Ex-sócio da OAS volta a doar para partidos nas eleições de 2024
Ex-sócio da empreiteira OAS, o empresário Carlos Larangeira escolheu a dedo as doações que fez nas eleições de 2024. No pleito municipal, ele doou apenas para os diretórios nacionais do PT do presidente Lula e do PSD de Gilberto Kassab.
Ao todo, Larangeira doou R$ 600 mil aos dois partidos. Foram R$ 500 mil ao PT e R$ 100 mil para o partido de Kassab. Nas eleições de 2022, o empresário foi ainda menos eclético: doou apenas para o diretório nacional do PSD.
Ao longo dos anos, o ex-sócio da OAS chegou a aparecer em alguns escândalos. Em 2012, por exemplo, foi denunciado criminalmente pelo Ministério Público por desvios em obras na gestão Paulo Maluf em São Paulo.
Na ocasião, ele foi denunciado por suposto desvios de dinheiro nas obras da Avenida Água Espraiada, rebatizada de Jornalista Roberto Marinho. Ele foi denunciado como diretor financeiro da OAS Participações, entre 1993 e 2000.
Denúncias no Senado
No início dos anos 2000, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), então presidente do Senado, acusou o empresário de ter levado em 1998 cerca de R$100 mil (cotação da época) para Jader Barbalho (PMDB-PA).
Em resposta, o parlamentar paraense acusou Larangeira de ser “teste de ferro” de ACM. Na ocasião, o senador baiano era acusado de ser um sócio oculto da OAS e de ter um patrimônio superior ao declarado à Justiça Eleitoral.
“Larangeira mentiu. Ele deve ter entregue esse dinheiro ao Senhor Pitta e à Senhora Nicéia. Eu não tenho a menor dúvida de que esse Larangeira é testa de ferro de Antonio Carlos Magalhães”, disse Barbalho na ocasião.
Operação Satiagraha
O nome de Larangeira também apareceu nas apurações da Operação Satiagraha, que condenou o banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, a 10 anos de prisão, e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
As provas foram posteriormente anuladas pelo STJ. O grupo de Larangeira seria o maior investidor entre 293 cotistas do Opportunity, controlado por Daniel Dantas e vencedor de leilões de privatização da telefonia.
O problema é que o BC indicava que o empresário tinha uma renda mensal de apenas R$ 21 mil, e ele apareceu como suspeito “por movimentação financeira expressiva”. Na ocasião, ele negou que fosse investidor do fundo e disse desconhecer irregularidades.
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