Aos 36 minutos do segundo tempo, durante a vitória do Palmeiras por 3 a 0 contra o Cerro Porteño, na Libertadores Sub-20, um episódio chocante manchou o futebol sul-americano. Luighi, atacante de 18 anos do Verdão, foi alvo de ofensas racistas por um torcedor paraguaio, que imitou gestos de macaco enquanto o jogador se dirigia ao banco de reservas. Após o incidente, que incluiu uma cusparada, o jovem deixou o campo em lágrimas e, em entrevista, cobrou ações da Conmebol e da CBF, classificando o ato como crime. O clube paulista, por sua vez, emitiu nota oficial prometendo buscar punição exemplar aos responsáveis, enquanto a indignação cresce contra a recorrência de casos de discriminação em competições continentais.
O jogo, disputado no Estádio Gunther Vogel, em San Lorenzo, no Paraguai, marcou a segunda rodada da fase de grupos do torneio. Apesar do placar favorável, com gols de Riquelme Fillipi (duas vezes) e Erick Belé, o foco rapidamente se voltou para o comportamento da torcida adversária. Imagens da transmissão flagraram o torcedor, que segurava uma criança no colo, direcionando gestos racistas não apenas a Luighi, mas também a Figueiredo, outro jogador palmeirense substituído no mesmo momento.
No banco de reservas, o desabafo de Luighi ecoou além do gramado. Visivelmente abalado, ele questionou a falta de iniciativa da arbitragem e das entidades organizadoras diante do ocorrido. A Conmebol, horas depois, publicou comunicado rejeitando atos de racismo e prometendo medidas disciplinares, mas a resposta foi recebida com ceticismo por torcedores e especialistas, dado o histórico de punições brandas em situações semelhantes.
UNIDOS!
Dois dos principais rivais do Palmeiras em campo, Corinthians e São Paulo deixaram a rivalidade de lado e se juntaram pela solidariedade ao atacante Luighi, do Palmeiras, que foi alvo de racismo na Libertadores Sub-20.#Palmeiras #NossoPalestra
🔔Ative as… pic.twitter.com/RZeeWB68PL— Nosso Palestra (@onossopalestra) March 7, 2025
Episódio reacende debate sobre racismo no futebol sul-americano
O caso de Luighi não é isolado. Nos últimos anos, episódios de racismo têm se repetido em competições organizadas pela Conmebol, expondo a fragilidade das medidas adotadas para combater o problema. Em 2024, por exemplo, o Botafogo foi multado em cerca de R$ 335 mil após torcedores fazerem gestos racistas contra palmeirenses nas oitavas de final da Libertadores. Apesar da identificação e banimento dos envolvidos pelo clube carioca, a punição financeira não impediu novos incidentes, como o registrado agora no Paraguai.
Durante a partida, o árbitro Augusto Menendez foi alertado por Luighi sobre as ofensas, mas optou por não interromper o jogo por mais do que alguns minutos. A decisão gerou revolta entre jogadores e comissão técnica do Palmeiras, que esperavam uma postura mais firme. Após o apito final, o atacante, ainda aos prantos, confrontou a imprensa oficial da Conmebol, perguntando por que o foco permanecia no desempenho em campo e não no crime que havia sofrido.
A nota oficial do Palmeiras foi enfática ao classificar o racismo como “ato criminoso” e “repugnante”. O clube destacou que a impunidade é cúmplice de tais comportamentos e afirmou que levará o caso às últimas instâncias, exigindo justiça para Luighi e Figueiredo. Jogadores do elenco profissional, como os que integram o grupo de Abel Ferreira, também se manifestaram em apoio aos jovens da base, ampliando a pressão por providências.
Conmebol sob pressão após novo caso de discriminação
Diante da gravidade do episódio, a Conmebol enfrenta mais um teste em sua política de tolerância zero contra o racismo. A entidade anunciou que medidas disciplinares serão tomadas e que está consultando especialistas para avaliar ações adicionais. No entanto, a falta de detalhes sobre punições concretas e a demora em agir durante o jogo alimentam críticas de que as campanhas publicitárias, como placas e vídeos institucionais, não se traduzem em mudanças efetivas no ambiente do futebol sul-americano.
