Gabriel Bortoleto, jovem piloto brasileiro da Sauber, tem enfrentado um início de temporada desafiador na Fórmula 1, mas mantém uma postura resiliente diante dos resultados aquém do esperado. Aos 20 anos, o estreante disputa sua primeira temporada na categoria máxima do automobilismo e, após três corridas, ainda não somou pontos. Mesmo assim, ele se recusa a deixar o desempenho inicial abalar sua confiança. Na véspera do Grande Prêmio do Bahrein, quarta etapa do campeonato, Bortoleto conversou com a imprensa no dia 10 de abril e destacou que o ritmo apresentado até agora é motivo de otimismo, especialmente em comparação com seu companheiro de equipe, Nico Hulkenberg. Com um carro limitado e uma equipe que ainda busca encontrar consistência, o piloto acredita que os números não refletem o progresso real que vem alcançando nas pistas.
O começo da trajetória de Bortoleto na F1 foi marcado por altos e baixos. Na corrida de abertura, na Austrália, ele largou em Ascendência à frente de Hulkenberg e mostrou potencial ao avançar para o Q2, mas um incidente na prova o tirou da disputa. Na China, o brasileiro voltou a se destacar na classificação para a corrida sprint, superando o experiente alemão, embora ambos tenham terminado fora da zona de pontuação. Já no Japão, o desempenho foi mais discreto, com uma largada ruim que comprometeu suas chances, resultando em um 19º lugar. Apesar disso, Bortoleto insiste que os resultados não contam toda a história e que sua adaptação ao exigente mundo da Fórmula 1 está no caminho certo.
A confiança do piloto é sustentada por sua proximidade com Hulkenberg, um veterano de 37 anos com mais de 200 corridas na categoria. Em todas as etapas até agora, os dois estiveram separados por diferenças mínimas nas classificações e no ritmo de corrida, o que reforça a percepção de Bortoleto de que ele está no mesmo nível de um competidor experiente. Para o brasileiro, essa paridade é um indicativo de que o potencial está lá, mesmo que o carro da Sauber não permita brigar por posições mais altas com frequência.
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Primeiros passos na F1: o desafio da estreia
A transição para a Fórmula 1 é notoriamente difícil, especialmente para pilotos que chegam de categorias de base como a Fórmula 3, onde Bortoleto foi campeão em 2023. Na Austrália, ele largou em 15º, à frente de Hulkenberg, que ficou com o 17º lugar. A corrida, no entanto, foi caótica para o brasileiro: um problema logo no início o forçou a abandonar, enquanto Hulkenberg aproveitou as circunstâncias para terminar em sétimo, marcando os primeiros pontos da Sauber na temporada. A diferença entre os dois na estreia evidenciou tanto o talento de Bortoleto na classificação quanto os desafios de manter o desempenho ao longo de uma prova inteira.
Na segunda etapa, na China, o brasileiro voltou a brilhar na classificação para a sprint, garantindo o 14º lugar contra o 19º de Hulkenberg. Apesar do bom começo, a corrida sprint terminou com os dois pilotos nas últimas posições, evidenciando as limitações do carro da Sauber. Na corrida principal, Bortoleto largou em 19º, mas mostrou recuperação ao ultrapassar Hulkenberg na pista e terminar em 14º, beneficiado por desclassificações de outros competidores. O resultado marcou a primeira vez que ele completou uma prova na F1, um passo importante em seu aprendizado.
O Grande Prêmio do Japão, terceira etapa do calendário, foi o mais complicado até agora. Largando em 17º, Bortoleto perdeu posições na primeira volta devido a uma largada ruim e enfrentou dificuldades para ultrapassar em um circuito conhecido por sua exigência técnica. Ele terminou em 19º, duas posições atrás de Hulkenberg, que fechou a prova em 16º. O desempenho no Japão expôs as fraquezas do carro da Sauber, especialmente em traçados que demandam maior eficiência aerodinâmica e potência.
Ritmo competitivo: a comparação com Hulkenberg
Um dos aspectos mais animadores para Bortoleto é seu desempenho em relação a Nico Hulkenberg. O alemão, que retornou à Fórmula 1 em 2023 após anos como piloto reserva, é uma referência sólida para o novato. Na Austrália, a diferença entre os dois na classificação foi de menos de dois décimos de segundo. Na China, Bortoleto superou Hulkenberg tanto na sprint quanto na corrida principal, mostrando que pode competir de igual para igual com o companheiro. Mesmo no Japão, onde foi superado, o brasileiro manteve um ritmo próximo, com uma diferença de apenas 0,051 segundos por volta em relação ao alemão, conforme apontado por análises de telemetria.
Essa consistência é um ponto positivo em uma equipe que ainda luta para encontrar o equilíbrio ideal do carro. A Sauber, que será transformada em Audi a partir de 2026, trouxe atualizações para o Japão, mas os resultados não indicaram avanços significativos. Bortoleto reconhece as limitações do equipamento, mas vê na proximidade com Hulkenberg um sinal de que está extraindo o máximo do que tem à disposição. Para ele, o fato de estar tão perto de um piloto com vasta experiência é um indicativo de que os resultados negativos não refletem seu verdadeiro potencial.
