafios financeiros e culturais para se destacar.
- Fatos sobre Bortoleto e Drugovich:
- Bortoleto é o primeiro piloto brasileiro a vencer títulos consecutivos na Fórmula 3 e Fórmula 2 desde Nelson Piquet Jr., em 2006 na GP2 (atual F2).
- Drugovich foi o primeiro brasileiro a conquistar a Fórmula 2 em sua terceira temporada na categoria, em 2022.
- Os dois são amigos desde os tempos de kart e já sonharam em correr juntos como titulares na F1.
O treino livre do GP do Bahrein será mais do que uma sessão técnica. Ele representa a união de duas gerações do automobilismo brasileiro, com Bortoleto trazendo a energia de um estreante e Drugovich oferecendo a maturidade de quem já está inserido no ambiente da Fórmula 1. Para os fãs, é a chance de torcer por dois talentos que podem, em breve, ocupar lugares de destaque no grid.

O automobilismo brasileiro vive um momento especial nesta semana com a presença confirmada de dois pilotos na pista durante o treino livre do Grande Prêmio do Bahrein, etapa que marca o início da temporada da Fórmula 1. Felipe Drugovich, reserva da Aston Martin, substituirá Fernando Alonso na primeira sessão de treinos livres, enquanto Gabriel Bortoleto, titular da Sauber, fará sua estreia oficial em um fim de semana de corrida. A dupla recoloca o Brasil em destaque na principal categoria do automobilismo mundial, algo que não acontecia com dois representantes em ação simultânea desde 2016, quando Felipe Massa e Felipe Nasr competiram pela Williams e Sauber, respectivamente. A participação de Drugovich e Bortoleto no Circuito de Sakhir, na sexta-feira, reacende a esperança dos fãs brasileiros por dias de glória nas pistas.
A presença de dois pilotos nacionais em um mesmo treino livre é um marco raro para o Brasil, país que já foi celeiro de grandes nomes como Ayrton Senna, Nelson Piquet e Emerson Fittipaldi. Drugovich, de 24 anos, natural de Maringá, no Paraná, é um talento reconhecido desde sua conquista do título da Fórmula 2 em 2022. Ele assume o cockpit do AMR25, carro da Aston Martin, em cumprimento ao regulamento da F1 que exige que equipes cedam suas vagas a pilotos novatos em ao menos duas sessões de treinos livres por temporada. Já Bortoleto, paulistano de 20 anos, chega como uma das promessas mais brilhantes da nova geração, trazendo no currículo os títulos da Fórmula 3 em 2023 e da Fórmula 2 em 2024, este último conquistado na última etapa, em Abu Dhabi.
Para os entusiastas do esporte a motor, a sessão de sexta-feira, marcada para as 8h30 no horário de Brasília, será uma oportunidade única de ver dois brasileiros acelerando ao mesmo tempo. O Circuito Internacional do Bahrein, com seus 5.412 metros e 15 curvas, é conhecido por ser um traçado exigente, que testa a habilidade dos pilotos e o desempenho dos carros logo no início do campeonato. A expectativa é alta, especialmente porque a Sauber, equipe de Bortoleto, busca evolução após um 2024 sem pontos, enquanto a Aston Martin, de Drugovich, quer consolidar sua posição entre as equipes de ponta.
Um retorno aguardado ao grid
Após anos de ausência de pilotos brasileiros como titulares na Fórmula 1, a chegada de Gabriel Bortoleto à Sauber marca o fim de um jejum que durava desde 2017, quando Felipe Massa se aposentou pela Williams. Antes disso, o Brasil teve uma breve participação de Pietro Fittipaldi em 2020, substituindo Romain Grosjean na Haas após um grave acidente no próprio GP do Bahrein, mas sem status de titular. Agora, com Bortoleto firmado como piloto principal e Drugovich mostrando seu potencial como reserva, o país volta a sonhar com protagonismo nas pistas internacionais.
Bortoleto, que assinou um contrato plurianual com a Sauber, traz uma trajetória meteórica. Nascido em São Paulo, ele começou no kart aos sete anos e rapidamente se destacou, conquistando títulos no Brasil antes de migrar para a Europa. Sua carreira nas categorias de base impressiona: em 2020, estreou na Fórmula 4 italiana com a equipe Prema, terminando em quinto lugar no campeonato. Três anos depois, já na Fórmula 3, levantou o troféu de campeão em sua temporada de estreia com a Trident, vencendo corridas como a do Bahrein e da Austrália. Em 2024, na Fórmula 2 pela Invicta Racing, confirmou seu talento ao vencer o título com uma vantagem apertada sobre o francês Isack Hadjar.
