A saída de Pedro Caixinha do comando técnico do Santos marcou o dia em que o clube celebrou 113 anos de história. Anunciada nesta segunda-feira, a demissão do treinador português, que assumiu o cargo em dezembro de 2024, veio após uma sequência de três jogos sem vitória no Campeonato Brasileiro. Neymar, principal estrela do elenco, usou as redes sociais para se despedir do ex-comandante, destacando a boa relação construída nos últimos meses. A derrota por 1 a 0 para o Fluminense, no Maracanã, no último domingo, foi o estopim para a decisão da diretoria, que agora busca um novo rumo para a equipe na competição nacional.
O atacante, que retornou ao clube no início de 2025 após passagem pelo Al Hilal, publicou uma mensagem breve, mas emotiva, em seus stories no Instagram. Ele agradeceu Caixinha pelo período de trabalho conjunto e desejou sucesso ao treinador em sua próxima jornada. A relação entre os dois era vista como um dos pontos positivos da breve passagem do português pelo clube, especialmente pelo esforço do técnico em adaptar o esquema tático para aproveitar as características de Neymar. Apesar disso, os resultados em campo não corresponderam às expectativas, e a pressão da torcida e da diretoria cresceu com o desempenho irregular.
A decisão de encerrar o ciclo de Caixinha foi tomada em um momento simbólico para o Santos, que celebrava mais um ano de fundação. Fundado em 1912, o clube viveu momentos de glória com ídolos como Pelé e o próprio Neymar, mas enfrenta desafios para retomar o protagonismo no cenário nacional. A demissão do treinador, somada ao lançamento de um novo uniforme no mesmo dia, reflete a tentativa de renovação em meio a um início complicado no Brasileirão.
Um ciclo de altos e baixos no comando do Peixe
Pedro Caixinha chegou ao Santos com a missão de substituir Fábio Carille, que conduziu o time ao título da Série B em 2024. Contratado no final do ano passado, o português assinou vínculo até dezembro de 2026, trazendo consigo a experiência de passagens por clubes como Red Bull Bragantino e equipes no México e na Escócia. A expectativa era que ele consolidasse o projeto de reconstrução do clube, aproveitando o retorno de Neymar como um divisor de águas para atrair atenção e resultados.
Durante sua passagem, Caixinha comandou o Santos em 17 partidas, com um aproveitamento de 47%. Foram sete vitórias, três empates e sete derrotas, números que refletem a instabilidade da equipe. No Campeonato Paulista, o time alcançou as semifinais, mas caiu diante do Corinthians em uma derrota por 2 a 1 na Neo Química Arena. O resultado gerou críticas, especialmente pela decisão do treinador de deixar Neymar no banco de reservas, mesmo com o placar adverso. A escolha foi justificada por um desconforto físico do jogador, mas não amenizou a insatisfação de parte da torcida.
Neymar se despede de Pedro Caixinha, demitido hoje do comando técnico do Santos. pic.twitter.com/qI0pUVZBcp
— Lucas F. de S. Costa (@lucas_fscosta94) April 14, 2025
No Brasileirão, o desempenho foi ainda mais preocupante. A estreia contra o Vasco terminou em derrota por 2 a 1, mesmo com o Santos abrindo o placar. Na segunda rodada, o empate por 2 a 2 com o Bahia, na Vila Belmiro, trouxe alívio momentâneo, mas expôs fragilidades defensivas. A gota d’água veio no confronto com o Fluminense, onde o time não conseguiu criar chances claras e sofreu o gol decisivo nos minutos finais. A sequência colocou o Santos na 18ª posição, dentro da zona de rebaixamento, reacendendo o temor de um novo descenso, como o ocorrido em 2023.
- Desempenho de Caixinha no Santos:
- 17 jogos disputados
- 7 vitórias, 3 empates, 7 derrotas
- Aproveitamento de 47%
- Eliminação na semifinal do Paulista
- 18º lugar no Brasileirão após três rodadas
O impacto de Neymar no projeto santista
O retorno de Neymar ao Santos foi um dos momentos mais celebrados pelos torcedores no início de 2025. Após deixar o Al Hilal, o camisa 10 voltou ao clube que o revelou com a promessa de liderar uma nova era. No entanto, lesões e a necessidade de adaptação física limitaram sua participação. Desde janeiro, ele disputou apenas oito partidas, com três gols e três assistências, números modestos para um jogador de seu calibre.