Os números reforçam essa percepção. Nas três corridas disputadas, Bortoleto avançou ao Q2 em uma ocasião (Austrália), enquanto Hulkenberg conseguiu o mesmo na China. Na pista, o brasileiro já ultrapassou o companheiro em duas oportunidades: na China, durante a corrida principal, e na sprint do mesmo fim de semana. Esses momentos mostram que, apesar da falta de pontos, o novato tem velocidade e capacidade de adaptação, qualidades essenciais para crescer na categoria.
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Adaptação ao carro da Sauber: um aprendizado constante
Pilotar o carro da Sauber tem sido um dos maiores desafios para Bortoleto. O modelo C45, utilizado na temporada atual, é considerado um passo atrás em relação ao carro do ano passado, com problemas de estabilidade e ritmo em diferentes tipos de circuitos. Na Austrália, o brasileiro relatou dificuldades em manter o controle nas curvas de alta velocidade. Na China, o gerenciamento de pneus foi um ponto de aprendizado, especialmente após um erro na largada que o deixou na última posição. Já no Japão, a falta de aderência na largada e a dificuldade de ultrapassagem em Suzuka evidenciaram as limitações do equipamento.
Apesar disso, Bortoleto vê cada corrida como uma oportunidade de evolução. No Japão, ele destacou que completar a prova, mesmo em 19º, foi um aspecto positivo, já que permitiu coletar dados valiosos para a equipe. Na China, o piloto chegou a registrar a volta mais rápida da corrida em determinado momento, um sinal de que, quando livre na pista, consegue extrair o máximo do carro. Esses pequenos avanços são fundamentais para um estreante que ainda está se acostumando às demandas da Fórmula 1, como estratégias de pit-stop, gerenciamento de pneus e duelos roda a roda.
A relação com a equipe também tem sido um fator de apoio. Bortoleto elogiou o trabalho conjunto com os engenheiros da Sauber, que o guiaram durante a recuperação na China e o ajudaram a ajustar o carro para o Japão. As atualizações testadas em Suzuka, embora não tenham trazido ganhos imediatos, foram um passo na direção de entender melhor o comportamento do C45. Para o brasileiro, esses ajustes são parte de um processo longo, mas necessário, para que a equipe melhore seu desempenho ao longo da temporada.
Momentos marcantes das primeiras corridas
Os altos e baixos das três primeiras etapas deixaram lições valiosas para Bortoleto. Aqui estão alguns dos principais momentos que definiram seu início na Fórmula 1:
- Austrália: classificação em 15º, à frente de Hulkenberg, mas abandono na corrida após incidente.
- China (sprint): largada em 14º e ultrapassagem sobre Hulkenberg, terminando em 18º.
- China (corrida): recuperação após erro na largada, com ultrapassagem sobre Hulkenberg e 14º lugar final.
- Japão: largada ruim que o jogou para último, terminando em 19º em uma corrida de aprendizado.
Esses instantes mostram um piloto que alterna entre erros típicos de um novato e lampejos de talento que justificam sua chegada à F1. A capacidade de se recuperar na China e manter o ritmo próximo de Hulkenberg no Japão são indicativos de que Bortoleto está no caminho certo, mesmo que os resultados ainda não apareçam no placar.
Expectativas para o Bahrein: um traçado favorável
Agora, o foco de Bortoleto está no Grande Prêmio do Bahrein, que acontece no próximo fim de semana após o Japão. O circuito de Sakhir traz boas lembranças ao brasileiro, que venceu lá na Fórmula 3 em 2023. A pista, com suas longas retas e curvas de média e baixa velocidade, pode ser mais favorável ao carro da Sauber do que o exigente traçado de Suzuka. Além disso, o piloto já conhece bem o layout, o que pode ajudá-lo a extrair um desempenho melhor na classificação e na corrida.
Bortoleto chega ao Bahrein com a confiança renovada após os treinos livres no Japão, onde terminou o segundo treino em 13º, sua melhor posição em sessões livres até agora. A experiência acumulada nas três primeiras corridas também deve pesar a seu favor, especialmente no gerenciamento de pneus, um fator crucial no deserto barenita devido às altas temperaturas. O brasileiro espera que a proximidade com Hulkenberg se mantenha e que a Sauber consiga dar um passo à frente em termos de ritmo.
A quarta etapa do campeonato será mais uma chance para Bortoleto mostrar evolução. Embora a zona de pontuação ainda pareça distante, ele acredita que um bom fim de semana pode mudar a narrativa de seu início de temporada. O traçado do Bahrein, com mais oportunidades de ultrapassagem do que o Japão, pode ser o palco ideal para o piloto transformar seu ritmo em um resultado mais expressivo.
