Quantas coisas podem ser ditas em uma simples música? Uma única canção pode conter crítica social, reflexão pessoal, criação coletiva, mensagem motivacional e reverência à ancestralidade? Uma composição pode contar, ao mesmo tempo, a história de uma, cinco ou muitas outras mulheres? Basta ouvir o novo single da compositora e multi-instrumentista Femark, “Passarinha”, para constatar que sim.
A faixa surgiu, inicialmente, no contexto da divulgação de dados alarmantes levantados pela UBC, um dos principais órgãos de arrecadação e distribuição de direitos autorais no Brasil. Segundo a entidade, mulheres receberam apenas 10% da receita de direitos autorais distribuída em 2024. Além disso, apenas 17% das pessoas cadastradas na base da UBC são mulheres. E dentre os 100 associados com maior rendimento, apenas 13 são do sexo feminino. Além disso, a região Sudeste concentra 61% das artistas cadastradas na UBC, enquanto apenas 16% são nordestinas.
A partir dessa provocação, a artista se reuniu com outras cinco compositoras de diferentes estados – Bela, Emma, Concê, GAÊ e Gabi Terreiro, de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro – em um camp de composição do qual saíram seis músicas, entre elas “Passarinha”. Além do processo criativo em si, toda a cadeia produtiva até o som chegar a seus ouvidos, com outros produtos periféricos, é cem por cento feminina, incluindo um documentário que será lançado em 4 de maio.
Para além do caráter inovador, combativo e exemplar do projeto, a canção foi concebida por meio de uma experiência em que as compositoras tiveram que imergir em uma investigação sobre as mulheres de sua árvore genealógica – incluindo, é claro, Femark, que dedica a canção à mãe, faz as pazes com as turbulências das relações intergeracionais, reverencia o caminho trilhado pelas que vieram antes e abre trilhas para as mulheres do futuro. Ufa!
Isso é só o que estamos dizendo. Com certeza, um mar infinito de interpretações pode imergir da sua audição da música, que recomendamos fortemente. Por ora, aprecie a excelente entrevista que a artista concedeu ao nosso portal logo após ouvir o single a seguir!
Continua após o vídeo
Como surgiu a inspiração para o tema de Passarinha?
Femark: Ao longo da minha vida, eu vivi um processo de ressignificação muito grande da minha relação com a minha mãe. Quando eu era mais nova, a gente não se dava tão bem, e por muito tempo eu fui atrás de autoconhecimento pra entender como melhorar essa relação, e por quê isso acontecia. Mas conforme fui caminhando os passos que ela tinha caminhado na vida, e atingindo uma idade parecida com a idade que ela tinha quando me teve, consegui entender muito mais a vivência dela. Ao longo desse tempo, sinto que nós crescemos juntas. Esse processo de ressignificação foi minha inspiração pra Passarinha, que acabou me legando também caminhos de muita investigação do meu feminino. Porque, querendo ou não, a mãe é a nossa primeira e grande representação do feminino. Tentando entender o meu feminino, eu olhei muito pra essa relação e pras mulheres que vieram antes de nós – minha vó, minha bisavó. Essa investigação da minha árvore genealógica me fez perceber o quanto as atitudes que eu tinha eram repetições de um ciclo, de coisas que se repetiam na minha família, e que eu não necessariamente queria, enquanto havia outras que eu queria perpetuar. Passarinha vem dessa investigação e contato com a ancestralidade.
Como foi a experiência de compor a tantas mãos, com tantas mulheres incríveis de uma nova geração da música?
Femark: Foi incrível, porque tinha mulheres de origens muito diferentes no ambiente. A gente tá falando de três estados brasileiros, mas também muitos outros, que não eram necessariamente o lugar onde elas nasceram, mas onde já viveram. Além disso, cada uma teve condições financeiras diferentes ao longo da vida, orientações sexuais diferentes. Então essa riqueza de repertório foi essencial pra construir uma música que, no final, acho que não contou literalmente a história de nenhuma de nós, mas foi uma grande junção e conexão de tudo que a gente sentia. Além da experiência pessoal de cada uma, teve muita riqueza no fato de cada uma ter uma área da música que gostava mais, desde o rap até a nova MPB e o pop. Essa grande junção de habilidades e talentos trouxe uma fortuna para Passarinha.
