A partir desta sexta-feira, 2 de maio de 2025, os servidores públicos federais do Poder Executivo recebem o tão aguardado reajuste salarial previsto no Orçamento de 2025, marcando um momento significativo para o funcionalismo público brasileiro. O pagamento, que inclui valores retroativos a janeiro, ocorre após a sanção da Lei Orçamentária Anual (LOA) em 10 de abril e reflete acordos firmados entre o governo e as categorias ao longo de 2024. Com um impacto orçamentário estimado em R$ 17,9 bilhões para este ano, a medida beneficia 100% dos servidores ativos, aposentados e pensionistas da União, abrangendo cerca de 1,2 milhão de pessoas. O reajuste é parte de um esforço para modernizar a administração pública, valorizar o funcionalismo e alinhar as carreiras às demandas atuais, enquanto o governo mantém o compromisso com a responsabilidade fiscal.
Os valores do reajuste podem ser consultados no site e no aplicativo SouGov, plataforma exclusiva para servidores federais que oferece serviços de gestão de pessoas. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) informou que o pagamento desta sexta-feira incorpora os valores referentes a abril, garantindo que os servidores recebam o montante acumulado desde o início do ano. A medida provisória (MP) 1286, publicada em 31 de dezembro de 2024, formalizou os acordos salariais e estruturais, e segue em vigor até 2 de junho, enquanto o Congresso analisa um projeto de lei substitutivo. Essa iniciativa representa a maior negociação salarial desde 2015, quando tratativas semelhantes ocorreram na gestão Dilma Rousseff.
Além do impacto financeiro imediato, o reajuste vem acompanhado de mudanças estruturais na administração pública, como a extinção de cerca de 15 mil cargos obsoletos e a criação de 15.670 novas funções, muitas delas voltadas para o setor educacional. Essas alterações visam adequar a máquina pública às necessidades contemporâneas, promovendo maior eficiência e valorização profissional. O governo estima que, em 2026, o custo das mudanças será reduzido para R$ 8,5 bilhões, mantendo a despesa com pessoal estável em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), em cerca de 2,6%.
- Principais pontos do reajuste:
- Pagamento retroativo a janeiro de 2025, incluindo valores de abril.
- Impacto orçamentário de R$ 17,9 bilhões em 2025 e R$ 8,5 bilhões em 2026.
- Consulta de valores disponível no aplicativo e site SouGov.
- Benefício abrange 100% dos servidores federais, incluindo aposentados e pensionistas.
Impacto financeiro e responsabilidade fiscal
O reajuste salarial de 2025 representa um marco na política de valorização dos servidores públicos federais, mas também um desafio para a gestão fiscal do país. Com um custo estimado em R$ 17,9 bilhões neste ano, o governo destaca que o valor já estava previsto no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado ao Congresso em 2024. A ministra Esther Dweck, titular do MGI, reforçou que as negociações respeitaram os limites do novo arcabouço fiscal, garantindo que a despesa com pessoal não comprometa a estabilidade econômica. Em 2026, o impacto primário será reduzido para R$ 8,5 bilhões, refletindo a implementação da segunda etapa dos reajustes, programada para abril daquele ano.
A estabilidade no gasto com pessoal é um dos pilares defendidos pelo governo. Em 2022, a folha de pagamento do Executivo representava 2,68% do PIB, caindo para 2,61% em 2023 e 2,48% em 2024. Para 2025, a projeção é de 2,56%, subindo ligeiramente para 2,58% em 2026. Esses números indicam que, apesar do aumento significativo nos salários, o governo conseguiu manter o equilíbrio fiscal, priorizando despesas primárias relacionadas ao funcionamento da administração pública. A estratégia inclui a transformação de cargos obsoletos em funções mais alinhadas às demandas atuais, como as voltadas para a educação e a tecnologia da informação, sem impacto orçamentário adicional.
Transformação de cargos e modernização do serviço público
A reestruturação da administração pública é um dos aspectos mais relevantes da medida provisória 1286. O texto propõe a extinção de 14.989 cargos vagos e considerados obsoletos, substituindo-os por 15.670 novas funções, das quais 70% são destinadas ao setor educacional, especialmente para atender à expansão dos Institutos Federais de Educação. Essa transformação visa modernizar a máquina pública, tornando-a mais eficiente e adaptada às exigências de um serviço público contemporâneo. Além disso, foram criadas duas carreiras transversais, que podem atuar em diferentes órgãos e entidades federais, promovendo maior flexibilidade na gestão de recursos humanos.
Entre as novas funções criadas, destacam-se 10.930 cargos em comissão e funções de confiança na área da educação, além de 1.955 vagas em outras áreas estratégicas, como tecnologia da informação, infraestrutura e diplomacia. A maioria desses cargos é reservada exclusivamente para servidores efetivos, garantindo que a ocupação seja feita por profissionais já integrados ao funcionalismo. O governo também introduziu novos mecanismos de avaliação de desempenho e progressão funcional, com o objetivo de tornar as carreiras mais meritocráticas e alinhadas aos resultados esperados pela sociedade.
- Mudanças estruturais na administração pública:
- Extinção de 14.989 cargos obsoletos e criação de 15.670 novos cargos.
- Foco na educação, com 70% das novas vagas destinadas a Institutos Federais.
