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30 Apr 2025, Wed

como acessar os R$ 8,2 bilhões liberados para trabalhadores em 2025

carteira de trabalho dinheiro e beneficios


O programa Crédito do Trabalhador, conhecido como consignado CLT, transformou o acesso ao crédito para milhões de trabalhadores brasileiros com carteira assinada. Desde seu lançamento em 21 de março de 2025, a iniciativa já liberou R$ 8,2 bilhões em financiamentos, beneficiando cerca de 1,5 milhão de pessoas. A modalidade, que permite descontos diretos na folha de pagamento, oferece juros mais baixos em comparação com outras linhas de crédito, como o crédito pessoal, e tem como objetivo reduzir o endividamento e estimular a economia. Com a recente flexibilização das regras, os trabalhadores agora podem solicitar o empréstimo diretamente pelos aplicativos dos bancos, sem a necessidade de passar pelo filtro inicial da Carteira de Trabalho Digital. Essa mudança, em vigor desde 25 de abril de 2025, ampliou as possibilidades de acesso e facilitou a migração de dívidas mais caras para o consignado.

A criação do programa veio acompanhada de expectativas ambiciosas. O governo federal estima que a modalidade pode movimentar até R$ 120 bilhões em poucos anos, triplicando o volume atual de crédito consignado para o setor privado. Diferentemente das regras anteriores, que exigiam convênios entre empresas e bancos, o novo sistema utiliza o eSocial para unificar informações trabalhistas e facilitar o acesso de mais de 80 instituições financeiras aos dados dos trabalhadores. Isso eliminou barreiras burocráticas e tornou o processo mais ágil. Além disso, a possibilidade de usar até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória como garantias reduz o risco para os bancos, o que, em teoria, permite oferecer taxas mais competitivas.

Para os trabalhadores, o consignado CLT representa uma oportunidade de reorganizar finanças, pagar dívidas com juros elevados ou realizar projetos pessoais. No entanto, a adesão exige cuidado. Especialistas recomendam comparar propostas, avaliar a capacidade de pagamento e priorizar a quitação de dívidas mais caras, como as do cartão de crédito ou cheque especial. Com a portabilidade de crédito prevista para junho de 2025, os trabalhadores poderão buscar condições ainda melhores em outras instituições, reforçando a importância de uma escolha informada.

  • Margem consignável: Até 35% do salário bruto pode ser comprometido com as parcelas, incluindo benefícios como comissões e abonos.
  • Desconto automático: As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento via eSocial, garantindo segurança para os bancos.
  • Garantias: Em caso de demissão, até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória podem ser usados para quitar o empréstimo.
  • Flexibilidade: A partir de 25 de abril, contratações podem ser feitas diretamente nos canais digitais dos bancos.

O que é o consignado CLT e como ele funciona

O consignado CLT, oficialmente chamado de Crédito do Trabalhador, é uma linha de crédito voltada para empregados do setor privado com carteira assinada, incluindo trabalhadores rurais, domésticos e assalariados de microempreendedores individuais (MEIs). Lançado por meio da Medida Provisória nº 1.292/2025, o programa foi concebido para facilitar o acesso a empréstimos com juros mais baixos, usando o salário como garantia principal. A grande inovação do sistema é a integração com o eSocial, que permite aos bancos acessar informações como nome, CPF, margem consignável e tempo de empresa, respeitando as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Essa integração elimina a necessidade de convênios diretos entre empresas e instituições financeiras, um obstáculo que limitava a oferta de crédito consignado no setor privado.

O processo de contratação é simples. Inicialmente, os trabalhadores precisavam acessar o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, autorizar o compartilhamento de dados e esperar até 24 horas para receber propostas de crédito. Desde 25 de abril, a solicitação pode ser feita diretamente nos canais digitais dos bancos, como aplicativos ou sites. Após a análise de crédito, o trabalhador escolhe a melhor oferta, e as parcelas são descontadas automaticamente na folha de pagamento, com um limite de 35% do salário bruto. Em caso de demissão, o pagamento pode ser ajustado com verbas rescisórias, e, se necessário, renegociado com o banco para evitar inadimplência.

A modalidade também permite a migração de dívidas existentes, como o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) ou outros consignados, para o novo sistema, desde que dentro da mesma instituição financeira. Essa opção é particularmente vantajosa para quem possui empréstimos com juros altos, como os do cartão de crédito, que podem ultrapassar 300% ao ano. A portabilidade entre bancos, que possibilitará a transferência do contrato para outra instituição com melhores condições, está prevista para começar em junho de 2025, embora o Ministério do Trabalho tenha indicado a possibilidade de antecipação para maio.

Benefícios do consignado CLT para os trabalhadores

O principal atrativo do consignado CLT é a redução significativa das taxas de juros em comparação com outras modalidades de crédito. Enquanto o crédito pessoal pode chegar a 90% ao ano, o consignado para o setor privado tem taxas médias estimadas em 34,4% ao ano, segundo o Ministério da Fazenda. Algumas instituições, como a Caixa Econômica Federal, oferecem taxas a partir de 1,6% ao mês, dependendo da análise de crédito. Essa diferença pode representar uma economia considerável, especialmente para quem busca consolidar dívidas ou financiar projetos de longo prazo.

Outro benefício é a segurança proporcionada pelo desconto automático na folha de pagamento. Como as parcelas são quitadas diretamente pelo empregador via eSocial, o risco de inadimplência é reduzido, o que permite aos bancos oferecer condições mais favoráveis. Além disso, o uso do FGTS e da multa rescisória como garantias adicionais aumenta a confiança das instituições financeiras, o que pode resultar em maior aprovação de crédito, mesmo para trabalhadores com histórico financeiro menos favorável.

