Roberta Sá apresentou no ano passado um álbum audiovisual com 23 faixas chamado Sambasá – ao Vivo, no qual mostrou músicas recém-lançadas e sambas mais conhecidos. Foi um trabalho em ritmo de roda de samba, com a voz iluminada da cantora, que gravou grávida de seis meses.
Ela seguiu em turnê com o projeto e subirá ao palco na próxima sexta-feira 11, às 21h, no Cine Joia, na capital paulista, para se apresentar a um público maior – a casa tem capacidade para quase mil pessoas.
Já em 18 de outubro, às 20h, ela se apresentará no Circo Voador, no Rio de Janeiro, palco que conhece bem, mas onde neste ano ainda não teve a oportunidade de cantar.
Os shows de Sambasá (2022), um EP de sete faixas que havia sido lançado com sambas inéditos e participação de Zeca Pagodinho e Péricles em regravações, e o álbum audiovisual de 2023 são um conjunto de ações que reforçam o caminho que Roberta Sá quer seguir na música.
“É um disco muito importante de reconexão comigo mesma, com meu público, com o samba. É um ritmo que eu canto desde o primeiro disco (Braseiro), que em 2025 completa 20 anos”, afirma ela em entrevista a CartaCapital. “É uma reconexão com o meu propósito dentro da música, dentro de minha carreira, para onde eu quero ir a partir de agora. O público chegou junto.”
Segundo a cantora, o fato de o álbum audiovisual apresentar um repertório com alguns sambas conhecidos se deve à necessidade pós-pandemia de estar de novo com seu público.
“Estava precisando me divertir e viver essa experiência de catarse com o público, de cantar junto. Geralmente, meus discos de estúdio são trabalhos em que procuro fazer canções inéditas ou versões esquecidas, não óbvias. O Sambasá eu fiz sem medo das obviedades.”
Nos shows no Cine Joia e no Circo Voador, Roberta Sá trará sucessos de Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Martinho da Vila, além de sambas do repertório de Dona Ivone Lara, Alcione, Jovelina Pérola Negra e Beth Carvalho.
Entram também no setlist as excelentes inéditas lançadas no projeto: A Roda (Wanderley Monteiro e Deco Romani), Sem Avisar (Wanderley Monteiro), Antes Tarde (Nego Álvaro e Marcos Maia), Luz da Minha Vida (Toninho Geraes e Chico Alves) e Nossos Planos (Fred Camacho, Leandro Fab e Carlos Caetano).
Haverá ainda canções gravadas em seus outros trabalhos, como Cicatrizes (Paulo Cesar Pinheiro e Milton filho) e Pressentimento (Hermínio Bello de Carvalho e Elton Medeiros).
“Será um show mais extenso, um bailão para as pessoas curtirem”, detalha Roberta Sá. No palco, a cantora estará acompanhada de uma banda de gente bamba da nova geração: Alaan Monteiro (cavaquinho e direção musical), André Manhães (bateria), Gabriel de Aquino (violão) Rodrigo Ferreira (baixo) e Thiaguinho Castro (pandeiro, congas, caixa, repique de anel, tamborim, efeitos).
Roberta Sá diz que já monta o repertório para o seu próximo disco de inéditas, que deve sair até 2026.
“Não estou com pressa. Estou tentando caminhar com o relógio meu, e não do mundo. O relógio do mundo está muito acelerado, acelerado para um lado muito destrutivo. Se todo mundo puxasse o freio um pouquinho, a gente encontrava uma solução. Estou tentando, pelo menos, encontrar isso internamente.”