- Criação de carreiras transversais para maior flexibilidade na gestão.
- Novos critérios de avaliação de desempenho e progressão funcional.
Reajuste escalonado e valorização das carreiras
O reajuste salarial será implementado em duas etapas, com a primeira parcela já contemplada no pagamento de maio de 2025 e a segunda prevista para abril de 2026. O aumento médio acumulado entre 2023 e 2026 será de 27%, considerando os 9% concedidos em 2023. Em 2024, não houve reajuste salarial, mas o governo ajustou benefícios como auxílio-alimentação, que teve aumento de 52%, passando de R$ 458 para R$ 658, além de correções no auxílio-saúde (de R$ 144 para R$ 215) e no auxílio-creche (de R$ 321 para R$ 484,90). Essas medidas complementares buscaram mitigar as perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos.
A reestruturação das carreiras também inclui o alongamento das trajetórias profissionais, com 86% das carreiras passando a ter 20 níveis de progressão, em comparação com apenas 30% anteriormente. Essa mudança visa tornar o desenvolvimento profissional mais gradual e sustentável, incentivando a permanência dos servidores no setor público. Os cargos de alta liderança, como secretários-executivos e diretores, também receberam ajustes diferenciados, com remunerações alinhadas a percentuais do salário de ministro de Estado, variando de 31,10% a 68,84%. Essas correções buscam reduzir a defasagem histórica em relação aos cargos de assessoramento no Legislativo.
Negociações históricas e diálogo com o funcionalismo
As negociações que culminaram no reajuste de 2025 foram conduzidas ao longo de 2024, envolvendo 38 termos de acordo com diferentes categorias do funcionalismo. A retomada da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), criada em 2003 e interrompida em 2016, foi um marco decisivo para o diálogo com os servidores. Estruturada em três níveis — Mesa Central, Mesas Setoriais e Mesas Específicas e Temporárias —, a MNNP permitiu tratar de pautas gerais e específicas, resultando em acordos que abrangem 100% dos servidores federais. Esse processo foi o mais abrangente desde 2015, quando negociações semelhantes ocorreram no governo Dilma Rousseff.
O diálogo com as categorias enfrentou desafios, incluindo paralisações e greves em 2024, mas resultou em avanços significativos. Além dos reajustes salariais, os acordos incluíram a criação de novas carreiras, como a de Desenvolvimento Socioeconômico, a de Desenvolvimento das Políticas de Justiça e Defesa e a de Fiscalização da Comissão de Valores Mobiliárias, cada uma com 750 vagas a serem preenchidas via Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). Essas carreiras buscam atender a demandas específicas, como a modernização da segurança pública e o fortalecimento das políticas sociais.
- Marcos das negociações de 2024:
- Retomada da Mesa Nacional de Negociação Permanente.
- Acordos com 38 categorias, abrangendo todos os servidores.
- Criação de novas carreiras para áreas estratégicas.
- Resolução de demandas acumuladas desde 2015.

Impacto na educação e nos Institutos Federais
O setor educacional é um dos principais beneficiados pelas mudanças estruturais propostas na MP 1286. A criação de 10.930 cargos em comissão e funções de confiança destinadas aos Institutos Federais reflete o compromisso do governo com a expansão do ensino técnico e superior no Brasil. Esses cargos visam suprir as necessidades de 100 novos Institutos Federais, que estão sendo implementados para ampliar o acesso à educação de qualidade em regiões menos atendidas. A reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE) também fortalece a gestão e o funcionamento dessas instituições.
A priorização da educação nas transformações de cargos demonstra a intenção do governo de investir em áreas estratégicas para o desenvolvimento do país. Os novos cargos incluem funções administrativas, técnicas e de apoio, que serão ocupadas majoritariamente por servidores efetivos, garantindo a continuidade e a qualidade dos serviços prestados. Além disso, a criação de carreiras transversais permite que profissionais da educação atuem em diferentes órgãos, promovendo a integração de políticas públicas e a eficiência na alocação de recursos humanos.
Ajustes salariais para cargos de liderança
Os cargos de alta liderança no Executivo Federal também foram contemplados com ajustes salariais específicos, visando corrigir defasagens acumuladas ao longo dos anos. A MP 1286 estabelece que, a partir de 2026, as remunerações de cargos como secretário-executivo, secretário nacional, diretor e coordenador-geral serão calculadas com base em percentuais do salário de ministro de Estado. Essa medida busca tornar essas posições mais atrativas e competitivas em relação aos cargos de assessoramento no Legislativo, que já passaram por correções em 2025.
A defasagem nos cargos de liderança foi identificada em estudos realizados desde 2015, que apontaram uma disparidade significativa em relação a outras esferas do poder público. Com os novos ajustes, o governo espera valorizar os profissionais que ocupam posições estratégicas, incentivando a retenção de talentos e a melhoria na gestão pública. No entanto, a remuneração desses cargos respeita o teto constitucional, com servidores recebendo 60% do valor estabelecido para funções comissionadas.
- Ajustes para cargos de liderança:
- Secretário-executivo: 68,84% do salário de ministro de Estado.
- Secretário nacional: 60,27%.
- Diretor: 43,84%.
- Coordenador-geral: 31,10%.
