A noite desta quinta-feira, 27 de fevereiro, foi marcada por um gesto de solidariedade no Rio de Janeiro, quando o Cristo Redentor recebeu uma projeção especial com a imagem do papa Francisco, internado há 14 dias devido a uma pneumonia bilateral. A iniciativa, promovida pela Arquidiocese do Rio em parceria com o aplicativo católico Hallow, trouxe mensagens de apoio em diversos idiomas, iluminando o monumento em um ato de fé e esperança pela recuperação do pontífice de 88 anos. O evento chamou a atenção de fiéis e turistas, reforçando a conexão global da Igreja Católica em um momento delicado para seu líder espiritual.
Milhares de pessoas acompanharam a projeção, que transformou o icônico cartão-postal carioca em um símbolo de união e oração. A ação ocorreu em meio a atualizações positivas sobre o estado de saúde do papa, que, segundo o boletim médico mais recente do Vaticano, divulgado na mesma quinta-feira, apresentou uma leve melhora, embora ainda necessite de oxigenação contínua. O gesto no Rio reflete a preocupação mundial com a condição de Francisco, que enfrenta uma batalha complexa contra a doença respiratória desde sua internação no dia 14 de fevereiro, no Hospital Gemelli, em Roma.
No Brasil, a mobilização em torno da saúde do pontífice ganhou força nos últimos dias, com vigílias e celebrações em diversas cidades. A projeção no Cristo Redentor não apenas simbolizou o apoio brasileiro, mas também destacou a relevância de Jorge Mario Bergoglio, o primeiro papa latino-americano, cuja trajetória pessoal ressoa profundamente entre os fiéis da região. Enquanto o Vaticano monitora de perto sua evolução clínica, gestos como esse mostram o impacto de sua figura em escala global.
Um gesto que une fé e tecnologia
A parceria entre a Arquidiocese do Rio e o aplicativo Hallow foi essencial para viabilizar a projeção no Cristo Redentor, combinando tradição religiosa com inovação digital. A imagem do papa Francisco, acompanhada de frases como “Força, Santo Padre” e “Estamos em oração”, foi exibida em português, inglês, espanhol e italiano, alcançando uma audiência internacional. O vídeo da ação, publicado nas redes sociais do monumento, já acumula milhares de visualizações, com mensagens de apoio vindas de diversos países. A iniciativa também convidou fiéis de todo o mundo a se juntarem em uma corrente de oração, ampliando seu alcance por meio da plataforma digital.
Além da projeção, a Arquidiocese do Rio organizou momentos de oração ao longo da semana em igrejas locais, pedindo pela recuperação do pontífice. O cardeal Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio, participou do evento no Cristo Redentor, destacando a importância de Francisco como um líder que inspira esperança e resiliência. A escolha do monumento como palco para o ato reflete sua simbologia como um marco de fé, que agora se volta para o apoio a um papa que enfrenta um dos maiores desafios de saúde de seu pontificado.
Atualizações animadoras do Vaticano
Enquanto o Cristo Redentor se iluminava no Rio, o Vaticano divulgava um novo boletim médico sobre o estado de saúde do papa Francisco. Internado há duas semanas, o pontífice apresentou uma melhora discreta, mas significativa, segundo a Santa Sé. Pela primeira vez em dias, o comunicado não classificou sua condição como “crítica”, um sinal de otimismo cauteloso entre os médicos. Apesar disso, a necessidade de oxigênio de alto fluxo permanece, e o prognóstico segue reservado devido à complexidade do quadro, que inclui pneumonia nos dois pulmões e uma leve insuficiência renal inicial detectada anteriormente.
O papa, que passou a noite de quarta-feira bem e continuou descansando na manhã de quinta, retomou parcialmente suas atividades no hospital. Ele recebeu a Eucaristia e assinou decretos relacionados às Causas dos Santos, demonstrando lucidez e determinação mesmo em meio ao tratamento intensivo. A melhora nos níveis de hemoglobina, após transfusões de sangue realizadas no último sábado, também foi destacada como um fator positivo, aliviando os sintomas de anemia que agravaram seu estado na semana anterior.
