A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enfrentou mais um revés em sua tentativa de contratar Carlo Ancelotti, técnico italiano cobiçado há anos para assumir a seleção brasileira. Após negociações intensas, a entidade decidiu encerrar as conversas com o treinador do Real Madrid, impactada por um impasse contratual com o clube espanhol e uma proposta astronômica de clubes sauditas. A urgência em definir um substituto para Dorival Júnior, demitido em março de 2025, levou a CBF a mudar o foco para Jorge Jesus, técnico do Al-Hilal, com Abel Ferreira, do Palmeiras, como alternativa. A decisão marca o fim de uma novela que se arrasta desde 2023 e reacende debates sobre o futuro do comando técnico da seleção, que busca recuperar o protagonismo rumo à Copa do Mundo de 2026.
O processo para contratar Ancelotti foi marcado por obstáculos desde o início. A CBF via no italiano, tricampeão da Liga dos Campeões, o nome ideal para liderar um elenco repleto de talentos como Neymar, Vinicius Júnior e Endrick. No entanto, a dificuldade em negociar a rescisão do contrato de Ancelotti com o Real Madrid, válido até junho de 2026, tornou o acordo inviável. O clube espanhol, liderado por Florentino Pérez, recusou-se a pagar a multa rescisória, estimada em 10 milhões de euros, exigindo que a CBF arcasse com o custo total. Além disso, Ancelotti impôs condições financeiras elevadas, incluindo um salário anual de 12 milhões de euros e a manutenção de sua residência em Madri, o que pressionou ainda mais o orçamento da entidade brasileira.
Enquanto as negociações com o Real Madrid patinavam, clubes sauditas entraram na disputa pelo treinador italiano, oferecendo um contrato de 40 milhões de dólares por ano, equivalente a R$ 225 milhões. Al Hilal e Al Ahli, gigantes da Liga Saudita, intensificaram o assédio, aproveitando a instabilidade de Ancelotti no Real Madrid, que enfrenta uma temporada irregular, com eliminações na Liga dos Campeões e na Copa do Rei. A proposta saudita, mais de três vezes superior ao salário oferecido pela CBF, de 10 milhões de euros anuais, foi um fator decisivo para o recuo do treinador, que optou por não se comprometer com a seleção brasileira antes de resolver seu futuro na Europa ou na Arábia Saudita.
- Principais motivos do fracasso na negociação com Ancelotti:
- Impasse na rescisão contratual com o Real Madrid, que exigiu o pagamento integral da multa.
- Oferta saudita de R$ 225 milhões por ano, superando em muito a proposta da CBF.
- Urgência da CBF em definir um técnico antes da Data Fifa de junho.
- Relutância de Ancelotti em abrir mão de 25 milhões de euros brutos do contrato com o Real.
Jorge Jesus surge como favorito
Com o fim das negociações com Ancelotti, a CBF voltou suas atenções para Jorge Jesus, técnico português que vive um momento de instabilidade no Al-Hilal. Eliminado nas semifinais da Liga dos Campeões da Ásia e a seis pontos do líder Al Ittihad na Liga Saudita, Jesus enfrenta críticas crescentes, o que pode facilitar sua saída do clube. A multa rescisória do treinador, fixada em 2 milhões de euros a partir de maio de 2025, é vista como acessível pela CBF, que já enviou representantes à Arábia Saudita para discutir a contratação. O português, que brilhou no Flamengo entre 2019 e 2020, é apontado como o favorito para assumir a seleção, trazendo consigo um estilo de jogo ofensivo e intenso que conquistou a torcida brasileira.
A passagem de Jorge Jesus pelo Flamengo é um dos principais trunfos em sua candidatura. Durante sua estadia no clube carioca, o treinador conquistou a Copa Libertadores, o Campeonato Brasileiro, a Supercopa do Brasil, a Recopa Sul-Americana e o Campeonato Carioca, transformando o time em uma potência continental. Sua habilidade em extrair o melhor de jogadores como Gabriel Barbosa e Bruno Henrique, aliada a um sistema tático baseado em posse de bola e pressão alta, tornou-o uma referência no futebol brasileiro. No Al-Hilal, Jesus também acumula títulos, como o Campeonato Saudita e a Copa do Rei, mas a recente eliminação continental abalou sua posição, abrindo espaço para negociações com a CBF.
A escolha de Jesus, no entanto, não é isenta de desafios. O treinador, que completará 71 anos em julho de 2025, enfrenta questionamentos sobre sua capacidade de liderar um projeto de longo prazo até a Copa do Mundo de 2026. Além disso, sua saída abrupta do Flamengo em 2020, quando aceitou uma proposta do Benfica, deixou marcas em parte da torcida brasileira, que teme uma repetição do cenário. Apesar disso, a CBF vê no português uma solução imediata, capaz de assumir a seleção já na Data Fifa de junho, quando o Brasil enfrentará Equador e Paraguai pelas Eliminatórias.