Cronograma de implementação do reajuste
O pagamento do reajuste salarial segue um cronograma bem definido, que considera as exigências legais e fiscais do país. A MP 1286, publicada em 31 de dezembro de 2024, entrou em vigor em 1º de janeiro de 2025, mas o pagamento efetivo dependia da aprovação da LOA, que ocorreu em 10 de abril. Com a sanção presidencial, o governo confirmou que os valores retroativos a janeiro seriam pagos em 2 de maio, incluindo os montantes referentes a abril. A segunda etapa do reajuste está programada para abril de 2026, com impacto orçamentário estimado em R$ 8,5 bilhões.
- Cronograma do reajuste:
- Janeiro de 2025: Início da validade dos reajustes (retroativo).
- 10 de abril de 2025: Aprovação da LOA pelo Congresso.
- 2 de maio de 2025: Pagamento da primeira parcela, com retroativos.
- Abril de 2026: Implementação da segunda parcela do reajuste.
Benefícios para aposentados e pensionistas
Os aposentados e pensionistas do serviço público federal também são diretamente beneficiados pelo reajuste salarial. Como parte dos acordos firmados em 2024, o governo garantiu que 100% desses grupos seriam contemplados, assegurando a paridade entre servidores ativos e inativos. Essa medida é especialmente relevante em um contexto de inflação acumulada, que impacta o poder de compra de aposentados e pensionistas. O acesso aos valores reajustados pode ser feito por meio do SouGov, que oferece uma interface simplificada para consulta de contracheques e benefícios.
A inclusão de aposentados e pensionistas nos acordos reflete o compromisso do governo com a valorização de todos os segmentos do funcionalismo. Muitos desses servidores enfrentaram anos sem reajustes significativos, especialmente entre 2016 e 2022, período em que a inflação corroeu os rendimentos. Com o aumento médio acumulado de 27% até 2026, o governo busca recompor parte dessas perdas, promovendo maior segurança financeira para esses grupos.
Desafios na tramitação legislativa
A implementação do reajuste enfrentou desafios relacionados à tramitação legislativa. A MP 1286, embora tenha força de lei desde sua publicação, precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias para se tornar definitiva. Para evitar a expiração da medida, o governo enviou um projeto de lei substitutivo, que reúne os pontos acordados nas negociações de 2024. A aprovação da LOA, que ocorreu em abril de 2025, foi um passo crucial para viabilizar o pagamento, mas a análise do projeto de lei ainda está em andamento, com prazo até 2 de junho.
O atraso na votação da LOA, que ficou para 2025 devido ao recesso parlamentar, gerou críticas de entidades representativas dos servidores. Sindicatos como a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) apontaram que o adiamento reflete a falta de prioridade do Congresso em relação às pautas do funcionalismo. Apesar disso, o governo trabalhou para garantir que os valores retroativos fossem pagos em uma única parcela, minimizando os impactos do atraso para os servidores.
Avanços na avaliação de desempenho
A MP 1286 também introduz novos mecanismos de avaliação de desempenho, que serão usados como critério para progressão e promoção nas carreiras. Esses mecanismos buscam aumentar a transparência e o reconhecimento dos esforços individuais dos servidores, alinhando a gestão de pessoas aos objetivos estratégicos do governo. A ministra Esther Dweck destacou que a implementação de um sistema robusto de avaliação é uma das prioridades do MGI, com o objetivo de promover um serviço público mais eficiente e voltado para resultados.
Os novos critérios de avaliação incluem indicadores de desempenho individual e coletivo, que serão aplicados de forma gradual a partir de 2025. Essa iniciativa é parte do Sistema de Desenvolvimento de Carreiras (Sidec), que busca modernizar a gestão de recursos humanos no setor público. A expectativa é que o sistema incentive a meritocracia e a capacitação contínua, contribuindo para a melhoria da qualidade dos serviços prestados à população.
- Objetivos da nova avaliação de desempenho:
- Aumentar a transparência na progressão funcional.
- Reconhecer o desempenho individual e coletivo.
- Alinhar as carreiras aos resultados esperados pela sociedade.
- Promover a capacitação contínua dos servidores.
Contexto econômico e perspectivas para 2026
O reajuste salarial ocorre em um momento de recuperação econômica, com o Brasil registrando a criação de 71,5 mil empregos formais em março de 2025, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Embora esse número seja o menor para o mês desde 2020, ele reflete a continuidade do crescimento do mercado de trabalho. Nesse contexto, o aumento dos servidores federais é visto como um estímulo à economia, já que os recursos injetados nos salários tendem a circular em bens e serviços, beneficiando diversos setores.
Para 2026, o governo projeta um cenário de maior estabilidade fiscal, com o impacto do reajuste reduzido para R$ 8,5 bilhões. A manutenção da despesa com pessoal em cerca de 2,6% do PIB é um indicativo de que as medidas adotadas estão dentro dos limites do arcabouço fiscal. Além disso, a continuidade das negociações com as categorias, por meio da MNNP, deve garantir que novas demandas sejam atendidas de forma planejada, evitando conflitos e paralisações no futuro.
