Aos 25 anos, Luísa Militão Vicente Barroso alcançou um feito extraordinário: tornou-se a juíza federal mais jovem do Brasil, assumindo o cargo no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília. Natural de Inhapim, uma pequena cidade no leste de Minas Gerais, ela construiu uma trajetória marcada por disciplina, planejamento e resiliência. Formada em Direito pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) em 2021, Luísa dedicou cerca de quatro anos a uma rotina intensa de estudos, que culminou não apenas na aprovação no TRF1, mas também em outros dois concursos de peso: o Ministério Público da Bahia (MPBA) e a Defensoria Pública de Minas Gerais. Sua história, compartilhada em redes sociais, inspira milhares de concurseiros pelo país, mostrando que o caminho até a aprovação exige mais do que esforço — demanda estratégia e equilíbrio.
Nascida em uma família com tradição jurídica, Luísa cresceu cercada por exemplos de advogados, promotores e uma prima procuradora federal. Desde cedo, ela sabia que seguiria a carreira jurídica, atraída pela possibilidade de impactar vidas por meio da justiça. Aos 16 anos, deixou Inhapim para cursar o ensino médio no Colégio de Aplicação da UFV (Coluni), um passo crucial que a aproximou de seu sonho. A mudança para Viçosa marcou o início de uma jornada acadêmica e pessoal que a levaria a conquistas notáveis. Na UFV, onde ingressou no curso de Direito aos 17 anos, Luísa começou a moldar sua rotina de estudos, conciliando a graduação com a preparação para concursos públicos.
A jovem mineira destaca que sua trajetória não foi isenta de desafios. Após a formatura, ela trabalhou na Promotoria de Justiça de Inhapim, mas logo percebeu que o ritmo do trabalho dificultava a dedicação necessária aos estudos. Decidiu então reduzir suas atividades profissionais, advogando apenas o suficiente para cumprir o requisito de três anos de prática jurídica exigido para os concursos. Essa escolha permitiu que ela estruturasse uma rotina de oito horas diárias de estudos, complementada por exercícios físicos e momentos de lazer, como forma de manter a saúde mental e física.
- Planejamento rigoroso: Luísa dividia suas oito horas diárias entre videoaulas, leituras de doutrina e resolução de questões, mantendo um cronograma organizado.
- Simulados nos fins de semana: Aos sábados e domingos, ela revisava o conteúdo da semana por meio de simulados, prática essencial para fixar o aprendizado.
- Equilíbrio com atividade física: A rotina incluía exercícios regulares, que ajudavam a aliviar o estresse e manter a energia para os estudos.
- Apoio familiar: A estrutura emocional e financeira fornecida pela família foi um diferencial, permitindo que ela se concentrasse nos estudos sem preocupações externas.
Uma infância marcada pelo amor ao estudo
Luísa Militão sempre teve uma relação especial com o aprendizado. Desde criança, era incentivada por familiares e professores a explorar sua curiosidade intelectual. Em Inhapim, onde passou a infância e parte da adolescência, estudou em escolas particulares e se destacava pela dedicação. Sua família, embora não fosse exclusivamente composta por profissionais do Direito, tinha uma forte ligação com a área jurídica. Seu pai, contador, lidava frequentemente com advogados, enquanto tios e avôs atuavam como advogados e promotores. Esses exemplos moldaram sua visão de carreira e reforçaram sua determinação em seguir o mesmo caminho.
Aos 16 anos, a decisão de deixar Inhapim para estudar no Coluni, em Viçosa, foi um marco. O Colégio de Aplicação da UFV é conhecido por sua excelência acadêmica, e Luísa viu na mudança uma oportunidade de se preparar para o vestibular e, futuramente, para os concursos. A transição não foi fácil. Sair de uma cidade pequena para um ambiente mais competitivo exigiu adaptação, mas também revelou sua capacidade de enfrentar desafios. No Coluni, ela começou a internalizar o lema da UFV, gravado nas pilastras da entrada da universidade: “Estudar, saber, agir, vencer”. Essas palavras se tornaram sua bússola, guiando-a em cada etapa de sua jornada.
Durante o ensino médio, Luísa já demonstrava um foco incomum. Enquanto muitos colegas se preocupavam apenas com o vestibular, ela planejava sua trajetória a longo prazo. A aprovação no curso de Direito da UFV, aos 17 anos, foi o primeiro grande passo. Na universidade, ela não apenas se dedicou às disciplinas do curso, mas também buscou experiências práticas que enriqueceram sua formação. Entre 2019 e 2020, estagiou no próprio TRF1, uma experiência que ela descreve como transformadora. Atuar no tribunal onde hoje é juíza reacendeu sua paixão pela Justiça Federal e solidificou seu objetivo de ingressar na magistratura.
