Frei Gilson suspende show em Luanda por morte de Papa Francisco e mantém evento em Maputo

A morte do Papa Francisco, aos 88 anos, na manhã de 21 de abril, abalou a Igreja Católica e reverberou em eventos religiosos ao redor do mundo. Em Luanda, capital de Angola, o show do frei Gilson Azevedo, marcado para o sábado, 26 de abril, no Estádio dos Coqueiros, foi cancelado em respeito ao luto pelo pontífice. A decisão, anunciada pela comunidade Obra de Maria, reflete o momento de reflexão e oração que marca a Igreja neste período de transição. Enquanto isso, o evento em Maputo, Moçambique, segue confirmado para o domingo, 27 de abril, com uma missa celebrada pelo arcebispo local e um show que promete unir alegria e espiritualidade.

Organizado pela Obra de Maria, associação de fiéis fundada em Pernambuco, o show em Luanda seria um marco na agenda missionária de Frei Gilson, conhecido por sua música evangelizadora e carisma. A expectativa era de milhares de fiéis no estádio, mas a arquidiocese de Luanda optou por suspender o evento, alinhando-se ao chamado da Igreja para um período de recolhimento. A comunidade local, que aguardava com entusiasmo, agora espera informações sobre reembolsos ou uma possível nova data.

Frei Gilson, integrante da Congregação dos Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo, expressou solidariedade aos fiéis angolanos por meio de uma mensagem nas redes sociais. Ele destacou o amor da comunidade pelo evento e reforçou a importância de se unir em oração pelo Papa Francisco, cuja liderança deixou marcas profundas na Igreja Católica. O cancelamento, embora doloroso, foi recebido com compreensão pelos organizadores e pelo público.

Contexto da morte de Papa Francisco

O falecimento do Papa Francisco, ocorrido às 7h35 (horário de Roma) na Casa Santa Marta, foi causado por um acidente vascular cerebral seguido de colapso cardiocirculatório. O anúncio, feito pela Sala de Imprensa da Santa Sé, marcou o início de um período de luto oficial e preparativos para o conclave que escolherá o próximo líder da Igreja. Durante seus quase 13 anos de pontificado, Francisco se destacou por reformas progressistas, como o aumento das punições contra a pedofilia clerical, a publicação da primeira encíclica ambiental da história, Laudato Si’, e a defesa de maior inclusão de grupos marginalizados, incluindo a comunidade LGBTQIA+.

A Igreja Católica, com mais de 1,3 bilhão de fiéis em todo o mundo, enfrenta agora um momento de transição. O Colégio dos Cardeais, responsável pela eleição do novo papa, já começou suas reuniões preparatórias, conhecidas como congregações gerais. Em 23 de abril, 103 cardeais estavam presentes em Roma, um aumento significativo em relação aos 60 que participaram da primeira reunião, dois dias antes. O conclave, que ocorrerá na Capela Sistina, envolve 138 cardeais eleitores com menos de 80 anos, dos quais sete são brasileiros, incluindo Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre.

O impacto da morte de Francisco vai além do Vaticano. Em Jerusalém, o patriarca latino Pierbattista Pizzaballa celebrou uma missa em sufrágio na Igreja do Santo Sepulcro. No Brasil, a Arquidiocese de Aracaju convocou uma missa para o sábado, 26 de abril, em memória do pontífice. Essas iniciativas refletem a comoção global e a reverência por um papa que buscou aproximar a Igreja das demandas sociais e políticas contemporâneas.

• Missas em sufrágio: Celebrações ocorrem em diversas partes do mundo, como Jerusalém e Aracaju, para homenagear o legado de Francisco.
• Conclave iminente: Cardeais se reúnem em Roma para preparar a eleição do novo papa, com 138 eleitores aptos.
• Reformas de Francisco: Pontificado foi marcado por ações contra pedofilia, encíclica ambiental e acolhida à comunidade LGBTQIA+.