O que dizem os números: desempenho até agora
Os dados das primeiras corridas ajudam a entender o momento de Bortoleto na F1. Veja algumas estatísticas que destacam seu desempenho:
- Melhor posição na classificação: 14º (China, sprint).
- Melhor resultado em corrida: 14º (China).
- Ultrapassagens sobre Hulkenberg: 2 (China sprint e corrida principal).
- Diferença média para Hulkenberg na classificação: menos de 0,2 segundos.
- Voltas completadas: 109 (excluindo abandono na Austrália).
Esses números mostram um piloto que, apesar das dificuldades, está conseguindo se manter competitivo dentro das limitações da Sauber. A consistência na classificação e os momentos de brilho na pista reforçam a visão de Bortoleto de que os resultados não contam toda a história de sua estreia.
Lições de um novato: o que Bortoleto já aprendeu
Cada corrida trouxe aprendizados específicos para o brasileiro. Na Austrália, ele descobriu a importância de evitar incidentes em um grid tão disputado. Na China, o erro na largada ensinou sobre a necessidade de controle nas primeiras curvas, enquanto a recuperação destacou sua capacidade de adaptação. No Japão, a largada ruim e a dificuldade de ganhar posições mostraram como o posicionamento inicial é crucial em circuitos travados.
Outro ponto de evolução tem sido o diálogo com a equipe. Bortoleto destacou que as conversas com seu engenheiro na China foram fundamentais para gerenciar os pneus e encontrar um ritmo competitivo. No Japão, ele também identificou a necessidade de ajustes finos no carro, algo que espera melhorar no Bahrein. Esses aprendizados, típicos de um estreante, estão moldando o piloto para os desafios que virão nas próximas 21 corridas da temporada.
A relação com Hulkenberg também tem sido uma escola à parte. Observar o alemão, que já passou por equipes como Force India, Renault e Haas, dá a Bortoleto uma visão privilegiada sobre como lidar com as pressões da F1. O fato de estar tão próximo do companheiro em ritmo é um incentivo para o brasileiro continuar pressionando, mesmo em um carro que não favorece grandes resultados.
Por que o otimismo de Bortoleto faz sentido
A postura positiva de Bortoleto não é apenas discurso. Há fundamentos concretos que sustentam sua confiança. Primeiro, sua experiência nas categorias de base: o título da Fórmula 3 e o vice-campeonato da Fórmula 2 em 2024 mostram que ele sabe vencer e competir em alto nível. Segundo, o desempenho em relação a Hulkenberg, que, apesar de não estar no auge da carreira, segue sendo um piloto respeitado no grid. Terceiro, a perspectiva de longo prazo: com 24 corridas no calendário, há tempo de sobra para a Sauber evoluir e para Bortoleto se consolidar.
Além disso, o brasileiro tem apoio de figuras importantes. Fernando Alonso, seu mentor, já destacou o talento do pupilo, enquanto Max Verstappen, tetracampeão mundial, chegou a dizer que o contrataria se fosse chefe de equipe. Esse respaldo externo, aliado ao progresso interno na Sauber, dá a Bortoleto razões para acreditar que os resultados virão com o tempo.
O piloto também sabe que a Fórmula 1 é uma maratona, não uma corrida de curta distância. Equipes como a Sauber muitas vezes demoram para encontrar o ritmo ideal, e novatos precisam de paciência para se adaptar. O fato de Bortoleto já mostrar lampejos de velocidade em um carro limitado sugere que, com um equipamento mais competitivo, ele pode brigar por posições melhores no futuro.
Próximos passos: o que esperar no Bahrein
O Grande Prêmio do Bahrein será um teste importante para as ambições de Bortoleto. O circuito de Sakhir exige um carro bem equilibrado nas retas e nas freadas, algo que a Sauber ainda está ajustando. No entanto, o traçado oferece mais chances de ultrapassagem do que Suzuka, o que pode beneficiar o brasileiro se ele conseguir uma boa posição de largada. A previsão de altas temperaturas também será um desafio extra, testando o gerenciamento de pneus que Bortoleto vem aprimorando.
O calendário da etapa inclui treinos livres na sexta-feira, classificação no sábado e a corrida no domingo. Veja os horários (no horário de Brasília):
- Treino Livre 1: sexta-feira, 13h30.
- Treino Livre 2: sexta-feira, 17h.
- Treino Livre 3: sábado, 13h30.
- Classificação: sábado, 17h.
- Corrida: domingo, 15h.
Para Bortoleto, o objetivo é claro: manter o ritmo próximo de Hulkenberg, evitar erros na largada e, se possível, terminar mais perto do top 15. Um resultado sólido no Bahrein pode ser o primeiro passo para transformar o otimismo do brasileiro em algo palpável na tabela de classificação.
Um novato em construção: o futuro de Bortoleto
Aos 20 anos, Gabriel Bortoleto está apenas começando sua jornada na Fórmula 1. O início de temporada, com seus altos e baixos, é um reflexo natural de um piloto que ainda se adapta a uma categoria conhecida por sua complexidade. A Sauber, por sua vez, também está em transição, com a promessa de um futuro mais competitivo sob a bandeira da Audi. Nesse contexto, o desempenho de Bortoleto ganha ainda mais relevância: ele é parte de um projeto que visa crescer nos próximos anos.