Apesar das dificuldades, Neymar mostrou comprometimento com o projeto. Ele participou de preleções, conversou com o elenco antes de jogos importantes e assumiu a faixa de capitão, reforçando seu papel de liderança. No jogo contra o Fluminense, o atacante voltou aos gramados após se recuperar de uma lesão na coxa esquerda, mas não conseguiu evitar a derrota. Sua presença em campo, mesmo limitada, era vista como essencial para o esquema de Caixinha, que apostava em sua criatividade para desequilibrar as defesas adversárias.
A relação com o treinador foi um dos pilares do trabalho inicial de Caixinha. O português buscou inspiração no trio MSN (Messi, Suárez e Neymar) do Barcelona para posicionar o camisa 10 como protagonista, com liberdade para flutuar entre as linhas defensivas. Além disso, o técnico destacou a dedicação de Neymar na marcação, algo que surpreendeu a comissão técnica. Vídeos de análise mostravam o jogador pressionando zagueiros e ditando o ritmo na saída de bola rival, um esforço que nem sempre se traduziu em resultados coletivos.
Pressão da torcida e críticas táticas
A passagem de Caixinha pelo Santos não foi marcada apenas por resultados abaixo do esperado. Suas escolhas táticas também geraram debates intensos entre torcedores e analistas. No jogo contra o Fluminense, a decisão de escalar Guilherme como titular, mesmo em má fase, e deixar jovens promissores como JP Chermont e Gabriel Bontempo no banco irritou parte da torcida. Ambos os jogadores da base vinham se destacando, e a opção por não utilizá-los foi vista como um sinal de conservadorismo.
Outro ponto de atrito foi a insistência em um esquema com três zagueiros em algumas partidas, que, segundo críticos, limitava a fluidez do ataque santista. Mesmo com Neymar em campo, o time teve dificuldades para criar chances claras, especialmente contra adversários que exploravam contra-ataques rápidos. A derrota para o Corinthians no Paulista, com o camisa 10 no banco, intensificou as cobranças por mudanças na escalação e na postura tática.
A pressão não vinha apenas das arquibancadas. Nos bastidores, a diretoria, liderada pelo presidente Marcelo Teixeira, já dava sinais de insatisfação desde a estreia no Brasileirão. Comentários do presidente após a derrota para o Vasco, apontando falhas defensivas e falta de efetividade no ataque, indicavam que o futuro de Caixinha estava em xeque. A ausência de vitórias nas três primeiras rodadas do campeonato nacional selou o destino do treinador.
O que vem pela frente para o Santos
Com a saída de Caixinha, o Santos agora enfrenta o desafio de encontrar um novo comandante para reverter a má fase. O auxiliar técnico César Sampaio assumiu o comando interino e terá a missão de preparar o time para o próximo compromisso, contra o Atlético-MG, na Vila Belmiro. A partida, válida pela quarta rodada do Brasileirão, está marcada para quarta-feira, às 21h30, e será um teste crucial para o elenco.
A diretoria já avalia nomes para o cargo de treinador. Profissionais experientes como Dorival Júnior, Jorge Sampaoli e Tite, que estão sem clube, aparecem como opções viáveis. Todos têm histórico de sucesso no futebol brasileiro e, no caso de Dorival e Tite, uma boa relação com Neymar, o que pode facilitar a transição. A escolha do novo técnico será determinante para definir os rumos do projeto de reconstrução do clube, que aposta na permanência do camisa 10 até, pelo menos, o fim de seu contrato, em junho.
- Próximos passos do Santos:
- Jogo contra o Atlético-MG na quarta-feira
- Busca por um novo treinador
- Foco na recuperação de Neymar para sequência do Brasileirão
- Reforço na confiança da torcida com resultados em casa
A busca por estabilidade no Brasileirão
O início do Campeonato Brasileiro trouxe à tona velhos fantasmas para o Santos. A campanha de 2023, que culminou no primeiro rebaixamento da história do clube, ainda está fresca na memória dos torcedores. A volta à elite era vista como uma oportunidade de redenção, mas os tropeços iniciais reacenderam a preocupação com a zona de rebaixamento. A 18ª colocação após três rodadas coloca pressão extra sobre o elenco e a diretoria.