E como foi essa vivência de explorar a árvore genealógica de cada uma?
Femark: A gente se juntou numa casa de campo que foi construída pela minha avó, que foi uma das grandes inspirações pra mim e pra essa música. Lá, a gente desenhou, cada uma, a própria árvore genealógica feminina, tentando, ao longo desse desenho, ir se concentrando no nome de cada uma dessas mulheres, pensando em quem elas foram, no que a gente carrega delas, tanto coisas que a gente honra e quer passar adiante quanto padrões que não queríamos continuar. Depois de escrever tudo isso, a gente compartilhou o que sentiu e pensou e, depois, queimamos em uma lareira o papel com tudo aquilo que a gente queria encerrar. Foi o começo do fim de alguns ciclos.
Toda essa vivência ajudou a gente a ter um vocabulário em comum pra falar desse assunto, a criar uma conexão mesmo entre realidades tão distintas, e relações tão distintas que cada mulher carregava com sua mãe. Foi muito importante deixar todo mundo na mesma página e, no final, eu sinto que a música não refletiu cem por cento da história de ninguém, foi uma grande junção de histórias e visões sobre o passado para entender o presente e criar um futuro mais intencional.
Nesse futuro, em um campo mais prático, o que você acha que deve ser feito para erradicar as desigualdades que ainda existem na indústria musical, sobretudo no que diz respeito ao registro de obras e recebimento de direitos autorais?
Femark: Eu acho que muitas ações precisam ser tomadas pra que, de fato, a gente consiga transformar essa realidade do mercado musical em um ambiente cada vez mais igualitário e equitativo para homens e mulheres. Mas uma das coisas que eu tentei fazer em Passarinha, e que eu acho um movimento interessante, é trazer mais referências femininas, colocá-las em evidência e em cargos que normalmente são ocupados por homens, pra que meninas e mulheres olhem pra isso e pelo menos ousem sonhar em ter essa posição, para que comecem a trilhar um caminho a partir de uma vontade que às vezes nem existe por a gente não se imaginar naquela posição. Tem um livro chamado Hábitos atômicos [de James Clear], que eu li recentemente, que diz que a gente tende a imitar a grande massa, quem tá no poder ou as pessoas mais próximas. E a grande massa, hoje, na indústria da música, não é ocupada por mulheres, como mostra essa pesquisa da UBC. Muito menos quem está no poder. E nem toda mulher tem o privilégio de nascer em um família de musicistas mulheres. E se a gente não vê mulheres no mercado musical, meninas e mulheres provavelmente nem vão começar a sonhar com essa ocupação. Então eu acho que fazer trabalhos afirmativamente femininos, mesmo que eles custem mais tempo e esforço, pode fazer com que outras meninas e mulheres sonhem, além de fortalecer quem já tá no corre.
Sua nova canção tem várias camadas, desde uma reflexão sobre a ancestralidade até questões políticas e a desconstrução dos clichês sobre a feminilidade. Como coube tanta coisa em uma música só?
Femark: Acho muito curiosa essa pergunta, e eu vejo o quanto a arte consegue expressar coisas que a gente não consegue em uma forma de comunicação comum. Eu me vejo nesse desafio sempre – quando vou divulgar a música, por exemplo – de explicar tudo que ela é: um projeto feito cem por cento por mulheres, uma música dedicada à minha mãe, feita num camp, em que a gente mergulhou em tantos sentidos na nossa ancestralidade. Então ela carrega muita coisa, e eu acho que essa é a beleza da arte: conseguir expressar em poucas frases, e também no silêncio e nas melodias, coisas que são muito mais difíceis de explicar de forma lógica quando estamos falando ou escrevendo.