O brasileiro já mostrou que tem velocidade, como nas classificações da Austrália e da China, e resiliência, como na recuperação na corrida chinesa. A proximidade com Hulkenberg, um piloto que já enfrentou gigantes como Ferrari e Mercedes, é outro sinal de que o novato tem potencial para ir além. O desafio agora é transformar esses lampejos em consistência, algo que só virá com mais experiência e um carro mais competitivo.
Enquanto o Bahrein se aproxima, Bortoleto carrega uma mistura de realismo e esperança. Ele sabe que os pontos ainda estão fora de alcance na maioria das corridas, mas também entende que cada volta completada é um passo em direção ao seu desenvolvimento. O jovem piloto está construindo sua história na F1, e os resultados, como ele mesmo diz, não contam tudo o que está acontecendo nos bastidores.
O papel de um estreante na Sauber
Ser um novato em uma equipe como a Sauber traz responsabilidades específicas. Bortoleto não é apenas um piloto em busca de resultados individuais; ele também contribui para o desenvolvimento do carro. Cada corrida fornece dados que os engenheiros usam para ajustar o C45, e o brasileiro tem sido parte ativa desse processo. No Japão, por exemplo, ele destacou que terminar a prova, mesmo em 19º, foi útil para a equipe coletar informações sobre o desempenho das atualizações introduzidas.
Essa função de aprendizado mútuo é típica em equipes de meio de grid. A Sauber não tem a pressão de brigar por pódios como Red Bull ou McLaren, mas precisa de pilotos que ajudem a identificar pontos fracos e fortes do carro. Bortoleto, com sua experiência recente nas categorias de base, traz uma perspectiva fresca que complementa a bagagem de Hulkenberg. Juntos, os dois formam uma dupla que equilibra juventude e maturidade, algo valioso para uma equipe em reconstrução.
O brasileiro também tem se mostrado aberto ao feedback da equipe. Após o Japão, ele apontou a necessidade de ajustes na largada, um problema recorrente que comprometeu suas corridas. Essa disposição para aprender e corrigir erros é um traço que pode diferenciá-lo em um grid tão competitivo, onde pequenos detalhes fazem a diferença entre o sucesso e o fracasso.
O apoio de gigantes: Alonso e Verstappen
Um dos trunfos de Bortoleto é o suporte de pilotos consagrados. Fernando Alonso, bicampeão mundial e mentor do brasileiro, acompanha de perto sua evolução. Antes da temporada, o espanhol deu conselhos sobre como lidar com corridas em condições adversas, como chuva, algo que Bortoleto enfrentou na Austrália. A relação entre os dois é um reflexo do investimento de Alonso em jovens talentos, e o brasileiro tem usado essa orientação para crescer na F1.
Max Verstappen, por sua vez, também demonstrou apoio. O holandês, que já trocou ideias com Bortoleto sobre estratégias de pneus durante o fim de semana na Austrália, elogiou o potencial do novato ainda na pré-temporada. A amizade entre os dois, que começou quando Bortoleto tinha apenas 12 anos, adiciona uma camada extra de confiança ao brasileiro. Ter o respaldo de dois dos maiores nomes da categoria é um sinal de que ele está no radar dos gigantes da F1.
Esse apoio não se traduz em resultados imediatos, mas dá a Bortoleto uma base sólida para enfrentar os desafios da temporada. Alonso e Verstappen passaram por momentos difíceis em suas carreiras antes de alcançar o sucesso, e o brasileiro parece seguir um caminho semelhante: construir aos poucos, com paciência e determinação.
A longa estrada da temporada
Com 24 corridas no calendário, a temporada da Fórmula 1 é uma das mais extensas da história. Para Bortoleto, isso significa muitas oportunidades para mostrar serviço. Após o Bahrein, o campeonato segue para circuitos como Miami, Ímola e Mônaco, cada um com características únicas que testarão diferentes aspectos do carro da Sauber e do talento do brasileiro. A variedade de traçados será um campo de provas ideal para ele aprimorar sua versatilidade.
O piloto já passou por pistas distintas nas primeiras etapas: o Albert Park, com suas curvas rápidas; Xangai, com retas longas e freadas fortes; e Suzuka, com seu layout técnico e histórico. Cada experiência adiciona uma camada de conhecimento que será útil nas próximas corridas. O Bahrein, com seu mix de retas e curvas travadas, será mais um capítulo nessa jornada de aprendizado.
A temporada longa também dá à Sauber tempo para evoluir o carro. As atualizações testadas no Japão são apenas o começo de um processo que pode render frutos nas etapas seguintes. Para Bortoleto, isso é uma vantagem: quanto mais corridas, mais chances de transformar seu ritmo em resultados concretos. O brasileiro está ciente de que o caminho é longo, mas vê cada etapa como uma oportunidade de crescimento.

