[Atenção! Esse texto contém spoilers!] Kaitlyn Dever, intérprete de Abby em “The Last Of Us”, revelou ter gravado a cena brutal da morte de Joel poucos dias depois do falecimento de sua mãe. Em entrevista ao Entertainment Weekly nesta segunda-feira (21), a atriz explicou que o luto a ajudou na cena impactante com Pedro Pascal, e no discurso para as câmeras.
Ao site, a artista contou que a mãe, Kathy Dever, morreu em fevereiro de 2024, após 14 anos tratando um câncer de mama. Contudo, Kaitlyn precisava retornar ao set de filmagens para gravar justamente a sequência em que Abby tortura e mata Joel. “Perdi minha mãe duas ou três semanas antes de realmente filmar essa cena, e o funeral dela foi três dias antes do meu primeiro dia. Então, eu estava meio que em um ‘nevoeiro’. Estava atordoada”, desabafou.
Diante do ocorrido, os produtores chegaram a cogitar uma mudança no cronograma das gravações. “Eu me importo muito com a série, mas ainda é apenas uma série. Não vou interromper o luto de alguém pela própria mãe, especialmente por uma série que também fala sobre o processo de luto”, declarou Craig Mazin.
Kaitlyn explicou que, por conta do luto, não conseguiu se preparar da mesma forma para o discurso que antecedeu a despedida do personagem de Pascal. Trata-se de um monólogo escrito por Mazin que não aparece no jogo, no qual Abby desabafa sobre tudo o que a está incomodando. O texto serviu, inclusive, como uma forma de contextualizar o desejo de vingança da jovem contra Joel.

“Normalmente, se eu tenho um monólogo assim, eu o decoro três semanas antes de fazê-lo. Eu tinha uma abordagem diferente, e acho que isso realmente serviu à personagem de muitas maneiras. Eu consegui meio que… sei lá, simplesmente deixar para lá e não pensar muito nisso, até porque as palavras no roteiro já eram muito poderosas”, analisou ela.
A mudança, claro, também chamou a atenção de Dever, que entregou sua reação. “Quando li isso pela primeira vez, pensei: ‘Jesus Cristo! Isso é algo que não vemos no jogo’. Essa parte muito humana dela que vem lutando há tanto tempo, e ela está tentando encontrar uma saída para essa luta. Mas é isso que é muito semelhante a todos aqueles personagens, mesmo naquela sala: todos aqueles personagens são simplesmente seres humanos imperfeitos em muitos aspectos”, ponderou a atriz.
Mazin também explicou as falas adicionadas em “The Last of Us“. “Trata-se apenas de imaginar o quão brava e magoada ela está, mas também o quão correta ela está em sua mente. O importante para ela é transmitir que o que ele fez foi errado. O fim, ele [sendo] culpado, condenado à morte. Sem discussão, sem debate, sem nada”, afirmou.
“Eu adoro como Pedro retratou esse tipo de aceitação ali. A verdade é que o que ele fez é o que ela está fazendo agora. Matamos pelas pessoas que amamos. Joel tem uma experiência que nem Ellie e nem Abby têm. E vamos explorar isso mais a fundo na temporada. E essa é a experiência de amar uma criança, que é diferente de ser uma criança e amar um pai”, completou o produtor.
Kaitlyn ainda mencionou um alívio que teve após a exibição de “Through the Valley”, no domingo (20). Isto porque sentiu que “pisava em ovos” durante os eventos de divulgação da segunda temporada. “Era tipo, eu posso falar sobre isso ou eu não posso falar sobre isso. Mas agora, eu posso falar sobre essa cena, o que é uma ótima notícia. Eu posso relaxar um pouco”, pontuou.

Duas Abbys
Outra situação que o telespectador viu no segundo episódio foi a aparição de duas versões da Abby em um sonho da personagem. No take, ela confronta seu eu mais jovem, como se estivesse tentando avisá-la que encontraria o corpo de seu pai ao abrir a porta do hospital. “Eu também estava com laringite quando fiz aquela cena. Então foi muito intenso. Mas, sim, foi uma cena muito triste. Partiu meu coração ter que filmar aquilo”, recordou a artista.