Neymar, mesmo com limitações físicas, segue como a principal esperança para mudar o cenário. Sua experiência em grandes competições e a capacidade de decidir jogos são ativos que o Santos pretende explorar nas próximas rodadas. A partida contra o Atlético-MG será uma chance de mostrar que o time pode reagir, especialmente jogando em casa, onde a torcida costuma fazer a diferença. O apoio das arquibancadas será fundamental para dar confiança a um grupo que ainda busca entrosamento.
Além do camisa 10, outros jogadores terão que assumir maior responsabilidade. Soteldo, que também sofreu com lesões no início da temporada, é outra peça importante no ataque. Jovens como JP Chermont e Gabriel Bontempo, que ganharam espaço no Paulista, podem trazer frescor ao elenco, caso o próximo treinador opte por dar mais minutos a eles. A mescla entre experiência e juventude será essencial para o Santos encontrar equilíbrio.
Momentos marcantes da era Caixinha
A passagem de Pedro Caixinha pelo Santos, embora curta, teve momentos que ficarão na memória dos torcedores. A vitória por 4 a 1 sobre o Coritiba, em amistoso no Couto Pereira, foi um dos pontos altos, mostrando o potencial ofensivo do time com Neymar em campo. No Paulista, o triunfo sobre o Red Bull Bragantino nas quartas de final também trouxe esperança, com o camisa 10 marcando e dando assistência.
Por outro lado, as eliminações e derrotas pesaram mais. A queda para o Corinthians no estadual foi um golpe duro, especialmente pela expectativa de que Neymar pudesse fazer a diferença. No Brasileirão, a virada sofrida contra o Vasco e a apatia contra o Fluminense reforçaram a percepção de que o time precisava de ajustes urgentes. Caixinha tentou implementar sua filosofia, mas o tempo e os resultados jogaram contra.
- Jogos marcantes sob o comando de Caixinha:
- Santos 4 x 1 Coritiba (amistoso)
- Santos 2 x 1 Red Bull Bragantino (Paulistão, quartas)
- Corinthians 2 x 1 Santos (Paulistão, semifinal)
- Vasco 2 x 1 Santos (Brasileirão, 1ª rodada)
- Fluminense 1 x 0 Santos (Brasileirão, 3ª rodada)
Neymar e o peso da liderança
Ser capitão do Santos em um momento de reconstrução não é tarefa fácil, mesmo para um jogador com a trajetória de Neymar. Aos 33 anos, ele enfrenta o desafio de liderar um elenco jovem enquanto lida com a própria recuperação física. Sua dedicação fora de campo, como nas conversas com o grupo antes de jogos, tem sido elogiada, mas a torcida espera mais impacto dentro das quatro linhas.
O camisa 10 sabe que seu nome atrai holofotes, mas também cobranças. A crítica de que ele prioriza compromissos extracampo, como eventos e jogos de poker, voltou a surgir em alguns setores da imprensa. Neymar, no entanto, mantém o foco no Santos, com planos de estender seu contrato além de junho, caso o projeto avance. A saída de Caixinha pode ser um obstáculo, mas também uma oportunidade para o atacante se conectar com um novo treinador e recuperar o brilho que o consagrou.
A relação com a torcida é outro aspecto crucial. Mesmo com os resultados ruins, Neymar segue como ídolo incontestável, e sua presença na Vila Belmiro costuma eletrizar as arquibancadas. O jogo contra o Atlético-MG será mais uma chance de ele mostrar que ainda pode ser o diferencial que o Santos precisa. A expectativa é que, com mais minutos em campo, o atacante consiga emplacar uma sequência de atuações decisivas.
O futuro do projeto santista
A demissão de Caixinha expõe a fragilidade do planejamento do Santos, mas também abre espaço para correções de rota. A diretoria, sob o comando de Marcelo Teixeira, enfrenta o desafio de escolher um treinador que alie experiência e capacidade de lidar com a pressão de um clube centenário. A aposta em Neymar como pilar do projeto segue firme, mas depende de resultados para se sustentar a longo prazo.