Cancelamento em Luanda: decisão da Obra de Maria

A suspensão do show em Luanda foi uma decisão conjunta entre a Obra de Maria e a Arquidiocese de Luanda. A organização, que tem como missão evangelizar com alegria, considerou o momento inadequado para um evento festivo, priorizando o luto e a oração. A publicação oficial no Instagram da Obra de Maria Luanda destacou que a escolha reflete o compromisso com os valores da Igreja e o respeito pela memória de Francisco.

Frei Gilson, em sua mensagem aos fiéis, reconheceu o esforço da comunidade angolana na preparação do evento. Ele mencionou o “amor” com que os ingressos foram adquiridos e os preparativos realizados, mas frisou que a suspensão atende a um “chamado maior” da Igreja. A organização prometeu divulgar em breve detalhes sobre o reembolso dos ingressos ou a possibilidade de remarcação, embora nenhuma data tenha sido confirmada até o momento.

A Obra de Maria, fundada em 1990 em Recife, é conhecida por sua atuação em missões evangelizadoras e eventos musicais. Em Angola, a associação tem crescido, atraindo jovens e famílias para atividades que combinam espiritualidade e cultura. O show de Frei Gilson seria parte dessa missão, com canções que misturam ritmos brasileiros e mensagens de fé. O cancelamento, portanto, representa uma pausa temporária em um trabalho que tem se expandido no continente africano.

Show em Maputo: celebração confirmada

Enquanto Luanda vive o luto, Maputo se prepara para receber Frei Gilson no domingo, 27 de abril. O evento, que integra a agenda missionária do frade, ocorrerá em frente à Catedral Metropolitana de Nossa Senhora da Conceição, com uma missa às 16h celebrada pelo arcebispo Dom João Carlos Hatoa Nunes. O show está programado para começar após a celebração e seguirá até as 20h30, prometendo um momento de comunhão e alegria.

A confirmação do evento em Moçambique reflete a decisão da Arquidiocese de Maputo de manter a programação, adaptando-a ao contexto de luto. Frei Gilson enfatizou que o encontro será realizado “com alegria e profunda comunhão” com a Igreja, respeitando o momento de transição. A escolha de manter o show também responde ao convite direto do arcebispo, que viu na música uma forma de unir a comunidade em um período de reflexão.

Maputo, capital de Moçambique, tem uma forte presença católica, com cerca de 28% da população do país professando a fé, segundo dados do Pew Research Center. A Catedral Metropolitana, um dos principais símbolos religiosos da cidade, será o cenário de um evento que espera atrair milhares de fiéis. A combinação de missa e show reforça a abordagem da Obra de Maria, que busca evangelizar por meio de experiências comunitárias e festivas.

Legado musical de Frei Gilson

Frei Gilson Azevedo, nascido em Alagoas, é uma figura central na música católica brasileira. Ordenado sacerdote em 2014, ele fundou o projeto Som do Monte, que combina composições autorais com mensagens de espiritualidade. Suas canções, como “Vem, Espírito Santo” e “Teu Povo”, são amplamente conhecidas em retiros, missas e eventos religiosos. Com mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais, Gilson tem se destacado como um evangelizador que utiliza a música para alcançar jovens e famílias.

O projeto Som do Monte, iniciado em 2017, já lançou diversos álbuns e singles, muitos gravados ao vivo em eventos como o Acampamento de Cura e Libertação, organizado pela Canção Nova. Em 2025, Frei Gilson planejava expandir sua missão na África, com shows em Angola e Moçambique. O cancelamento em Luanda, embora um contratempo, não altera o compromisso do frade com a evangelização internacional.

A influência de Gilson vai além da música. Ele é conhecido por retiros espirituais e palestras que abordam temas como fé, família e superação. Em suas redes sociais, o frade frequentemente compartilha reflexões sobre a vida cristã, atraindo um público diverso. A suspensão do show em Luanda foi acompanhada por mensagens de apoio de seguidores, que elogiaram a decisão como um gesto de respeito ao Papa Francisco.