A flexibilidade do programa também é um diferencial. Trabalhadores que mudam de emprego não perdem o contrato de empréstimo, já que o desconto passa a ser feito pelo novo empregador, desde que o vínculo seja formal. Em caso de demissão, o sistema prevê mecanismos para proteger tanto o trabalhador quanto o banco, como a possibilidade de usar verbas rescisórias para quitar o saldo devedor ou renegociar o pagamento. Essas características tornam o consignado CLT uma ferramenta poderosa para a gestão financeira, desde que utilizada com planejamento.

  • Juros mais baixos: Taxas médias de 2,5% a 3,5% ao mês, contra até 7% no crédito pessoal.
  • Acesso ampliado: Mais de 47 milhões de trabalhadores formais, incluindo MEIs, podem solicitar o crédito.
  • Migração de dívidas: Possibilidade de trocar empréstimos caros por consignados com melhores condições.
  • Segurança: Desconto automático reduz o risco de inadimplência e facilita a aprovação.

Como solicitar o consignado CLT em 2025

A solicitação do consignado CLT tornou-se mais prática com as novas regras implementadas em abril de 2025. Agora, os trabalhadores têm duas opções principais para iniciar o processo: acessar o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital ou utilizar os canais digitais do banco de sua preferência, como aplicativos, sites ou terminais de autoatendimento. A escolha do canal depende da comodidade do trabalhador, mas o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital ainda é recomendado para quem deseja comparar propostas de diferentes instituições em um único lugar.

No caso da solicitação via Carteira de Trabalho Digital, o trabalhador deve acessar a aba “Crédito do Trabalhador”, autorizar o compartilhamento de dados e aguardar as ofertas, que chegam em até 24 horas. Após escolher a proposta mais vantajosa, a contratação é finalizada no canal eletrônico do banco selecionado, como o WhatsApp da Caixa ou o aplicativo do Itaú. Para contratações diretas nos bancos, o processo varia de acordo com a instituição, mas geralmente envolve uma simulação de crédito, análise de margem consignável e assinatura digital do contrato.

Independentemente do canal escolhido, é essencial que o trabalhador verifique sua margem consignável antes de solicitar o empréstimo. A margem de 35% do salário bruto inclui todos os descontos de consignados ativos, o que pode limitar o valor disponível para novos contratos. Além disso, é recomendável comparar as taxas de juros, prazos e condições oferecidas por diferentes bancos, já que as propostas podem variar significativamente. Por exemplo, enquanto a Caixa oferece taxas a partir de 1,6% ao mês, outras instituições, como o Agibank, podem chegar a 3,17% ao mês, dependendo do perfil do cliente.

Cuidados ao contratar o consignado CLT

Embora o consignado CLT ofereça vantagens significativas, a contratação exige cautela para evitar problemas financeiros. O comprometimento de até 35% do salário com parcelas pode impactar o orçamento mensal, especialmente para trabalhadores com despesas fixas elevadas. Especialistas alertam que o empréstimo deve ser usado de forma estratégica, como para quitar dívidas com juros mais altos ou realizar investimentos que tragam retorno financeiro, como a compra de bens duráveis ou a abertura de um pequeno negócio.

Outro ponto de atenção é a análise das taxas de juros. Apesar de o governo estimar taxas médias de 2,5% ao mês, algumas instituições têm praticado valores próximos de 3,5% ao mês, o que pode elevar o custo total do empréstimo. A ausência de um teto de juros para o consignado CLT, ao contrário do que ocorre com o consignado do INSS e de servidores públicos, aumenta a importância de comparar propostas. Além disso, trabalhadores que já possuem outros empréstimos devem avaliar a viabilidade de migrar para o consignado, considerando os custos de liquidação antecipada do contrato anterior.

A possibilidade de demissão também deve ser considerada. Embora o programa preveja o uso de verbas rescisórias e do FGTS para quitar o saldo devedor, o trabalhador pode ficar com uma dívida residual se esses valores forem insuficientes. Nesses casos, é necessário renegociar com o banco, o que pode envolver novos prazos ou taxas. Para minimizar riscos, é recomendável contratar apenas o valor necessário e optar por prazos que não comprometam a estabilidade financeira a longo prazo.

  • Planeje o orçamento: Certifique-se de que as parcelas cabem no seu planejamento financeiro mensal.
  • Compare taxas: Avalie propostas de pelo menos três bancos antes de fechar o contrato.
  • Priorize dívidas caras: Use o consignado para quitar empréstimos com juros elevados, como cartão de crédito.
  • Considere imprevistos: Evite comprometer toda a margem consignável para manter flexibilidade em emergências.

Impactos econômicos do consignado CLT

O lançamento do consignado CLT tem sido apontado como uma das principais medidas do governo federal para estimular a economia em 2025. Com a liberação de R$ 8,2 bilhões em pouco mais de um mês, o programa já demonstra potencial para injetar recursos significativos no mercado. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estima que a modalidade pode triplicar o volume de crédito consignado no setor privado, passando dos atuais R$ 40,4 bilhões para R$ 120 bilhões em até quatro anos. Esse crescimento é esperado devido à ampliação do público-alvo, que inclui 47 milhões de trabalhadores formais, e à redução das barreiras burocráticas.

O impacto econômico vai além do aumento do consumo. A possibilidade de migrar dívidas caras para o consignado CLT pode aliviar o endividamento de milhões de brasileiros, que enfrentam taxas exorbitantes em modalidades como o cartão de crédito e o cheque especial. Dados do Banco Central mostram que, em janeiro de 2025, a taxa média do crédito direto ao consumidor (CDC) era de 5,93% ao mês, enquanto a do cheque especial chegava a 7,38% ao mês. Em contrapartida, o consignado CLT oferece taxas médias de 2,92% ao mês, o que representa uma economia significativa para os tomadores de crédito.