Impacto social do reajuste
O reajuste salarial dos servidores federais tem implicações que vão além da esfera econômica. Ao valorizar o funcionalismo, o governo busca melhorar a qualidade dos serviços públicos, que impactam diretamente a vida da população. Servidores mais motivados e bem remunerados tendem a oferecer atendimentos mais eficientes, seja na saúde, na educação ou na segurança pública. Esse aspecto é especialmente relevante em áreas como os Institutos Federais, onde a expansão das vagas deve ampliar o acesso à educação técnica para milhares de jovens.
Além disso, o aumento salarial contribui para a redução das desigualdades dentro do próprio funcionalismo. As correções diferenciadas, com maior impacto nos cargos de topo e de liderança, buscam equilibrar a estrutura remuneratória, tornando as carreiras públicas mais atrativas para profissionais qualificados. Esse movimento é essencial para atrair e reter talentos em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
Ajustes nos benefícios e recomposição de perdas
Os ajustes nos benefícios implementados em 2024 complementam o reajuste salarial de 2025, formando um pacote de medidas para recompor as perdas inflacionárias acumuladas. O aumento de 52% no auxílio-alimentação, por exemplo, foi um passo importante para aliviar a pressão financeira sobre os servidores, especialmente aqueles em início de carreira. Da mesma forma, as correções no auxílio-saúde e no auxílio-creche atenderam a demandas históricas do funcionalismo, que enfrentou sete anos sem reajustes salariais significativos entre 2016 e 2022.
A recomposição das perdas inflacionárias é um dos principais objetivos dos acordos firmados em 2024. Segundo cálculos do governo, o reajuste médio de 27% até 2026 garante não apenas a manutenção do poder de compra, mas também um aumento real para a maioria das categorias. Essa conquista é resultado de um diálogo contínuo com as entidades representativas, que pressionaram por melhores condições de trabalho e remuneração ao longo dos últimos anos.
- Benefícios ajustados em 2024:
- Auxílio-alimentação: de R$ 458 para R$ 658 (aumento de 52%).
- Auxílio-saúde: de R$ 144 para R$ 215 (aumento de 49,30%).
- Auxílio-creche: de R$ 321 para R$ 484,90 (aumento de 51,05%).
Planejamento financeiro para servidores
O reajuste salarial representa uma oportunidade para os servidores federais reorganizarem suas finanças e planejarem o futuro. Com o aumento da renda mensal, muitos profissionais podem considerar a criação de uma reserva financeira para emergências, como despesas médicas ou reparos inesperados. Especialistas recomendam que essa reserva cubra de três a seis meses de despesas, garantindo maior segurança em momentos de instabilidade.
Outra possibilidade é o uso do aumento para quitar dívidas com juros elevados, como cartão de crédito ou cheque especial. A substituição dessas dívidas por um empréstimo consignado, que oferece taxas mais baixas, pode gerar economias significativas. Além disso, o reajuste amplia a margem consignável de muitos servidores, permitindo a contratação de novos empréstimos com condições mais vantajosas. Para quem busca investir, opções como fundos de investimento ou ações podem ser consideradas, desde que alinhadas aos objetivos de longo prazo, como a compra de um imóvel ou a aposentadoria.
- Dicas para planejar as finanças com o reajuste:
- Crie uma reserva de emergência para cobrir imprevistos.
- Priorize o pagamento de dívidas com juros altos.
- Considere empréstimos consignados para substituir dívidas caras.
- Planeje investimentos de longo prazo para alcançar metas financeiras.
Expansão do Concurso Público Nacional Unificado
A criação de novas carreiras e cargos prevista na MP 1286 será acompanhada pela realização de uma nova edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). As carreiras de Desenvolvimento Socioeconômico e de Desenvolvimento das Políticas de Justiça e Defesa, com 750 vagas cada, serão preenchidas por meio desse certame, que também contemplará outras funções estratégicas, como analista de tecnologia da informação (450 vagas) e analista de infraestrutura (150 vagas). O CPNU é uma iniciativa inovadora que unifica a seleção de servidores para diferentes órgãos, reduzindo custos e aumentando a eficiência do processo seletivo.
A homologação dos resultados do CPNU, especialmente para cargos de nível médio, está prevista para o final de março ou início de abril de 2025, permitindo que os aprovados sejam convocados rapidamente. A ministra Esther Dweck destacou que a aprovação da LOA foi essencial para viabilizar essas convocações, garantindo que os novos servidores reforcem a capacidade da administração pública em áreas prioritárias. A expectativa é que o concurso atraia milhares de candidatos, reforçando o papel do serviço público como uma carreira estável e valorizada.
Compromisso com a valorização do servidor
O reajuste salarial de 2025 é um reflexo do compromisso do governo com a valorização do servidor público, que desempenha um papel central na execução das políticas públicas. A retomada do diálogo com as categorias, a modernização das carreiras e a introdução de novos mecanismos de avaliação de desempenho são passos concretos para fortalecer o funcionalismo e melhorar a qualidade dos serviços oferecidos à população. A ministra Esther Dweck reforçou que essas medidas fazem parte de um projeto maior de transformação do Estado, que busca aliar eficiência administrativa a justiça social.
Com o pagamento do reajuste em maio de 2025 e a perspectiva de novos avanços em 2026, o governo sinaliza que o fortalecimento do serviço público é uma prioridade estratégica. A expectativa é que as mudanças implementadas nos próximos anos contribuam para a construção de uma administração pública mais moderna, inclusiva e alinhada às necessidades da sociedade brasileira.