Gabriel Bortoleto, jovem piloto brasileiro da Sauber, tem enfrentado um início de temporada desafiador na Fórmula 1, mas mantém uma postura resiliente diante dos resultados aquém do esperado. Aos 20 anos, o estreante disputa sua primeira temporada na categoria máxima do automobilismo e, após três corridas, ainda não somou pontos. Mesmo assim, ele se recusa a deixar o desempenho inicial abalar sua confiança. Na véspera do Grande Prêmio do Bahrein, quarta etapa do campeonato, Bortoleto conversou com a imprensa no dia 10 de abril e destacou que o ritmo apresentado até agora é motivo de otimismo, especialmente em comparação com seu companheiro de equipe, Nico Hulkenberg. Com um carro limitado e uma equipe que ainda busca encontrar consistência, o piloto acredita que os números não refletem o progresso real que vem alcançando nas pistas.
O começo da trajetória de Bortoleto na F1 foi marcado por altos e baixos. Na corrida de abertura, na Austrália, ele largou em Ascendência à frente de Hulkenberg e mostrou potencial ao avançar para o Q2, mas um incidente na prova o tirou da disputa. Na China, o brasileiro voltou a se destacar na classificação para a corrida sprint, superando o experiente alemão, embora ambos tenham terminado fora da zona de pontuação. Já no Japão, o desempenho foi mais discreto, com uma largada ruim que comprometeu suas chances, resultando em um 19º lugar. Apesar disso, Bortoleto insiste que os resultados não contam toda a história e que sua adaptação ao exigente mundo da Fórmula 1 está no caminho certo.
A confiança do piloto é sustentada por sua proximidade com Hulkenberg, um veterano de 37 anos com mais de 200 corridas na categoria. Em todas as etapas até agora, os dois estiveram separados por diferenças mínimas nas classificações e no ritmo de corrida, o que reforça a percepção de Bortoleto de que ele está no mesmo nível de um competidor experiente. Para o brasileiro, essa paridade é um indicativo de que o potencial está lá, mesmo que o carro da Sauber não permita brigar por posições mais altas com frequência.
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Primeiros passos na F1: o desafio da estreia
A transição para a Fórmula 1 é notoriamente difícil, especialmente para pilotos que chegam de categorias de base como a Fórmula 3, onde Bortoleto foi campeão em 2023. Na Austrália, ele largou em 15º, à frente de Hulkenberg, que ficou com o 17º lugar. A corrida, no entanto, foi caótica para o brasileiro: um problema logo no início o forçou a abandonar, enquanto Hulkenberg aproveitou as circunstâncias para terminar em sétimo, marcando os primeiros pontos da Sauber na temporada. A diferença entre os dois na estreia evidenciou tanto o talento de Bortoleto na classificação quanto os desafios de manter o desempenho ao longo de uma prova inteira.
Na segunda etapa, na China, o brasileiro voltou a brilhar na classificação para a sprint, garantindo o 14º lugar contra o 19º de Hulkenberg. Apesar do bom começo, a corrida sprint terminou com os dois pilotos nas últimas posições, evidenciando as limitações do carro da Sauber. Na corrida principal, Bortoleto largou em 19º, mas mostrou recuperação ao ultrapassar Hulkenberg na pista e terminar em 14º, beneficiado por desclassificações de outros competidores. O resultado marcou a primeira vez que ele completou uma prova na F1, um passo importante em seu aprendizado.
O Grande Prêmio do Japão, terceira etapa do calendário, foi o mais complicado até agora. Largando em 17º, Bortoleto perdeu posições na primeira volta devido a uma largada ruim e enfrentou dificuldades para ultrapassar em um circuito conhecido por sua exigência técnica. Ele terminou em 19º, duas posições atrás de Hulkenberg, que fechou a prova em 16º. O desempenho no Japão expôs as fraquezas do carro da Sauber, especialmente em traçados que demandam maior eficiência aerodinâmica e potência.
Ritmo competitivo: a comparação com Hulkenberg
Um dos aspectos mais animadores para Bortoleto é seu desempenho em relação a Nico Hulkenberg. O alemão, que retornou à Fórmula 1 em 2023 após anos como piloto reserva, é uma referência sólida para o novato. Na Austrália, a diferença entre os dois na classificação foi de menos de dois décimos de segundo. Na China, Bortoleto superou Hulkenberg tanto na sprint quanto na corrida principal, mostrando que pode competir de igual para igual com o companheiro. Mesmo no Japão, onde foi superado, o brasileiro manteve um ritmo próximo, com uma diferença de apenas 0,051 segundos por volta em relação ao alemão, conforme apontado por análises de telemetria.
Essa consistência é um ponto positivo em uma equipe que ainda luta para encontrar o equilíbrio ideal do carro. A Sauber, que será transformada em Audi a partir de 2026, trouxe atualizações para o Japão, mas os resultados não indicaram avanços significativos. Bortoleto reconhece as limitações do equipamento, mas vê na proximidade com Hulkenberg um sinal de que está extraindo o máximo do que tem à disposição. Para ele, o fato de estar tão perto de um piloto com vasta experiência é um indicativo de que os resultados negativos não refletem seu verdadeiro potencial.
