Tata Martino segue brilhando na MLS | Blog Entre as Canetas

Comentei neste domingo para o Sportv o jogo de ida pela semifinal da Conferência Leste da Major League Soccer, ao lado do Rhoodes Lima, duelaço entre New York FC e Atlanta. E dos quatro jogos de ida (duas semis para cada Conferência), o time do argentino Gerardo Tata Martino foi o único visitante a sair na frente. E o time do espanhol Domenec Torrent tem de erguer as mãos aos céus por ter saído vivo do Yankee Stadium, 1 a 0 contra ficou baratíssimo. 

 

O New York não tem a mesma força técnica dos tempos de Pirlo, Lampard e Harrison. Teve excelentes momentos, apesar disso, sob a batuta do francês Patrick Vieira – que trabalhou tão bem que foi contratado no meio do caminho pelo Nice, de sua pátria-mãe. A troca alçou o espanhol Domenec a seu primeiro trabalho “solo”, depois de décadas como assistente de ninguém menos que Pep Guardiola. Ele mudou o jeito de os nova-iorquinos jogarem, tirou velocidade do time, passou a priorizar a posse de bola, e com isso o time perdeu força ofensiva – tem menos gols marcados do que o eliminado Los Angeles Galaxy, de Ibrahimovic, que sequer passou da primeira fase.

 

O Atlanta de Martino, ao contrário, é a promoção de dois times pelo preço de um. Intenso, ofensivo, insinuante, aproveitando a espetacular fase do venezuelano Martinez (artilheiro da MLS com 31 gols) até conseguir uma vantagem, ou uma vantagem segura. E uma volta às melhores características de Martino, a consistência defensiva para segurar os 3 pontos. E no jogo de domingo, desde o início, prevaleceu a estratégia do argentino.

 

Os visitantes se impuseram com marcação intensa no meio, recuperação de posse de bola e transição muito veloz. o NY FC teve uma única chance que Matarrita desperdiçou, e foi só. O Atlanta poderia ter feito o primeiro aos 20 minutos. Não fez por causa do VAR. Que acertou, mas que a incompetência do lado humano faz com que se torça o nariz para a eletrônica mesmo quando acerta. Explico: Larentowicz bateu escanteio curto para Grassel. Este parou a bola para o companheiro cruzar. Neste exato momento, Larentowicz ficou em impedimento e o lance deveria ter parado – até porque ele estava literalmente na cara do assistente Cameron Blanchard. Mas ele deu sequência. A bola foi cruzada na entrada da área. Foi tocada na esquerda. Veio o centro para a segunda trave. E aí, cerca de 20 segundos depois do impedimento, a bola cai para Almiron, que, consciente, chuta contra o chão, ela sobe, encobre Johnson. Seria um golaço. O árbitro confirma o gol, e depois de mais vários segundos, vai rever o lance. E anula o gol. Tinha que ser anulado? Sim, como disse há muitos segundos acima, Larentowicz estava impedido. Mas ver todo aquele belo lance ter sido deixado acontecer… é muito chato.

 

A vida seguiu e o Atlanta continuou martelando, como se estivesse em casa. Aos 36, Martinez completa de canhota a bola que veio da esquerda. Johnson faz milagre e no rebote, o argentino Remedi faz 1 a 0.

 

Para o segundo tempo, Martino optou por se garantir. Tirou o talentoso Almiron por seu conterrâneo paraguaio Villalba. Que é o ofensivo mas marca melhor. E quase matou o jogo com menos de 5 minutos em contra-ataque puxado por Martinez. A bola foi a Villalba que levou meia hora para se ajeitar até perder a bola. E no fim do jogo, Johnson foi obrigado a fazer uma defesaça. Ou seja, 1 a 0 ficou barato.

 

Para volta, com gol qualificado, o New York precisa da inspiração de Guardiola para vencer por qualquer placar que não 1 a 0 – se este ocorrer teremos pênaltis. Precisará quebrar a velocidade – e a confiança – do Atlanta, e para isso terá de fazer jogar seu belo jogador Tajouri, que na ida não viu a cor da bola, chegando a ser substituído.

 

Na real, a vaga da final da Conferência Leste está aberta ainda. Mas no campo das apostas, eu diria que o Atlanta está com um pezinho lá.



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