Além disso, o programa tem potencial para fortalecer o mercado de trabalho formal. Como o consignado depende de um vínculo empregatício registrado, a iniciativa pode incentivar a formalização de trabalhadores, especialmente em setores como o rural e o doméstico, que historicamente têm altas taxas de informalidade. A inclusão de assalariados de MEIs também amplia o alcance do programa, beneficiando pequenos negócios que dependem de mão de obra formalizada.

Cronograma do consignado CLT em 2025

O programa Crédito do Trabalhador foi implementado em etapas, com datas específicas para cada fase. Esse cronograma reflete o esforço do governo em garantir a adaptação das instituições financeiras e a adesão gradual dos trabalhadores. Abaixo, as principais datas e marcos do consignado CLT em 2025:

  • 21 de março: Início oficial do programa, com contratações disponíveis exclusivamente via Carteira de Trabalho Digital.
  • 25 de abril: Liberação das contratações diretas nos canais digitais dos bancos e início da migração de dívidas dentro da mesma instituição.
  • Maio/junho: Previsão de antecipação da portabilidade de crédito entre bancos, inicialmente programada para 6 de junho.
  • Ao longo do ano: Expansão da oferta de crédito, com expectativa de atingir R$ 100 bilhões em desembolsos até junho.

O cronograma demonstra a preocupação do governo em balancear a agilidade do programa com a estabilidade do sistema financeiro. A fase inicial, restrita à Carteira de Trabalho Digital, permitiu que os bancos testassem a integração com o eSocial e ajustassem seus processos operacionais. A liberação dos canais digitais em abril marcou o início de uma adesão mais ampla, enquanto a portabilidade, prevista para os próximos meses, deve intensificar a concorrência entre as instituições.

Instituições financeiras participantes

Mais de 80 instituições financeiras estão habilitadas para oferecer o consignado CLT, incluindo bancos tradicionais, digitais e financeiras. Entre os principais participantes, destacam-se a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, o Itaú Unibanco, o Bradesco, o Santander, o Agibank e a Parati. Cada instituição define suas próprias taxas e condições, o que reforça a importância de comparar propostas antes de contratar.

A Caixa, por exemplo, tem se destacado por oferecer taxas competitivas, a partir de 1,6% ao mês, e por integrar a solicitação ao seu canal de WhatsApp, facilitando a finalização do contrato. O Itaú, por sua vez, enfatiza a experiência do cliente, com processos digitais simplificados. Bancos menores, como o Agibank, foram pioneiros na oferta do consignado CLT, respondendo rapidamente às simulações feitas via Carteira de Trabalho Digital. Já o Nubank, embora ainda não tenha aderido plenamente à modalidade, é visto por analistas como um potencial competidor devido à sua expertise em crédito vinculado ao FGTS.

A participação tímida de alguns grandes bancos no início do programa, como o Banco do Brasil e o Bradesco, reflete a cautela do setor em relação à rentabilidade da modalidade. Como o consignado CLT opera com margens de lucro menores que o crédito pessoal, algumas instituições preferiram testar o mercado antes de investir pesadamente. No entanto, com a liberação dos canais digitais em abril, a expectativa é que a concorrência se intensifique, beneficiando os trabalhadores com melhores condições.

Estratégias para aproveitar os R$ 8,2 bilhões liberados

A liberação de R$ 8,2 bilhões pelo consignado CLT abre oportunidades para trabalhadores de diferentes perfis, desde aqueles que buscam reorganizar finanças até os que planejam investimentos de longo prazo. Para maximizar os benefícios do programa, é fundamental adotar estratégias que combinem planejamento financeiro com a escolha das melhores condições de crédito. Abaixo, algumas dicas práticas para aproveitar o consignado CLT:

  • Consolide dívidas caras: Use o consignado para quitar empréstimos com juros elevados, como cartão de crédito ou cheque especial, que podem custar até 10 vezes mais.
  • Simule em diferentes bancos: Antes de contratar, faça simulações em pelo menos três instituições para encontrar a menor taxa e o prazo mais adequado.
  • Ajuste o prazo ao orçamento: Opte por prazos que mantenham as parcelas confortáveis, evitando comprometer toda a margem consignável.
  • Acompanhe a portabilidade: A partir de maio ou junho, verifique se outros bancos oferecem condições melhores e considere transferir o contrato.
  • Use com propósito: Priorize o crédito para investimentos produtivos, como educação, reformas ou abertura de negócios, em vez de gastos impulsivos.

Essas estratégias ajudam a garantir que o consignado CLT seja uma ferramenta de empoderamento financeiro, e não uma fonte de endividamento. A chave está em alinhar o uso do crédito às metas pessoais e à capacidade de pagamento, evitando decisões precipitadas.

Desafios e críticas ao programa

Apesar do sucesso inicial, o consignado CLT enfrenta desafios que podem limitar seu impacto. Um dos principais pontos de crítica é a ausência de um teto de juros, que dá aos bancos liberdade para praticar taxas mais altas do que as esperadas. Enquanto o governo projetava taxas médias de 2,5% ao mês, algumas instituições têm cobrado até 3,99% ao mês, o que reduz a vantagem competitiva do consignado em relação ao crédito pessoal. Essa variação tem gerado preocupações entre especialistas, que temem um aumento do endividamento caso os trabalhadores não comparem cuidadosamente as propostas.