Os números reforçam essa percepção. Nas três corridas disputadas, Bortoleto avançou ao Q2 em uma ocasião (Austrália), enquanto Hulkenberg conseguiu o mesmo na China. Na pista, o brasileiro já ultrapassou o companheiro em duas oportunidades: na China, durante a corrida principal, e na sprint do mesmo fim de semana. Esses momentos mostram que, apesar da falta de pontos, o novato tem velocidade e capacidade de adaptação, qualidades essenciais para crescer na categoria.
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Adaptação ao carro da Sauber: um aprendizado constante
Pilotar o carro da Sauber tem sido um dos maiores desafios para Bortoleto. O modelo C45, utilizado na temporada atual, é considerado um passo atrás em relação ao carro do ano passado, com problemas de estabilidade e ritmo em diferentes tipos de circuitos. Na Austrália, o brasileiro relatou dificuldades em manter o controle nas curvas de alta velocidade. Na China, o gerenciamento de pneus foi um ponto de aprendizado, especialmente após um erro na largada que o deixou na última posição. Já no Japão, a falta de aderência na largada e a dificuldade de ultrapassagem em Suzuka evidenciaram as limitações do equipamento.
Apesar disso, Bortoleto vê cada corrida como uma oportunidade de evolução. No Japão, ele destacou que completar a prova, mesmo em 19º, foi um aspecto positivo, já que permitiu coletar dados valiosos para a equipe. Na China, o piloto chegou a registrar a volta mais rápida da corrida em determinado momento, um sinal de que, quando livre na pista, consegue extrair o máximo do carro. Esses pequenos avanços são fundamentais para um estreante que ainda está se acostumando às demandas da Fórmula 1, como estratégias de pit-stop, gerenciamento de pneus e duelos roda a roda.
A relação com a equipe também tem sido um fator de apoio. Bortoleto elogiou o trabalho conjunto com os engenheiros da Sauber, que o guiaram durante a recuperação na China e o ajudaram a ajustar o carro para o Japão. As atualizações testadas em Suzuka, embora não tenham trazido ganhos imediatos, foram um passo na direção de entender melhor o comportamento do C45. Para o brasileiro, esses ajustes são parte de um processo longo, mas necessário, para que a equipe melhore seu desempenho ao longo da temporada.
Momentos marcantes das primeiras corridas
Os altos e baixos das três primeiras etapas deixaram lições valiosas para Bortoleto. Aqui estão alguns dos principais momentos que definiram seu início na Fórmula 1:
- Austrália: classificação em 15º, à frente de Hulkenberg, mas abandono na corrida após incidente.
- China (sprint): largada em 14º e ultrapassagem sobre Hulkenberg, terminando em 18º.
- China (corrida): recuperação após erro na largada, com ultrapassagem sobre Hulkenberg e 14º lugar final.
- Japão: largada ruim que o jogou para último, terminando em 19º em uma corrida de aprendizado.
Esses instantes mostram um piloto que alterna entre erros típicos de um novato e lampejos de talento que justificam sua chegada à F1. A capacidade de se recuperar na China e manter o ritmo próximo de Hulkenberg no Japão são indicativos de que Bortoleto está no caminho certo, mesmo que os resultados ainda não apareçam no placar.
Expectativas para o Bahrein: um traçado favorável
Agora, o foco de Bortoleto está no Grande Prêmio do Bahrein, que acontece no próximo fim de semana após o Japão. O circuito de Sakhir traz boas lembranças ao brasileiro, que venceu lá na Fórmula 3 em 2023. A pista, com suas longas retas e curvas de média e baixa velocidade, pode ser mais favorável ao carro da Sauber do que o exigente traçado de Suzuka. Além disso, o piloto já conhece bem o layout, o que pode ajudá-lo a extrair um desempenho melhor na classificação e na corrida.
Bortoleto chega ao Bahrein com a confiança renovada após os treinos livres no Japão, onde terminou o segundo treino em 13º, sua melhor posição em sessões livres até agora. A experiência acumulada nas três primeiras corridas também deve pesar a seu favor, especialmente no gerenciamento de pneus, um fator crucial no deserto barenita devido às altas temperaturas. O brasileiro espera que a proximidade com Hulkenberg se mantenha e que a Sauber consiga dar um passo à frente em termos de ritmo.
A quarta etapa do campeonato será mais uma chance para Bortoleto mostrar evolução. Embora a zona de pontuação ainda pareça distante, ele acredita que um bom fim de semana pode mudar a narrativa de seu início de temporada. O traçado do Bahrein, com mais oportunidades de ultrapassagem do que o Japão, pode ser o palco ideal para o piloto transformar seu ritmo em um resultado mais expressivo.