No Paraguai, o Palmeiras já assegurou vaga nas semifinais da Libertadores Sub-20 com duas vitórias em dois jogos: 6 a 0 contra o Blooming, da Bolívia, e o 3 a 0 diante do Cerro Porteño. A próxima partida, contra o Independiente del Valle, do Equador, está marcada para domingo, mas o clima entre os jogadores é de apreensão. O impacto emocional do incidente sobre Luighi e Figueiredo levanta preocupações sobre o bem-estar dos atletas em formação, que, além de buscar destaque no esporte, enfrentam barreiras como o preconceito racial.
A reação de Luighi na entrevista pós-jogo ganhou repercussão imediata. “É sério isso? Não vão perguntar sobre o ato de racismo que fizeram comigo? Até quando a gente vai passar por isso?”, disparou o jogador, visivelmente frustrado com a naturalização do problema. A comentarista Jordana Araújo, presente na transmissão do SporTV, também se emocionou ao abordar o tema, apontando que o racismo não pode ser tratado como mera provocação, mas como um crime que exige respostas firmes.
Cronograma da Libertadores Sub-20 e o impacto do caso
A Libertadores Sub-20, que começou em 1º de março no Paraguai, reúne jovens promessas do futebol sul-americano em busca de visibilidade internacional. O torneio, dividido em três grupos, classifica os líderes de cada chave e o melhor segundo colocado para as semifinais, disputadas em jogo único. Confira o andamento da competição:
- Fase de grupos: 1º a 9 de março, com partidas diárias no Estádio Gunther Vogel e outras sedes no Paraguai.
- Semifinais: Previstas para 12 e 13 de março, definindo os finalistas em confrontos eliminatórios.
- Final: Agendada para 16 de março, encerrando o campeonato com a coroação do campeão sub-20.
O Palmeiras, líder do Grupo C com 6 pontos, enfrenta o Independiente del Valle no domingo, em um duelo que pode consolidar sua campanha. No entanto, o incidente com Luighi e Figueiredo coloca em xeque a segurança e o suporte oferecidos aos atletas durante o torneio.
Medidas já tomadas contra racismo no futebol: o que funciona?
Casos de racismo no futebol não são novidade, mas as respostas variam em eficácia. Na Europa, a UEFA tem implementado suspensões de jogos e multas pesadas a clubes cujos torcedores cometem atos discriminatórios, além de campanhas educativas. Na América do Sul, porém, a Conmebol ainda enfrenta dificuldades para impor punições que desencorajem tais comportamentos. O caso do Botafogo, com multa de R$ 335 mil em 2024, é um exemplo de medida que, embora significativa, não evitou a repetição do problema meses depois.
No Brasil, a Lei 14.532/2023, que tipifica o racismo no esporte como crime, prevê penas de até cinco anos de prisão e banimento de estádios. Apesar disso, a aplicação em competições internacionais depende da cooperação entre federações nacionais e a Conmebol, o que muitas vezes resulta em lentidão ou ineficiência. O Palmeiras, ao prometer ir às últimas instâncias, sinaliza que buscará amparo tanto na esfera esportiva quanto na jurídica para proteger seus atletas.
A indignação de Luighi reflete um sentimento compartilhado por muitos jogadores negros no continente. A frase “isso aqui é formação, estamos aqui para aprender” evidencia o peso adicional que jovens atletas carregam ao lidar com o preconceito em um momento crucial de suas carreiras. O apoio do clube e de companheiros de elenco pode ser um alento, mas a solução definitiva passa por ações institucionais mais robustas.
Atos racistas em números: a realidade no esporte sul-americano
A recorrência de casos como o de Luighi expõe uma ferida aberta no futebol sul-americano. Embora não haja um levantamento oficial consolidado pela Conmebol, registros da imprensa e de clubes apontam um aumento de denúncias nos últimos anos. Veja alguns dados que ilustram o cenário:
- Em 2022, torcedores do Boca Juniors foram flagrados imitando macacos contra corintianos na Libertadores, resultando em multa de US$ 100 mil ao clube argentino.