Outro desafio é a adaptação das empresas ao sistema eSocial. Embora o programa tenha eliminado a necessidade de convênios, a integração com o eSocial exige que empregadores mantenham suas informações trabalhistas atualizadas, o que pode ser um obstáculo para pequenas empresas ou MEIs com gestão menos estruturada. Além disso, a dependência do vínculo formal de trabalho limita o acesso ao consignado para trabalhadores informais, que representam uma parcela significativa da população economicamente ativa no Brasil.

Críticas também surgem em relação ao uso do FGTS como garantia. Alguns analistas argumentam que a possibilidade de comprometer até 10% do saldo do fundo pode prejudicar os trabalhadores em longo prazo, especialmente aqueles que dependem do FGTS para emergências ou aquisição de moradia. A vinculação da multa rescisória, embora benéfica para os bancos, também reduz o valor disponível para o trabalhador em caso de demissão, o que pode agravar situações de vulnerabilidade financeira.

Perspectivas para o futuro do consignado CLT

O consignado CLT tem potencial para transformar o mercado de crédito no Brasil, mas seu sucesso dependerá de ajustes contínuos e da adesão tanto dos trabalhadores quanto das instituições financeiras. A ampliação da concorrência, esperada com a entrada de mais bancos na modalidade, deve pressionar as taxas de juros para baixo, beneficiando os tomadores de crédito. A portabilidade, prevista para os próximos meses, será um marco importante, pois permitirá que os trabalhadores busquem as melhores condições sem ficarem presos a um único banco.

O governo também planeja monitorar o impacto do programa na economia e no endividamento das famílias. Dados preliminares da Dataprev mostram que o valor médio dos empréstimos contratados é de R$ 5.600, com parcelas médias de R$ 349,20 e prazos de 18 meses. Esses números sugerem que os trabalhadores estão usando o consignado de forma cautelosa, priorizando valores acessíveis. No entanto, o acompanhamento contínuo será essencial para evitar que a facilidade de acesso ao crédito leve a um aumento da inadimplência.

A longo prazo, o consignado CLT pode contribuir para a inclusão financeira de milhões de brasileiros, especialmente em setores historicamente excluídos do crédito formal, como trabalhadores rurais e domésticos. A integração com o eSocial e a digitalização do processo de contratação também apontam para um futuro mais eficiente e transparente no mercado de crédito. Para que esses benefícios se concretizem, será necessário equilibrar a oferta de crédito com medidas de educação financeira, garantindo que os trabalhadores façam escolhas conscientes.

  • Monitoramento constante: Acompanhe as atualizações do programa, como mudanças nas taxas ou novas instituições participantes.
  • Educação financeira: Busque orientação para gerenciar o crédito e evitar o superendividamento.
  • Aproveite a concorrência: Com mais bancos aderindo, espere por taxas mais competitivas nos próximos meses.
  • Planeje o uso do FGTS: Considere o impacto de usar o fundo como garantia em suas finanças futuras.

Dados e estatísticas do consignado CLT

O desempenho inicial do consignado CLT reflete seu potencial de alcance. Até 24 de abril de 2025, o programa registrou mais de 10 milhões de simulações de crédito, 1,5 milhão de contratos fechados e R$ 8,2 bilhões em desembolsos. Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro lideram o volume de empréstimos, com cerca de R$ 1 bilhão cada, devido à alta concentração de trabalhadores formais. A média de R$ 5.600 por contrato indica que os trabalhadores estão optando por valores moderados, possivelmente para quitar dívidas ou financiar necessidades específicas.

A distribuição dos beneficiários por faixa de renda também oferece insights importantes. Cerca de 104 mil trabalhadores com renda de até dois salários mínimos contrataram R$ 402,9 milhões, enquanto 117 mil com ganhos entre dois e quatro salários mínimos acessaram R$ 656,9 milhões. Esses dados sugerem que o programa tem alcançado trabalhadores de baixa e média renda, que frequentemente enfrentam dificuldades para acessar crédito em condições favoráveis.

A expectativa do governo é que o consignado CLT atinja R$ 100 bilhões em desembolsos até junho de 2025, com a adesão de mais bancos e a implementação da portabilidade. A Febraban projeta que, em quatro anos, cerca de 19 milhões de celetistas estarão utilizando a modalidade, consolidando o consignado como uma das principais linhas de crédito no Brasil.

Como o consignado CLT se compara a outras modalidades

O consignado CLT se diferencia de outras linhas de crédito por sua estrutura de baixo risco e acessibilidade. Comparado ao consignado do INSS, que beneficia aposentados e pensionistas, a modalidade para celetistas tem taxas ligeiramente mais altas devido à maior volatilidade do mercado de trabalho formal. Enquanto o consignado do INSS tinha uma taxa média de 1,75% ao mês em janeiro de 2025, o consignado CLT registrava 2,92% ao mês. No entanto, em relação ao crédito pessoal, que pode ultrapassar 5% ao mês, o consignado CLT é significativamente mais vantajoso.

A comparação com o saque-aniversário do FGTS também é relevante. Embora ambas as modalidades utilizem o fundo como garantia, o consignado CLT não substitui o saque-aniversário, que permite saques anuais de parte do saldo. O consignado, por sua vez, oferece crédito imediato com parcelas fixas, sendo mais adequado para quem precisa de recursos para projetos específicos ou consolidação de dívidas. A coexistência das duas opções dá aos trabalhadores maior flexibilidade para gerenciar suas finanças.

Por fim, o consignado CLT se destaca pela inclusão de trabalhadores de MEIs, rurais e domésticos, que historicamente tinham acesso limitado ao crédito formal. Essa ampliação do público-alvo, combinada com a digitalização do processo, posiciona o programa como uma ferramenta de democratização financeira, com potencial para transformar o acesso ao crédito no Brasil.