O peso da rotina de estudos
Após se formar em Direito, em 2021, Luísa enfrentou um dilema comum entre concurseiros: conciliar trabalho e estudos. Inicialmente, ela optou por trabalhar na Promotoria de Justiça de Inhapim, onde foi aprovada em um processo seletivo para estagiários de pós-graduação. A experiência foi enriquecedora, mas também exaustiva. As demandas do trabalho consumiam tempo e energia, dificultando a manutenção de uma rotina de estudos consistente. Foi então que ela tomou uma decisão ousada: reduzir drasticamente suas atividades profissionais para focar nos concursos.
A nova rotina de Luísa era meticulosamente planejada. De segunda a sexta-feira, ela dedicava oito horas líquidas aos estudos, divididas em três ciclos: videoaulas para adquirir uma visão sistêmica do conteúdo, leitura de doutrina para aprofundamento teórico e resolução de questões para treinar a aplicação prática. Nos fins de semana, os simulados eram a prioridade, permitindo que ela testasse seus conhecimentos sob pressão, simulando as condições reais das provas. Essa estratégia, embora exigente, foi desenhada para ser sustentável. Luísa fazia questão de incluir exercícios físicos diários, como caminhadas ou treinos leves, e reservava momentos para a vida pessoal, como encontros com amigos e familiares.
A jovem também reconhece que sua trajetória foi facilitada por privilégios. O suporte financeiro e emocional de sua família permitiu que ela se dedicasse quase exclusivamente aos estudos, sem a pressão de precisar trabalhar integralmente. Além disso, a ausência de outras responsabilidades, como cuidar de filhos ou gerenciar uma casa, deu a ela a liberdade de estruturar seu tempo de forma otimizada. Ainda assim, Luísa enfrentou momentos de dúvida e incerteza, sentimentos comuns entre concurseiros. Para lidar com a pressão, ela investiu em terapia, meditação e técnicas de reprogramação mental, ferramentas que a ajudaram a manter o foco e a resiliência.
Superação de obstáculos no caminho
A jornada de Luísa até o TRF1 não foi linear. Antes de alcançar as aprovações, ela enfrentou frustrações em outros concursos. No Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e na Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por exemplo, ela obteve bons resultados nas primeiras fases, mas não avançou para as etapas seguintes. Essas experiências, embora desanimadoras, foram fundamentais para que ela revisasse sua estratégia. A jovem percebeu que precisava de um método mais estruturado e intensivo, o que a levou a adotar a rotina de oito horas diárias e simulados semanais.
No concurso do TRF1, Luísa enfrentou um dos momentos mais difíceis de sua trajetória. Após passar pelas primeiras fases com notas expressivas — incluindo 10 pontos acima da nota de corte na primeira etapa, a sétima melhor nota nas discursivas e a nona maior nota na sentença cível —, ela foi reprovada na fase de sentença criminal por apenas 0,57 ponto. A notícia foi devastadora. Luísa descreve o episódio como o pior momento de sua jornada nos concursos, um instante em que sentiu que estava perdendo a maior oportunidade de sua vida. Apesar do desespero inicial, ela decidiu interpor um recurso, que foi aceito pela banca examinadora. A reversão do resultado permitiu que ela avançasse para a prova oral, onde conquistou o segundo lugar geral no certame.
Outro desafio foi cumprir o requisito de três anos de prática jurídica para o concurso do MPBA. Luísa percebeu, após ser aprovada, que completaria o tempo exigido apenas em janeiro de 2024, o que poderia inviabilizar sua inscrição. Por uma coincidência, o certame foi adiado, e o prazo para envio de documentos foi reaberto em 18 de janeiro, três dias após ela atingir o requisito. A aprovação no MPBA, seguida pela Defensoria Pública de Minas Gerais e, finalmente, pelo TRF1, marcou o ápice de sua trajetória nos concursos.
- Primeira fase do TRF1: Passou com 10 pontos acima da nota de corte, demonstrando domínio do conteúdo.
- Prova discursiva: Alcançou a sétima melhor nota, destacando-se pela clareza e profundidade.
- Sentença cível: Obteve a nona maior nota, consolidando sua preparação prática.
- Recurso na sentença criminal: Após reprovação inicial por 0,57 ponto, o recurso garantiu sua continuidade no concurso.
- Prova oral: Conquistou o segundo lugar geral, um feito impressionante em sua primeira tentativa para a magistratura federal.