O mercado de treinadores oferece opções atraentes. Dorival Júnior, que já passou pelo Santos e conquistou títulos com outros clubes, é um nome que agrada pela familiaridade. Sampaoli, com seu estilo intenso, também desperta curiosidade, especialmente por nunca ter trabalhado com Neymar. Tite, por sua vez, traria peso e organização tática, algo que faltou nos últimos jogos. A decisão deve ser tomada com cuidado, já que o próximo técnico terá a missão de tirar o time da zona de rebaixamento e devolver a confiança à torcida.
Enquanto isso, o elenco se prepara para o confronto com o Atlético-MG. César Sampaio, interino, deve manter a base deixada por Caixinha, mas pode promover mudanças pontuais, como a entrada de jogadores da base. A partida será um termômetro para avaliar o impacto imediato da troca de comando e a resposta dos atletas em campo.
Um clube em busca de redenção
A história do Santos é repleta de conquistas e momentos inesquecíveis, mas os últimos anos trouxeram desafios que testaram a paciência da torcida. O rebaixamento em 2023 foi um marco negativo, e o retorno à Série A era esperado como o início de uma nova fase. A presença de Neymar reacendeu a esperança, mas os tropeços iniciais mostram que o caminho será longo.
A demissão de Pedro Caixinha, embora dolorosa, pode ser o primeiro passo para ajustar o projeto. A diretoria sabe que a escolha do próximo treinador será crucial, assim como a gestão do elenco e a manutenção do apoio da torcida. O 113º aniversário do clube, celebrado com a saída de um técnico e o lançamento de um uniforme, simboliza a dualidade entre passado glorioso e futuro incerto.
Neymar, por sua vez, carrega o peso de ser o símbolo dessa reconstrução. Sua mensagem de despedida a Caixinha reflete o respeito pelo trabalho conjunto, mas também a consciência de que o Santos precisa de mais. Com contrato até junho e possibilidade de renovação, o camisa 10 tem a chance de escrever um novo capítulo na Vila Belmiro, desde que o time encontre estabilidade e resultados.

A saída de Pedro Caixinha do comando técnico do Santos marcou o dia em que o clube celebrou 113 anos de história. Anunciada nesta segunda-feira, a demissão do treinador português, que assumiu o cargo em dezembro de 2024, veio após uma sequência de três jogos sem vitória no Campeonato Brasileiro. Neymar, principal estrela do elenco, usou as redes sociais para se despedir do ex-comandante, destacando a boa relação construída nos últimos meses. A derrota por 1 a 0 para o Fluminense, no Maracanã, no último domingo, foi o estopim para a decisão da diretoria, que agora busca um novo rumo para a equipe na competição nacional.
O atacante, que retornou ao clube no início de 2025 após passagem pelo Al Hilal, publicou uma mensagem breve, mas emotiva, em seus stories no Instagram. Ele agradeceu Caixinha pelo período de trabalho conjunto e desejou sucesso ao treinador em sua próxima jornada. A relação entre os dois era vista como um dos pontos positivos da breve passagem do português pelo clube, especialmente pelo esforço do técnico em adaptar o esquema tático para aproveitar as características de Neymar. Apesar disso, os resultados em campo não corresponderam às expectativas, e a pressão da torcida e da diretoria cresceu com o desempenho irregular.
A decisão de encerrar o ciclo de Caixinha foi tomada em um momento simbólico para o Santos, que celebrava mais um ano de fundação. Fundado em 1912, o clube viveu momentos de glória com ídolos como Pelé e o próprio Neymar, mas enfrenta desafios para retomar o protagonismo no cenário nacional. A demissão do treinador, somada ao lançamento de um novo uniforme no mesmo dia, reflete a tentativa de renovação em meio a um início complicado no Brasileirão.
Um ciclo de altos e baixos no comando do Peixe
Pedro Caixinha chegou ao Santos com a missão de substituir Fábio Carille, que conduziu o time ao título da Série B em 2024. Contratado no final do ano passado, o português assinou vínculo até dezembro de 2026, trazendo consigo a experiência de passagens por clubes como Red Bull Bragantino e equipes no México e na Escócia. A expectativa era que ele consolidasse o projeto de reconstrução do clube, aproveitando o retorno de Neymar como um divisor de águas para atrair atenção e resultados.