Outra coisa que chama atenção é que, apesar de tratar de temas fortes, a música tem uma certa leveza, passa uma certa paz. Isso é algo paradoxal, ou as duas coisas andam juntas?
Femark: Eu acho muito interessante essa pergunta, também. Olhar pra música como uma coisa forte e ao mesmo tempo leve remete a um paralelo com o feminino. Coisas leves e delicadas muitas vezes são enxergadas como ingênuas ou, talvez, menos potentes, quando na verdade existe muita força nesse lugar, que não vem da agressividade, da força física ou do volume. Esta música se encontra em um lugar de serenidade e, por mais que fale de um tema forte, fala também da constatação do quanto, depois de caminhar muito e olhar muito pra uma história difícil, é possível enxergar beleza nela e compreender coisas que talvez não víssemos antes.
Pra finalizar, que recado você daria para tantas compositoras que estão por aí enfrentando várias lutas e incertezas para levar sua arte a adiante?
Femark: Eu diria para procurarem conexões com pessoas que tenham sonhos semelhantes, redes de apoio, femininas, principalmente, porque juntas a gente consegue muito mais. Sei que parece uma frase clichê, mas acho que Passarinha é uma prova de que, ao olharmos para nós mesmas, encontramos muitos pontos de fragilidade, seja uma carência financeira, de tempo, de habilidade em alguma área especifica. Às vezes você é uma ótima cantora, mas não toca violão. Ou uma ótima compositora, mas ainda não se sente segura para cantar. Mas quando nos juntamos com pessoas complementares, conseguimos trazer projetos incríveis à tona, e a gente não consegue fazer tudo sozinha. Se for pra esperar desenvolver tudo que a gente precisa pra caminhar, a gente vai passar uma vida inteira sem dar a cara a tapa. Então dá a cara a tapa e se junta com quem tem um sonho parecido, porque essa união realmente faz a força, por mais clichê que possa parecer.
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Quantas coisas podem ser ditas em uma simples música? Uma única canção pode conter crítica social, reflexão pessoal, criação coletiva, mensagem motivacional e reverência à ancestralidade? Uma composição pode contar, ao mesmo tempo, a história de uma, cinco ou muitas outras mulheres? Basta ouvir o novo single da compositora e multi-instrumentista Femark, “Passarinha”, para constatar que sim.
A faixa surgiu, inicialmente, no contexto da divulgação de dados alarmantes levantados pela UBC, um dos principais órgãos de arrecadação e distribuição de direitos autorais no Brasil. Segundo a entidade, mulheres receberam apenas 10% da receita de direitos autorais distribuída em 2024. Além disso, apenas 17% das pessoas cadastradas na base da UBC são mulheres. E dentre os 100 associados com maior rendimento, apenas 13 são do sexo feminino. Além disso, a região Sudeste concentra 61% das artistas cadastradas na UBC, enquanto apenas 16% são nordestinas.
A partir dessa provocação, a artista se reuniu com outras cinco compositoras de diferentes estados – Bela, Emma, Concê, GAÊ e Gabi Terreiro, de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro – em um camp de composição do qual saíram seis músicas, entre elas “Passarinha”. Além do processo criativo em si, toda a cadeia produtiva até o som chegar a seus ouvidos, com outros produtos periféricos, é cem por cento feminina, incluindo um documentário que será lançado em 4 de maio.
Para além do caráter inovador, combativo e exemplar do projeto, a canção foi concebida por meio de uma experiência em que as compositoras tiveram que imergir em uma investigação sobre as mulheres de sua árvore genealógica – incluindo, é claro, Femark, que dedica a canção à mãe, faz as pazes com as turbulências das relações intergeracionais, reverencia o caminho trilhado pelas que vieram antes e abre trilhas para as mulheres do futuro. Ufa!