“Como espectadora, ver esse lado dela é muito importante e muito profundo. Isso permite que você literalmente entre no cérebro da Abby. Simplesmente encapsula tudo o que ela está sentindo naquela cena que vem depois. Ela quer muito sua antiga vida de volta. Ela quer muito que a situação não seja mais a mesma. O mais importante para mim ao interpretar aquela cena foi querer fazer tudo aquilo parar. Eu quase acho que uma parte dela também acha que poderia ter feito algo a respeito, ou que há uma espécie de culpa de sobrevivente ali. Acho isso muito, muito poderoso”, salientou.
Dever, então, comparou a experiência com os últimos acontecimentos em sua vida pessoal. “Essas duas pessoas são tão diferentes. Agora tenho uma perspectiva mais ampla sobre como o luto realmente é. Você só sabe realmente como é [quando] o vivencia de forma profunda, muito profunda”, ponderou. “Sinto como se tivesse passado por uma batalha. Falando da Abby mais velha versus a Abby mais jovem. São cinco anos de diferença entre elas, e elas são pessoas diferentes. O treinamento que ela fez quando estava com os Vagalumes versus cinco anos depois, tudo isso foi diferente. Mas, emocionalmente, ela passou por um inferno. E eu queria ter certeza de que isso fosse demonstrado. Você só tem um curto período de tempo para poder demonstrar isso, na verdade”, acrescentou a atriz.
Por fim, Kaitlyn deixou um alerta para o público sobre o que esperar de Abby nos próximos episódios de “The Last of Us”. “Temos apenas um vislumbre disso bem no final. Talvez seja algo que as pessoas notem ou não. Por causa da intensa preparação para o assassinato de Joel, do quão estratégica ela queria ser, de como ela se conteve por tanto tempo e do quão desesperada estava por vingança… Quando ela finalmente consegue, há um momento em que seu pai ainda está desaparecido e isso não resolve nada. Então, no futuro, para Abby, veremos como isso se manifesta para ela”, concluiu.
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[Atenção! Esse texto contém spoilers!] Kaitlyn Dever, intérprete de Abby em “The Last Of Us”, revelou ter gravado a cena brutal da morte de Joel poucos dias depois do falecimento de sua mãe. Em entrevista ao Entertainment Weekly nesta segunda-feira (21), a atriz explicou que o luto a ajudou na cena impactante com Pedro Pascal, e no discurso para as câmeras.
Ao site, a artista contou que a mãe, Kathy Dever, morreu em fevereiro de 2024, após 14 anos tratando um câncer de mama. Contudo, Kaitlyn precisava retornar ao set de filmagens para gravar justamente a sequência em que Abby tortura e mata Joel. “Perdi minha mãe duas ou três semanas antes de realmente filmar essa cena, e o funeral dela foi três dias antes do meu primeiro dia. Então, eu estava meio que em um ‘nevoeiro’. Estava atordoada”, desabafou.
Diante do ocorrido, os produtores chegaram a cogitar uma mudança no cronograma das gravações. “Eu me importo muito com a série, mas ainda é apenas uma série. Não vou interromper o luto de alguém pela própria mãe, especialmente por uma série que também fala sobre o processo de luto”, declarou Craig Mazin.
Kaitlyn explicou que, por conta do luto, não conseguiu se preparar da mesma forma para o discurso que antecedeu a despedida do personagem de Pascal. Trata-se de um monólogo escrito por Mazin que não aparece no jogo, no qual Abby desabafa sobre tudo o que a está incomodando. O texto serviu, inclusive, como uma forma de contextualizar o desejo de vingança da jovem contra Joel.

“Normalmente, se eu tenho um monólogo assim, eu o decoro três semanas antes de fazê-lo. Eu tinha uma abordagem diferente, e acho que isso realmente serviu à personagem de muitas maneiras. Eu consegui meio que… sei lá, simplesmente deixar para lá e não pensar muito nisso, até porque as palavras no roteiro já eram muito poderosas”, analisou ela.