Drugovich, por sua vez, já é um nome consolidado no paddock da Fórmula 1, mesmo sem uma vaga de titular. Sua vitória na Fórmula 2 em 2022 o colocou no radar das grandes equipes, e desde então ele atua como piloto de testes e reserva da Aston Martin. Em 2024, participou de duas sessões de treinos livres, no México e em Abu Dhabi, onde chegou a terminar em nono lugar, à frente de Alonso. Sua experiência em categorias de base e nos testes com o carro da equipe inglesa o credenciam como um dos brasileiros mais preparados para assumir um assento fixo no futuro.
O desafio de representar o Brasil na F1
Competir na Fórmula 1 carrega um peso especial para pilotos brasileiros, dado o legado deixado por ídolos como Senna, Piquet e Fittipaldi. Juntos, esses tricampeões mundiais somam oito títulos e mais de 100 vitórias, números que colocam o Brasil como o terceiro país mais vitorioso na história da categoria, atrás apenas de Reino Unido e Alemanha. Bortoleto já declarou em entrevistas que se inspira em Senna, adotando um capacete com design semelhante ao do tricampeão e buscando replicar sua garra nas pistas.
Drugovich também carrega esse orgulho nacional. Apesar de ainda não ter estreado como titular, ele já manifestou o desejo de ouvir o hino brasileiro no pódio, um sonho que compartilha com Bortoleto. A presença simultânea dos dois no treino livre do Bahrein simboliza uma renovação no automobilismo nacional, que por anos sofreu com a falta de representantes fixos no grid. Desde a saída de Massa, apenas pilotos como Felipe Nasr, que correu entre 2015 e 2016, e Pietro Fittipaldi, em participações pontuais, mantiveram a bandeira verde-amarela viva na categoria.
A sessão no Bahrein não será apenas uma demonstração de talento, mas também uma chance de os dois pilotos mostrarem serviço às suas equipes. Para Bortoleto, é a primeira oportunidade de pilotar o C45 da Sauber em um fim de semana oficial de corrida, enquanto Drugovich busca impressionar a Aston Martin e reforçar sua posição como candidato a uma vaga fixa. O desempenho de ambos pode abrir portas para um futuro ainda mais promissor na Fórmula 1.
Trajetórias que convergem no Bahrein
Gabriel Bortoleto chega ao GP do Bahrein com a responsabilidade de estrear como titular em uma equipe que passa por transformações. A Sauber, que será Audi em 2026, vive um momento de transição, apostando em jovens talentos como o brasileiro e no experiente Nico Hulkenberg para pavimentar o caminho rumo a dias melhores. Nos testes de pré-temporada, realizados em fevereiro no mesmo circuito, a equipe enfrentou desafios, como um problema hidráulico no carro de Bortoleto e uma quilometragem abaixo da média em comparação com rivais. Ainda assim, o jovem piloto mostrou consistência e adaptação ao novo ambiente.
Já Felipe Drugovich tem uma relação mais longa com a Fórmula 1, ainda que nos bastidores. Desde que se juntou à Aston Martin, ele participou de testes e sessões de simulador, acumulando experiência valiosa. Sua participação no treino livre do Bahrein será a primeira de 2025, mas ele já demonstrou competência em oportunidades anteriores. No GP de Abu Dhabi de 2024, por exemplo, terminou à frente de Alonso, um bicampeão mundial, o que reforça sua capacidade de competir em alto nível quando ganha uma chance.
Os caminhos dos dois pilotos se cruzaram antes mesmo da Fórmula 1. Amigos de longa data, Drugovich e Bortoleto cultivam uma relação de apoio mútuo. Em entrevistas, o mais jovem já destacou como o paranaense o ajudou com dicas ao longo da carreira, especialmente durante a transição para as categorias de base na Europa. Agora, dividindo a pista no Bahrein, eles têm a chance de mostrar que o Brasil segue produzindo pilotos de qualidade.
- Momentos marcantes das carreiras:
- Bortoleto venceu sua primeira corrida na Fórmula 3 logo na estreia, no Bahrein, em 2023.
- Drugovich dominou a Fórmula 2 em 2022, conquistando o título com três corridas de antecedência.
- Ambos competiram no kart brasileiro antes de migrar para a Europa, seguindo um caminho comum entre os pilotos do país.