Isso é só o que estamos dizendo. Com certeza, um mar infinito de interpretações pode imergir da sua audição da música, que recomendamos fortemente. Por ora, aprecie a excelente entrevista que a artista concedeu ao nosso portal logo após ouvir o single a seguir!
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Como surgiu a inspiração para o tema de Passarinha?
Femark: Ao longo da minha vida, eu vivi um processo de ressignificação muito grande da minha relação com a minha mãe. Quando eu era mais nova, a gente não se dava tão bem, e por muito tempo eu fui atrás de autoconhecimento pra entender como melhorar essa relação, e por quê isso acontecia. Mas conforme fui caminhando os passos que ela tinha caminhado na vida, e atingindo uma idade parecida com a idade que ela tinha quando me teve, consegui entender muito mais a vivência dela. Ao longo desse tempo, sinto que nós crescemos juntas. Esse processo de ressignificação foi minha inspiração pra Passarinha, que acabou me legando também caminhos de muita investigação do meu feminino. Porque, querendo ou não, a mãe é a nossa primeira e grande representação do feminino. Tentando entender o meu feminino, eu olhei muito pra essa relação e pras mulheres que vieram antes de nós – minha vó, minha bisavó. Essa investigação da minha árvore genealógica me fez perceber o quanto as atitudes que eu tinha eram repetições de um ciclo, de coisas que se repetiam na minha família, e que eu não necessariamente queria, enquanto havia outras que eu queria perpetuar. Passarinha vem dessa investigação e contato com a ancestralidade.
Como foi a experiência de compor a tantas mãos, com tantas mulheres incríveis de uma nova geração da música?
Femark: Foi incrível, porque tinha mulheres de origens muito diferentes no ambiente. A gente tá falando de três estados brasileiros, mas também muitos outros, que não eram necessariamente o lugar onde elas nasceram, mas onde já viveram. Além disso, cada uma teve condições financeiras diferentes ao longo da vida, orientações sexuais diferentes. Então essa riqueza de repertório foi essencial pra construir uma música que, no final, acho que não contou literalmente a história de nenhuma de nós, mas foi uma grande junção e conexão de tudo que a gente sentia. Além da experiência pessoal de cada uma, teve muita riqueza no fato de cada uma ter uma área da música que gostava mais, desde o rap até a nova MPB e o pop. Essa grande junção de habilidades e talentos trouxe uma fortuna para Passarinha.
E como foi essa vivência de explorar a árvore genealógica de cada uma?
Femark: A gente se juntou numa casa de campo que foi construída pela minha avó, que foi uma das grandes inspirações pra mim e pra essa música. Lá, a gente desenhou, cada uma, a própria árvore genealógica feminina, tentando, ao longo desse desenho, ir se concentrando no nome de cada uma dessas mulheres, pensando em quem elas foram, no que a gente carrega delas, tanto coisas que a gente honra e quer passar adiante quanto padrões que não queríamos continuar. Depois de escrever tudo isso, a gente compartilhou o que sentiu e pensou e, depois, queimamos em uma lareira o papel com tudo aquilo que a gente queria encerrar. Foi o começo do fim de alguns ciclos.
Toda essa vivência ajudou a gente a ter um vocabulário em comum pra falar desse assunto, a criar uma conexão mesmo entre realidades tão distintas, e relações tão distintas que cada mulher carregava com sua mãe. Foi muito importante deixar todo mundo na mesma página e, no final, eu sinto que a música não refletiu cem por cento da história de ninguém, foi uma grande junção de histórias e visões sobre o passado para entender o presente e criar um futuro mais intencional.
Nesse futuro, em um campo mais prático, o que você acha que deve ser feito para erradicar as desigualdades que ainda existem na indústria musical, sobretudo no que diz respeito ao registro de obras e recebimento de direitos autorais?
