A noite de 2 de março de 2025 ficará marcada na história do cinema não apenas pelas conquistas da 97ª edição do Oscar, mas também pelo impacto de Emilia Pérez, filme francês que levou duas estatuetas em meio a 13 indicações. Dirigido por Jacques Audiard, o longa chamou atenção pela trama inovadora, que mistura drama e musical para narrar a transformação de uma chefe de cartel mexicana em transição de gênero. Após a cerimônia, Madonna, uma das figuras mais influentes da cultura pop, declarou a produção como seu “filme favorito” da temporada, reacendendo os holofotes sobre a obra e sua protagonista, Karla Sofía Gascón. A espanhola, primeira mulher trans indicada ao Oscar de Melhor Atriz, celebrou o apoio da cantora com uma foto emocionante das duas se abraçando, publicada nas redes sociais dias depois, em 6 de março. O endosso da diva pop veio em um momento delicado, após meses de controvérsias que quase ofuscaram o brilho da campanha do filme, mas que não impediram seu sucesso parcial na premiação realizada no Dolby Theatre, em Los Angeles.
Karla Sofía Gascón, de 52 anos, viu sua trajetória ganhar contornos históricos com a indicação, mas também enfrentou críticas severas por postagens antigas no X, reveladas no início de 2025, que incluíam comentários considerados racistas e xenofóbicos. Apesar do afastamento temporário da campanha promocional pela Netflix, distribuidora do filme nos Estados Unidos, ela esteve presente na cerimônia e agradeceu publicamente o suporte recebido, especialmente de Madonna.
O filme, que já havia sido aplaudido no Festival de Cannes em maio de 2024, consolidou-se como um marco na temporada de premiações, com vitórias em Melhor Atriz Coadjuvante para Zoe Saldaña e Melhor Canção Original para “El Mal”. A combinação de polêmica, representatividade e apoio de peso transformou Emilia Pérez em um dos assuntos mais debatidos de 2025.

Trajetória de Karla Sofía Gascón sob os refletores
Karla Sofía Gascón entrou para a história do Oscar ao se tornar a primeira mulher trans indicada na categoria de Melhor Atriz, mas sua jornada até o palco do Dolby Theatre foi tudo menos tranquila. Nascida em Madrid, na Espanha, a atriz construiu uma carreira sólida em novelas mexicanas antes de dar um salto para o cinema internacional com Emilia Pérez. Sua interpretação de Manitas, uma líder de cartel que se transforma em Emilia após a transição de gênero, foi elogiada por críticos desde a estreia do filme em Cannes. No entanto, em janeiro de 2025, postagens suas no X, datadas de 2020 e 2021, ressurgiram, trazendo à tona declarações controversas sobre temas como a morte de George Floyd, a presença de muçulmanos na Europa e a diversidade em Hollywood. A reação foi imediata: enquanto alguns fãs defendiam seu direito de expressão, outros pediam seu cancelamento, acusando-a de racismo e xenofobia.
Diante do escândalo, Karla emitiu um pedido de desculpas formal, reconhecendo o peso de suas palavras e destacando sua própria experiência como parte de uma minoria. “Eu sei o que é ser marginalizada e jamais quis causar esse tipo de dor”, afirmou em comunicado. A Netflix, que inicialmente investiu pesado na campanha do filme, optou por cortar o financiamento para a participação da atriz em eventos promocionais, como o SAG Awards, realizado em fevereiro. Mesmo assim, ela conseguiu comparecer ao Oscar, financiada por outros meios, e foi vista interagindo com colegas como Selena Gomez e Benny Blanco durante a cerimônia. O apoio de Madonna, manifestado dias depois, trouxe um novo fôlego à sua imagem, com a foto do abraço entre as duas viralizando e acumulando milhares de curtidas.
A relação com a equipe do filme também passou por altos e baixos. Jacques Audiard, diretor de Emilia Pérez, chegou a criticar Karla publicamente semanas antes do Oscar, descrevendo-a como alguém em um “processo autodestrutivo”. No entanto, durante o BAFTA, em 16 de fevereiro, ele mudou o tom ao incluí-la em seu discurso de agradecimento pelo prêmio de Melhor Filme em Língua Não Inglesa, chamando-a de “minha querida Karla”. Esse gesto, somado ao respaldo de Madonna, sugere uma tentativa de reparação em meio a uma campanha marcada por tensões.