Abel Ferreira como plano B
Enquanto Jorge Jesus lidera a corrida, Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, surge como uma alternativa sólida. O português, bicampeão da Libertadores com o clube alviverde, ganhou força nos bastidores da CBF, especialmente após a demora nas negociações com Ancelotti. Ferreira, de 46 anos, tem contrato com o Palmeiras até dezembro de 2025, mas a possibilidade de comandar a seleção brasileira é vista como um projeto irrecusável. Sua juventude, aliada a um estilo de jogo pragmático e defensivamente sólido, contrasta com a abordagem mais ofensiva de Jesus, oferecendo à CBF opções táticas distintas.
A trajetória de Abel Ferreira no Palmeiras é marcada por conquistas expressivas. Desde sua chegada em 2020, o treinador levou o clube a dois títulos da Libertadores, um Campeonato Brasileiro, uma Copa do Brasil e outros troféus regionais. Sua capacidade de desenvolver jovens talentos, como Endrick, e de gerenciar elencos sob pressão o coloca como um nome promissor para a seleção. No entanto, a CBF enfrenta obstáculos para contratá-lo, já que o Palmeiras planeja renovar seu contrato até 2027, e a multa rescisória, embora não divulgada, é considerada elevada.
A eventual escolha de Abel Ferreira também traria um debate sobre a valorização de técnicos estrangeiros em detrimento de nomes brasileiros. A CBF tem enfrentado críticas por sua preferência por treinadores de fora, especialmente após os fracassos de Fernando Diniz e Dorival Júnior no comando da seleção. Nomes como Tite, que retornou ao Flamengo, e Rogério Ceni, do São Paulo, foram mencionados por torcedores, mas não parecem estar no radar da entidade. A aposta em Ferreira, caso concretizada, reforçaria a tendência de buscar soluções fora do país, algo que divide opiniões entre os fãs do futebol brasileiro.
- Fatores que posicionam Abel Ferreira como alternativa:
- Sucesso no Palmeiras, com títulos nacionais e internacionais.
- Idade jovem e perfil de longo prazo para a Copa de 2026.
- Estilo tático disciplinado, ideal para jogos eliminatórios.
- Apoio crescente nos bastidores da CBF, apesar da concorrência com Jorge Jesus.
O impacto da oferta saudita
A entrada dos clubes sauditas na disputa por Ancelotti foi um divisor de águas nas negociações com a CBF. Al Hilal e Al Ahli, dois dos maiores clubes da Arábia Saudita, ofereceram ao italiano um salário anual de 40 milhões de dólares, um valor que coloca o treinador entre os mais bem pagos do mundo. A proposta reflete o crescente poder financeiro do futebol saudita, que tem atraído estrelas como Cristiano Ronaldo, Neymar e Karim Benzema nos últimos anos. Para Ancelotti, a possibilidade de um contrato milionário, aliado a um ambiente menos pressionado que o do Real Madrid, tornou-se uma alternativa atra孩
A oferta saudita não apenas superou a proposta da CBF, mas também destacou a transformação do futebol na Arábia Saudita, que busca se estabelecer como um centro global do esporte. A Liga Saudita, apoiada pelo fundo soberano do país, tem investido bilhões de dólares em infraestrutura, contratações de jogadores e técnicos renomados, e eventos internacionais, como a Supercopa da Espanha e a Supercopa da Itália. Essa ambição coloca clubes como Al Hilal e Al Ahli em condições de competir diretamente com gigantes europeus, como o Real Madrid, na contratação de nomes de peso como Ancelotti.
O interesse dos sauditas em Ancelotti também reflete a instabilidade no Al-Hilal, onde Jorge Jesus enfrenta um momento delicado. A derrota por 3 a 1 para o Al Ahli nas semifinais da Liga dos Campeões da Ásia e a desvantagem de seis pontos na Liga Saudita aumentaram a pressão sobre o português. Caso o Al-Hilal opte por uma troca de comando, Ancelotti surge como um dos principais alvos, especialmente se o Al Ahli conquistar o título asiático, garantindo a permanência de seu atual técnico, Matthias Jaissle.
Pressão no Real Madrid e o futuro de Ancelotti
No Real Madrid, a temporada 2024-25 tem sido um desafio para Ancelotti. A eliminação nas quartas de final da Liga dos Campeões para o Arsenal, com uma derrota por 3 a 0, e a perda da Copa do Rei para o Barcelona intensificaram as críticas ao treinador. Com quatro pontos de desvantagem para o líder Barcelona na La Liga, o Real Madrid enfrenta o risco de terminar a temporada sem títulos, algo raro para um clube acostumado a conquistas. Essa crise reacendeu especulações sobre a saída de Ancelotti, com Xabi Alonso, técnico do Bayer Leverkusen, cotado como possível substituto.