• Principais canções: “Vem, Espírito Santo”, “Teu Povo” e “Sopra em Mim” estão entre as mais populares.
• Projeto Som do Monte: Iniciado em 2017, combina música e espiritualidade em eventos ao vivo.
• Presença digital: Frei Gilson tem mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, onde compartilha reflexões e músicas.

Impacto do luto na Igreja Católica

A morte de Papa Francisco desencadeou uma onda de homenagens e reflexões em todo o mundo. Em Roma, o velório do pontífice, realizado na Basílica de São Pedro, atraiu milhares de fiéis e líderes religiosos. Um padre brasileiro presente no evento descreveu a ocasião como um “momento de grande oração e entrega”. A cerimônia, marcada por cânticos e preces, destacou o impacto de Francisco como um líder que buscou renovar a Igreja.

No Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), presidida por Dom Jaime Spengler, emitiu uma nota de pesar, exaltando o compromisso de Francisco com os pobres e a justiça social. A CNBB convocou as dioceses a realizarem missas em sufrágio, com destaque para a celebração em Aracaju, que reunirá clérigos e fiéis no sábado, 26 de abril. Essas iniciativas mostram a força do legado de Francisco no país, onde 50% da população se identifica como católica, segundo o IBGE.

A nível global, o pontificado de Francisco foi marcado por gestos ousados, como a abertura para o diálogo com a comunidade LGBTQIA+. O cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, destacou a “ousadia” de Francisco ao defender a acolhida dessas pessoas, sem alterar a doutrina tradicional sobre o matrimônio. Essa postura gerou debates, mas também ampliou o alcance da Igreja em contextos antes marginalizados.

Preparativos para o conclave

A eleição do novo papa é o próximo passo para a Igreja Católica. O conclave, que reúne os cardeais eleitores na Capela Sistina, seguirá um ritual milenar. Duas votações ocorrem por dia, uma pela manhã e outra à tarde, até que um candidato alcance dois terços dos votos. A fumaça branca, sinal da eleição, é aguardada com expectativa por fiéis em todo o mundo. Caso não haja consenso, a fumaça negra indica a continuidade do processo.

Entre os nomes cotados para suceder Francisco está o cardeal filipino Luis Antonio Tagle, de 67 anos, conhecido como “Francisco da Ásia” por sua proximidade com os pobres e fluência em inglês e italiano. Outros candidatos incluem o italiano Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, e o congolês Fridolin Ambongo, líder de conferências episcopais africanas. No Brasil, Dom Jaime Spengler, presidente da CNBB, é um dos sete cardeais eleitores, mas não aparece entre os favoritos.

O conclave também enfrenta questões delicadas, como a participação de um cardeal condenado por peculato e fraude, que expressou interesse em votar. A decisão sobre sua elegibilidade cabe ao Colégio dos Cardeais, mas o caso já gera controvérsias. Enquanto isso, a Igreja se prepara para um novo capítulo, com a escolha de um líder que dará continuidade ou reformulará o legado de Francisco.

• Cardeais eleitores: 138, com menos de 80 anos, incluindo sete brasileiros.
• Favoritos: Luis Antonio Tagle (Filipinas), Pietro Parolin (Itália) e Fridolin Ambongo (Congo).
• Processo: Duas votações diárias até alcançar dois terços dos votos, com fumaça branca sinalizando a eleição.

Agenda de Frei Gilson em 2025

Apesar do cancelamento em Luanda, Frei Gilson mantém uma agenda intensa para 2025. Um dos destaques é o Show de Páscoa na Canção Nova, marcado para 20 de abril, em Cachoeira Paulista, São Paulo. O evento, que integra as celebrações pascais da comunidade, espera reunir milhares de peregrinos. A Canção Nova, fundada em 1978, é conhecida por seus retiros e transmissões religiosas, alcançando milhões de pessoas por meio de rádio, TV e internet.