A influência da UFV e do Coluni
A Universidade Federal de Viçosa desempenhou um papel central na formação de Luísa. Tanto no Coluni quanto no curso de Direito, ela encontrou um ambiente que valorizava a excelência acadêmica e incentivava a busca pelo conhecimento. O lema da UFV — “Estudar, saber, agir, vencer” — tornou-se um mantra pessoal, refletido em sua abordagem metódica e determinada. Durante a graduação, Luísa participou de atividades extracurriculares, como grupos de estudo e eventos jurídicos, que ampliaram sua visão sobre o Direito e a prepararam para os desafios dos concursos.
O estágio no TRF1, entre 2019 e 2020, foi um divisor de águas. Trabalhar no tribunal permitiu que ela conhecesse de perto o funcionamento da Justiça Federal, desde a análise de processos até a interação com juízes e servidores. A experiência não apenas reforçou sua vocação para a magistratura, mas também a motivou a perseguir o sonho de retornar ao TRF1 como juíza. Anos depois, ao tomar posse no mesmo tribunal, Luísa celebrou a conquista como um retorno ao lugar onde sua paixão pela Justiça Federal foi consolidada.
O Coluni, por sua vez, foi o ponto de partida para a trajetória acadêmica de Luísa. Conhecido por sua rigorosidade, o colégio atrai estudantes de diversas regiões de Minas Gerais, oferecendo uma formação que combina disciplina e estímulo intelectual. Para Luísa, o Coluni representou mais do que uma escola: foi o ambiente onde ela desenvolveu a autoconfiança e a determinação necessárias para enfrentar os desafios futuros. A transição do ensino médio para a universidade, embora exigente, foi natural, graças à base sólida construída no colégio.
Equilíbrio entre vida pessoal e estudos
Apesar da rotina intensa, Luísa fez questão de manter uma vida equilibrada. Em 2022, ela se casou com Thallison Oliveira e se mudou para Vitória da Conquista, na Bahia, uma mudança que trouxe novos desafios. Adaptar-se a uma nova cidade, longe de sua rede de apoio em Minas Gerais, exigiu resiliência, mas também reforçou sua capacidade de organização. Mesmo com as mudanças, Luísa manteve sua rotina de estudos, conciliando-a com momentos de lazer e cuidados com a saúde.
A jovem destaca que o equilíbrio foi essencial para sua trajetória. Além dos exercícios físicos, que ajudavam a reduzir o estresse, ela investia em hobbies e na convivência com o marido e amigos. Essa abordagem reflete sua crença de que a preparação para concursos não precisa ser sinônimo de sacrifício total. Pelo contrário, Luísa defende que uma rotina saudável, com pausas estratégicas e cuidados com o bem-estar, é mais eficaz a longo prazo.
A mudança para Vitória da Conquista também trouxe uma conexão especial com a Bahia. Após ser aprovada no MPBA, Luísa passou a se identificar com a cultura e a história do estado, o que tornou sua aprovação no concurso ainda mais significativa. Embora tenha optado por assumir o cargo no TRF1, em Brasília, ela carrega o carinho pela Bahia e planeja manter laços com a região.
Os desafios da magistratura aos 25 anos
Assumir o cargo de juíza federal aos 25 anos é uma conquista rara, mas também traz responsabilidades únicas. Luísa reconhece que sua idade atrai olhares curiosos e, em alguns casos, questionamentos sobre sua experiência. No entanto, ela encara a pressão com serenidade, confiando em sua formação e na dedicação que a levou ao TRF1. Durante o curso de formação para novos juízes, ela teve a oportunidade de proferir sentenças, conduzir audiências e tomar decisões, experiências que reforçaram sua vocação para a magistratura.
Os primeiros dias no cargo foram intensos, mas gratificantes. Luísa descreve a sensação de estar no tribunal como a realização de um sonho de vida. Cada processo, cada decisão, é uma oportunidade de colocar em prática os valores que a guiaram desde a infância: justiça, imparcialidade e compromisso com a sociedade. Apesar da juventude, ela se sente preparada para os desafios, apoiada por sua formação acadêmica, experiências práticas e uma rede de colegas e mentores no TRF1.
A visibilidade gerada por sua conquista também trouxe novas responsabilidades. Nas redes sociais, Luísa compartilha sua trajetória com milhares de seguidores, muitos deles concurseiros em busca de inspiração. Suas postagens, que misturam relatos pessoais com dicas práticas, tornaram-se uma fonte de motivação para quem sonha com a aprovação em concursos públicos. Ela enfatiza, no entanto, que o sucesso não depende apenas de esforço, mas de estratégia, paciência e autocuidado.