O contrato de Ancelotti com o Real Madrid, válido até junho de 2026, prevê um salário bruto de 25 milhões de euros, dos quais 13,2 milhões são líquidos. O treinador, conhecido por sua calma em momentos de crise, deixou claro que não pedirá demissão, exigindo o pagamento integral da multa rescisória. Essa postura criou um impasse com o presidente Florentino Pérez, que busca reduzir os custos de uma eventual dispensa. A CBF, ciente dessa disputa, tentou acelerar as negociações, mas a falta de um acordo entre Ancelotti e o Real Madrid inviabilizou a transferência antes da Data Fifa de junho.
A pressão sobre Ancelotti não é novidade. Em sua carreira, o italiano já enfrentou momentos críticos em clubes como Milan, Chelsea e Bayern de Munique, sempre mantendo a serenidade. Sua experiência em lidar com elencos estelares, como o do Real Madrid, com jogadores como Vinicius Júnior e Rodrygo, seria um trunfo para a seleção brasileira, que enfrenta desafios semelhantes na gestão de talentos. No entanto, a combinação de instabilidade no clube espanhol e a oferta saudita tornou a saída de Ancelotti do Real Madrid uma questão de tempo, com destinos possíveis na Arábia Saudita ou até mesmo uma pausa na carreira.
🚨🛑 Brazil consider the negotiations with Carlo Ancelotti on the verge of collapsing.
Despite verbal agreement done for days, deal was not signed as there’s NO green light on Real Madrid exit conditions.
❗️ In any case, Carlo’s still expected to part ways with Real Madrid. pic.twitter.com/ngAKSN84AR
— Fabrizio Romano (@FabrizioRomano) April 30, 2025
A urgência da CBF para a Data Fifa
A CBF estabeleceu um prazo claro para definir o novo técnico: 18 de maio de 2025, data limite para enviar a pré-lista de convocados para a Fifa. Os jogos contra Equador, no dia 5 de junho, e Paraguai, no dia 10, pelas Eliminatórias, exigem um treinador já estabelecido, capaz de liderar a equipe em um momento crucial. A lista definitiva, com 23 jogadores, deve ser entregue até 25 de maio, aumentando a pressão sobre o presidente Ednaldo Rodrigues para anunciar o substituto de Dorival Júnior.
A demissão de Dorival, anunciada em março de 2025, foi motivada por resultados inconsistentes, incluindo uma goleada de 4 a 1 para a Argentina. A escolha de um novo técnico é vista como um divisor de águas para a seleção, que busca recuperar a confiança da torcida e o protagonismo global. A CBF planeja oferecer ao novo treinador, seja Jorge Jesus ou Abel Ferreira, um salário competitivo, estimado em 9 milhões de euros por ano, além de autonomia para montar a comissão técnica.
A entidade também considera mudanças na preparação física e a inclusão de um ex-jogador da seleção na equipe técnica, como Juan, que participou das Copas de 2006 e 2010. Essas alterações visam modernizar a estrutura da seleção, alinhando-a às demandas do futebol atual, que exige intensidade, organização tática e conexão emocional com os torcedores.
- Cronograma da CBF para a escolha do técnico:
- 18 de maio: Envio da pré-lista de convocados para a Fifa.
- 25 de maio: Entrega da lista definitiva com 23 jogadores.
- 2 a 10 de junho: Data Fifa com jogos contra Equador e Paraguai.
- Julho de 2026: Início da Copa do Mundo nos EUA, México e Canadá.
O impacto na seleção brasileira
A desistência de Ancelotti representa um golpe para a CBF, que apostava no prestígio do italiano para unir o elenco e inspirar a torcida. A entidade enfrentou críticas por sua gestão vacilante, especialmente após o fracasso nas negociações de 2023, quando Ancelotti renovou com o Real Madrid. A nova reviravolta expôs fragilidades na estratégia de Ednaldo Rodrigues, que agora precisa agir rápido para evitar mais instabilidade antes das Eliminatórias.
Jorge Jesus, caso confirmado, trará um estilo de jogo vibrante, com ênfase em ataques rápidos e pressão alta, características que marcaram sua passagem pelo Flamengo. Sua experiência em competições sul-americanas e asiáticas, aliada ao conhecimento do futebol brasileiro, pode facilitar a adaptação à seleção. No entanto, a idade avançada e o histórico de decisões polêmicas, como a saída repentina do Flamengo, exigirão esforços para conquistar a confiança de todos os torcedores.
Abel Ferreira, por outro lado, oferece uma abordagem mais equilibrada, com foco em organização defensiva e eficiência em jogos decisivos. Sua juventude e trajetória ascendente no Palmeiras sugerem potencial para um projeto de longo prazo, mas a CBF terá que negociar com o clube paulista, que vê o treinador como peça-chave para o Mundial de Clubes. A escolha entre Jesus e Ferreira definirá o rumo tático e emocional da seleção, em um momento em que o Brasil busca reconquistar o hexa após 24 anos.