Polêmica não apaga brilho das conquistas no Oscar
O sucesso de Emilia Pérez no Oscar, com duas vitórias em 13 indicações, reflete a força de uma produção que soube se destacar apesar dos desafios. Zoe Saldaña, premiada como Melhor Atriz Coadjuvante por sua interpretação de Rita, uma advogada durona que ajuda na transformação de Emilia, levou um dos momentos mais celebrados da noite. A atriz, conhecida por papéis em franquias como Avatar e Guardiões da Galáxia, já havia vencido o Globo de Ouro e o Critics Choice na mesma categoria, consolidando seu favoritismo. Sua vitória foi um ponto alto para o filme, que também conquistou Melhor Canção Original com “El Mal”, composta por Camille Dalmais e Clément Ducol, uma peça que captura a essência emocional da narrativa.
Selena Gomez, que interpreta Jessi, a esposa de Manitas, também brilhou no longa, embora não tenha recebido uma indicação individual. Sua presença na cerimônia, ao lado do namorado Benny Blanco, reforçou o apoio ao projeto, e ela foi uma das primeiras a cumprimentar Zoe no palco após o anúncio da vitória. A campanha do filme, inicialmente centrada em Karla como símbolo de representatividade, precisou se adaptar após as polêmicas, dando mais destaque às atuações de Saldaña e à direção de Audiard. Mesmo assim, a obra manteve sua relevância, especialmente entre votantes europeus, que a premiaram no BAFTA e em outros eventos.
Karla, por sua vez, não levou a estatueta de Melhor Atriz, superada por Mikey Madison, de Anora. Após a derrota, ela parabenizou a vencedora nas redes sociais, expressando o desejo de conhecê-la pessoalmente. Sua presença na festa pós-Oscar organizada por Madonna, realizada na noite do dia 2, foi um sinal de que, apesar dos contratempos, ela ainda encontra respaldo em Hollywood. A Netflix, embora tenha reduzido o apoio promocional, viu o filme alcançar um público significativo após o evento, com números de streaming crescendo na semana seguinte à premiação.
Cronograma detalhado da ascensão de Emilia Pérez
A trajetória de Emilia Pérez é marcada por uma sequência de eventos que mostram tanto seu sucesso quanto os obstáculos enfrentados. Veja os principais marcos:
- Maio de 2024: Estreia mundial no Festival de Cannes, com o filme recebendo o Prêmio do Júri e aplausos de pé.
- Agosto de 2024: Lançamento comercial na França, seguido por exibições em festivais como Toronto e San Sebastián.
- Janeiro de 2025: Anúncio das 13 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Direção e Atriz.
- Fevereiro de 2025: Ressurgimento das postagens polêmicas de Karla, levando a uma crise na campanha.
- 16 de fevereiro de 2025: Vitória no BAFTA como Melhor Filme em Língua Não Inglesa, com Audiard mencionando Karla no discurso.
- 2 de março de 2025: Oscar consagra o filme com duas estatuetas, mas Karla perde para Mikey Madison.
- 6 de março de 2025: Madonna declara Emilia Pérez seu filme favorito, e Karla agradece o apoio.
Esses momentos ilustram como a produção navegou entre aclamação e controvérsia, mantendo-se no centro das atenções.
Bastidores revelam preparação intensa do elenco
Por trás do sucesso de Emilia Pérez, há uma história de dedicação e desafios nos bastidores. Karla Sofía Gascón passou por um treinamento vocal rigoroso para dar vida a Manitas e Emilia, personagens que exigiam nuances distintas em canto e atuação. A atriz, que já tinha experiência em teatro musical, trabalhou com coaches para ajustar sua voz às músicas do filme, compostas por Camille Dalmais e Clément Ducol. Zoe Saldaña, por sua vez, mergulhou no papel de Rita com aulas de espanhol intensivas, já que o filme mistura diálogos em espanhol e inglês, refletindo a ambientação mexicana da trama.