- Em 2023, o Flamengo relatou ofensas racistas contra seus jogadores em duelo com o Racing, na Argentina, mas as punições se limitaram a advertências.
- Em 2024, além do caso do Botafogo, o Fluminense enfrentou gestos discriminatórios em partida contra o Alianza Lima, no Peru, com sanções leves aplicadas.
O Palmeiras, agora, engrossa essa lista e pressiona por uma mudança de postura. A vitória em campo, com destaque para os dois gols de Riquelme Fillipi, foi ofuscada pela dor de Luighi e Figueiredo, que deixaram o gramado sob o peso de uma batalha que vai além do esporte.
Próximos passos do Palmeiras na competição e na luta por justiça
Com a classificação às semifinais encaminhada, o Palmeiras segue firme na Libertadores Sub-20, mas o foco extracampo está na busca por punição aos responsáveis pelo ataque racista. O clube já sinalizou que acionará os canais disciplinares da Conmebol e, se necessário, recorrerá à justiça comum, aproveitando o respaldo da legislação brasileira contra crimes de racismo. A identificação do torcedor, facilitada pelas imagens da transmissão, pode acelerar o processo.
Enquanto isso, a preparação para o jogo contra o Independiente del Valle continua, mas o ambiente no elenco sub-20 está abalado. A comissão técnica trabalha para blindar os jogadores, especialmente Luighi e Figueiredo, que receberam mensagens de apoio de torcedores e colegas nas redes sociais. O desempenho em campo, até agora impecável, mostra a resiliência do time, mas o episódio reforça a necessidade de um futebol mais seguro e inclusivo.
A Conmebol, por sua vez, tem a chance de transformar o caso em um marco no combate ao racismo. A promessa de medidas disciplinares será julgada pelos resultados práticos, e a pressão de clubes como o Palmeiras pode ser decisiva para romper o ciclo de impunidade. O choro de Luighi, amplificado por microfones e câmeras, tornou-se um grito por mudança que ecoa além das quatro linhas.

Aos 36 minutos do segundo tempo, durante a vitória do Palmeiras por 3 a 0 contra o Cerro Porteño, na Libertadores Sub-20, um episódio chocante manchou o futebol sul-americano. Luighi, atacante de 18 anos do Verdão, foi alvo de ofensas racistas por um torcedor paraguaio, que imitou gestos de macaco enquanto o jogador se dirigia ao banco de reservas. Após o incidente, que incluiu uma cusparada, o jovem deixou o campo em lágrimas e, em entrevista, cobrou ações da Conmebol e da CBF, classificando o ato como crime. O clube paulista, por sua vez, emitiu nota oficial prometendo buscar punição exemplar aos responsáveis, enquanto a indignação cresce contra a recorrência de casos de discriminação em competições continentais.
O jogo, disputado no Estádio Gunther Vogel, em San Lorenzo, no Paraguai, marcou a segunda rodada da fase de grupos do torneio. Apesar do placar favorável, com gols de Riquelme Fillipi (duas vezes) e Erick Belé, o foco rapidamente se voltou para o comportamento da torcida adversária. Imagens da transmissão flagraram o torcedor, que segurava uma criança no colo, direcionando gestos racistas não apenas a Luighi, mas também a Figueiredo, outro jogador palmeirense substituído no mesmo momento.
No banco de reservas, o desabafo de Luighi ecoou além do gramado. Visivelmente abalado, ele questionou a falta de iniciativa da arbitragem e das entidades organizadoras diante do ocorrido. A Conmebol, horas depois, publicou comunicado rejeitando atos de racismo e prometendo medidas disciplinares, mas a resposta foi recebida com ceticismo por torcedores e especialistas, dado o histórico de punições brandas em situações semelhantes.
UNIDOS!