O programa Crédito do Trabalhador, conhecido como consignado CLT, transformou o acesso ao crédito para milhões de trabalhadores brasileiros com carteira assinada. Desde seu lançamento em 21 de março de 2025, a iniciativa já liberou R$ 8,2 bilhões em financiamentos, beneficiando cerca de 1,5 milhão de pessoas. A modalidade, que permite descontos diretos na folha de pagamento, oferece juros mais baixos em comparação com outras linhas de crédito, como o crédito pessoal, e tem como objetivo reduzir o endividamento e estimular a economia. Com a recente flexibilização das regras, os trabalhadores agora podem solicitar o empréstimo diretamente pelos aplicativos dos bancos, sem a necessidade de passar pelo filtro inicial da Carteira de Trabalho Digital. Essa mudança, em vigor desde 25 de abril de 2025, ampliou as possibilidades de acesso e facilitou a migração de dívidas mais caras para o consignado.

A criação do programa veio acompanhada de expectativas ambiciosas. O governo federal estima que a modalidade pode movimentar até R$ 120 bilhões em poucos anos, triplicando o volume atual de crédito consignado para o setor privado. Diferentemente das regras anteriores, que exigiam convênios entre empresas e bancos, o novo sistema utiliza o eSocial para unificar informações trabalhistas e facilitar o acesso de mais de 80 instituições financeiras aos dados dos trabalhadores. Isso eliminou barreiras burocráticas e tornou o processo mais ágil. Além disso, a possibilidade de usar até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória como garantias reduz o risco para os bancos, o que, em teoria, permite oferecer taxas mais competitivas.

Para os trabalhadores, o consignado CLT representa uma oportunidade de reorganizar finanças, pagar dívidas com juros elevados ou realizar projetos pessoais. No entanto, a adesão exige cuidado. Especialistas recomendam comparar propostas, avaliar a capacidade de pagamento e priorizar a quitação de dívidas mais caras, como as do cartão de crédito ou cheque especial. Com a portabilidade de crédito prevista para junho de 2025, os trabalhadores poderão buscar condições ainda melhores em outras instituições, reforçando a importância de uma escolha informada.

  • Margem consignável: Até 35% do salário bruto pode ser comprometido com as parcelas, incluindo benefícios como comissões e abonos.
  • Desconto automático: As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento via eSocial, garantindo segurança para os bancos.
  • Garantias: Em caso de demissão, até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória podem ser usados para quitar o empréstimo.
  • Flexibilidade: A partir de 25 de abril, contratações podem ser feitas diretamente nos canais digitais dos bancos.

O que é o consignado CLT e como ele funciona

O consignado CLT, oficialmente chamado de Crédito do Trabalhador, é uma linha de crédito voltada para empregados do setor privado com carteira assinada, incluindo trabalhadores rurais, domésticos e assalariados de microempreendedores individuais (MEIs). Lançado por meio da Medida Provisória nº 1.292/2025, o programa foi concebido para facilitar o acesso a empréstimos com juros mais baixos, usando o salário como garantia principal. A grande inovação do sistema é a integração com o eSocial, que permite aos bancos acessar informações como nome, CPF, margem consignável e tempo de empresa, respeitando as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Essa integração elimina a necessidade de convênios diretos entre empresas e instituições financeiras, um obstáculo que limitava a oferta de crédito consignado no setor privado.

O processo de contratação é simples. Inicialmente, os trabalhadores precisavam acessar o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, autorizar o compartilhamento de dados e esperar até 24 horas para receber propostas de crédito. Desde 25 de abril, a solicitação pode ser feita diretamente nos canais digitais dos bancos, como aplicativos ou sites. Após a análise de crédito, o trabalhador escolhe a melhor oferta, e as parcelas são descontadas automaticamente na folha de pagamento, com um limite de 35% do salário bruto. Em caso de demissão, o pagamento pode ser ajustado com verbas rescisórias, e, se necessário, renegociado com o banco para evitar inadimplência.

A modalidade também permite a migração de dívidas existentes, como o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) ou outros consignados, para o novo sistema, desde que dentro da mesma instituição financeira. Essa opção é particularmente vantajosa para quem possui empréstimos com juros altos, como os do cartão de crédito, que podem ultrapassar 300% ao ano. A portabilidade entre bancos, que possibilitará a transferência do contrato para outra instituição com melhores condições, está prevista para começar em junho de 2025, embora o Ministério do Trabalho tenha indicado a possibilidade de antecipação para maio.

Benefícios do consignado CLT para os trabalhadores

O principal atrativo do consignado CLT é a redução significativa das taxas de juros em comparação com outras modalidades de crédito. Enquanto o crédito pessoal pode chegar a 90% ao ano, o consignado para o setor privado tem taxas médias estimadas em 34,4% ao ano, segundo o Ministério da Fazenda. Algumas instituições, como a Caixa Econômica Federal, oferecem taxas a partir de 1,6% ao mês, dependendo da análise de crédito. Essa diferença pode representar uma economia considerável, especialmente para quem busca consolidar dívidas ou financiar projetos de longo prazo.

Outro benefício é a segurança proporcionada pelo desconto automático na folha de pagamento. Como as parcelas são quitadas diretamente pelo empregador via eSocial, o risco de inadimplência é reduzido, o que permite aos bancos oferecer condições mais favoráveis. Além disso, o uso do FGTS e da multa rescisória como garantias adicionais aumenta a confiança das instituições financeiras, o que pode resultar em maior aprovação de crédito, mesmo para trabalhadores com histórico financeiro menos favorável.