- Dicas de Luísa para concurseiros:
- Estruture um cronograma realista, com metas diárias e semanais.
- Invista em simulados para treinar sob pressão.
- Cuide da saúde mental com terapia ou práticas de relaxamento.
- Mantenha uma rotina de exercícios físicos para aliviar o estresse.
- Busque apoio emocional em familiares e amigos.
Cronologia da trajetória de Luísa
A trajetória de Luísa Militão é marcada por marcos claros, que ilustram sua dedicação e progresso ao longo dos anos. Abaixo, uma linha do tempo com os principais momentos de sua jornada:
- 2015: Aos 16 anos, deixa Inhapim para cursar o ensino médio no Coluni, em Viçosa.
- 2017: Ingressa no curso de Direito da UFV, aos 17 anos, iniciando a preparação para concursos.
- 2019-2020: Estagia no TRF1, experiência que consolida sua paixão pela Justiça Federal.
- 2021: Forma-se em Direito pela UFV e começa a trabalhar na Promotoria de Justiça de Inhapim.
- 2022: Casa-se, muda-se para Vitória da Conquista e adota a rotina de oito horas diárias de estudos.
- 2023: É aprovada no Ministério Público da Bahia (MPBA).
- 2024: Conquista aprovações na Defensoria Pública de Minas Gerais e no TRF1.
- 31 de outubro de 2024: Toma posse como juíza federal no TRF1, tornando-se a mais jovem do Brasil.
Inspiração para uma nova geração
A história de Luísa Militão transcende o âmbito pessoal e se transforma em um símbolo de possibilidade. Em um país onde os concursos públicos são vistos como um caminho árduo, sua trajetória mostra que a aprovação é alcançável com planejamento e perseverança. A jovem mineira não apenas conquistou três cargos de alto prestígio, mas também demonstrou que é possível equilibrar estudos, vida pessoal e bem-estar, desafiando a ideia de que o sucesso exige sacrifícios extremos.
Nas redes sociais, Luísa continua a compartilhar sua rotina, agora como juíza federal. Suas postagens, que vão desde reflexões sobre a magistratura até dicas para concurseiros, atraem um público diverso, de estudantes a profissionais do Direito. Ela enfatiza que cada trajetória é única e que a comparação com outros candidatos pode ser prejudicial. Para Luísa, o segredo está em encontrar um método de estudo que funcione e manter a consistência, mesmo diante de contratempos.
A jovem também reconhece o impacto de sua história em comunidades menores, como Inhapim. Para muitos jovens de cidades do interior, sua conquista é uma prova de que é possível chegar longe, independentemente de onde se começa. Luísa planeja usar sua posição no TRF1 para contribuir com a Justiça Federal, mas também para inspirar outros a perseguirem seus sonhos com determinação e coragem.
O futuro de Luísa no TRF1
Agora estabelecida em Brasília, Luísa Militão inicia um novo capítulo em sua carreira. Como juíza federal, ela terá a responsabilidade de julgar casos complexos, que vão desde questões administrativas até litígios envolvendo direitos fundamentais. A experiência no TRF1, onde já atuou como estagiária, dá a ela uma base sólida para enfrentar os desafios do cargo. Além disso, a formação acadêmica na UFV e as aprovações em outros concursos reforçam sua versatilidade e competência.
Luísa encara o futuro com entusiasmo e humildade. Ela sabe que a magistratura exige aprendizado contínuo e está preparada para se aprimorar a cada dia. Sua juventude, longe de ser uma limitação, é vista como uma vantagem: traz energia, novas perspectivas e uma disposição para inovar. No TRF1, ela pretende contribuir para uma justiça mais acessível e eficiente, mantendo os valores que a guiaram até aqui.
A trajetória de Luísa Militão é uma lição de que grandes conquistas são construídas com pequenos passos. De Inhapim a Brasília, de estudante a juíza federal, ela prova que o sonho, quando aliado à disciplina, pode se tornar realidade. Sua história, ainda no início, já deixa um legado de inspiração para todos aqueles que buscam transformar suas vidas por meio do estudo e do trabalho árduo.
- Lições da trajetória de Luísa:
- A disciplina é mais importante do que a quantidade de horas estudadas.
- Fracassos são oportunidades para ajustar estratégias.
- O equilíbrio entre estudos e vida pessoal aumenta a produtividade.
- A preparação para concursos exige paciência e consistência.
- O apoio de familiares e amigos é fundamental para superar desafios.