Durante sua passagem, Caixinha comandou o Santos em 17 partidas, com um aproveitamento de 47%. Foram sete vitórias, três empates e sete derrotas, números que refletem a instabilidade da equipe. No Campeonato Paulista, o time alcançou as semifinais, mas caiu diante do Corinthians em uma derrota por 2 a 1 na Neo Química Arena. O resultado gerou críticas, especialmente pela decisão do treinador de deixar Neymar no banco de reservas, mesmo com o placar adverso. A escolha foi justificada por um desconforto físico do jogador, mas não amenizou a insatisfação de parte da torcida.
Neymar se despede de Pedro Caixinha, demitido hoje do comando técnico do Santos. pic.twitter.com/qI0pUVZBcp
— Lucas F. de S. Costa (@lucas_fscosta94) April 14, 2025
No Brasileirão, o desempenho foi ainda mais preocupante. A estreia contra o Vasco terminou em derrota por 2 a 1, mesmo com o Santos abrindo o placar. Na segunda rodada, o empate por 2 a 2 com o Bahia, na Vila Belmiro, trouxe alívio momentâneo, mas expôs fragilidades defensivas. A gota d’água veio no confronto com o Fluminense, onde o time não conseguiu criar chances claras e sofreu o gol decisivo nos minutos finais. A sequência colocou o Santos na 18ª posição, dentro da zona de rebaixamento, reacendendo o temor de um novo descenso, como o ocorrido em 2023.
- Desempenho de Caixinha no Santos:
- 17 jogos disputados
- 7 vitórias, 3 empates, 7 derrotas
- Aproveitamento de 47%
- Eliminação na semifinal do Paulista
- 18º lugar no Brasileirão após três rodadas
O impacto de Neymar no projeto santista
O retorno de Neymar ao Santos foi um dos momentos mais celebrados pelos torcedores no início de 2025. Após deixar o Al Hilal, o camisa 10 voltou ao clube que o revelou com a promessa de liderar uma nova era. No entanto, lesões e a necessidade de adaptação física limitaram sua participação. Desde janeiro, ele disputou apenas oito partidas, com três gols e três assistências, números modestos para um jogador de seu calibre.
Apesar das dificuldades, Neymar mostrou comprometimento com o projeto. Ele participou de preleções, conversou com o elenco antes de jogos importantes e assumiu a faixa de capitão, reforçando seu papel de liderança. No jogo contra o Fluminense, o atacante voltou aos gramados após se recuperar de uma lesão na coxa esquerda, mas não conseguiu evitar a derrota. Sua presença em campo, mesmo limitada, era vista como essencial para o esquema de Caixinha, que apostava em sua criatividade para desequilibrar as defesas adversárias.
A relação com o treinador foi um dos pilares do trabalho inicial de Caixinha. O português buscou inspiração no trio MSN (Messi, Suárez e Neymar) do Barcelona para posicionar o camisa 10 como protagonista, com liberdade para flutuar entre as linhas defensivas. Além disso, o técnico destacou a dedicação de Neymar na marcação, algo que surpreendeu a comissão técnica. Vídeos de análise mostravam o jogador pressionando zagueiros e ditando o ritmo na saída de bola rival, um esforço que nem sempre se traduziu em resultados coletivos.
Pressão da torcida e críticas táticas
A passagem de Caixinha pelo Santos não foi marcada apenas por resultados abaixo do esperado. Suas escolhas táticas também geraram debates intensos entre torcedores e analistas. No jogo contra o Fluminense, a decisão de escalar Guilherme como titular, mesmo em má fase, e deixar jovens promissores como JP Chermont e Gabriel Bontempo no banco irritou parte da torcida. Ambos os jogadores da base vinham se destacando, e a opção por não utilizá-los foi vista como um sinal de conservadorismo.
Outro ponto de atrito foi a insistência em um esquema com três zagueiros em algumas partidas, que, segundo críticos, limitava a fluidez do ataque santista. Mesmo com Neymar em campo, o time teve dificuldades para criar chances claras, especialmente contra adversários que exploravam contra-ataques rápidos. A derrota para o Corinthians no Paulista, com o camisa 10 no banco, intensificou as cobranças por mudanças na escalação e na postura tática.