O que dizem os números: desempenho até agora
Os dados das primeiras corridas ajudam a entender o momento de Bortoleto na F1. Veja algumas estatísticas que destacam seu desempenho:
- Melhor posição na classificação: 14º (China, sprint).
- Melhor resultado em corrida: 14º (China).
- Ultrapassagens sobre Hulkenberg: 2 (China sprint e corrida principal).
- Diferença média para Hulkenberg na classificação: menos de 0,2 segundos.
- Voltas completadas: 109 (excluindo abandono na Austrália).
Esses números mostram um piloto que, apesar das dificuldades, está conseguindo se manter competitivo dentro das limitações da Sauber. A consistência na classificação e os momentos de brilho na pista reforçam a visão de Bortoleto de que os resultados não contam toda a história de sua estreia.
Lições de um novato: o que Bortoleto já aprendeu
Cada corrida trouxe aprendizados específicos para o brasileiro. Na Austrália, ele descobriu a importância de evitar incidentes em um grid tão disputado. Na China, o erro na largada ensinou sobre a necessidade de controle nas primeiras curvas, enquanto a recuperação destacou sua capacidade de adaptação. No Japão, a largada ruim e a dificuldade de ganhar posições mostraram como o posicionamento inicial é crucial em circuitos travados.
Outro ponto de evolução tem sido o diálogo com a equipe. Bortoleto destacou que as conversas com seu engenheiro na China foram fundamentais para gerenciar os pneus e encontrar um ritmo competitivo. No Japão, ele também identificou a necessidade de ajustes finos no carro, algo que espera melhorar no Bahrein. Esses aprendizados, típicos de um estreante, estão moldando o piloto para os desafios que virão nas próximas 21 corridas da temporada.
A relação com Hulkenberg também tem sido uma escola à parte. Observar o alemão, que já passou por equipes como Force India, Renault e Haas, dá a Bortoleto uma visão privilegiada sobre como lidar com as pressões da F1. O fato de estar tão próximo do companheiro em ritmo é um incentivo para o brasileiro continuar pressionando, mesmo em um carro que não favorece grandes resultados.
Por que o otimismo de Bortoleto faz sentido
A postura positiva de Bortoleto não é apenas discurso. Há fundamentos concretos que sustentam sua confiança. Primeiro, sua experiência nas categorias de base: o título da Fórmula 3 e o vice-campeonato da Fórmula 2 em 2024 mostram que ele sabe vencer e competir em alto nível. Segundo, o desempenho em relação a Hulkenberg, que, apesar de não estar no auge da carreira, segue sendo um piloto respeitado no grid. Terceiro, a perspectiva de longo prazo: com 24 corridas no calendário, há tempo de sobra para a Sauber evoluir e para Bortoleto se consolidar.
Além disso, o brasileiro tem apoio de figuras importantes. Fernando Alonso, seu mentor, já destacou o talento do pupilo, enquanto Max Verstappen, tetracampeão mundial, chegou a dizer que o contrataria se fosse chefe de equipe. Esse respaldo externo, aliado ao progresso interno na Sauber, dá a Bortoleto razões para acreditar que os resultados virão com o tempo.
O piloto também sabe que a Fórmula 1 é uma maratona, não uma corrida de curta distância. Equipes como a Sauber muitas vezes demoram para encontrar o ritmo ideal, e novatos precisam de paciência para se adaptar. O fato de Bortoleto já mostrar lampejos de velocidade em um carro limitado sugere que, com um equipamento mais competitivo, ele pode brigar por posições melhores no futuro.
Próximos passos: o que esperar no Bahrein
O Grande Prêmio do Bahrein será um teste importante para as ambições de Bortoleto. O circuito de Sakhir exige um carro bem equilibrado nas retas e nas freadas, algo que a Sauber ainda está ajustando. No entanto, o traçado oferece mais chances de ultrapassagem do que Suzuka, o que pode beneficiar o brasileiro se ele conseguir uma boa posição de largada. A previsão de altas temperaturas também será um desafio extra, testando o gerenciamento de pneus que Bortoleto vem aprimorando.
O calendário da etapa inclui treinos livres na sexta-feira, classificação no sábado e a corrida no domingo. Veja os horários (no horário de Brasília):
- Treino Livre 1: sexta-feira, 13h30.
- Treino Livre 2: sexta-feira, 17h.
- Treino Livre 3: sábado, 13h30.
- Classificação: sábado, 17h.
- Corrida: domingo, 15h.
Para Bortoleto, o objetivo é claro: manter o ritmo próximo de Hulkenberg, evitar erros na largada e, se possível, terminar mais perto do top 15. Um resultado sólido no Bahrein pode ser o primeiro passo para transformar o otimismo do brasileiro em algo palpável na tabela de classificação.
Um novato em construção: o futuro de Bortoleto
Aos 20 anos, Gabriel Bortoleto está apenas começando sua jornada na Fórmula 1. O início de temporada, com seus altos e baixos, é um reflexo natural de um piloto que ainda se adapta a uma categoria conhecida por sua complexidade. A Sauber, por sua vez, também está em transição, com a promessa de um futuro mais competitivo sob a bandeira da Audi. Nesse contexto, o desempenho de Bortoleto ganha ainda mais relevância: ele é parte de um projeto que visa crescer nos próximos anos.