Jacques Audiard, conhecido por filmes como Um Profeta (2009), trouxe sua visão autoral ao adaptar o romance de Boris Razon, Écoute, para as telas. Ele decidiu incorporar elementos musicais à narrativa, uma escolha arriscada que dividiu opiniões, mas que foi elogiada por sua originalidade. Selena Gomez, embora com menos tempo de tela, ensaiou coreografias para suas cenas, adicionando camadas à personagem Jessi. A produção enfrentou atrasos devido à pandemia, mas conseguiu ser concluída em 2023, com filmagens no México e na França, o que ampliou sua autenticidade cultural.
A trilha sonora, com destaque para “El Mal”, foi outro ponto forte. A canção, interpretada por Karla e Zoe em uma cena pivotal, tornou-se um símbolo da transformação da protagonista e conquistou os votantes do Oscar. Esse cuidado com os detalhes técnicos e artísticos ajudou o filme a se destacar em uma temporada competitiva, que incluiu concorrentes como Anora e The Brutalist.
Impacto de Madonna e reflexos na indústria
A declaração de Madonna sobre Emilia Pérez, feita em 6 de março, teve um efeito imediato. Sua postagem no Instagram, acompanhada de fotos dos bastidores do Oscar, acumulou mais de 500 mil curtidas em poucas horas, reacendendo o interesse pelo filme. A cantora, que também elogiou a performance de Lil Wayne na cerimônia, descreveu a emoção de sentar ao lado de Audiard e segurar uma das estatuetas conquistadas. Para Karla, o apoio foi um momento de validação. “Obrigada por me convidar para sua festa e por suas palavras de força”, escreveu a atriz, destacando a importância do gesto em sua trajetória.
Na festa pós-Oscar, realizada em uma mansão em Los Angeles, Karla foi vista conversando com outros astros de Hollywood, como Selena Gomez e Zoe Saldaña, que também compareceram. O evento, tradicionalmente organizado por Madonna, serviu como um espaço de celebração para a equipe do filme, que enfrentou meses de turbulência. A presença da atriz espanhola, a convite da cantora, reforçou sua tentativa de reconstruir pontes na indústria após as críticas recebidas. Zoe, por sua vez, usou a ocasião para agradecer aos fãs pelo apoio, posando com sua estatueta em fotos compartilhadas nas redes.
O respaldo de Madonna também trouxe um novo público ao filme. Dados preliminares mostram que, após a postagem da cantora, o streaming de Emilia Pérez na Netflix registrou um aumento de 30% nos Estados Unidos entre 3 e 7 de março. Esse impacto demonstra como o aval de uma figura influente pode reacender o interesse por uma obra, mesmo após o fim da temporada de premiações.
Debate sobre representatividade e responsabilidade
A indicação de Karla Sofía Gascón ao Oscar trouxe à tona discussões sobre representatividade e os limites da tolerância em Hollywood. Sua nomeação foi celebrada como um marco para a comunidade trans, mas as postagens polêmicas levantaram questões sobre como a indústria lida com falhas pessoais de seus artistas. Enquanto alguns votantes do Oscar se afastaram da atriz, outros, como Madonna, optaram por focar no mérito artístico do filme, ignorando ou perdoando os deslizes do passado. Esse contraste expôs as tensões entre o avanço da diversidade e a expectativa de comportamento impecável dos indicados.
Zoe Saldaña, em uma entrevista no Festival de Cinema de Santa Bárbara em fevereiro, lamentou o impacto das controvérsias na campanha, mas defendeu o valor do projeto. “Nós queríamos contar uma história humana, e isso não mudou”, afirmou. Selena Gomez, por sua vez, destacou a união da equipe em uma postagem após o Oscar, agradecendo aos colegas por tornarem a experiência memorável. A Netflix, apesar de ter reduzido o apoio a Karla, manteve o filme em destaque em sua plataforma, apostando em seu apelo global.
