Bets rebatem Campos Neto e questionam dados do BC sobre apostas
O problema, segundo o setor, é que os dados do BC não batem com os que possuem. A suspeita, afirmam, é que o debate, da maneira como está sendo feito, acaba por prejudicar a regulamentação elaborada pela equipe do presidente Lula (PT).
Executivos do setor também questionam a declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que o pagamento via cartão de crédito represente de 10% a 15% do total de transações feitas pelos brasileiros nas bets. “Não chega a 3%. No caso dos nossos associados, é praticamente 100% via Pix”, diz Plínio Lemos Jorge, presidente da ANJL (Associação Nacional de Jogos e Loterias).
A ANJL enviou um ofício ao BC questionando a metodologia da nota técnica que tratou do Bolsa Família, mas não obteve resposta. O UOL também questionou a instituição, mas o BC respondeu que as informações disponibilizadas se limitam ao que já foi divulgado.
Lemos Jorge, da ANJL, diz que não é justo associar diretamente o alto endividamento das famílias com o aumento das apostas. Segundo ele, as bets atuam no Brasil desde 2018 e identificaram casos de vício já em 2019, no início da operação.
“Só que agora o pseudoproblema veio à tona, quando estamos na reta final de regulamentação”, afirma. “Me parece um movimento para destruir realmente uma regulamentação. Um movimento coordenado, talvez não para atacar as bets, mas para atacar o governo.”
Setor ainda não tem dados oficiais
A regulamentação do setor só passa a valer a partir de 1º de janeiro de 2025. Também por isso, Lemos Jorge e outros executivos apontam buracos no estudo do BC.
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