Aos 25 anos, Luísa Militão Vicente Barroso alcançou um feito extraordinário: tornou-se a juíza federal mais jovem do Brasil, assumindo o cargo no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília. Natural de Inhapim, uma pequena cidade no leste de Minas Gerais, ela construiu uma trajetória marcada por disciplina, planejamento e resiliência. Formada em Direito pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) em 2021, Luísa dedicou cerca de quatro anos a uma rotina intensa de estudos, que culminou não apenas na aprovação no TRF1, mas também em outros dois concursos de peso: o Ministério Público da Bahia (MPBA) e a Defensoria Pública de Minas Gerais. Sua história, compartilhada em redes sociais, inspira milhares de concurseiros pelo país, mostrando que o caminho até a aprovação exige mais do que esforço — demanda estratégia e equilíbrio.
Nascida em uma família com tradição jurídica, Luísa cresceu cercada por exemplos de advogados, promotores e uma prima procuradora federal. Desde cedo, ela sabia que seguiria a carreira jurídica, atraída pela possibilidade de impactar vidas por meio da justiça. Aos 16 anos, deixou Inhapim para cursar o ensino médio no Colégio de Aplicação da UFV (Coluni), um passo crucial que a aproximou de seu sonho. A mudança para Viçosa marcou o início de uma jornada acadêmica e pessoal que a levaria a conquistas notáveis. Na UFV, onde ingressou no curso de Direito aos 17 anos, Luísa começou a moldar sua rotina de estudos, conciliando a graduação com a preparação para concursos públicos.
A jovem mineira destaca que sua trajetória não foi isenta de desafios. Após a formatura, ela trabalhou na Promotoria de Justiça de Inhapim, mas logo percebeu que o ritmo do trabalho dificultava a dedicação necessária aos estudos. Decidiu então reduzir suas atividades profissionais, advogando apenas o suficiente para cumprir o requisito de três anos de prática jurídica exigido para os concursos. Essa escolha permitiu que ela estruturasse uma rotina de oito horas diárias de estudos, complementada por exercícios físicos e momentos de lazer, como forma de manter a saúde mental e física.
- Planejamento rigoroso: Luísa dividia suas oito horas diárias entre videoaulas, leituras de doutrina e resolução de questões, mantendo um cronograma organizado.
- Simulados nos fins de semana: Aos sábados e domingos, ela revisava o conteúdo da semana por meio de simulados, prática essencial para fixar o aprendizado.
- Equilíbrio com atividade física: A rotina incluía exercícios regulares, que ajudavam a aliviar o estresse e manter a energia para os estudos.
- Apoio familiar: A estrutura emocional e financeira fornecida pela família foi um diferencial, permitindo que ela se concentrasse nos estudos sem preocupações externas.
Uma infância marcada pelo amor ao estudo
Luísa Militão sempre teve uma relação especial com o aprendizado. Desde criança, era incentivada por familiares e professores a explorar sua curiosidade intelectual. Em Inhapim, onde passou a infância e parte da adolescência, estudou em escolas particulares e se destacava pela dedicação. Sua família, embora não fosse exclusivamente composta por profissionais do Direito, tinha uma forte ligação com a área jurídica. Seu pai, contador, lidava frequentemente com advogados, enquanto tios e avôs atuavam como advogados e promotores. Esses exemplos moldaram sua visão de carreira e reforçaram sua determinação em seguir o mesmo caminho.
Aos 16 anos, a decisão de deixar Inhapim para estudar no Coluni, em Viçosa, foi um marco. O Colégio de Aplicação da UFV é conhecido por sua excelência acadêmica, e Luísa viu na mudança uma oportunidade de se preparar para o vestibular e, futuramente, para os concursos. A transição não foi fácil. Sair de uma cidade pequena para um ambiente mais competitivo exigiu adaptação, mas também revelou sua capacidade de enfrentar desafios. No Coluni, ela começou a internalizar o lema da UFV, gravado nas pilastras da entrada da universidade: “Estudar, saber, agir, vencer”. Essas palavras se tornaram sua bússola, guiando-a em cada etapa de sua jornada.
Durante o ensino médio, Luísa já demonstrava um foco incomum. Enquanto muitos colegas se preocupavam apenas com o vestibular, ela planejava sua trajetória a longo prazo. A aprovação no curso de Direito da UFV, aos 17 anos, foi o primeiro grande passo. Na universidade, ela não apenas se dedicou às disciplinas do curso, mas também buscou experiências práticas que enriqueceram sua formação. Entre 2019 e 2020, estagiou no próprio TRF1, uma experiência que ela descreve como transformadora. Atuar no tribunal onde hoje é juíza reacendeu sua paixão pela Justiça Federal e solidificou seu objetivo de ingressar na magistratura.