Debates sobre técnicos estrangeiros
A preferência da CBF por técnicos estrangeiros reacendeu discussões sobre a identidade do futebol brasileiro. O Brasil, pentacampeão mundial, nunca foi comandado por um treinador de fora em uma Copa do Mundo, e a possível chegada de Jesus ou Ferreira mantém essa tradição em xeque. Enquanto alguns torcedores defendem a inovação, destacando o sucesso de técnicos europeus em clubes brasileiros, outros cobram a valorização de nomes locais, como Fernando Diniz, que comandou a seleção interinamente em 2023.
A influência de treinadores estrangeiros no Brasil é inegável. Jorge Jesus revolucionou o Flamengo com um estilo europeu, enquanto Abel Ferreira trouxe disciplina tática ao Palmeiras. Esses exemplos sugerem que um técnico de fora pode combinar a essência do futebol brasileiro com as demandas do jogo moderno, como intensidade física e estratégias adaptáveis. No entanto, a resistência a essa tendência persiste, alimentada por uma nostalgia do “jogo bonito” e pela crença em treinadores brasileiros como Tite, que levou o Brasil às quartas de final em 2018.
A CBF, ciente desse debate, aposta que um nome como Jesus ou Ferreira pode entregar resultados rápidos, especialmente nas Eliminatórias, onde o Brasil ocupa a quarta posição, com 17 pontos em 10 jogos. A pressão por vitórias é alta, e a escolha do treinador será julgada não apenas pelo desempenho em campo, mas também pela capacidade de reconectar a seleção com uma torcida exigente e apaixonada.
A influência de Neymar e outros jogadores
Neymar, maior estrela da seleção, teve um papel discreto, mas relevante, nas negociações com Ancelotti. O jogador, que não atua pelo Brasil desde outubro de 2023 devido a uma lesão, manifestou apoio à chegada do italiano, com quem trabalhou no Paris Saint-Germain. A relação entre Neymar e Ancelotti, marcada por respeito mútuo, poderia facilitar a gestão do elenco, que enfrenta desafios de coesão após eliminações precoces nas últimas Copas.
A influência de Neymar, no entanto, não foi suficiente para superar os obstáculos financeiros e contratuais. Com Ancelotti fora do radar, o craque agora acompanhará de perto a escolha entre Jesus e Ferreira, ciente de que o novo técnico terá a missão de integrá-lo a jovens como Vinicius Júnior, Rodrygo e Endrick. A capacidade do treinador em equilibrar gerações será crucial, especialmente em uma Copa do Mundo com 48 equipes, que exigirá versatilidade e profundidade no elenco.
Outros jogadores, como Casemiro e Thiago Silva, também acompanham o processo com atenção. Veteranos da seleção, eles buscam um técnico capaz de liderar em momentos decisivos, algo que faltou nas eliminações para Croácia (2022) e Bélgica (2018). A escolha de Jesus ou Ferreira será vista como um teste à capacidade da CBF de alinhar talento individual a um projeto coletivo, uma tarefa que Ancelotti, com sua experiência, parecia destinado a cumprir.
- Curiosidades sobre a seleção brasileira:
- O Brasil é o único país a vencer cinco Copas do Mundo (1958, 1962, 1970, 1994, 2002).
- A seleção nunca teve um técnico estrangeiro em Mundiais, mas já foi comandada por interinos de fora.
- Neymar é o maior artilheiro da história da seleção, com 77 gols em 124 jogos.
- A última vitória do Brasil em Eliminatórias foi contra o Peru, por 4 a 0, em setembro de 2024.
O futuro do futebol brasileiro
A desistência de Ancelotti marca mais um capítulo de instabilidade na gestão da CBF, que enfrenta pressão crescente para entregar resultados. A escolha entre Jorge Jesus e Abel Ferreira, dois técnicos com estilos distintos, definirá o caminho do Brasil rumo à Copa de 2026. Enquanto Jesus promete intensidade e carisma, Ferreira oferece disciplina e visão de longo prazo, em um momento em que o futebol brasileiro busca equilíbrio entre sua essência criativa e as exigências do jogo moderno.
A torcida brasileira, conhecida por sua paixão e exigência, acompanha o processo com expectativa e ceticismo. A memória de eliminações recentes e a distância do último título mundial alimentam a cobrança por um projeto sólido, capaz de unir talentos como Neymar e Vinicius Júnior a uma estratégia competitiva. A CBF, ciente desse cenário, aposta que a chegada de um novo técnico, seja Jesus ou Ferreira, pode reacender a esperança de milhões de torcedores.
