As marcas da catástrofe climática que o Rio Grande do Sul viveu em maio de 2024 seguem vivas, tanto na memória dos gaúchos quanto fisicamente. Entre os muitos desafios que ainda precisam ser enfrentados e superados, está a questão logística por conta dos danos nas estruturas viárias do Estado, principalmente as quedas de pontes que afastam comunidades antes consideradas próximas.
Neste sentido, o Correio do Povo, que foi duramente afetado pela enchente em sua sede, no Centro Histórico de Porto Alegre, e no parque gráfico, no Quatro Distrito, também na Capital, encara diariamente estas dificuldades logísticas. A principal dela está na necessidade de realizar o transporte da edição do jornal através de barco em cidades do Norte do RS.
Segundo o gerente de Indústria e Logística do Correio do Povo, Noraldino Beltran, isso ocorre em função da queda de uma ponte nas proximidades de Frederico Westphalen. “O jornal chega de barco nas cidades de Rodeio Bonito e Novo Tiradentes pois caiu a ponte que dá acesso aos municípios. O carro vai até bem perto da ponte de Rodeio Bonito e, de lá, o barqueiro atravessa a edição para os distribuidores que estão do outro lado do rio”, contou.
A estrutura foi levada pela força do rio da Várzea no dia 2 de maio. Beltran reforça que todo este sistema provisório de logística foi implementado para não deixar as duas comunidades sem o acesso à informação com credibilidade e pensamento independente e ocorre desde maio em meio a um cenário ainda de destruição. O local onde o barco faz a baldeação segue ainda marcado pela estrutura danificada da ponte que colapsou, que é possível ser observada ao fundo das fotos.
O projeto para a construção de uma nova ponte, que deverá ser batizada de “Ponte da Solidariedade” no local já possui liberação de cerca de R$ 18 milhões, conforme a prefeitura de Rodeio Bonito. O projeto, que já contava com um empenho de R$ 7.936.000,00, recebeu no final de agosto um complemento de R$ 9.986.477,13, somando um total de R$ 17.922.477,13.
Local onde o barco faz a baldeação segue ainda marcado pela estrutura danificada da ponte que colapsou
| Foto: Juciane Bueno Bariviera/Divulgação/CP