Dois dos principais rivais do Palmeiras em campo, Corinthians e São Paulo deixaram a rivalidade de lado e se juntaram pela solidariedade ao atacante Luighi, do Palmeiras, que foi alvo de racismo na Libertadores Sub-20.#Palmeiras #NossoPalestra
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Episódio reacende debate sobre racismo no futebol sul-americano
O caso de Luighi não é isolado. Nos últimos anos, episódios de racismo têm se repetido em competições organizadas pela Conmebol, expondo a fragilidade das medidas adotadas para combater o problema. Em 2024, por exemplo, o Botafogo foi multado em cerca de R$ 335 mil após torcedores fazerem gestos racistas contra palmeirenses nas oitavas de final da Libertadores. Apesar da identificação e banimento dos envolvidos pelo clube carioca, a punição financeira não impediu novos incidentes, como o registrado agora no Paraguai.
Durante a partida, o árbitro Augusto Menendez foi alertado por Luighi sobre as ofensas, mas optou por não interromper o jogo por mais do que alguns minutos. A decisão gerou revolta entre jogadores e comissão técnica do Palmeiras, que esperavam uma postura mais firme. Após o apito final, o atacante, ainda aos prantos, confrontou a imprensa oficial da Conmebol, perguntando por que o foco permanecia no desempenho em campo e não no crime que havia sofrido.
A nota oficial do Palmeiras foi enfática ao classificar o racismo como “ato criminoso” e “repugnante”. O clube destacou que a impunidade é cúmplice de tais comportamentos e afirmou que levará o caso às últimas instâncias, exigindo justiça para Luighi e Figueiredo. Jogadores do elenco profissional, como os que integram o grupo de Abel Ferreira, também se manifestaram em apoio aos jovens da base, ampliando a pressão por providências.
Conmebol sob pressão após novo caso de discriminação
Diante da gravidade do episódio, a Conmebol enfrenta mais um teste em sua política de tolerância zero contra o racismo. A entidade anunciou que medidas disciplinares serão tomadas e que está consultando especialistas para avaliar ações adicionais. No entanto, a falta de detalhes sobre punições concretas e a demora em agir durante o jogo alimentam críticas de que as campanhas publicitárias, como placas e vídeos institucionais, não se traduzem em mudanças efetivas no ambiente do futebol sul-americano.
No Paraguai, o Palmeiras já assegurou vaga nas semifinais da Libertadores Sub-20 com duas vitórias em dois jogos: 6 a 0 contra o Blooming, da Bolívia, e o 3 a 0 diante do Cerro Porteño. A próxima partida, contra o Independiente del Valle, do Equador, está marcada para domingo, mas o clima entre os jogadores é de apreensão. O impacto emocional do incidente sobre Luighi e Figueiredo levanta preocupações sobre o bem-estar dos atletas em formação, que, além de buscar destaque no esporte, enfrentam barreiras como o preconceito racial.
A reação de Luighi na entrevista pós-jogo ganhou repercussão imediata. “É sério isso? Não vão perguntar sobre o ato de racismo que fizeram comigo? Até quando a gente vai passar por isso?”, disparou o jogador, visivelmente frustrado com a naturalização do problema. A comentarista Jordana Araújo, presente na transmissão do SporTV, também se emocionou ao abordar o tema, apontando que o racismo não pode ser tratado como mera provocação, mas como um crime que exige respostas firmes.
Cronograma da Libertadores Sub-20 e o impacto do caso
A Libertadores Sub-20, que começou em 1º de março no Paraguai, reúne jovens promessas do futebol sul-americano em busca de visibilidade internacional. O torneio, dividido em três grupos, classifica os líderes de cada chave e o melhor segundo colocado para as semifinais, disputadas em jogo único. Confira o andamento da competição:
- Fase de grupos: 1º a 9 de março, com partidas diárias no Estádio Gunther Vogel e outras sedes no Paraguai.
- Semifinais: Previstas para 12 e 13 de março, definindo os finalistas em confrontos eliminatórios.
- Final: Agendada para 16 de março, encerrando o campeonato com a coroação do campeão sub-20.
O Palmeiras, líder do Grupo C com 6 pontos, enfrenta o Independiente del Valle no domingo, em um duelo que pode consolidar sua campanha. No entanto, o incidente com Luighi e Figueiredo coloca em xeque a segurança e o suporte oferecidos aos atletas durante o torneio.