A partir desta sexta-feira, 2 de maio de 2025, os servidores públicos federais do Poder Executivo recebem o tão aguardado reajuste salarial previsto no Orçamento de 2025, marcando um momento significativo para o funcionalismo público brasileiro. O pagamento, que inclui valores retroativos a janeiro, ocorre após a sanção da Lei Orçamentária Anual (LOA) em 10 de abril e reflete acordos firmados entre o governo e as categorias ao longo de 2024. Com um impacto orçamentário estimado em R$ 17,9 bilhões para este ano, a medida beneficia 100% dos servidores ativos, aposentados e pensionistas da União, abrangendo cerca de 1,2 milhão de pessoas. O reajuste é parte de um esforço para modernizar a administração pública, valorizar o funcionalismo e alinhar as carreiras às demandas atuais, enquanto o governo mantém o compromisso com a responsabilidade fiscal.
Os valores do reajuste podem ser consultados no site e no aplicativo SouGov, plataforma exclusiva para servidores federais que oferece serviços de gestão de pessoas. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) informou que o pagamento desta sexta-feira incorpora os valores referentes a abril, garantindo que os servidores recebam o montante acumulado desde o início do ano. A medida provisória (MP) 1286, publicada em 31 de dezembro de 2024, formalizou os acordos salariais e estruturais, e segue em vigor até 2 de junho, enquanto o Congresso analisa um projeto de lei substitutivo. Essa iniciativa representa a maior negociação salarial desde 2015, quando tratativas semelhantes ocorreram na gestão Dilma Rousseff.
Além do impacto financeiro imediato, o reajuste vem acompanhado de mudanças estruturais na administração pública, como a extinção de cerca de 15 mil cargos obsoletos e a criação de 15.670 novas funções, muitas delas voltadas para o setor educacional. Essas alterações visam adequar a máquina pública às necessidades contemporâneas, promovendo maior eficiência e valorização profissional. O governo estima que, em 2026, o custo das mudanças será reduzido para R$ 8,5 bilhões, mantendo a despesa com pessoal estável em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), em cerca de 2,6%.
- Principais pontos do reajuste:
- Pagamento retroativo a janeiro de 2025, incluindo valores de abril.
- Impacto orçamentário de R$ 17,9 bilhões em 2025 e R$ 8,5 bilhões em 2026.
- Consulta de valores disponível no aplicativo e site SouGov.
- Benefício abrange 100% dos servidores federais, incluindo aposentados e pensionistas.
Impacto financeiro e responsabilidade fiscal
O reajuste salarial de 2025 representa um marco na política de valorização dos servidores públicos federais, mas também um desafio para a gestão fiscal do país. Com um custo estimado em R$ 17,9 bilhões neste ano, o governo destaca que o valor já estava previsto no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado ao Congresso em 2024. A ministra Esther Dweck, titular do MGI, reforçou que as negociações respeitaram os limites do novo arcabouço fiscal, garantindo que a despesa com pessoal não comprometa a estabilidade econômica. Em 2026, o impacto primário será reduzido para R$ 8,5 bilhões, refletindo a implementação da segunda etapa dos reajustes, programada para abril daquele ano.
A estabilidade no gasto com pessoal é um dos pilares defendidos pelo governo. Em 2022, a folha de pagamento do Executivo representava 2,68% do PIB, caindo para 2,61% em 2023 e 2,48% em 2024. Para 2025, a projeção é de 2,56%, subindo ligeiramente para 2,58% em 2026. Esses números indicam que, apesar do aumento significativo nos salários, o governo conseguiu manter o equilíbrio fiscal, priorizando despesas primárias relacionadas ao funcionamento da administração pública. A estratégia inclui a transformação de cargos obsoletos em funções mais alinhadas às demandas atuais, como as voltadas para a educação e a tecnologia da informação, sem impacto orçamentário adicional.
Transformação de cargos e modernização do serviço público
A reestruturação da administração pública é um dos aspectos mais relevantes da medida provisória 1286. O texto propõe a extinção de 14.989 cargos vagos e considerados obsoletos, substituindo-os por 15.670 novas funções, das quais 70% são destinadas ao setor educacional, especialmente para atender à expansão dos Institutos Federais de Educação. Essa transformação visa modernizar a máquina pública, tornando-a mais eficiente e adaptada às exigências de um serviço público contemporâneo. Além disso, foram criadas duas carreiras transversais, que podem atuar em diferentes órgãos e entidades federais, promovendo maior flexibilidade na gestão de recursos humanos.
Entre as novas funções criadas, destacam-se 10.930 cargos em comissão e funções de confiança na área da educação, além de 1.955 vagas em outras áreas estratégicas, como tecnologia da informação, infraestrutura e diplomacia. A maioria desses cargos é reservada exclusivamente para servidores efetivos, garantindo que a ocupação seja feita por profissionais já integrados ao funcionalismo. O governo também introduziu novos mecanismos de avaliação de desempenho e progressão funcional, com o objetivo de tornar as carreiras mais meritocráticas e alinhadas aos resultados esperados pela sociedade.
- Mudanças estruturais na administração pública:
- Extinção de 14.989 cargos obsoletos e criação de 15.670 novos cargos.
- Foco na educação, com 70% das novas vagas destinadas a Institutos Federais.