O peso da rotina de estudos
Após se formar em Direito, em 2021, Luísa enfrentou um dilema comum entre concurseiros: conciliar trabalho e estudos. Inicialmente, ela optou por trabalhar na Promotoria de Justiça de Inhapim, onde foi aprovada em um processo seletivo para estagiários de pós-graduação. A experiência foi enriquecedora, mas também exaustiva. As demandas do trabalho consumiam tempo e energia, dificultando a manutenção de uma rotina de estudos consistente. Foi então que ela tomou uma decisão ousada: reduzir drasticamente suas atividades profissionais para focar nos concursos.
A nova rotina de Luísa era meticulosamente planejada. De segunda a sexta-feira, ela dedicava oito horas líquidas aos estudos, divididas em três ciclos: videoaulas para adquirir uma visão sistêmica do conteúdo, leitura de doutrina para aprofundamento teórico e resolução de questões para treinar a aplicação prática. Nos fins de semana, os simulados eram a prioridade, permitindo que ela testasse seus conhecimentos sob pressão, simulando as condições reais das provas. Essa estratégia, embora exigente, foi desenhada para ser sustentável. Luísa fazia questão de incluir exercícios físicos diários, como caminhadas ou treinos leves, e reservava momentos para a vida pessoal, como encontros com amigos e familiares.
A jovem também reconhece que sua trajetória foi facilitada por privilégios. O suporte financeiro e emocional de sua família permitiu que ela se dedicasse quase exclusivamente aos estudos, sem a pressão de precisar trabalhar integralmente. Além disso, a ausência de outras responsabilidades, como cuidar de filhos ou gerenciar uma casa, deu a ela a liberdade de estruturar seu tempo de forma otimizada. Ainda assim, Luísa enfrentou momentos de dúvida e incerteza, sentimentos comuns entre concurseiros. Para lidar com a pressão, ela investiu em terapia, meditação e técnicas de reprogramação mental, ferramentas que a ajudaram a manter o foco e a resiliência.
Superação de obstáculos no caminho
A jornada de Luísa até o TRF1 não foi linear. Antes de alcançar as aprovações, ela enfrentou frustrações em outros concursos. No Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e na Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por exemplo, ela obteve bons resultados nas primeiras fases, mas não avançou para as etapas seguintes. Essas experiências, embora desanimadoras, foram fundamentais para que ela revisasse sua estratégia. A jovem percebeu que precisava de um método mais estruturado e intensivo, o que a levou a adotar a rotina de oito horas diárias e simulados semanais.
No concurso do TRF1, Luísa enfrentou um dos momentos mais difíceis de sua trajetória. Após passar pelas primeiras fases com notas expressivas — incluindo 10 pontos acima da nota de corte na primeira etapa, a sétima melhor nota nas discursivas e a nona maior nota na sentença cível —, ela foi reprovada na fase de sentença criminal por apenas 0,57 ponto. A notícia foi devastadora. Luísa descreve o episódio como o pior momento de sua jornada nos concursos, um instante em que sentiu que estava perdendo a maior oportunidade de sua vida. Apesar do desespero inicial, ela decidiu interpor um recurso, que foi aceito pela banca examinadora. A reversão do resultado permitiu que ela avançasse para a prova oral, onde conquistou o segundo lugar geral no certame.
Outro desafio foi cumprir o requisito de três anos de prática jurídica para o concurso do MPBA. Luísa percebeu, após ser aprovada, que completaria o tempo exigido apenas em janeiro de 2024, o que poderia inviabilizar sua inscrição. Por uma coincidência, o certame foi adiado, e o prazo para envio de documentos foi reaberto em 18 de janeiro, três dias após ela atingir o requisito. A aprovação no MPBA, seguida pela Defensoria Pública de Minas Gerais e, finalmente, pelo TRF1, marcou o ápice de sua trajetória nos concursos.
- Primeira fase do TRF1: Passou com 10 pontos acima da nota de corte, demonstrando domínio do conteúdo.
- Prova discursiva: Alcançou a sétima melhor nota, destacando-se pela clareza e profundidade.
- Sentença cível: Obteve a nona maior nota, consolidando sua preparação prática.
- Recurso na sentença criminal: Após reprovação inicial por 0,57 ponto, o recurso garantiu sua continuidade no concurso.
- Prova oral: Conquistou o segundo lugar geral, um feito impressionante em sua primeira tentativa para a magistratura federal.
