O alinhamento entre os presidentes dos Estados Unidos e Rússia, Donald Trump e Vladmir Putin, elevou o nível de preocupação sobre segurança nacional nos países da Europa. Como consequência, os Estados já se movimentam na tentativa de se proteger de uma possível ofensiva russa.
Os países europeus se sentiram vulneráveis após o anúncio de Trump de que os Estados Unidos estão negociando o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia. O ponto de alerta foi porque a Ucrânia, país invadido por tropas russas, não foi chamado à mesa de discussões.
Trump quer acabar com a guerra
- Antes de assumir a presidência dos EUA pela segunda vez, Trump prometeu acabar com a guerra na Ucrânia.
- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, já declarou estar aberto para discussões com o líder norte-americano sobre o tema. Trump e Putin já falaram em se encontrar pessoalmente.
- As negociações de paz, contudo, podem tomar rumos diferentes do que os esperados pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
“Essa relação Trump-Putin reforça uma preocupação com a autossuficiência militar da Europa. A União Europeia deve então buscar soluções por meio de sua política regional, a qual deve ser intensificada nos próximos anos em todas as temáticas de segurança”, avalia o pesquisador Vitor dos Santos Bueno do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (Irel/UnB).
Na segunda-feira (17/2), líderes da Europa realizaram uma reunião de emergência em Paris. Na pauta estava o alinhamento para a autodefesa do bloco discutido por líderes da Alemanha, Dinamarca, Espanha, Holanda, Itália, Polônia e Reino Unido junto com o anfitrião Emmanuel Macron.
Trump conversou diretamente com Putin e delegações dos EUA e Rússia se reuniram na terça-feira (18/2). O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky reagiu durante a Conferência de Segurança de Munique. “Um acordo de paz não poder ser assinado em Munique porque é Munique”, disse Zelensky durante o evento.
Ainda na terça, o ministro das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, afirmou a jornalistas que pediu um “tratado de paz adequado” que “dissuadisse a Rússia” de qualquer nova agressão contra seus vizinhos. O país também não descarta, se necessário, enviar tropas francesas para defender a Ucrânia. “Essa questão surgirá quando chegar a hora, quando a paz for encontrada, para que ela possa ser verdadeiramente garantida”, afirmou Barrot.
Líderes se reúnem
Na terça-feira (18/2), o ministro das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, afirmou a jornalistas que pediu um “tratado de paz adequado” que “dissuadisse a Rússia” de qualquer nova agressão contra seus vizinhos. O país também não descarta, se necessário, enviar tropas francesas para defender a Ucrânia. “Essa questão surgirá quando chegar a hora, quando a paz for encontrada, para que ela possa ser verdadeiramente garantida”, afirmou Barrot.
A expansão russa afeta as preocupações sobre soberania de países mundo afora desde 2014, quando a Crimeia foi invadida. Desde então, os vizinhos Lituânia, Letônia e Suécia reforçaram os serviços militares obrigatórios.
“Outros países, como o Reino Unido, França e Alemanha, estão discutindo a expansão do serviço militar”, diz o professor da UnB.
Santos avalia ser “improvável” uma atuação de Trump diretamente contra países da Europa, o que, diz ele, seria uma vulnerabilidade maior para os países que foram da parte da União Soviética (URSS) e que ainda estão submetidos a uma forte influência russa. Os exemplos são Geórgia, Moldávia e Armênia.
Alternativas às armas
O especialista da UnB considera que, para se proteger da Rússia, a Europa tem outras saídas que não os investimentos em defesa militar.
“O mais esperado é que a União Europeia comece a traçar uma estratégia multi-domínio. Por meio de sua integração regional, é provável que haja movimentos coordenados de intensificação da proteção militar, econômica e energética da região”, explica.
No entendimento de Santos, as medidas também passam pela busca de autossuficiência energética, uma vez que a imposição de sanções à Rússia quanto ao fornecimento de energia prejudica os próprios países do continente.
“Concomitantemente a esse cenário de dependência energética, a União Europeia vê seu maior aliado, os Estados Unidos, ameaçar os países integrantes da mesma com tarifas comerciais, outro fator que deve aumentar a inflação na região. Esse cenário conjuntural deve indicar novos planos para a manutenção da autonomia europeia; além disso, suas capacidades militares atuais devem impedir qualquer incursão russa em território de membros da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).”
O professor da UnB acredita que um possível arrefecimento das tensões entre Rússia e Ucrânia somado a uma redução na tensão em Israel e Hamas o foco dos EUA podem mudar de lado.
“Diante do deslocamento de muitas industrias para a região, especialmente para China, ao longo das últimas décadas, a produção industrial americana foi reduzida e esse é um tema que Trump aborda desde seu primeiro mandato. Taiwan pode ser o novo foco de tensão.”