- Criação de carreiras transversais para maior flexibilidade na gestão.
- Novos critérios de avaliação de desempenho e progressão funcional.
Reajuste escalonado e valorização das carreiras
O reajuste salarial será implementado em duas etapas, com a primeira parcela já contemplada no pagamento de maio de 2025 e a segunda prevista para abril de 2026. O aumento médio acumulado entre 2023 e 2026 será de 27%, considerando os 9% concedidos em 2023. Em 2024, não houve reajuste salarial, mas o governo ajustou benefícios como auxílio-alimentação, que teve aumento de 52%, passando de R$ 458 para R$ 658, além de correções no auxílio-saúde (de R$ 144 para R$ 215) e no auxílio-creche (de R$ 321 para R$ 484,90). Essas medidas complementares buscaram mitigar as perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos.
A reestruturação das carreiras também inclui o alongamento das trajetórias profissionais, com 86% das carreiras passando a ter 20 níveis de progressão, em comparação com apenas 30% anteriormente. Essa mudança visa tornar o desenvolvimento profissional mais gradual e sustentável, incentivando a permanência dos servidores no setor público. Os cargos de alta liderança, como secretários-executivos e diretores, também receberam ajustes diferenciados, com remunerações alinhadas a percentuais do salário de ministro de Estado, variando de 31,10% a 68,84%. Essas correções buscam reduzir a defasagem histórica em relação aos cargos de assessoramento no Legislativo.
Negociações históricas e diálogo com o funcionalismo
As negociações que culminaram no reajuste de 2025 foram conduzidas ao longo de 2024, envolvendo 38 termos de acordo com diferentes categorias do funcionalismo. A retomada da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), criada em 2003 e interrompida em 2016, foi um marco decisivo para o diálogo com os servidores. Estruturada em três níveis — Mesa Central, Mesas Setoriais e Mesas Específicas e Temporárias —, a MNNP permitiu tratar de pautas gerais e específicas, resultando em acordos que abrangem 100% dos servidores federais. Esse processo foi o mais abrangente desde 2015, quando negociações semelhantes ocorreram no governo Dilma Rousseff.
O diálogo com as categorias enfrentou desafios, incluindo paralisações e greves em 2024, mas resultou em avanços significativos. Além dos reajustes salariais, os acordos incluíram a criação de novas carreiras, como a de Desenvolvimento Socioeconômico, a de Desenvolvimento das Políticas de Justiça e Defesa e a de Fiscalização da Comissão de Valores Mobiliárias, cada uma com 750 vagas a serem preenchidas via Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). Essas carreiras buscam atender a demandas específicas, como a modernização da segurança pública e o fortalecimento das políticas sociais.
- Marcos das negociações de 2024:
- Retomada da Mesa Nacional de Negociação Permanente.
- Acordos com 38 categorias, abrangendo todos os servidores.
- Criação de novas carreiras para áreas estratégicas.
- Resolução de demandas acumuladas desde 2015.

Impacto na educação e nos Institutos Federais
O setor educacional é um dos principais beneficiados pelas mudanças estruturais propostas na MP 1286. A criação de 10.930 cargos em comissão e funções de confiança destinadas aos Institutos Federais reflete o compromisso do governo com a expansão do ensino técnico e superior no Brasil. Esses cargos visam suprir as necessidades de 100 novos Institutos Federais, que estão sendo implementados para ampliar o acesso à educação de qualidade em regiões menos atendidas. A reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE) também fortalece a gestão e o funcionamento dessas instituições.
A priorização da educação nas transformações de cargos demonstra a intenção do governo de investir em áreas estratégicas para o desenvolvimento do país. Os novos cargos incluem funções administrativas, técnicas e de apoio, que serão ocupadas majoritariamente por servidores efetivos, garantindo a continuidade e a qualidade dos serviços prestados. Além disso, a criação de carreiras transversais permite que profissionais da educação atuem em diferentes órgãos, promovendo a integração de políticas públicas e a eficiência na alocação de recursos humanos.
Ajustes salariais para cargos de liderança
Os cargos de alta liderança no Executivo Federal também foram contemplados com ajustes salariais específicos, visando corrigir defasagens acumuladas ao longo dos anos. A MP 1286 estabelece que, a partir de 2026, as remunerações de cargos como secretário-executivo, secretário nacional, diretor e coordenador-geral serão calculadas com base em percentuais do salário de ministro de Estado. Essa medida busca tornar essas posições mais atrativas e competitivas em relação aos cargos de assessoramento no Legislativo, que já passaram por correções em 2025.
A defasagem nos cargos de liderança foi identificada em estudos realizados desde 2015, que apontaram uma disparidade significativa em relação a outras esferas do poder público. Com os novos ajustes, o governo espera valorizar os profissionais que ocupam posições estratégicas, incentivando a retenção de talentos e a melhoria na gestão pública. No entanto, a remuneração desses cargos respeita o teto constitucional, com servidores recebendo 60% do valor estabelecido para funções comissionadas.
- Ajustes para cargos de liderança:
- Secretário-executivo: 68,84% do salário de ministro de Estado.
- Secretário nacional: 60,27%.
- Diretor: 43,84%.
- Coordenador-geral: 31,10%.