A flexibilidade do programa também é um diferencial. Trabalhadores que mudam de emprego não perdem o contrato de empréstimo, já que o desconto passa a ser feito pelo novo empregador, desde que o vínculo seja formal. Em caso de demissão, o sistema prevê mecanismos para proteger tanto o trabalhador quanto o banco, como a possibilidade de usar verbas rescisórias para quitar o saldo devedor ou renegociar o pagamento. Essas características tornam o consignado CLT uma ferramenta poderosa para a gestão financeira, desde que utilizada com planejamento.

  • Juros mais baixos: Taxas médias de 2,5% a 3,5% ao mês, contra até 7% no crédito pessoal.
  • Acesso ampliado: Mais de 47 milhões de trabalhadores formais, incluindo MEIs, podem solicitar o crédito.
  • Migração de dívidas: Possibilidade de trocar empréstimos caros por consignados com melhores condições.
  • Segurança: Desconto automático reduz o risco de inadimplência e facilita a aprovação.

Como solicitar o consignado CLT em 2025

A solicitação do consignado CLT tornou-se mais prática com as novas regras implementadas em abril de 2025. Agora, os trabalhadores têm duas opções principais para iniciar o processo: acessar o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital ou utilizar os canais digitais do banco de sua preferência, como aplicativos, sites ou terminais de autoatendimento. A escolha do canal depende da comodidade do trabalhador, mas o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital ainda é recomendado para quem deseja comparar propostas de diferentes instituições em um único lugar.

No caso da solicitação via Carteira de Trabalho Digital, o trabalhador deve acessar a aba “Crédito do Trabalhador”, autorizar o compartilhamento de dados e aguardar as ofertas, que chegam em até 24 horas. Após escolher a proposta mais vantajosa, a contratação é finalizada no canal eletrônico do banco selecionado, como o WhatsApp da Caixa ou o aplicativo do Itaú. Para contratações diretas nos bancos, o processo varia de acordo com a instituição, mas geralmente envolve uma simulação de crédito, análise de margem consignável e assinatura digital do contrato.

Independentemente do canal escolhido, é essencial que o trabalhador verifique sua margem consignável antes de solicitar o empréstimo. A margem de 35% do salário bruto inclui todos os descontos de consignados ativos, o que pode limitar o valor disponível para novos contratos. Além disso, é recomendável comparar as taxas de juros, prazos e condições oferecidas por diferentes bancos, já que as propostas podem variar significativamente. Por exemplo, enquanto a Caixa oferece taxas a partir de 1,6% ao mês, outras instituições, como o Agibank, podem chegar a 3,17% ao mês, dependendo do perfil do cliente.

Cuidados ao contratar o consignado CLT

Embora o consignado CLT ofereça vantagens significativas, a contratação exige cautela para evitar problemas financeiros. O comprometimento de até 35% do salário com parcelas pode impactar o orçamento mensal, especialmente para trabalhadores com despesas fixas elevadas. Especialistas alertam que o empréstimo deve ser usado de forma estratégica, como para quitar dívidas com juros mais altos ou realizar investimentos que tragam retorno financeiro, como a compra de bens duráveis ou a abertura de um pequeno negócio.

Outro ponto de atenção é a análise das taxas de juros. Apesar de o governo estimar taxas médias de 2,5% ao mês, algumas instituições têm praticado valores próximos de 3,5% ao mês, o que pode elevar o custo total do empréstimo. A ausência de um teto de juros para o consignado CLT, ao contrário do que ocorre com o consignado do INSS e de servidores públicos, aumenta a importância de comparar propostas. Além disso, trabalhadores que já possuem outros empréstimos devem avaliar a viabilidade de migrar para o consignado, considerando os custos de liquidação antecipada do contrato anterior.

A possibilidade de demissão também deve ser considerada. Embora o programa preveja o uso de verbas rescisórias e do FGTS para quitar o saldo devedor, o trabalhador pode ficar com uma dívida residual se esses valores forem insuficientes. Nesses casos, é necessário renegociar com o banco, o que pode envolver novos prazos ou taxas. Para minimizar riscos, é recomendável contratar apenas o valor necessário e optar por prazos que não comprometam a estabilidade financeira a longo prazo.

  • Planeje o orçamento: Certifique-se de que as parcelas cabem no seu planejamento financeiro mensal.
  • Compare taxas: Avalie propostas de pelo menos três bancos antes de fechar o contrato.
  • Priorize dívidas caras: Use o consignado para quitar empréstimos com juros elevados, como cartão de crédito.
  • Considere imprevistos: Evite comprometer toda a margem consignável para manter flexibilidade em emergências.

Impactos econômicos do consignado CLT

O lançamento do consignado CLT tem sido apontado como uma das principais medidas do governo federal para estimular a economia em 2025. Com a liberação de R$ 8,2 bilhões em pouco mais de um mês, o programa já demonstra potencial para injetar recursos significativos no mercado. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estima que a modalidade pode triplicar o volume de crédito consignado no setor privado, passando dos atuais R$ 40,4 bilhões para R$ 120 bilhões em até quatro anos. Esse crescimento é esperado devido à ampliação do público-alvo, que inclui 47 milhões de trabalhadores formais, e à redução das barreiras burocráticas.

O impacto econômico vai além do aumento do consumo. A possibilidade de migrar dívidas caras para o consignado CLT pode aliviar o endividamento de milhões de brasileiros, que enfrentam taxas exorbitantes em modalidades como o cartão de crédito e o cheque especial. Dados do Banco Central mostram que, em janeiro de 2025, a taxa média do crédito direto ao consumidor (CDC) era de 5,93% ao mês, enquanto a do cheque especial chegava a 7,38% ao mês. Em contrapartida, o consignado CLT oferece taxas médias de 2,92% ao mês, o que representa uma economia significativa para os tomadores de crédito.