A missão de Gilson na África também inclui planos de novos eventos em outros países, como Quênia e África do Sul, embora datas ainda não tenham sido confirmadas. A Obra de Maria, que organiza essas iniciativas, aposta na música como ferramenta de evangelização, especialmente em regiões com forte crescimento do catolicismo. Segundo o Vatican News, a África é o continente com maior aumento de fiéis católicos, com um crescimento de 2,1% ao ano.

A suspensão do show em Luanda não diminui o impacto do trabalho de Frei Gilson. Seus eventos atraem públicos diversos, de jovens a idosos, que encontram em suas canções uma forma de conexão espiritual. A decisão de manter o show em Maputo reforça a mensagem de que, mesmo em tempos de luto, a fé pode ser celebrada com esperança e união.

Reações da comunidade católica

A notícia do cancelamento em Luanda foi recebida com tristeza, mas também com apoio, pelos fiéis angolanos. Nas redes sociais, comentários destacaram a coerência da decisão, com mensagens como “É tempo de orar pelo Papa Francisco” e “Frei Gilson sempre nos ensina a colocar a Igreja em primeiro lugar”. A Obra de Maria agradeceu o apoio e prometeu manter a comunidade informada sobre os próximos passos.

Em Maputo, a expectativa é alta. A Arquidiocese local divulgou um convite para que os fiéis participem da missa e do show, destacando a importância de unir a comunidade em um momento de transição. O arcebispo Dom João Carlos Hatoa Nunes, que celebrará a missa, é uma figura respeitada em Moçambique, conhecido por seu trabalho com jovens e famílias.

A dualidade entre luto e celebração reflete o momento vivido pela Igreja Católica. Enquanto o mundo chora a perda de Francisco, eventos como o de Maputo mostram que a fé segue viva, adaptando-se aos desafios do presente. A música de Frei Gilson, com sua mensagem de esperança, é um exemplo dessa resiliência.

Cronograma de eventos relacionados

A sequência de acontecimentos após a morte de Papa Francisco e os eventos de Frei Gilson segue um calendário definido, com datas e atividades que mobilizam a Igreja e os fiéis:

• 21 de abril: Morte de Papa Francisco às 7h35, em Roma.
• 23 de abril: Reunião de 103 cardeais em Roma para preparar o conclave.
• 26 de abril: Missa em sufrágio em Aracaju e cancelamento do show em Luanda.
• 27 de abril: Missa e show de Frei Gilson em Maputo, às 16h, na Catedral Metropolitana.
• 20 de abril de 2025: Show de Páscoa na Canção Nova, em Cachoeira Paulista.

Reflexos na evangelização global

A suspensão do show em Luanda e a manutenção do evento em Maputo ilustram os desafios de evangelizar em um momento de luto. A Igreja Católica, que enfrenta questões como a secularização em algumas regiões e o crescimento em outras, busca equilíbrio entre tradição e modernidade. A música, como ferramenta de evangelização, tem se mostrado eficaz, especialmente entre os jovens, que representam 40% dos fiéis católicos na África, segundo o Vatican News.

Frei Gilson, com seu estilo acessível e mensagens diretas, é parte desse movimento. Sua capacidade de atrair multidões reflete o poder da música em transmitir valores cristãos. Em Maputo, o show será uma oportunidade de reforçar a presença da Igreja em um país onde o catolicismo compete com outras denominações cristãs e religiões tradicionais.

A Obra de Maria, por sua vez, planeja expandir sua atuação na África, com novos eventos e missões. A organização, que já está presente em mais de 30 países, vê no continente um campo fértil para a evangelização. O cancelamento em Luanda, embora um obstáculo, não altera esses planos, que incluem parcerias com dioceses locais e líderes comunitários.