A fé vai ter que aumentar na Colômbia | Blog Entre as Canetas

Comentei nesta terça-feira para o Sportv, ao lado do grande Luiz Felipe Prota, o clássico colombiano entre Independiente Santa Fé e Deportivo Cáli, jogo de ida pelas quartas da Sul-Americana. Jogo em Bogotá, e os visitantes de Cáli entraram com uma pontinha de favoritismo pela melhor temporada que vem fazendo. Mas em campo não o justificou. Especialmente no segundo tempo, foi dominado pelo Santa Fé, que chegou a ter dois gols anulados, e segurou um 1 a 1 (placar do primeiro tempo) que ficou bem barato. O time da casa tem muito a lamentar e agora terá um trabalho bem mais difícil na volta.

 

 

O time da casa quase começa o jogo com um gol antológico. O uruguaio Guastavino arriscou da linha divisória, pegou o goleiro Vargas, do Cáli, adiantado, mas a bola explodiu no travessão. O Santa Fé era mais agudo, teve oportunidades boas com Roa e Bentacourt. Além disso, continha a melhor arma do rival: as jogadas pelos lados com Delgado e Mosquera. A segunda linha de marcação do Santa Fé não dava espaços, com Roa e Perlaza guardando posição no meio, e Gustavino e Seijas recompondo e dobrando a marcação pelos lados.

Mas aos 32, quando o Deportivo começava a subir um pouco à frente, Mosquera recebeu pela direita e jogou na cabeça do zagueiro Palomeque. O lateral Arboleda parou no lance, mas deu condição de jogo. O zagueiro de 1,93m de altura costuma ser efetivo mesmo marcado. Livre teve ainda mais facilidade para desviar de cabeça e fazer 1 a 0.Dava a impressão que o Cáli, mais time que o Santa Fé, retomaria o controle do jogo. Até porque seu treinador, o uruguaio Gerardo Pelusso, conhece bem o Independiente – com quem conquistou em 2015 o único título colombiano na Sul-Americana. Mas o conterrâneo de Perusso, Guillermo Sanguinetti, fez a única coisa que poderia mantê-lo vivo: continuou atacando o Cáli. Com a bola nos pés, os visitantes são bons, em alguns momentos bem insinuantes. Mas se são pressionados, a sua marcação “confessa”.

Como no último lance do primeiro tempo. O Cáli conseguiu deixar seu lateral Andrade no mano a mano com Morelo. A falta foi inevitável. Para mim, fora da área. Para o árbitro de campo e para o de vídeo, dentro. Pênalti. Morelo bateu com força e empatou.

No segundo tempo, os visitantes abriram mão inteiramente do ataque, e o Santa Fé tomou conta. E ainda melhorou quando trocou Bentacourt, mais pesado, pelo lépido velocista Rodriguez. Por muito pouco não chega à vitória aos 32 minutos. Guastavino bateu falta na barreira. Henao desviou de cabeça para Rodriguez, que mandou pro gol. O árbitro foi alertado pelo VAR e anulou. Um lance muito difícil, mas a tecnologia do Sportv mostrou que, por centímetros, havia o impedimento e o gol foi bem anulado.

Minutos depois, Rodriguez voltou a mandar a bola para a rede, mas aí já havia impedimento quando Morelo recebeu antes de fazer a “assistência”. Faltou talento ao Santa Fé e o jogo terminou em 1 a 1. O Cáli saiu com sensação de alívio, porque poderia ter perdido no segundo tempo. E porque na semana que vem joga em casa e começa o jogo classificado (o time avança com vitória ou com 0 a 0).

O Santa Fé também está vivo. Mas pela temporada apagada que faz, não dá muitos indícios de poderá manter o fôlego na volta.

 



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