O prazo apertado para a Data Fifa de junho adiciona urgência à decisão. Com jogos decisivos pelas Eliminatórias e o Mundial de Clubes no horizonte, a CBF precisa agir com precisão, evitando os erros de 2023, quando a espera por Ancelotti resultou em uma transição caótica. A escolha do treinador será um teste à liderança de Ednaldo Rodrigues, que busca deixar um legado positivo em um dos cargos mais desafiadores do futebol mundial.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enfrentou mais um revés em sua tentativa de contratar Carlo Ancelotti, técnico italiano cobiçado há anos para assumir a seleção brasileira. Após negociações intensas, a entidade decidiu encerrar as conversas com o treinador do Real Madrid, impactada por um impasse contratual com o clube espanhol e uma proposta astronômica de clubes sauditas. A urgência em definir um substituto para Dorival Júnior, demitido em março de 2025, levou a CBF a mudar o foco para Jorge Jesus, técnico do Al-Hilal, com Abel Ferreira, do Palmeiras, como alternativa. A decisão marca o fim de uma novela que se arrasta desde 2023 e reacende debates sobre o futuro do comando técnico da seleção, que busca recuperar o protagonismo rumo à Copa do Mundo de 2026.
O processo para contratar Ancelotti foi marcado por obstáculos desde o início. A CBF via no italiano, tricampeão da Liga dos Campeões, o nome ideal para liderar um elenco repleto de talentos como Neymar, Vinicius Júnior e Endrick. No entanto, a dificuldade em negociar a rescisão do contrato de Ancelotti com o Real Madrid, válido até junho de 2026, tornou o acordo inviável. O clube espanhol, liderado por Florentino Pérez, recusou-se a pagar a multa rescisória, estimada em 10 milhões de euros, exigindo que a CBF arcasse com o custo total. Além disso, Ancelotti impôs condições financeiras elevadas, incluindo um salário anual de 12 milhões de euros e a manutenção de sua residência em Madri, o que pressionou ainda mais o orçamento da entidade brasileira.
Enquanto as negociações com o Real Madrid patinavam, clubes sauditas entraram na disputa pelo treinador italiano, oferecendo um contrato de 40 milhões de dólares por ano, equivalente a R$ 225 milhões. Al Hilal e Al Ahli, gigantes da Liga Saudita, intensificaram o assédio, aproveitando a instabilidade de Ancelotti no Real Madrid, que enfrenta uma temporada irregular, com eliminações na Liga dos Campeões e na Copa do Rei. A proposta saudita, mais de três vezes superior ao salário oferecido pela CBF, de 10 milhões de euros anuais, foi um fator decisivo para o recuo do treinador, que optou por não se comprometer com a seleção brasileira antes de resolver seu futuro na Europa ou na Arábia Saudita.
- Principais motivos do fracasso na negociação com Ancelotti:
- Impasse na rescisão contratual com o Real Madrid, que exigiu o pagamento integral da multa.
- Oferta saudita de R$ 225 milhões por ano, superando em muito a proposta da CBF.
- Urgência da CBF em definir um técnico antes da Data Fifa de junho.
- Relutância de Ancelotti em abrir mão de 25 milhões de euros brutos do contrato com o Real.
Jorge Jesus surge como favorito
Com o fim das negociações com Ancelotti, a CBF voltou suas atenções para Jorge Jesus, técnico português que vive um momento de instabilidade no Al-Hilal. Eliminado nas semifinais da Liga dos Campeões da Ásia e a seis pontos do líder Al Ittihad na Liga Saudita, Jesus enfrenta críticas crescentes, o que pode facilitar sua saída do clube. A multa rescisória do treinador, fixada em 2 milhões de euros a partir de maio de 2025, é vista como acessível pela CBF, que já enviou representantes à Arábia Saudita para discutir a contratação. O português, que brilhou no Flamengo entre 2019 e 2020, é apontado como o favorito para assumir a seleção, trazendo consigo um estilo de jogo ofensivo e intenso que conquistou a torcida brasileira.
A passagem de Jorge Jesus pelo Flamengo é um dos principais trunfos em sua candidatura. Durante sua estadia no clube carioca, o treinador conquistou a Copa Libertadores, o Campeonato Brasileiro, a Supercopa do Brasil, a Recopa Sul-Americana e o Campeonato Carioca, transformando o time em uma potência continental. Sua habilidade em extrair o melhor de jogadores como Gabriel Barbosa e Bruno Henrique, aliada a um sistema tático baseado em posse de bola e pressão alta, tornou-o uma referência no futebol brasileiro. No Al-Hilal, Jesus também acumula títulos, como o Campeonato Saudita e a Copa do Rei, mas a recente eliminação continental abalou sua posição, abrindo espaço para negociações com a CBF.
A escolha de Jesus, no entanto, não é isenta de desafios. O treinador, que completará 71 anos em julho de 2025, enfrenta questionamentos sobre sua capacidade de liderar um projeto de longo prazo até a Copa do Mundo de 2026. Além disso, sua saída abrupta do Flamengo em 2020, quando aceitou uma proposta do Benfica, deixou marcas em parte da torcida brasileira, que teme uma repetição do cenário. Apesar disso, a CBF vê no português uma solução imediata, capaz de assumir a seleção já na Data Fifa de junho, quando o Brasil enfrentará Equador e Paraguai pelas Eliminatórias.
