CPERS participa do Seminário Internacional

Entre os dias 20 e 22 de setembro, o diretor de comunicação do CPERS, Leonardo Preto Echevarria, participou do Seminário Internacional Comunicação para a Integração, na Casa Popular do MST, em São Paulo. A atividade foi promovida pelo Centro de Estudos Alternativa Barão de Itararé e pela agência Inter Press Service (IPS) e teve o apoio do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), através do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

O evento reuniu jornalistas de veículos de comunicação da região, além de comunicadores e pesquisadores, para pensar coletivamente as possibilidades efetivas de integração do setor no continente. E teve como assuntos principais: as ameaças em curso contra as democracias latino-americanas, a apropriação da revolução tecnológica pelo capital, a expansão da extrema-direita no continente e a necessidade de integração entre os países da América Latina.

Para o diretor Leonardo, o Seminário teve um papel fundamental para a integração de vários países, como Argentina, Bolívia, Peru, Cuba, entre outros, que trouxeram a contribuição de como é o desafio da mídia não tradicional frente a cada país. “Os desafios da democracia e a questão da regulamentação das plataformas digitais foram temas importantes no debate. Nós, como CPERS Sindicato, destacamos que a mídia sindical faz parte desta luta e precisamos, cada vez mais, melhorar e integrar a mídia sindical a esse movimento de difusão de uma integração mais atuante em todo continente Latino Americano”, destacou o dirigente.

O encontro teve a participação de Fernando Morais, escritor e presidente da IPS no Brasil; Renata Mielli, coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br); Javier Tolcachier, jornalista da agência Precenza e articulador do Fórum de Comunicação para a Integração de Nossa América (FCINA); Monica Valente, secretária executiva do Foro de São Paulo; Patrícia Villegas, jornalista colombiana e presidente da Telesur; e o anfitrião do evento foi João Paulo Rodrigues, coordenador do MST.

 

Quem domina a informação digital no Brasil? 

“Minha geração acreditava que a liberdade de expressão, sobretudo a de imprensa, seria conquistada nas trincheiras, palanques, manifestações. A tecnologia acabou nos dando um cavalo de pau”, apontou Fernando Morais ao abrir os debates.

“O mundo inteiro está sofrendo os resultados do que imaginávamos que talvez pudesse ser uma luz na escuridão: o surgimento da internet como instrumento de comunicação”, complementou, ao recordar que a esperança inicial acabou se mostrando uma ingenuidade.

Plataforma soberana para a região

Renata Mielli, coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil, deu uma aula sobre a internet ontem e hoje no continente. Ela trouxe as principais semelhanças no modo como os veículos de mídia latino-americanos se desenvolveram, sempre “dominados pelo setor econômico predominante de cada país” e em torno de “um projeto político de poder e de uma ideologia dominante”.

 

O desafio, agora, é pensar um projeto de integração capaz de enfrentar esses “poderes econômicos encastelados” neste momento de transição tecnológica, com o advento da internet comercial que impactou a produção, a distribuição e a aquisição de informação nos vários países.

Que projeto vamos comunicar?

Qual projeto na América Latina nos permite construir uma política de hegemonia no campo das ideias? Vamos nos comunicar para defender o quê? Estas e outras questões foram levantadas pelo o anfitrião da noite, o coordenador do MST, João Paulo Rodrigues.

Destacando que a tecnologia é mais do que as redes sociais, ela é um modo de organização da vida das pessoas, do mundo do trabalho, da exploração da mão de obra, Rodrigues lembrou que nos últimos cem anos, quem melhor organizou a comunicação no campo democrático foi o movimento sindical e “com muito mais eficiência na vida real”.

Falsas liberdades da extrema-direita 

Secretária executiva do Foro de São Paulo, Monica Valente, trouxe um panorama dos desafios da conjuntura, com foco na disputa política no continente em meio à reorganização do capital, “por meio de iniciativas das transnacionais, do imperialismo e do sistema financeiro internacional”.

Após a pandemia da Covid-19, “você praticamente não ouviu mais falar de Estado Mínimo”, houve um parênteses dos meios hegemônicos mundiais em relação ao tema do Estado e do modelo neoliberal. Após a pandemia, porém, eles voltaram “em uma espécie dobrada de aposta no modelo neoliberal”.

Democracia formal vs. democracia real 

Trazendo as principais intentonas golpistas no continente, o jornalista Javier Tolcachier abordou o futuro da democracia, destacando que “a situação atual responde às necessidades das elites do capitalismo financeirizado, e de um marco geopolítico cada vez mais adverso às pretensões de poder hegemônico dos Estados Unidos frente ao avanço do multilateralismo”.

“Além de tentar expulsar as lideranças populares e de violentar a soberania e a autodeterminação de nossos povos, o que se pretende, em última instância, é destruir a paz  na região, uma grande conquista, gerando caos e violência para impedir o avanço da vontade popular”, alertou.

Construção de uma identidade comum 

A jornalista e presidente da Telesur, Patricia Villegas, apresentou, em vídeo encaminhado para o evento, uma defesa contundente da integração da comunicação dos países no continente, relatando os principais episódios da “bomba atômica midiática’” que cobriu a Venezuela nas eleições em julho.

Ela defendeu, como urgente e necessária, a integração da região. A orientação foi precisa: “Como disse o presidente Andrés Manuel López Obrador, vamos trabalhar sobre questões que temos acordo, naquilo que há consenso e não em temas em que existam divisões e maneiras distintas de pensar a realidade própria e a regional”.

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>> No vídeo, abaixo, assista a íntegra da mesa “Os desafios da democracia na América Latina”:

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Fonte: Barão do Itararé



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