A pressão não vinha apenas das arquibancadas. Nos bastidores, a diretoria, liderada pelo presidente Marcelo Teixeira, já dava sinais de insatisfação desde a estreia no Brasileirão. Comentários do presidente após a derrota para o Vasco, apontando falhas defensivas e falta de efetividade no ataque, indicavam que o futuro de Caixinha estava em xeque. A ausência de vitórias nas três primeiras rodadas do campeonato nacional selou o destino do treinador.
O que vem pela frente para o Santos
Com a saída de Caixinha, o Santos agora enfrenta o desafio de encontrar um novo comandante para reverter a má fase. O auxiliar técnico César Sampaio assumiu o comando interino e terá a missão de preparar o time para o próximo compromisso, contra o Atlético-MG, na Vila Belmiro. A partida, válida pela quarta rodada do Brasileirão, está marcada para quarta-feira, às 21h30, e será um teste crucial para o elenco.
A diretoria já avalia nomes para o cargo de treinador. Profissionais experientes como Dorival Júnior, Jorge Sampaoli e Tite, que estão sem clube, aparecem como opções viáveis. Todos têm histórico de sucesso no futebol brasileiro e, no caso de Dorival e Tite, uma boa relação com Neymar, o que pode facilitar a transição. A escolha do novo técnico será determinante para definir os rumos do projeto de reconstrução do clube, que aposta na permanência do camisa 10 até, pelo menos, o fim de seu contrato, em junho.
- Próximos passos do Santos:
- Jogo contra o Atlético-MG na quarta-feira
- Busca por um novo treinador
- Foco na recuperação de Neymar para sequência do Brasileirão
- Reforço na confiança da torcida com resultados em casa
A busca por estabilidade no Brasileirão
O início do Campeonato Brasileiro trouxe à tona velhos fantasmas para o Santos. A campanha de 2023, que culminou no primeiro rebaixamento da história do clube, ainda está fresca na memória dos torcedores. A volta à elite era vista como uma oportunidade de redenção, mas os tropeços iniciais reacenderam a preocupação com a zona de rebaixamento. A 18ª colocação após três rodadas coloca pressão extra sobre o elenco e a diretoria.
Neymar, mesmo com limitações físicas, segue como a principal esperança para mudar o cenário. Sua experiência em grandes competições e a capacidade de decidir jogos são ativos que o Santos pretende explorar nas próximas rodadas. A partida contra o Atlético-MG será uma chance de mostrar que o time pode reagir, especialmente jogando em casa, onde a torcida costuma fazer a diferença. O apoio das arquibancadas será fundamental para dar confiança a um grupo que ainda busca entrosamento.
Além do camisa 10, outros jogadores terão que assumir maior responsabilidade. Soteldo, que também sofreu com lesões no início da temporada, é outra peça importante no ataque. Jovens como JP Chermont e Gabriel Bontempo, que ganharam espaço no Paulista, podem trazer frescor ao elenco, caso o próximo treinador opte por dar mais minutos a eles. A mescla entre experiência e juventude será essencial para o Santos encontrar equilíbrio.
Momentos marcantes da era Caixinha
A passagem de Pedro Caixinha pelo Santos, embora curta, teve momentos que ficarão na memória dos torcedores. A vitória por 4 a 1 sobre o Coritiba, em amistoso no Couto Pereira, foi um dos pontos altos, mostrando o potencial ofensivo do time com Neymar em campo. No Paulista, o triunfo sobre o Red Bull Bragantino nas quartas de final também trouxe esperança, com o camisa 10 marcando e dando assistência.
Por outro lado, as eliminações e derrotas pesaram mais. A queda para o Corinthians no estadual foi um golpe duro, especialmente pela expectativa de que Neymar pudesse fazer a diferença. No Brasileirão, a virada sofrida contra o Vasco e a apatia contra o Fluminense reforçaram a percepção de que o time precisava de ajustes urgentes. Caixinha tentou implementar sua filosofia, mas o tempo e os resultados jogaram contra.