Além disso, o programa tem potencial para fortalecer o mercado de trabalho formal. Como o consignado depende de um vínculo empregatício registrado, a iniciativa pode incentivar a formalização de trabalhadores, especialmente em setores como o rural e o doméstico, que historicamente têm altas taxas de informalidade. A inclusão de assalariados de MEIs também amplia o alcance do programa, beneficiando pequenos negócios que dependem de mão de obra formalizada.

Cronograma do consignado CLT em 2025

O programa Crédito do Trabalhador foi implementado em etapas, com datas específicas para cada fase. Esse cronograma reflete o esforço do governo em garantir a adaptação das instituições financeiras e a adesão gradual dos trabalhadores. Abaixo, as principais datas e marcos do consignado CLT em 2025:

  • 21 de março: Início oficial do programa, com contratações disponíveis exclusivamente via Carteira de Trabalho Digital.
  • 25 de abril: Liberação das contratações diretas nos canais digitais dos bancos e início da migração de dívidas dentro da mesma instituição.
  • Maio/junho: Previsão de antecipação da portabilidade de crédito entre bancos, inicialmente programada para 6 de junho.
  • Ao longo do ano: Expansão da oferta de crédito, com expectativa de atingir R$ 100 bilhões em desembolsos até junho.

O cronograma demonstra a preocupação do governo em balancear a agilidade do programa com a estabilidade do sistema financeiro. A fase inicial, restrita à Carteira de Trabalho Digital, permitiu que os bancos testassem a integração com o eSocial e ajustassem seus processos operacionais. A liberação dos canais digitais em abril marcou o início de uma adesão mais ampla, enquanto a portabilidade, prevista para os próximos meses, deve intensificar a concorrência entre as instituições.

Instituições financeiras participantes

Mais de 80 instituições financeiras estão habilitadas para oferecer o consignado CLT, incluindo bancos tradicionais, digitais e financeiras. Entre os principais participantes, destacam-se a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, o Itaú Unibanco, o Bradesco, o Santander, o Agibank e a Parati. Cada instituição define suas próprias taxas e condições, o que reforça a importância de comparar propostas antes de contratar.

A Caixa, por exemplo, tem se destacado por oferecer taxas competitivas, a partir de 1,6% ao mês, e por integrar a solicitação ao seu canal de WhatsApp, facilitando a finalização do contrato. O Itaú, por sua vez, enfatiza a experiência do cliente, com processos digitais simplificados. Bancos menores, como o Agibank, foram pioneiros na oferta do consignado CLT, respondendo rapidamente às simulações feitas via Carteira de Trabalho Digital. Já o Nubank, embora ainda não tenha aderido plenamente à modalidade, é visto por analistas como um potencial competidor devido à sua expertise em crédito vinculado ao FGTS.

A participação tímida de alguns grandes bancos no início do programa, como o Banco do Brasil e o Bradesco, reflete a cautela do setor em relação à rentabilidade da modalidade. Como o consignado CLT opera com margens de lucro menores que o crédito pessoal, algumas instituições preferiram testar o mercado antes de investir pesadamente. No entanto, com a liberação dos canais digitais em abril, a expectativa é que a concorrência se intensifique, beneficiando os trabalhadores com melhores condições.

Estratégias para aproveitar os R$ 8,2 bilhões liberados

A liberação de R$ 8,2 bilhões pelo consignado CLT abre oportunidades para trabalhadores de diferentes perfis, desde aqueles que buscam reorganizar finanças até os que planejam investimentos de longo prazo. Para maximizar os benefícios do programa, é fundamental adotar estratégias que combinem planejamento financeiro com a escolha das melhores condições de crédito. Abaixo, algumas dicas práticas para aproveitar o consignado CLT:

  • Consolide dívidas caras: Use o consignado para quitar empréstimos com juros elevados, como cartão de crédito ou cheque especial, que podem custar até 10 vezes mais.
  • Simule em diferentes bancos: Antes de contratar, faça simulações em pelo menos três instituições para encontrar a menor taxa e o prazo mais adequado.
  • Ajuste o prazo ao orçamento: Opte por prazos que mantenham as parcelas confortáveis, evitando comprometer toda a margem consignável.
  • Acompanhe a portabilidade: A partir de maio ou junho, verifique se outros bancos oferecem condições melhores e considere transferir o contrato.
  • Use com propósito: Priorize o crédito para investimentos produtivos, como educação, reformas ou abertura de negócios, em vez de gastos impulsivos.

Essas estratégias ajudam a garantir que o consignado CLT seja uma ferramenta de empoderamento financeiro, e não uma fonte de endividamento. A chave está em alinhar o uso do crédito às metas pessoais e à capacidade de pagamento, evitando decisões precipitadas.

Desafios e críticas ao programa

Apesar do sucesso inicial, o consignado CLT enfrenta desafios que podem limitar seu impacto. Um dos principais pontos de crítica é a ausência de um teto de juros, que dá aos bancos liberdade para praticar taxas mais altas do que as esperadas. Enquanto o governo projetava taxas médias de 2,5% ao mês, algumas instituições têm cobrado até 3,99% ao mês, o que reduz a vantagem competitiva do consignado em relação ao crédito pessoal. Essa variação tem gerado preocupações entre especialistas, que temem um aumento do endividamento caso os trabalhadores não comparem cuidadosamente as propostas.