Femark: Eu acho que muitas ações precisam ser tomadas pra que, de fato, a gente consiga transformar essa realidade do mercado musical em um ambiente cada vez mais igualitário e equitativo para homens e mulheres. Mas uma das coisas que eu tentei fazer em Passarinha, e que eu acho um movimento interessante, é trazer mais referências femininas, colocá-las em evidência e em cargos que normalmente são ocupados por homens, pra que meninas e mulheres olhem pra isso e pelo menos ousem sonhar em ter essa posição, para que comecem a trilhar um caminho a partir de uma vontade que às vezes nem existe por a gente não se imaginar naquela posição. Tem um livro chamado Hábitos atômicos [de James Clear], que eu li recentemente, que diz que a gente tende a imitar a grande massa, quem tá no poder ou as pessoas mais próximas. E a grande massa, hoje, na indústria da música, não é ocupada por mulheres, como mostra essa pesquisa da UBC. Muito menos quem está no poder. E nem toda mulher tem o privilégio de nascer em um família de musicistas mulheres. E se a gente não vê mulheres no mercado musical, meninas e mulheres provavelmente nem vão começar a sonhar com essa ocupação. Então eu acho que fazer trabalhos afirmativamente femininos, mesmo que eles custem mais tempo e esforço, pode fazer com que outras meninas e mulheres sonhem, além de fortalecer quem já tá no corre.
Sua nova canção tem várias camadas, desde uma reflexão sobre a ancestralidade até questões políticas e a desconstrução dos clichês sobre a feminilidade. Como coube tanta coisa em uma música só?
Femark: Acho muito curiosa essa pergunta, e eu vejo o quanto a arte consegue expressar coisas que a gente não consegue em uma forma de comunicação comum. Eu me vejo nesse desafio sempre – quando vou divulgar a música, por exemplo – de explicar tudo que ela é: um projeto feito cem por cento por mulheres, uma música dedicada à minha mãe, feita num camp, em que a gente mergulhou em tantos sentidos na nossa ancestralidade. Então ela carrega muita coisa, e eu acho que essa é a beleza da arte: conseguir expressar em poucas frases, e também no silêncio e nas melodias, coisas que são muito mais difíceis de explicar de forma lógica quando estamos falando ou escrevendo.
Outra coisa que chama atenção é que, apesar de tratar de temas fortes, a música tem uma certa leveza, passa uma certa paz. Isso é algo paradoxal, ou as duas coisas andam juntas?
Femark: Eu acho muito interessante essa pergunta, também. Olhar pra música como uma coisa forte e ao mesmo tempo leve remete a um paralelo com o feminino. Coisas leves e delicadas muitas vezes são enxergadas como ingênuas ou, talvez, menos potentes, quando na verdade existe muita força nesse lugar, que não vem da agressividade, da força física ou do volume. Esta música se encontra em um lugar de serenidade e, por mais que fale de um tema forte, fala também da constatação do quanto, depois de caminhar muito e olhar muito pra uma história difícil, é possível enxergar beleza nela e compreender coisas que talvez não víssemos antes.
Pra finalizar, que recado você daria para tantas compositoras que estão por aí enfrentando várias lutas e incertezas para levar sua arte a adiante?
Femark: Eu diria para procurarem conexões com pessoas que tenham sonhos semelhantes, redes de apoio, femininas, principalmente, porque juntas a gente consegue muito mais. Sei que parece uma frase clichê, mas acho que Passarinha é uma prova de que, ao olharmos para nós mesmas, encontramos muitos pontos de fragilidade, seja uma carência financeira, de tempo, de habilidade em alguma área especifica. Às vezes você é uma ótima cantora, mas não toca violão. Ou uma ótima compositora, mas ainda não se sente segura para cantar. Mas quando nos juntamos com pessoas complementares, conseguimos trazer projetos incríveis à tona, e a gente não consegue fazer tudo sozinha. Se for pra esperar desenvolver tudo que a gente precisa pra caminhar, a gente vai passar uma vida inteira sem dar a cara a tapa. Então dá a cara a tapa e se junta com quem tem um sonho parecido, porque essa união realmente faz a força, por mais clichê que possa parecer.
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