O que esperar do treino livre no Bahrein
A sessão de treinos livres do GP do Bahrein será um teste inicial para Bortoleto e Drugovich, cada um com objetivos distintos. Para o piloto da Sauber, o foco está em se adaptar ao carro e coletar dados para a equipe, que ainda busca melhorar seu desempenho após um 2024 difícil. A Sauber terminou o último campeonato como a única equipe sem pontos, o que coloca pressão sobre o jovem brasileiro e seu companheiro Hulkenberg para iniciarem uma recuperação.
Drugovich, por outro lado, terá a missão de aproveitar ao máximo os minutos no AMR25. Substituir Fernando Alonso, um dos pilotos mais experientes do grid, é uma responsabilidade e tanto, mas também uma vitrine. A Aston Martin, que terminou 2024 em quinto lugar no Mundial de Construtores, aposta em sua dupla titular, Alonso e Lance Stroll, mas mantém Drugovich como uma opção sólida para o futuro. Um bom desempenho no Bahrein pode fortalecer sua posição na equipe.
O Circuito de Sakhir, com suas longas retas e curvas de média e alta velocidade, será um desafio para ambos. A pista exige um acerto aerodinâmico preciso e uma pilotagem agressiva, características que Bortoleto e Drugovich já demonstraram em suas carreiras. A temperatura elevada do deserto barenita também testará a resistência dos pilotos e a confiabilidade dos carros, algo crucial nesta fase inicial da temporada.
Histórico brasileiro no Bahrein
O GP do Bahrein já foi palco de momentos memoráveis para pilotos brasileiros. Em 2004, Rubens Barrichello terminou em segundo lugar pela Ferrari, um de seus muitos pódios na categoria. Felipe Massa, outro destaque nacional, venceu a corrida em 2007 e 2008, também pela equipe italiana, consolidando seu nome entre os grandes do esporte. Até mesmo Pietro Fittipaldi teve sua estreia na Fórmula 1 ligada ao circuito, substituindo Grosjean em 2020 após o acidente que chocou o mundo do automobilismo.
Bortoleto já tem uma conexão especial com o traçado. Foi lá, em 2023, que ele venceu sua primeira corrida na Fórmula 3, dando o pontapé inicial para uma temporada vitoriosa. Agora, como piloto de Fórmula 1, ele retorna ao mesmo circuito com a missão de iniciar sua jornada na categoria principal com o pé direito. Drugovich, embora ainda não tenha competido oficialmente no Bahrein como titular, traz a experiência acumulada em testes e treinos livres para fazer uma boa apresentação.
A participação simultânea dos dois brasileiros no treino livre reacende memórias de 2016, quando Felipe Massa e Felipe Nasr dividiram o grid. Naquele ano, Nasr chegou a pontuar no GP da Austrália, enquanto Massa terminou em quinto no Bahrein, mostrando competitividade mesmo em equipes distintas. Hoje, Bortoleto e Drugovich representam uma nova geração que busca repetir esses feitos e, quem sabe, superá-los.
Perspectivas para a temporada
Além do treino livre, o GP do Bahrein marca o início oficial da temporada da Fórmula 1, com a corrida principal agendada para domingo, às 12h no horário de Brasília. Bortoleto terá seu primeiro grande teste como titular, enfrentando um grid repleto de campeões como Max Verstappen, Lewis Hamilton e o próprio Alonso, que retorna ao cockpit da Aston Martin após ceder lugar a Drugovich na sexta-feira. A Sauber, embora não seja favorita às primeiras posições, aposta no talento do brasileiro para começar a construir uma base sólida.
Drugovich, mesmo sem correr a prova principal, ganha visibilidade em um momento estratégico. A Fórmula 1 vive uma fase de renovação, com novatos como Andrea Kimi Antonelli, da Mercedes, e Jack Doohan, da Alpine, estreando como titulares. Um desempenho sólido no treino livre pode colocá-lo na mira de outras equipes ou reforçar sua posição como substituto imediato na Aston Martin, caso Alonso ou Stroll enfrentem imprevistos ao longo do ano.
A temporada de 2025 promete ser intensa, com 24 corridas no calendário, incluindo o GP de São Paulo, em Interlagos, que segue como um dos eventos mais aguardados pelos fãs brasileiros. Para Bortoleto e Drugovich, cada oportunidade na pista é um passo rumo ao reconhecimento internacional e à possibilidade de reviver os tempos áureos do Brasil na Fórmula 1.