O brasileiro já mostrou que tem velocidade, como nas classificações da Austrália e da China, e resiliência, como na recuperação na corrida chinesa. A proximidade com Hulkenberg, um piloto que já enfrentou gigantes como Ferrari e Mercedes, é outro sinal de que o novato tem potencial para ir além. O desafio agora é transformar esses lampejos em consistência, algo que só virá com mais experiência e um carro mais competitivo.
Enquanto o Bahrein se aproxima, Bortoleto carrega uma mistura de realismo e esperança. Ele sabe que os pontos ainda estão fora de alcance na maioria das corridas, mas também entende que cada volta completada é um passo em direção ao seu desenvolvimento. O jovem piloto está construindo sua história na F1, e os resultados, como ele mesmo diz, não contam tudo o que está acontecendo nos bastidores.
O papel de um estreante na Sauber
Ser um novato em uma equipe como a Sauber traz responsabilidades específicas. Bortoleto não é apenas um piloto em busca de resultados individuais; ele também contribui para o desenvolvimento do carro. Cada corrida fornece dados que os engenheiros usam para ajustar o C45, e o brasileiro tem sido parte ativa desse processo. No Japão, por exemplo, ele destacou que terminar a prova, mesmo em 19º, foi útil para a equipe coletar informações sobre o desempenho das atualizações introduzidas.
Essa função de aprendizado mútuo é típica em equipes de meio de grid. A Sauber não tem a pressão de brigar por pódios como Red Bull ou McLaren, mas precisa de pilotos que ajudem a identificar pontos fracos e fortes do carro. Bortoleto, com sua experiência recente nas categorias de base, traz uma perspectiva fresca que complementa a bagagem de Hulkenberg. Juntos, os dois formam uma dupla que equilibra juventude e maturidade, algo valioso para uma equipe em reconstrução.
O brasileiro também tem se mostrado aberto ao feedback da equipe. Após o Japão, ele apontou a necessidade de ajustes na largada, um problema recorrente que comprometeu suas corridas. Essa disposição para aprender e corrigir erros é um traço que pode diferenciá-lo em um grid tão competitivo, onde pequenos detalhes fazem a diferença entre o sucesso e o fracasso.
O apoio de gigantes: Alonso e Verstappen
Um dos trunfos de Bortoleto é o suporte de pilotos consagrados. Fernando Alonso, bicampeão mundial e mentor do brasileiro, acompanha de perto sua evolução. Antes da temporada, o espanhol deu conselhos sobre como lidar com corridas em condições adversas, como chuva, algo que Bortoleto enfrentou na Austrália. A relação entre os dois é um reflexo do investimento de Alonso em jovens talentos, e o brasileiro tem usado essa orientação para crescer na F1.
Max Verstappen, por sua vez, também demonstrou apoio. O holandês, que já trocou ideias com Bortoleto sobre estratégias de pneus durante o fim de semana na Austrália, elogiou o potencial do novato ainda na pré-temporada. A amizade entre os dois, que começou quando Bortoleto tinha apenas 12 anos, adiciona uma camada extra de confiança ao brasileiro. Ter o respaldo de dois dos maiores nomes da categoria é um sinal de que ele está no radar dos gigantes da F1.
Esse apoio não se traduz em resultados imediatos, mas dá a Bortoleto uma base sólida para enfrentar os desafios da temporada. Alonso e Verstappen passaram por momentos difíceis em suas carreiras antes de alcançar o sucesso, e o brasileiro parece seguir um caminho semelhante: construir aos poucos, com paciência e determinação.
A longa estrada da temporada
Com 24 corridas no calendário, a temporada da Fórmula 1 é uma das mais extensas da história. Para Bortoleto, isso significa muitas oportunidades para mostrar serviço. Após o Bahrein, o campeonato segue para circuitos como Miami, Ímola e Mônaco, cada um com características únicas que testarão diferentes aspectos do carro da Sauber e do talento do brasileiro. A variedade de traçados será um campo de provas ideal para ele aprimorar sua versatilidade.
O piloto já passou por pistas distintas nas primeiras etapas: o Albert Park, com suas curvas rápidas; Xangai, com retas longas e freadas fortes; e Suzuka, com seu layout técnico e histórico. Cada experiência adiciona uma camada de conhecimento que será útil nas próximas corridas. O Bahrein, com seu mix de retas e curvas travadas, será mais um capítulo nessa jornada de aprendizado.
A temporada longa também dá à Sauber tempo para evoluir o carro. As atualizações testadas no Japão são apenas o começo de um processo que pode render frutos nas etapas seguintes. Para Bortoleto, isso é uma vantagem: quanto mais corridas, mais chances de transformar seu ritmo em resultados concretos. O brasileiro está ciente de que o caminho é longo, mas vê cada etapa como uma oportunidade de crescimento.