O alinhamento entre os presidentes dos Estados Unidos e Rússia, Donald Trump e Vladmir Putin, elevou o nível de preocupação sobre segurança nacional nos países da Europa. Como consequência, os Estados já se movimentam na tentativa de se proteger de uma possível ofensiva russa.
Os países europeus se sentiram vulneráveis após o anúncio de Trump de que os Estados Unidos estão negociando o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia. O ponto de alerta foi porque a Ucrânia, país invadido por tropas russas, não foi chamado à mesa de discussões.
Trump quer acabar com a guerra
- Antes de assumir a presidência dos EUA pela segunda vez, Trump prometeu acabar com a guerra na Ucrânia.
- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, já declarou estar aberto para discussões com o líder norte-americano sobre o tema. Trump e Putin já falaram em se encontrar pessoalmente.
- As negociações de paz, contudo, podem tomar rumos diferentes do que os esperados pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
“Essa relação Trump-Putin reforça uma preocupação com a autossuficiência militar da Europa. A União Europeia deve então buscar soluções por meio de sua política regional, a qual deve ser intensificada nos próximos anos em todas as temáticas de segurança”, avalia o pesquisador Vitor dos Santos Bueno do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (Irel/UnB).
Na segunda-feira (17/2), líderes da Europa realizaram uma reunião de emergência em Paris. Na pauta estava o alinhamento para a autodefesa do bloco discutido por líderes da Alemanha, Dinamarca, Espanha, Holanda, Itália, Polônia e Reino Unido junto com o anfitrião Emmanuel Macron.
Trump conversou diretamente com Putin e delegações dos EUA e Rússia se reuniram na terça-feira (18/2). O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky reagiu durante a Conferência de Segurança de Munique. “Um acordo de paz não poder ser assinado em Munique porque é Munique”, disse Zelensky durante o evento.
Ainda na terça, o ministro das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, afirmou a jornalistas que pediu um “tratado de paz adequado” que “dissuadisse a Rússia” de qualquer nova agressão contra seus vizinhos. O país também não descarta, se necessário, enviar tropas francesas para defender a Ucrânia. “Essa questão surgirá quando chegar a hora, quando a paz for encontrada, para que ela possa ser verdadeiramente garantida”, afirmou Barrot.
Líderes se reúnem
Na terça-feira (18/2), o ministro das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, afirmou a jornalistas que pediu um “tratado de paz adequado” que “dissuadisse a Rússia” de qualquer nova agressão contra seus vizinhos. O país também não descarta, se necessário, enviar tropas francesas para defender a Ucrânia. “Essa questão surgirá quando chegar a hora, quando a paz for encontrada, para que ela possa ser verdadeiramente garantida”, afirmou Barrot.
A expansão russa afeta as preocupações sobre soberania de países mundo afora desde 2014, quando a Crimeia foi invadida. Desde então, os vizinhos Lituânia, Letônia e Suécia reforçaram os serviços militares obrigatórios.
“Outros países, como o Reino Unido, França e Alemanha, estão discutindo a expansão do serviço militar”, diz o professor da UnB.
Santos avalia ser “improvável” uma atuação de Trump diretamente contra países da Europa, o que, diz ele, seria uma vulnerabilidade maior para os países que foram da parte da União Soviética (URSS) e que ainda estão submetidos a uma forte influência russa. Os exemplos são Geórgia, Moldávia e Armênia.
Alternativas às armas
O especialista da UnB considera que, para se proteger da Rússia, a Europa tem outras saídas que não os investimentos em defesa militar.
“O mais esperado é que a União Europeia comece a traçar uma estratégia multi-domínio. Por meio de sua integração regional, é provável que haja movimentos coordenados de intensificação da proteção militar, econômica e energética da região”, explica.
No entendimento de Santos, as medidas também passam pela busca de autossuficiência energética, uma vez que a imposição de sanções à Rússia quanto ao fornecimento de energia prejudica os próprios países do continente.
“Concomitantemente a esse cenário de dependência energética, a União Europeia vê seu maior aliado, os Estados Unidos, ameaçar os países integrantes da mesma com tarifas comerciais, outro fator que deve aumentar a inflação na região. Esse cenário conjuntural deve indicar novos planos para a manutenção da autonomia europeia; além disso, suas capacidades militares atuais devem impedir qualquer incursão russa em território de membros da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).”
O professor da UnB acredita que um possível arrefecimento das tensões entre Rússia e Ucrânia somado a uma redução na tensão em Israel e Hamas o foco dos EUA podem mudar de lado.
“Diante do deslocamento de muitas industrias para a região, especialmente para China, ao longo das últimas décadas, a produção industrial americana foi reduzida e esse é um tema que Trump aborda desde seu primeiro mandato. Taiwan pode ser o novo foco de tensão.”