Outro desafio é a adaptação das empresas ao sistema eSocial. Embora o programa tenha eliminado a necessidade de convênios, a integração com o eSocial exige que empregadores mantenham suas informações trabalhistas atualizadas, o que pode ser um obstáculo para pequenas empresas ou MEIs com gestão menos estruturada. Além disso, a dependência do vínculo formal de trabalho limita o acesso ao consignado para trabalhadores informais, que representam uma parcela significativa da população economicamente ativa no Brasil.

Críticas também surgem em relação ao uso do FGTS como garantia. Alguns analistas argumentam que a possibilidade de comprometer até 10% do saldo do fundo pode prejudicar os trabalhadores em longo prazo, especialmente aqueles que dependem do FGTS para emergências ou aquisição de moradia. A vinculação da multa rescisória, embora benéfica para os bancos, também reduz o valor disponível para o trabalhador em caso de demissão, o que pode agravar situações de vulnerabilidade financeira.

Perspectivas para o futuro do consignado CLT

O consignado CLT tem potencial para transformar o mercado de crédito no Brasil, mas seu sucesso dependerá de ajustes contínuos e da adesão tanto dos trabalhadores quanto das instituições financeiras. A ampliação da concorrência, esperada com a entrada de mais bancos na modalidade, deve pressionar as taxas de juros para baixo, beneficiando os tomadores de crédito. A portabilidade, prevista para os próximos meses, será um marco importante, pois permitirá que os trabalhadores busquem as melhores condições sem ficarem presos a um único banco.

O governo também planeja monitorar o impacto do programa na economia e no endividamento das famílias. Dados preliminares da Dataprev mostram que o valor médio dos empréstimos contratados é de R$ 5.600, com parcelas médias de R$ 349,20 e prazos de 18 meses. Esses números sugerem que os trabalhadores estão usando o consignado de forma cautelosa, priorizando valores acessíveis. No entanto, o acompanhamento contínuo será essencial para evitar que a facilidade de acesso ao crédito leve a um aumento da inadimplência.

A longo prazo, o consignado CLT pode contribuir para a inclusão financeira de milhões de brasileiros, especialmente em setores historicamente excluídos do crédito formal, como trabalhadores rurais e domésticos. A integração com o eSocial e a digitalização do processo de contratação também apontam para um futuro mais eficiente e transparente no mercado de crédito. Para que esses benefícios se concretizem, será necessário equilibrar a oferta de crédito com medidas de educação financeira, garantindo que os trabalhadores façam escolhas conscientes.

  • Monitoramento constante: Acompanhe as atualizações do programa, como mudanças nas taxas ou novas instituições participantes.
  • Educação financeira: Busque orientação para gerenciar o crédito e evitar o superendividamento.
  • Aproveite a concorrência: Com mais bancos aderindo, espere por taxas mais competitivas nos próximos meses.
  • Planeje o uso do FGTS: Considere o impacto de usar o fundo como garantia em suas finanças futuras.

Dados e estatísticas do consignado CLT

O desempenho inicial do consignado CLT reflete seu potencial de alcance. Até 24 de abril de 2025, o programa registrou mais de 10 milhões de simulações de crédito, 1,5 milhão de contratos fechados e R$ 8,2 bilhões em desembolsos. Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro lideram o volume de empréstimos, com cerca de R$ 1 bilhão cada, devido à alta concentração de trabalhadores formais. A média de R$ 5.600 por contrato indica que os trabalhadores estão optando por valores moderados, possivelmente para quitar dívidas ou financiar necessidades específicas.

A distribuição dos beneficiários por faixa de renda também oferece insights importantes. Cerca de 104 mil trabalhadores com renda de até dois salários mínimos contrataram R$ 402,9 milhões, enquanto 117 mil com ganhos entre dois e quatro salários mínimos acessaram R$ 656,9 milhões. Esses dados sugerem que o programa tem alcançado trabalhadores de baixa e média renda, que frequentemente enfrentam dificuldades para acessar crédito em condições favoráveis.

A expectativa do governo é que o consignado CLT atinja R$ 100 bilhões em desembolsos até junho de 2025, com a adesão de mais bancos e a implementação da portabilidade. A Febraban projeta que, em quatro anos, cerca de 19 milhões de celetistas estarão utilizando a modalidade, consolidando o consignado como uma das principais linhas de crédito no Brasil.

Como o consignado CLT se compara a outras modalidades

O consignado CLT se diferencia de outras linhas de crédito por sua estrutura de baixo risco e acessibilidade. Comparado ao consignado do INSS, que beneficia aposentados e pensionistas, a modalidade para celetistas tem taxas ligeiramente mais altas devido à maior volatilidade do mercado de trabalho formal. Enquanto o consignado do INSS tinha uma taxa média de 1,75% ao mês em janeiro de 2025, o consignado CLT registrava 2,92% ao mês. No entanto, em relação ao crédito pessoal, que pode ultrapassar 5% ao mês, o consignado CLT é significativamente mais vantajoso.

A comparação com o saque-aniversário do FGTS também é relevante. Embora ambas as modalidades utilizem o fundo como garantia, o consignado CLT não substitui o saque-aniversário, que permite saques anuais de parte do saldo. O consignado, por sua vez, oferece crédito imediato com parcelas fixas, sendo mais adequado para quem precisa de recursos para projetos específicos ou consolidação de dívidas. A coexistência das duas opções dá aos trabalhadores maior flexibilidade para gerenciar suas finanças.

Por fim, o consignado CLT se destaca pela inclusão de trabalhadores de MEIs, rurais e domésticos, que historicamente tinham acesso limitado ao crédito formal. Essa ampliação do público-alvo, combinada com a digitalização do processo, posiciona o programa como uma ferramenta de democratização financeira, com potencial para transformar o acesso ao crédito no Brasil.



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