Abel Ferreira como plano B
Enquanto Jorge Jesus lidera a corrida, Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, surge como uma alternativa sólida. O português, bicampeão da Libertadores com o clube alviverde, ganhou força nos bastidores da CBF, especialmente após a demora nas negociações com Ancelotti. Ferreira, de 46 anos, tem contrato com o Palmeiras até dezembro de 2025, mas a possibilidade de comandar a seleção brasileira é vista como um projeto irrecusável. Sua juventude, aliada a um estilo de jogo pragmático e defensivamente sólido, contrasta com a abordagem mais ofensiva de Jesus, oferecendo à CBF opções táticas distintas.
A trajetória de Abel Ferreira no Palmeiras é marcada por conquistas expressivas. Desde sua chegada em 2020, o treinador levou o clube a dois títulos da Libertadores, um Campeonato Brasileiro, uma Copa do Brasil e outros troféus regionais. Sua capacidade de desenvolver jovens talentos, como Endrick, e de gerenciar elencos sob pressão o coloca como um nome promissor para a seleção. No entanto, a CBF enfrenta obstáculos para contratá-lo, já que o Palmeiras planeja renovar seu contrato até 2027, e a multa rescisória, embora não divulgada, é considerada elevada.
A eventual escolha de Abel Ferreira também traria um debate sobre a valorização de técnicos estrangeiros em detrimento de nomes brasileiros. A CBF tem enfrentado críticas por sua preferência por treinadores de fora, especialmente após os fracassos de Fernando Diniz e Dorival Júnior no comando da seleção. Nomes como Tite, que retornou ao Flamengo, e Rogério Ceni, do São Paulo, foram mencionados por torcedores, mas não parecem estar no radar da entidade. A aposta em Ferreira, caso concretizada, reforçaria a tendência de buscar soluções fora do país, algo que divide opiniões entre os fãs do futebol brasileiro.
- Fatores que posicionam Abel Ferreira como alternativa:
- Sucesso no Palmeiras, com títulos nacionais e internacionais.
- Idade jovem e perfil de longo prazo para a Copa de 2026.
- Estilo tático disciplinado, ideal para jogos eliminatórios.
- Apoio crescente nos bastidores da CBF, apesar da concorrência com Jorge Jesus.
O impacto da oferta saudita
A entrada dos clubes sauditas na disputa por Ancelotti foi um divisor de águas nas negociações com a CBF. Al Hilal e Al Ahli, dois dos maiores clubes da Arábia Saudita, ofereceram ao italiano um salário anual de 40 milhões de dólares, um valor que coloca o treinador entre os mais bem pagos do mundo. A proposta reflete o crescente poder financeiro do futebol saudita, que tem atraído estrelas como Cristiano Ronaldo, Neymar e Karim Benzema nos últimos anos. Para Ancelotti, a possibilidade de um contrato milionário, aliado a um ambiente menos pressionado que o do Real Madrid, tornou-se uma alternativa atra孩
A oferta saudita não apenas superou a proposta da CBF, mas também destacou a transformação do futebol na Arábia Saudita, que busca se estabelecer como um centro global do esporte. A Liga Saudita, apoiada pelo fundo soberano do país, tem investido bilhões de dólares em infraestrutura, contratações de jogadores e técnicos renomados, e eventos internacionais, como a Supercopa da Espanha e a Supercopa da Itália. Essa ambição coloca clubes como Al Hilal e Al Ahli em condições de competir diretamente com gigantes europeus, como o Real Madrid, na contratação de nomes de peso como Ancelotti.
O interesse dos sauditas em Ancelotti também reflete a instabilidade no Al-Hilal, onde Jorge Jesus enfrenta um momento delicado. A derrota por 3 a 1 para o Al Ahli nas semifinais da Liga dos Campeões da Ásia e a desvantagem de seis pontos na Liga Saudita aumentaram a pressão sobre o português. Caso o Al-Hilal opte por uma troca de comando, Ancelotti surge como um dos principais alvos, especialmente se o Al Ahli conquistar o título asiático, garantindo a permanência de seu atual técnico, Matthias Jaissle.
Pressão no Real Madrid e o futuro de Ancelotti
No Real Madrid, a temporada 2024-25 tem sido um desafio para Ancelotti. A eliminação nas quartas de final da Liga dos Campeões para o Arsenal, com uma derrota por 3 a 0, e a perda da Copa do Rei para o Barcelona intensificaram as críticas ao treinador. Com quatro pontos de desvantagem para o líder Barcelona na La Liga, o Real Madrid enfrenta o risco de terminar a temporada sem títulos, algo raro para um clube acostumado a conquistas. Essa crise reacendeu especulações sobre a saída de Ancelotti, com Xabi Alonso, técnico do Bayer Leverkusen, cotado como possível substituto.