A influência da UFV e do Coluni
A Universidade Federal de Viçosa desempenhou um papel central na formação de Luísa. Tanto no Coluni quanto no curso de Direito, ela encontrou um ambiente que valorizava a excelência acadêmica e incentivava a busca pelo conhecimento. O lema da UFV — “Estudar, saber, agir, vencer” — tornou-se um mantra pessoal, refletido em sua abordagem metódica e determinada. Durante a graduação, Luísa participou de atividades extracurriculares, como grupos de estudo e eventos jurídicos, que ampliaram sua visão sobre o Direito e a prepararam para os desafios dos concursos.
O estágio no TRF1, entre 2019 e 2020, foi um divisor de águas. Trabalhar no tribunal permitiu que ela conhecesse de perto o funcionamento da Justiça Federal, desde a análise de processos até a interação com juízes e servidores. A experiência não apenas reforçou sua vocação para a magistratura, mas também a motivou a perseguir o sonho de retornar ao TRF1 como juíza. Anos depois, ao tomar posse no mesmo tribunal, Luísa celebrou a conquista como um retorno ao lugar onde sua paixão pela Justiça Federal foi consolidada.
O Coluni, por sua vez, foi o ponto de partida para a trajetória acadêmica de Luísa. Conhecido por sua rigorosidade, o colégio atrai estudantes de diversas regiões de Minas Gerais, oferecendo uma formação que combina disciplina e estímulo intelectual. Para Luísa, o Coluni representou mais do que uma escola: foi o ambiente onde ela desenvolveu a autoconfiança e a determinação necessárias para enfrentar os desafios futuros. A transição do ensino médio para a universidade, embora exigente, foi natural, graças à base sólida construída no colégio.
Equilíbrio entre vida pessoal e estudos
Apesar da rotina intensa, Luísa fez questão de manter uma vida equilibrada. Em 2022, ela se casou com Thallison Oliveira e se mudou para Vitória da Conquista, na Bahia, uma mudança que trouxe novos desafios. Adaptar-se a uma nova cidade, longe de sua rede de apoio em Minas Gerais, exigiu resiliência, mas também reforçou sua capacidade de organização. Mesmo com as mudanças, Luísa manteve sua rotina de estudos, conciliando-a com momentos de lazer e cuidados com a saúde.
A jovem destaca que o equilíbrio foi essencial para sua trajetória. Além dos exercícios físicos, que ajudavam a reduzir o estresse, ela investia em hobbies e na convivência com o marido e amigos. Essa abordagem reflete sua crença de que a preparação para concursos não precisa ser sinônimo de sacrifício total. Pelo contrário, Luísa defende que uma rotina saudável, com pausas estratégicas e cuidados com o bem-estar, é mais eficaz a longo prazo.
A mudança para Vitória da Conquista também trouxe uma conexão especial com a Bahia. Após ser aprovada no MPBA, Luísa passou a se identificar com a cultura e a história do estado, o que tornou sua aprovação no concurso ainda mais significativa. Embora tenha optado por assumir o cargo no TRF1, em Brasília, ela carrega o carinho pela Bahia e planeja manter laços com a região.
Os desafios da magistratura aos 25 anos
Assumir o cargo de juíza federal aos 25 anos é uma conquista rara, mas também traz responsabilidades únicas. Luísa reconhece que sua idade atrai olhares curiosos e, em alguns casos, questionamentos sobre sua experiência. No entanto, ela encara a pressão com serenidade, confiando em sua formação e na dedicação que a levou ao TRF1. Durante o curso de formação para novos juízes, ela teve a oportunidade de proferir sentenças, conduzir audiências e tomar decisões, experiências que reforçaram sua vocação para a magistratura.
Os primeiros dias no cargo foram intensos, mas gratificantes. Luísa descreve a sensação de estar no tribunal como a realização de um sonho de vida. Cada processo, cada decisão, é uma oportunidade de colocar em prática os valores que a guiaram desde a infância: justiça, imparcialidade e compromisso com a sociedade. Apesar da juventude, ela se sente preparada para os desafios, apoiada por sua formação acadêmica, experiências práticas e uma rede de colegas e mentores no TRF1.
A visibilidade gerada por sua conquista também trouxe novas responsabilidades. Nas redes sociais, Luísa compartilha sua trajetória com milhares de seguidores, muitos deles concurseiros em busca de inspiração. Suas postagens, que misturam relatos pessoais com dicas práticas, tornaram-se uma fonte de motivação para quem sonha com a aprovação em concursos públicos. Ela enfatiza, no entanto, que o sucesso não depende apenas de esforço, mas de estratégia, paciência e autocuidado.