A mudança, claro, também chamou a atenção de Dever, que entregou sua reação. “Quando li isso pela primeira vez, pensei: ‘Jesus Cristo! Isso é algo que não vemos no jogo’. Essa parte muito humana dela que vem lutando há tanto tempo, e ela está tentando encontrar uma saída para essa luta. Mas é isso que é muito semelhante a todos aqueles personagens, mesmo naquela sala: todos aqueles personagens são simplesmente seres humanos imperfeitos em muitos aspectos”, ponderou a atriz.
Mazin também explicou as falas adicionadas em “The Last of Us“. “Trata-se apenas de imaginar o quão brava e magoada ela está, mas também o quão correta ela está em sua mente. O importante para ela é transmitir que o que ele fez foi errado. O fim, ele [sendo] culpado, condenado à morte. Sem discussão, sem debate, sem nada”, afirmou.
“Eu adoro como Pedro retratou esse tipo de aceitação ali. A verdade é que o que ele fez é o que ela está fazendo agora. Matamos pelas pessoas que amamos. Joel tem uma experiência que nem Ellie e nem Abby têm. E vamos explorar isso mais a fundo na temporada. E essa é a experiência de amar uma criança, que é diferente de ser uma criança e amar um pai”, completou o produtor.
Kaitlyn ainda mencionou um alívio que teve após a exibição de “Through the Valley”, no domingo (20). Isto porque sentiu que “pisava em ovos” durante os eventos de divulgação da segunda temporada. “Era tipo, eu posso falar sobre isso ou eu não posso falar sobre isso. Mas agora, eu posso falar sobre essa cena, o que é uma ótima notícia. Eu posso relaxar um pouco”, pontuou.

Duas Abbys
Outra situação que o telespectador viu no segundo episódio foi a aparição de duas versões da Abby em um sonho da personagem. No take, ela confronta seu eu mais jovem, como se estivesse tentando avisá-la que encontraria o corpo de seu pai ao abrir a porta do hospital. “Eu também estava com laringite quando fiz aquela cena. Então foi muito intenso. Mas, sim, foi uma cena muito triste. Partiu meu coração ter que filmar aquilo”, recordou a artista.
“Como espectadora, ver esse lado dela é muito importante e muito profundo. Isso permite que você literalmente entre no cérebro da Abby. Simplesmente encapsula tudo o que ela está sentindo naquela cena que vem depois. Ela quer muito sua antiga vida de volta. Ela quer muito que a situação não seja mais a mesma. O mais importante para mim ao interpretar aquela cena foi querer fazer tudo aquilo parar. Eu quase acho que uma parte dela também acha que poderia ter feito algo a respeito, ou que há uma espécie de culpa de sobrevivente ali. Acho isso muito, muito poderoso”, salientou.
Dever, então, comparou a experiência com os últimos acontecimentos em sua vida pessoal. “Essas duas pessoas são tão diferentes. Agora tenho uma perspectiva mais ampla sobre como o luto realmente é. Você só sabe realmente como é [quando] o vivencia de forma profunda, muito profunda”, ponderou. “Sinto como se tivesse passado por uma batalha. Falando da Abby mais velha versus a Abby mais jovem. São cinco anos de diferença entre elas, e elas são pessoas diferentes. O treinamento que ela fez quando estava com os Vagalumes versus cinco anos depois, tudo isso foi diferente. Mas, emocionalmente, ela passou por um inferno. E eu queria ter certeza de que isso fosse demonstrado. Você só tem um curto período de tempo para poder demonstrar isso, na verdade”, acrescentou a atriz.
Por fim, Kaitlyn deixou um alerta para o público sobre o que esperar de Abby nos próximos episódios de “The Last of Us”. “Temos apenas um vislumbre disso bem no final. Talvez seja algo que as pessoas notem ou não. Por causa da intensa preparação para o assassinato de Joel, do quão estratégica ela queria ser, de como ela se conteve por tanto tempo e do quão desesperada estava por vingança… Quando ela finalmente consegue, há um momento em que seu pai ainda está desaparecido e isso não resolve nada. Então, no futuro, para Abby, veremos como isso se manifesta para ela”, concluiu.
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