O contrato de Ancelotti com o Real Madrid, válido até junho de 2026, prevê um salário bruto de 25 milhões de euros, dos quais 13,2 milhões são líquidos. O treinador, conhecido por sua calma em momentos de crise, deixou claro que não pedirá demissão, exigindo o pagamento integral da multa rescisória. Essa postura criou um impasse com o presidente Florentino Pérez, que busca reduzir os custos de uma eventual dispensa. A CBF, ciente dessa disputa, tentou acelerar as negociações, mas a falta de um acordo entre Ancelotti e o Real Madrid inviabilizou a transferência antes da Data Fifa de junho.
A pressão sobre Ancelotti não é novidade. Em sua carreira, o italiano já enfrentou momentos críticos em clubes como Milan, Chelsea e Bayern de Munique, sempre mantendo a serenidade. Sua experiência em lidar com elencos estelares, como o do Real Madrid, com jogadores como Vinicius Júnior e Rodrygo, seria um trunfo para a seleção brasileira, que enfrenta desafios semelhantes na gestão de talentos. No entanto, a combinação de instabilidade no clube espanhol e a oferta saudita tornou a saída de Ancelotti do Real Madrid uma questão de tempo, com destinos possíveis na Arábia Saudita ou até mesmo uma pausa na carreira.
🚨🛑 Brazil consider the negotiations with Carlo Ancelotti on the verge of collapsing.
Despite verbal agreement done for days, deal was not signed as there’s NO green light on Real Madrid exit conditions.
❗️ In any case, Carlo’s still expected to part ways with Real Madrid. pic.twitter.com/ngAKSN84AR
— Fabrizio Romano (@FabrizioRomano) April 30, 2025
A urgência da CBF para a Data Fifa
A CBF estabeleceu um prazo claro para definir o novo técnico: 18 de maio de 2025, data limite para enviar a pré-lista de convocados para a Fifa. Os jogos contra Equador, no dia 5 de junho, e Paraguai, no dia 10, pelas Eliminatórias, exigem um treinador já estabelecido, capaz de liderar a equipe em um momento crucial. A lista definitiva, com 23 jogadores, deve ser entregue até 25 de maio, aumentando a pressão sobre o presidente Ednaldo Rodrigues para anunciar o substituto de Dorival Júnior.
A demissão de Dorival, anunciada em março de 2025, foi motivada por resultados inconsistentes, incluindo uma goleada de 4 a 1 para a Argentina. A escolha de um novo técnico é vista como um divisor de águas para a seleção, que busca recuperar a confiança da torcida e o protagonismo global. A CBF planeja oferecer ao novo treinador, seja Jorge Jesus ou Abel Ferreira, um salário competitivo, estimado em 9 milhões de euros por ano, além de autonomia para montar a comissão técnica.
A entidade também considera mudanças na preparação física e a inclusão de um ex-jogador da seleção na equipe técnica, como Juan, que participou das Copas de 2006 e 2010. Essas alterações visam modernizar a estrutura da seleção, alinhando-a às demandas do futebol atual, que exige intensidade, organização tática e conexão emocional com os torcedores.
- Cronograma da CBF para a escolha do técnico:
- 18 de maio: Envio da pré-lista de convocados para a Fifa.
- 25 de maio: Entrega da lista definitiva com 23 jogadores.
- 2 a 10 de junho: Data Fifa com jogos contra Equador e Paraguai.
- Julho de 2026: Início da Copa do Mundo nos EUA, México e Canadá.
O impacto na seleção brasileira
A desistência de Ancelotti representa um golpe para a CBF, que apostava no prestígio do italiano para unir o elenco e inspirar a torcida. A entidade enfrentou críticas por sua gestão vacilante, especialmente após o fracasso nas negociações de 2023, quando Ancelotti renovou com o Real Madrid. A nova reviravolta expôs fragilidades na estratégia de Ednaldo Rodrigues, que agora precisa agir rápido para evitar mais instabilidade antes das Eliminatórias.
Jorge Jesus, caso confirmado, trará um estilo de jogo vibrante, com ênfase em ataques rápidos e pressão alta, características que marcaram sua passagem pelo Flamengo. Sua experiência em competições sul-americanas e asiáticas, aliada ao conhecimento do futebol brasileiro, pode facilitar a adaptação à seleção. No entanto, a idade avançada e o histórico de decisões polêmicas, como a saída repentina do Flamengo, exigirão esforços para conquistar a confiança de todos os torcedores.
Abel Ferreira, por outro lado, oferece uma abordagem mais equilibrada, com foco em organização defensiva e eficiência em jogos decisivos. Sua juventude e trajetória ascendente no Palmeiras sugerem potencial para um projeto de longo prazo, mas a CBF terá que negociar com o clube paulista, que vê o treinador como peça-chave para o Mundial de Clubes. A escolha entre Jesus e Ferreira definirá o rumo tático e emocional da seleção, em um momento em que o Brasil busca reconquistar o hexa após 24 anos.