A temporada de 2025, com Emilia Pérez como um de seus protagonistas, revelou as complexidades de uma indústria em transformação. A obra, com suas 13 indicações e duas vitórias, provou que pode sobreviver a escândalos e ainda deixar sua marca, especialmente com o suporte de nomes como Madonna, que continuam a amplificar sua relevância.
Curiosidades que marcaram a produção
A história de Emilia Pérez vai além das telas, com detalhes que enriquecem sua narrativa e produção. Confira alguns fatos notáveis:
- O filme foi rodado em locações reais no México, incluindo Cidade do México e Puebla, para capturar a autenticidade da trama.
- Karla Sofía Gascón improvisou algumas falas em espanhol, trazendo sua experiência pessoal à personagem.
- Zoe Saldaña treinou boxe para cenas de ação, embora muitas tenham sido cortadas da versão final.
- A música “El Mal” quase foi substituída por outra composição, mas Audiard insistiu em mantê-la como o coração emocional do filme.
Esses elementos mostram o esforço da equipe para criar uma obra única, que mistura gêneros e culturas de forma ousada.
Repercussão mantém filme em evidência
Dias após o Oscar, Emilia Pérez continuou a gerar buzz nas redes sociais e na imprensa. A postagem de Madonna, em 6 de março, foi acompanhada por comentários de fãs que elogiaram tanto o filme quanto o apoio da cantora a Karla. A atriz espanhola aproveitou o momento para compartilhar mais detalhes da noite da premiação, incluindo uma foto com Zoe Saldaña nos bastidores. “Foi uma honra dividir essa jornada com vocês”, escreveu, reforçando a gratidão à equipe e aos colegas que a acolheram durante a cerimônia.
Selena Gomez também se manifestou, publicando uma série de imagens do tapete vermelho e da festa pós-Oscar. “Orgulhosa do que conquistamos juntos”, declarou, destacando a força do elenco em meio às adversidades. A Netflix, por sua vez, lançou uma campanha promocional adicional na semana seguinte, com trailers e featurettes que exploram os bastidores do filme, capitalizando o sucesso da premiação e o endosso de Madonna.
A presença de Emilia Pérez nas conversas online e offline mostra que seu impacto transcende as estatuetas conquistadas. Seja pelo pioneirismo de Karla, pela visão de Audiard ou pelo apoio de ícones como Madonna, o filme segue como um dos grandes destaques de 2025, mantendo-se relevante em um cenário cinematográfico cada vez mais diverso e desafiador.

A noite de 2 de março de 2025 ficará marcada na história do cinema não apenas pelas conquistas da 97ª edição do Oscar, mas também pelo impacto de Emilia Pérez, filme francês que levou duas estatuetas em meio a 13 indicações. Dirigido por Jacques Audiard, o longa chamou atenção pela trama inovadora, que mistura drama e musical para narrar a transformação de uma chefe de cartel mexicana em transição de gênero. Após a cerimônia, Madonna, uma das figuras mais influentes da cultura pop, declarou a produção como seu “filme favorito” da temporada, reacendendo os holofotes sobre a obra e sua protagonista, Karla Sofía Gascón. A espanhola, primeira mulher trans indicada ao Oscar de Melhor Atriz, celebrou o apoio da cantora com uma foto emocionante das duas se abraçando, publicada nas redes sociais dias depois, em 6 de março. O endosso da diva pop veio em um momento delicado, após meses de controvérsias que quase ofuscaram o brilho da campanha do filme, mas que não impediram seu sucesso parcial na premiação realizada no Dolby Theatre, em Los Angeles.
Karla Sofía Gascón, de 52 anos, viu sua trajetória ganhar contornos históricos com a indicação, mas também enfrentou críticas severas por postagens antigas no X, reveladas no início de 2025, que incluíam comentários considerados racistas e xenofóbicos. Apesar do afastamento temporário da campanha promocional pela Netflix, distribuidora do filme nos Estados Unidos, ela esteve presente na cerimônia e agradeceu publicamente o suporte recebido, especialmente de Madonna.
O filme, que já havia sido aplaudido no Festival de Cannes em maio de 2024, consolidou-se como um marco na temporada de premiações, com vitórias em Melhor Atriz Coadjuvante para Zoe Saldaña e Melhor Canção Original para “El Mal”. A combinação de polêmica, representatividade e apoio de peso transformou Emilia Pérez em um dos assuntos mais debatidos de 2025.