Cronograma de implementação do reajuste
O pagamento do reajuste salarial segue um cronograma bem definido, que considera as exigências legais e fiscais do país. A MP 1286, publicada em 31 de dezembro de 2024, entrou em vigor em 1º de janeiro de 2025, mas o pagamento efetivo dependia da aprovação da LOA, que ocorreu em 10 de abril. Com a sanção presidencial, o governo confirmou que os valores retroativos a janeiro seriam pagos em 2 de maio, incluindo os montantes referentes a abril. A segunda etapa do reajuste está programada para abril de 2026, com impacto orçamentário estimado em R$ 8,5 bilhões.
- Cronograma do reajuste:
- Janeiro de 2025: Início da validade dos reajustes (retroativo).
- 10 de abril de 2025: Aprovação da LOA pelo Congresso.
- 2 de maio de 2025: Pagamento da primeira parcela, com retroativos.
- Abril de 2026: Implementação da segunda parcela do reajuste.
Benefícios para aposentados e pensionistas
Os aposentados e pensionistas do serviço público federal também são diretamente beneficiados pelo reajuste salarial. Como parte dos acordos firmados em 2024, o governo garantiu que 100% desses grupos seriam contemplados, assegurando a paridade entre servidores ativos e inativos. Essa medida é especialmente relevante em um contexto de inflação acumulada, que impacta o poder de compra de aposentados e pensionistas. O acesso aos valores reajustados pode ser feito por meio do SouGov, que oferece uma interface simplificada para consulta de contracheques e benefícios.
A inclusão de aposentados e pensionistas nos acordos reflete o compromisso do governo com a valorização de todos os segmentos do funcionalismo. Muitos desses servidores enfrentaram anos sem reajustes significativos, especialmente entre 2016 e 2022, período em que a inflação corroeu os rendimentos. Com o aumento médio acumulado de 27% até 2026, o governo busca recompor parte dessas perdas, promovendo maior segurança financeira para esses grupos.
Desafios na tramitação legislativa
A implementação do reajuste enfrentou desafios relacionados à tramitação legislativa. A MP 1286, embora tenha força de lei desde sua publicação, precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias para se tornar definitiva. Para evitar a expiração da medida, o governo enviou um projeto de lei substitutivo, que reúne os pontos acordados nas negociações de 2024. A aprovação da LOA, que ocorreu em abril de 2025, foi um passo crucial para viabilizar o pagamento, mas a análise do projeto de lei ainda está em andamento, com prazo até 2 de junho.
O atraso na votação da LOA, que ficou para 2025 devido ao recesso parlamentar, gerou críticas de entidades representativas dos servidores. Sindicatos como a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) apontaram que o adiamento reflete a falta de prioridade do Congresso em relação às pautas do funcionalismo. Apesar disso, o governo trabalhou para garantir que os valores retroativos fossem pagos em uma única parcela, minimizando os impactos do atraso para os servidores.
Avanços na avaliação de desempenho
A MP 1286 também introduz novos mecanismos de avaliação de desempenho, que serão usados como critério para progressão e promoção nas carreiras. Esses mecanismos buscam aumentar a transparência e o reconhecimento dos esforços individuais dos servidores, alinhando a gestão de pessoas aos objetivos estratégicos do governo. A ministra Esther Dweck destacou que a implementação de um sistema robusto de avaliação é uma das prioridades do MGI, com o objetivo de promover um serviço público mais eficiente e voltado para resultados.
Os novos critérios de avaliação incluem indicadores de desempenho individual e coletivo, que serão aplicados de forma gradual a partir de 2025. Essa iniciativa é parte do Sistema de Desenvolvimento de Carreiras (Sidec), que busca modernizar a gestão de recursos humanos no setor público. A expectativa é que o sistema incentive a meritocracia e a capacitação contínua, contribuindo para a melhoria da qualidade dos serviços prestados à população.
- Objetivos da nova avaliação de desempenho:
- Aumentar a transparência na progressão funcional.
- Reconhecer o desempenho individual e coletivo.
- Alinhar as carreiras aos resultados esperados pela sociedade.
- Promover a capacitação contínua dos servidores.
Contexto econômico e perspectivas para 2026
O reajuste salarial ocorre em um momento de recuperação econômica, com o Brasil registrando a criação de 71,5 mil empregos formais em março de 2025, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Embora esse número seja o menor para o mês desde 2020, ele reflete a continuidade do crescimento do mercado de trabalho. Nesse contexto, o aumento dos servidores federais é visto como um estímulo à economia, já que os recursos injetados nos salários tendem a circular em bens e serviços, beneficiando diversos setores.
Para 2026, o governo projeta um cenário de maior estabilidade fiscal, com o impacto do reajuste reduzido para R$ 8,5 bilhões. A manutenção da despesa com pessoal em cerca de 2,6% do PIB é um indicativo de que as medidas adotadas estão dentro dos limites do arcabouço fiscal. Além disso, a continuidade das negociações com as categorias, por meio da MNNP, deve garantir que novas demandas sejam atendidas de forma planejada, evitando conflitos e paralisações no futuro.