Debates sobre técnicos estrangeiros
A preferência da CBF por técnicos estrangeiros reacendeu discussões sobre a identidade do futebol brasileiro. O Brasil, pentacampeão mundial, nunca foi comandado por um treinador de fora em uma Copa do Mundo, e a possível chegada de Jesus ou Ferreira mantém essa tradição em xeque. Enquanto alguns torcedores defendem a inovação, destacando o sucesso de técnicos europeus em clubes brasileiros, outros cobram a valorização de nomes locais, como Fernando Diniz, que comandou a seleção interinamente em 2023.
A influência de treinadores estrangeiros no Brasil é inegável. Jorge Jesus revolucionou o Flamengo com um estilo europeu, enquanto Abel Ferreira trouxe disciplina tática ao Palmeiras. Esses exemplos sugerem que um técnico de fora pode combinar a essência do futebol brasileiro com as demandas do jogo moderno, como intensidade física e estratégias adaptáveis. No entanto, a resistência a essa tendência persiste, alimentada por uma nostalgia do “jogo bonito” e pela crença em treinadores brasileiros como Tite, que levou o Brasil às quartas de final em 2018.
A CBF, ciente desse debate, aposta que um nome como Jesus ou Ferreira pode entregar resultados rápidos, especialmente nas Eliminatórias, onde o Brasil ocupa a quarta posição, com 17 pontos em 10 jogos. A pressão por vitórias é alta, e a escolha do treinador será julgada não apenas pelo desempenho em campo, mas também pela capacidade de reconectar a seleção com uma torcida exigente e apaixonada.
A influência de Neymar e outros jogadores
Neymar, maior estrela da seleção, teve um papel discreto, mas relevante, nas negociações com Ancelotti. O jogador, que não atua pelo Brasil desde outubro de 2023 devido a uma lesão, manifestou apoio à chegada do italiano, com quem trabalhou no Paris Saint-Germain. A relação entre Neymar e Ancelotti, marcada por respeito mútuo, poderia facilitar a gestão do elenco, que enfrenta desafios de coesão após eliminações precoces nas últimas Copas.
A influência de Neymar, no entanto, não foi suficiente para superar os obstáculos financeiros e contratuais. Com Ancelotti fora do radar, o craque agora acompanhará de perto a escolha entre Jesus e Ferreira, ciente de que o novo técnico terá a missão de integrá-lo a jovens como Vinicius Júnior, Rodrygo e Endrick. A capacidade do treinador em equilibrar gerações será crucial, especialmente em uma Copa do Mundo com 48 equipes, que exigirá versatilidade e profundidade no elenco.
Outros jogadores, como Casemiro e Thiago Silva, também acompanham o processo com atenção. Veteranos da seleção, eles buscam um técnico capaz de liderar em momentos decisivos, algo que faltou nas eliminações para Croácia (2022) e Bélgica (2018). A escolha de Jesus ou Ferreira será vista como um teste à capacidade da CBF de alinhar talento individual a um projeto coletivo, uma tarefa que Ancelotti, com sua experiência, parecia destinado a cumprir.
- Curiosidades sobre a seleção brasileira:
- O Brasil é o único país a vencer cinco Copas do Mundo (1958, 1962, 1970, 1994, 2002).
- A seleção nunca teve um técnico estrangeiro em Mundiais, mas já foi comandada por interinos de fora.
- Neymar é o maior artilheiro da história da seleção, com 77 gols em 124 jogos.
- A última vitória do Brasil em Eliminatórias foi contra o Peru, por 4 a 0, em setembro de 2024.
O futuro do futebol brasileiro
A desistência de Ancelotti marca mais um capítulo de instabilidade na gestão da CBF, que enfrenta pressão crescente para entregar resultados. A escolha entre Jorge Jesus e Abel Ferreira, dois técnicos com estilos distintos, definirá o caminho do Brasil rumo à Copa de 2026. Enquanto Jesus promete intensidade e carisma, Ferreira oferece disciplina e visão de longo prazo, em um momento em que o futebol brasileiro busca equilíbrio entre sua essência criativa e as exigências do jogo moderno.
A torcida brasileira, conhecida por sua paixão e exigência, acompanha o processo com expectativa e ceticismo. A memória de eliminações recentes e a distância do último título mundial alimentam a cobrança por um projeto sólido, capaz de unir talentos como Neymar e Vinicius Júnior a uma estratégia competitiva. A CBF, ciente desse cenário, aposta que a chegada de um novo técnico, seja Jesus ou Ferreira, pode reacender a esperança de milhões de torcedores.
O prazo apertado para a Data Fifa de junho adiciona urgência à decisão. Com jogos decisivos pelas Eliminatórias e o Mundial de Clubes no horizonte, a CBF precisa agir com precisão, evitando os erros de 2023, quando a espera por Ancelotti resultou em uma transição caótica. A escolha do treinador será um teste à liderança de Ednaldo Rodrigues, que busca deixar um legado positivo em um dos cargos mais desafiadores do futebol mundial.