Medidas já tomadas contra racismo no futebol: o que funciona?
Casos de racismo no futebol não são novidade, mas as respostas variam em eficácia. Na Europa, a UEFA tem implementado suspensões de jogos e multas pesadas a clubes cujos torcedores cometem atos discriminatórios, além de campanhas educativas. Na América do Sul, porém, a Conmebol ainda enfrenta dificuldades para impor punições que desencorajem tais comportamentos. O caso do Botafogo, com multa de R$ 335 mil em 2024, é um exemplo de medida que, embora significativa, não evitou a repetição do problema meses depois.
No Brasil, a Lei 14.532/2023, que tipifica o racismo no esporte como crime, prevê penas de até cinco anos de prisão e banimento de estádios. Apesar disso, a aplicação em competições internacionais depende da cooperação entre federações nacionais e a Conmebol, o que muitas vezes resulta em lentidão ou ineficiência. O Palmeiras, ao prometer ir às últimas instâncias, sinaliza que buscará amparo tanto na esfera esportiva quanto na jurídica para proteger seus atletas.
A indignação de Luighi reflete um sentimento compartilhado por muitos jogadores negros no continente. A frase “isso aqui é formação, estamos aqui para aprender” evidencia o peso adicional que jovens atletas carregam ao lidar com o preconceito em um momento crucial de suas carreiras. O apoio do clube e de companheiros de elenco pode ser um alento, mas a solução definitiva passa por ações institucionais mais robustas.
Atos racistas em números: a realidade no esporte sul-americano
A recorrência de casos como o de Luighi expõe uma ferida aberta no futebol sul-americano. Embora não haja um levantamento oficial consolidado pela Conmebol, registros da imprensa e de clubes apontam um aumento de denúncias nos últimos anos. Veja alguns dados que ilustram o cenário:
- Em 2022, torcedores do Boca Juniors foram flagrados imitando macacos contra corintianos na Libertadores, resultando em multa de US$ 100 mil ao clube argentino.
- Em 2023, o Flamengo relatou ofensas racistas contra seus jogadores em duelo com o Racing, na Argentina, mas as punições se limitaram a advertências.
- Em 2024, além do caso do Botafogo, o Fluminense enfrentou gestos discriminatórios em partida contra o Alianza Lima, no Peru, com sanções leves aplicadas.
O Palmeiras, agora, engrossa essa lista e pressiona por uma mudança de postura. A vitória em campo, com destaque para os dois gols de Riquelme Fillipi, foi ofuscada pela dor de Luighi e Figueiredo, que deixaram o gramado sob o peso de uma batalha que vai além do esporte.
Próximos passos do Palmeiras na competição e na luta por justiça
Com a classificação às semifinais encaminhada, o Palmeiras segue firme na Libertadores Sub-20, mas o foco extracampo está na busca por punição aos responsáveis pelo ataque racista. O clube já sinalizou que acionará os canais disciplinares da Conmebol e, se necessário, recorrerá à justiça comum, aproveitando o respaldo da legislação brasileira contra crimes de racismo. A identificação do torcedor, facilitada pelas imagens da transmissão, pode acelerar o processo.
Enquanto isso, a preparação para o jogo contra o Independiente del Valle continua, mas o ambiente no elenco sub-20 está abalado. A comissão técnica trabalha para blindar os jogadores, especialmente Luighi e Figueiredo, que receberam mensagens de apoio de torcedores e colegas nas redes sociais. O desempenho em campo, até agora impecável, mostra a resiliência do time, mas o episódio reforça a necessidade de um futebol mais seguro e inclusivo.
A Conmebol, por sua vez, tem a chance de transformar o caso em um marco no combate ao racismo. A promessa de medidas disciplinares será julgada pelos resultados práticos, e a pressão de clubes como o Palmeiras pode ser decisiva para romper o ciclo de impunidade. O choro de Luighi, amplificado por microfones e câmeras, tornou-se um grito por mudança que ecoa além das quatro linhas.