Impacto social do reajuste
O reajuste salarial dos servidores federais tem implicações que vão além da esfera econômica. Ao valorizar o funcionalismo, o governo busca melhorar a qualidade dos serviços públicos, que impactam diretamente a vida da população. Servidores mais motivados e bem remunerados tendem a oferecer atendimentos mais eficientes, seja na saúde, na educação ou na segurança pública. Esse aspecto é especialmente relevante em áreas como os Institutos Federais, onde a expansão das vagas deve ampliar o acesso à educação técnica para milhares de jovens.
Além disso, o aumento salarial contribui para a redução das desigualdades dentro do próprio funcionalismo. As correções diferenciadas, com maior impacto nos cargos de topo e de liderança, buscam equilibrar a estrutura remuneratória, tornando as carreiras públicas mais atrativas para profissionais qualificados. Esse movimento é essencial para atrair e reter talentos em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
Ajustes nos benefícios e recomposição de perdas
Os ajustes nos benefícios implementados em 2024 complementam o reajuste salarial de 2025, formando um pacote de medidas para recompor as perdas inflacionárias acumuladas. O aumento de 52% no auxílio-alimentação, por exemplo, foi um passo importante para aliviar a pressão financeira sobre os servidores, especialmente aqueles em início de carreira. Da mesma forma, as correções no auxílio-saúde e no auxílio-creche atenderam a demandas históricas do funcionalismo, que enfrentou sete anos sem reajustes salariais significativos entre 2016 e 2022.
A recomposição das perdas inflacionárias é um dos principais objetivos dos acordos firmados em 2024. Segundo cálculos do governo, o reajuste médio de 27% até 2026 garante não apenas a manutenção do poder de compra, mas também um aumento real para a maioria das categorias. Essa conquista é resultado de um diálogo contínuo com as entidades representativas, que pressionaram por melhores condições de trabalho e remuneração ao longo dos últimos anos.
- Benefícios ajustados em 2024:
- Auxílio-alimentação: de R$ 458 para R$ 658 (aumento de 52%).
- Auxílio-saúde: de R$ 144 para R$ 215 (aumento de 49,30%).
- Auxílio-creche: de R$ 321 para R$ 484,90 (aumento de 51,05%).
Planejamento financeiro para servidores
O reajuste salarial representa uma oportunidade para os servidores federais reorganizarem suas finanças e planejarem o futuro. Com o aumento da renda mensal, muitos profissionais podem considerar a criação de uma reserva financeira para emergências, como despesas médicas ou reparos inesperados. Especialistas recomendam que essa reserva cubra de três a seis meses de despesas, garantindo maior segurança em momentos de instabilidade.
Outra possibilidade é o uso do aumento para quitar dívidas com juros elevados, como cartão de crédito ou cheque especial. A substituição dessas dívidas por um empréstimo consignado, que oferece taxas mais baixas, pode gerar economias significativas. Além disso, o reajuste amplia a margem consignável de muitos servidores, permitindo a contratação de novos empréstimos com condições mais vantajosas. Para quem busca investir, opções como fundos de investimento ou ações podem ser consideradas, desde que alinhadas aos objetivos de longo prazo, como a compra de um imóvel ou a aposentadoria.
- Dicas para planejar as finanças com o reajuste:
- Crie uma reserva de emergência para cobrir imprevistos.
- Priorize o pagamento de dívidas com juros altos.
- Considere empréstimos consignados para substituir dívidas caras.
- Planeje investimentos de longo prazo para alcançar metas financeiras.
Expansão do Concurso Público Nacional Unificado
A criação de novas carreiras e cargos prevista na MP 1286 será acompanhada pela realização de uma nova edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). As carreiras de Desenvolvimento Socioeconômico e de Desenvolvimento das Políticas de Justiça e Defesa, com 750 vagas cada, serão preenchidas por meio desse certame, que também contemplará outras funções estratégicas, como analista de tecnologia da informação (450 vagas) e analista de infraestrutura (150 vagas). O CPNU é uma iniciativa inovadora que unifica a seleção de servidores para diferentes órgãos, reduzindo custos e aumentando a eficiência do processo seletivo.
A homologação dos resultados do CPNU, especialmente para cargos de nível médio, está prevista para o final de março ou início de abril de 2025, permitindo que os aprovados sejam convocados rapidamente. A ministra Esther Dweck destacou que a aprovação da LOA foi essencial para viabilizar essas convocações, garantindo que os novos servidores reforcem a capacidade da administração pública em áreas prioritárias. A expectativa é que o concurso atraia milhares de candidatos, reforçando o papel do serviço público como uma carreira estável e valorizada.
Compromisso com a valorização do servidor
O reajuste salarial de 2025 é um reflexo do compromisso do governo com a valorização do servidor público, que desempenha um papel central na execução das políticas públicas. A retomada do diálogo com as categorias, a modernização das carreiras e a introdução de novos mecanismos de avaliação de desempenho são passos concretos para fortalecer o funcionalismo e melhorar a qualidade dos serviços oferecidos à população. A ministra Esther Dweck reforçou que essas medidas fazem parte de um projeto maior de transformação do Estado, que busca aliar eficiência administrativa a justiça social.
Com o pagamento do reajuste em maio de 2025 e a perspectiva de novos avanços em 2026, o governo sinaliza que o fortalecimento do serviço público é uma prioridade estratégica. A expectativa é que as mudanças implementadas nos próximos anos contribuam para a construção de uma administração pública mais moderna, inclusiva e alinhada às necessidades da sociedade brasileira.