Números que contam a história
Os números ajudam a entender a relevância da participação brasileira no GP do Bahrein e na Fórmula 1 como um todo. Bortoleto será o 33º piloto do país a competir na categoria, enquanto Drugovich reforça a lista de talentos que buscam uma chance fixa. O Brasil acumula 101 vitórias na história da F1, com destaque para os 41 triunfos de Senna, os 23 de Piquet e os 14 de Fittipaldi.
A presença de dois pilotos em um mesmo treino livre é um feito que remete a momentos históricos. Em 2015, por exemplo, Massa e Nasr competiram juntos em várias corridas, enquanto nomes como Rubens Barrichello e Luciano Burti chegaram a dividir o grid em 2001. Agora, Bortoleto e Drugovich têm a chance de escrever um novo capítulo nessa trajetória.
- Estatísticas do Brasil na F1:
- 8 títulos mundiais conquistados por pilotos brasileiros.
- 101 vitórias em Grandes Prêmios.
- 33 pilotos brasileiros na história da categoria, com Bortoleto como o mais recente.
Calendário do fim de semana no Bahrein
O GP do Bahrein segue um cronograma tradicional, com atividades distribuídas ao longo de três dias. A participação de Drugovich e Bortoleto no treino livre 1 é apenas o começo de um fim de semana movimentado no Circuito de Sakhir.
- Programação do GP do Bahrein (horário de Brasília):
- Sexta-feira, 8h30: Treino Livre 1 (com Drugovich e Bortoleto).
- Sexta-feira, 12h: Treino Livre 2.
- Sábado, 9h: Treino Livre 3.
- Sábado, 12h: Classificação.
- Domingo, 12h: Corrida principal.
O treino livre de sexta-feira será transmitido ao vivo, permitindo que os fãs brasileiros acompanhem de perto a performance da dupla. Para Bortoleto, é o início de uma longa jornada na Fórmula 1, enquanto Drugovich busca consolidar seu espaço em uma das equipes mais promissoras do grid atual.
Um marco para o automobilismo nacional
Ver dois pilotos brasileiros na pista ao mesmo tempo reacende a paixão de um país que cresceu assistindo às vitórias de seus ídolos nas manhãs de domingo. A Fórmula 1, que por anos foi sinônimo de conquistas brasileiras, agora tem em Bortoleto e Drugovich representantes de uma nova era. O treino livre do Bahrein não é apenas uma sessão de preparação, mas um símbolo de renovação para o esporte a motor no Brasil.
Enquanto Bortoleto inicia sua trajetória como titular, Drugovich segue provando que tem talento para ir além do papel de reserva. Juntos, eles carregam a responsabilidade de honrar um legado de mais de sete décadas, que começou com Chico Landi em 1951 e passou por nomes inesquecíveis como Senna, Piquet e Massa. A pista do Bahrein, iluminada pelo sol do deserto, será o palco onde esses dois jovens pilotos darão o primeiro passo juntos em 2025.
A expectativa em torno do desempenho da dupla é grande, especialmente entre os fãs que acompanham o automobilismo há gerações. Bortoleto, com sua juventude e histórico vencedor, e Drugovich, com sua experiência e determinação, têm tudo para reacender o interesse nacional pela Fórmula 1. O treino livre será apenas o começo de uma temporada que pode marcar o retorno do Brasil ao protagonismo nas pistas mundiais.
Curiosidades sobre os pilotos brasileiros
A presença de Bortoleto e Drugovich no Bahrein traz à tona histórias e fatos interessantes sobre suas carreiras e o automobilismo brasileiro. Ambos seguem uma tradição de pilotos que começaram no kart e buscaram na Europa o caminho para a Fórmula 1, enfrentando desafios financeiros e culturais para se destacar.
- Fatos sobre Bortoleto e Drugovich:
- Bortoleto é o primeiro piloto brasileiro a vencer títulos consecutivos na Fórmula 3 e Fórmula 2 desde Nelson Piquet Jr., em 2006 na GP2 (atual F2).
- Drugovich foi o primeiro brasileiro a conquistar a Fórmula 2 em sua terceira temporada na categoria, em 2022.
- Os dois são amigos desde os tempos de kart e já sonharam em correr juntos como titulares na F1.
O treino livre do GP do Bahrein será mais do que uma sessão técnica. Ele representa a união de duas gerações do automobilismo brasileiro, com Bortoleto trazendo a energia de um estreante e Drugovich oferecendo a maturidade de quem já está inserido no ambiente da Fórmula 1. Para os fãs, é a chance de torcer por dois talentos que podem, em breve, ocupar lugares de destaque no grid.