- Dicas de Luísa para concurseiros:
- Estruture um cronograma realista, com metas diárias e semanais.
- Invista em simulados para treinar sob pressão.
- Cuide da saúde mental com terapia ou práticas de relaxamento.
- Mantenha uma rotina de exercícios físicos para aliviar o estresse.
- Busque apoio emocional em familiares e amigos.
Cronologia da trajetória de Luísa
A trajetória de Luísa Militão é marcada por marcos claros, que ilustram sua dedicação e progresso ao longo dos anos. Abaixo, uma linha do tempo com os principais momentos de sua jornada:
- 2015: Aos 16 anos, deixa Inhapim para cursar o ensino médio no Coluni, em Viçosa.
- 2017: Ingressa no curso de Direito da UFV, aos 17 anos, iniciando a preparação para concursos.
- 2019-2020: Estagia no TRF1, experiência que consolida sua paixão pela Justiça Federal.
- 2021: Forma-se em Direito pela UFV e começa a trabalhar na Promotoria de Justiça de Inhapim.
- 2022: Casa-se, muda-se para Vitória da Conquista e adota a rotina de oito horas diárias de estudos.
- 2023: É aprovada no Ministério Público da Bahia (MPBA).
- 2024: Conquista aprovações na Defensoria Pública de Minas Gerais e no TRF1.
- 31 de outubro de 2024: Toma posse como juíza federal no TRF1, tornando-se a mais jovem do Brasil.
Inspiração para uma nova geração
A história de Luísa Militão transcende o âmbito pessoal e se transforma em um símbolo de possibilidade. Em um país onde os concursos públicos são vistos como um caminho árduo, sua trajetória mostra que a aprovação é alcançável com planejamento e perseverança. A jovem mineira não apenas conquistou três cargos de alto prestígio, mas também demonstrou que é possível equilibrar estudos, vida pessoal e bem-estar, desafiando a ideia de que o sucesso exige sacrifícios extremos.
Nas redes sociais, Luísa continua a compartilhar sua rotina, agora como juíza federal. Suas postagens, que vão desde reflexões sobre a magistratura até dicas para concurseiros, atraem um público diverso, de estudantes a profissionais do Direito. Ela enfatiza que cada trajetória é única e que a comparação com outros candidatos pode ser prejudicial. Para Luísa, o segredo está em encontrar um método de estudo que funcione e manter a consistência, mesmo diante de contratempos.
A jovem também reconhece o impacto de sua história em comunidades menores, como Inhapim. Para muitos jovens de cidades do interior, sua conquista é uma prova de que é possível chegar longe, independentemente de onde se começa. Luísa planeja usar sua posição no TRF1 para contribuir com a Justiça Federal, mas também para inspirar outros a perseguirem seus sonhos com determinação e coragem.
O futuro de Luísa no TRF1
Agora estabelecida em Brasília, Luísa Militão inicia um novo capítulo em sua carreira. Como juíza federal, ela terá a responsabilidade de julgar casos complexos, que vão desde questões administrativas até litígios envolvendo direitos fundamentais. A experiência no TRF1, onde já atuou como estagiária, dá a ela uma base sólida para enfrentar os desafios do cargo. Além disso, a formação acadêmica na UFV e as aprovações em outros concursos reforçam sua versatilidade e competência.
Luísa encara o futuro com entusiasmo e humildade. Ela sabe que a magistratura exige aprendizado contínuo e está preparada para se aprimorar a cada dia. Sua juventude, longe de ser uma limitação, é vista como uma vantagem: traz energia, novas perspectivas e uma disposição para inovar. No TRF1, ela pretende contribuir para uma justiça mais acessível e eficiente, mantendo os valores que a guiaram até aqui.
A trajetória de Luísa Militão é uma lição de que grandes conquistas são construídas com pequenos passos. De Inhapim a Brasília, de estudante a juíza federal, ela prova que o sonho, quando aliado à disciplina, pode se tornar realidade. Sua história, ainda no início, já deixa um legado de inspiração para todos aqueles que buscam transformar suas vidas por meio do estudo e do trabalho árduo.
- Lições da trajetória de Luísa:
- A disciplina é mais importante do que a quantidade de horas estudadas.
- Fracassos são oportunidades para ajustar estratégias.
- O equilíbrio entre estudos e vida pessoal aumenta a produtividade.
- A preparação para concursos exige paciência e consistência.
- O apoio de familiares e amigos é fundamental para superar desafios.