O impacto global da saúde do pontífice
Cronologia da internação de Francisco
A trajetória de saúde do papa Francisco neste mês de fevereiro tem mobilizado a atenção mundial. Veja os principais momentos:
- 14 de fevereiro: Francisco é internado no Hospital Gemelli, em Roma, com dificuldades respiratórias, sendo diagnosticado com pneumonia bilateral.
- 21 de fevereiro: Médicos afirmam que ele responde à medicação, mas segue em estado delicado, sem risco iminente de morte.
- 22 de fevereiro: Uma crise asmática prolongada exige oxigênio em alto fluxo e transfusões de sangue, agravando o quadro para “crítico”.
- 24 de fevereiro: O Vaticano registra uma leve melhora, com estabilização dos parâmetros clínicos e redução das crises respiratórias.
- 27 de fevereiro: Novo boletim aponta evolução positiva, sem menção ao estado “crítico”, embora o uso de oxigênio continue necessário.
Essa cronologia reflete a gravidade da situação e os esforços da equipe médica para equilibrar o tratamento do pontífice, cuja saúde é fragilizada por sua idade avançada e histórico pulmonar, incluindo a remoção de parte de um pulmão na juventude.
Preocupação e mobilização no Brasil e no mundo
No Brasil, a projeção no Cristo Redentor não foi um ato isolado. Em São Paulo, o cardeal Dom Odilo Scherer liderou uma missa especial na Catedral da Sé pela recuperação do papa, reunindo centenas de fiéis. Em Porto Alegre, o cardeal Jaime Spengler também organizou orações comunitárias, enquanto paróquias menores pelo país aderiram à causa com novenas e vigílias. A figura de Francisco, um papa latino-americano que já visitou o Brasil em 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude, desperta um apego especial entre os brasileiros, que acompanham seu estado com apreensão e esperança.
Globalmente, a mobilização também é intensa. Na Praça de São Pedro, em Roma, vigílias noturnas reúnem cardeais, bispos e peregrinos desde o início da semana, ecoando as preces que marcaram os últimos dias do papa João Paulo II, em 2005. Na Argentina, terra natal de Francisco, fiéis se reuniram na Praça Constitución, em Buenos Aires, um local que ele frequentava como arcebispo. A solidariedade internacional reflete a influência de um líder que, mesmo enfrentando fragilidades, mantém uma agenda intensa e uma postura pastoral próxima das periferias.
Histórico de saúde e desafios atuais
Aos 88 anos, Jorge Mario Bergoglio enfrenta uma das internações mais longas desde que assumiu o papado em 2013. Sua saúde já foi testada em outras ocasiões, como em 2023, quando tratou uma bronquite, e em 2021, com uma cirurgia abdominal. No entanto, a pneumonia bilateral atual é considerada o maior desafio recente, agravada por sua condição pulmonar pré-existente. Quando jovem, Francisco teve pleurisia, uma inflamação que o levou à retirada de parte do pulmão direito, o que o torna mais vulnerável a infecções respiratórias.
No hospital, o pontífice tem recebido um tratamento intensivo, incluindo antibióticos, oxigenoterapia e transfusões para corrigir a anemia detectada no sábado passado. Apesar das dificuldades, ele permanece alerta, participando de celebrações religiosas em seu quarto e mantendo contato com líderes da Igreja, como o cardeal Pietro Parolin, seu secretário de Estado. A resiliência de Francisco impressiona, mas os médicos alertam que qualquer desequilíbrio pode comprometer sua recuperação, dada a fragilidade de seu estado geral.
Curiosidades sobre a pneumonia bilateral
A condição que acomete o papa Francisco desperta interesse e preocupação. Confira alguns fatos sobre a pneumonia bilateral:
- É uma infecção que afeta ambos os pulmões, tornando a respiração mais difícil e aumentando o risco de complicações.
- Idosos, como Francisco, têm maior vulnerabilidade devido à redução natural da imunidade e da capacidade pulmonar.
- O tratamento exige antibióticos potentes e, em casos graves, suporte de oxigênio, como ocorre com o pontífice.
- A mortalidade associada à doença pode chegar a 30% em pacientes acima de 65 anos, segundo estudos médicos, especialmente se não tratada adequadamente.
Esses aspectos evidenciam a seriedade do quadro enfrentado pelo papa e explicam a cautela dos médicos em relação a seu prognóstico.
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