- Jogos marcantes sob o comando de Caixinha:
- Santos 4 x 1 Coritiba (amistoso)
- Santos 2 x 1 Red Bull Bragantino (Paulistão, quartas)
- Corinthians 2 x 1 Santos (Paulistão, semifinal)
- Vasco 2 x 1 Santos (Brasileirão, 1ª rodada)
- Fluminense 1 x 0 Santos (Brasileirão, 3ª rodada)
Neymar e o peso da liderança
Ser capitão do Santos em um momento de reconstrução não é tarefa fácil, mesmo para um jogador com a trajetória de Neymar. Aos 33 anos, ele enfrenta o desafio de liderar um elenco jovem enquanto lida com a própria recuperação física. Sua dedicação fora de campo, como nas conversas com o grupo antes de jogos, tem sido elogiada, mas a torcida espera mais impacto dentro das quatro linhas.
O camisa 10 sabe que seu nome atrai holofotes, mas também cobranças. A crítica de que ele prioriza compromissos extracampo, como eventos e jogos de poker, voltou a surgir em alguns setores da imprensa. Neymar, no entanto, mantém o foco no Santos, com planos de estender seu contrato além de junho, caso o projeto avance. A saída de Caixinha pode ser um obstáculo, mas também uma oportunidade para o atacante se conectar com um novo treinador e recuperar o brilho que o consagrou.
A relação com a torcida é outro aspecto crucial. Mesmo com os resultados ruins, Neymar segue como ídolo incontestável, e sua presença na Vila Belmiro costuma eletrizar as arquibancadas. O jogo contra o Atlético-MG será mais uma chance de ele mostrar que ainda pode ser o diferencial que o Santos precisa. A expectativa é que, com mais minutos em campo, o atacante consiga emplacar uma sequência de atuações decisivas.
O futuro do projeto santista
A demissão de Caixinha expõe a fragilidade do planejamento do Santos, mas também abre espaço para correções de rota. A diretoria, sob o comando de Marcelo Teixeira, enfrenta o desafio de escolher um treinador que alie experiência e capacidade de lidar com a pressão de um clube centenário. A aposta em Neymar como pilar do projeto segue firme, mas depende de resultados para se sustentar a longo prazo.
O mercado de treinadores oferece opções atraentes. Dorival Júnior, que já passou pelo Santos e conquistou títulos com outros clubes, é um nome que agrada pela familiaridade. Sampaoli, com seu estilo intenso, também desperta curiosidade, especialmente por nunca ter trabalhado com Neymar. Tite, por sua vez, traria peso e organização tática, algo que faltou nos últimos jogos. A decisão deve ser tomada com cuidado, já que o próximo técnico terá a missão de tirar o time da zona de rebaixamento e devolver a confiança à torcida.
Enquanto isso, o elenco se prepara para o confronto com o Atlético-MG. César Sampaio, interino, deve manter a base deixada por Caixinha, mas pode promover mudanças pontuais, como a entrada de jogadores da base. A partida será um termômetro para avaliar o impacto imediato da troca de comando e a resposta dos atletas em campo.
Um clube em busca de redenção
A história do Santos é repleta de conquistas e momentos inesquecíveis, mas os últimos anos trouxeram desafios que testaram a paciência da torcida. O rebaixamento em 2023 foi um marco negativo, e o retorno à Série A era esperado como o início de uma nova fase. A presença de Neymar reacendeu a esperança, mas os tropeços iniciais mostram que o caminho será longo.
A demissão de Pedro Caixinha, embora dolorosa, pode ser o primeiro passo para ajustar o projeto. A diretoria sabe que a escolha do próximo treinador será crucial, assim como a gestão do elenco e a manutenção do apoio da torcida. O 113º aniversário do clube, celebrado com a saída de um técnico e o lançamento de um uniforme, simboliza a dualidade entre passado glorioso e futuro incerto.
Neymar, por sua vez, carrega o peso de ser o símbolo dessa reconstrução. Sua mensagem de despedida a Caixinha reflete o respeito pelo trabalho conjunto, mas também a consciência de que o Santos precisa de mais. Com contrato até junho e possibilidade de renovação, o camisa 10 tem a chance de escrever um novo capítulo na Vila Belmiro, desde que o time encontre estabilidade e resultados.