Trajetória de Karla Sofía Gascón sob os refletores
Karla Sofía Gascón entrou para a história do Oscar ao se tornar a primeira mulher trans indicada na categoria de Melhor Atriz, mas sua jornada até o palco do Dolby Theatre foi tudo menos tranquila. Nascida em Madrid, na Espanha, a atriz construiu uma carreira sólida em novelas mexicanas antes de dar um salto para o cinema internacional com Emilia Pérez. Sua interpretação de Manitas, uma líder de cartel que se transforma em Emilia após a transição de gênero, foi elogiada por críticos desde a estreia do filme em Cannes. No entanto, em janeiro de 2025, postagens suas no X, datadas de 2020 e 2021, ressurgiram, trazendo à tona declarações controversas sobre temas como a morte de George Floyd, a presença de muçulmanos na Europa e a diversidade em Hollywood. A reação foi imediata: enquanto alguns fãs defendiam seu direito de expressão, outros pediam seu cancelamento, acusando-a de racismo e xenofobia.
Diante do escândalo, Karla emitiu um pedido de desculpas formal, reconhecendo o peso de suas palavras e destacando sua própria experiência como parte de uma minoria. “Eu sei o que é ser marginalizada e jamais quis causar esse tipo de dor”, afirmou em comunicado. A Netflix, que inicialmente investiu pesado na campanha do filme, optou por cortar o financiamento para a participação da atriz em eventos promocionais, como o SAG Awards, realizado em fevereiro. Mesmo assim, ela conseguiu comparecer ao Oscar, financiada por outros meios, e foi vista interagindo com colegas como Selena Gomez e Benny Blanco durante a cerimônia. O apoio de Madonna, manifestado dias depois, trouxe um novo fôlego à sua imagem, com a foto do abraço entre as duas viralizando e acumulando milhares de curtidas.
A relação com a equipe do filme também passou por altos e baixos. Jacques Audiard, diretor de Emilia Pérez, chegou a criticar Karla publicamente semanas antes do Oscar, descrevendo-a como alguém em um “processo autodestrutivo”. No entanto, durante o BAFTA, em 16 de fevereiro, ele mudou o tom ao incluí-la em seu discurso de agradecimento pelo prêmio de Melhor Filme em Língua Não Inglesa, chamando-a de “minha querida Karla”. Esse gesto, somado ao respaldo de Madonna, sugere uma tentativa de reparação em meio a uma campanha marcada por tensões.
Polêmica não apaga brilho das conquistas no Oscar
O sucesso de Emilia Pérez no Oscar, com duas vitórias em 13 indicações, reflete a força de uma produção que soube se destacar apesar dos desafios. Zoe Saldaña, premiada como Melhor Atriz Coadjuvante por sua interpretação de Rita, uma advogada durona que ajuda na transformação de Emilia, levou um dos momentos mais celebrados da noite. A atriz, conhecida por papéis em franquias como Avatar e Guardiões da Galáxia, já havia vencido o Globo de Ouro e o Critics Choice na mesma categoria, consolidando seu favoritismo. Sua vitória foi um ponto alto para o filme, que também conquistou Melhor Canção Original com “El Mal”, composta por Camille Dalmais e Clément Ducol, uma peça que captura a essência emocional da narrativa.
Selena Gomez, que interpreta Jessi, a esposa de Manitas, também brilhou no longa, embora não tenha recebido uma indicação individual. Sua presença na cerimônia, ao lado do namorado Benny Blanco, reforçou o apoio ao projeto, e ela foi uma das primeiras a cumprimentar Zoe no palco após o anúncio da vitória. A campanha do filme, inicialmente centrada em Karla como símbolo de representatividade, precisou se adaptar após as polêmicas, dando mais destaque às atuações de Saldaña e à direção de Audiard. Mesmo assim, a obra manteve sua relevância, especialmente entre votantes europeus, que a premiaram no BAFTA e em outros eventos.
Karla, por sua vez, não levou a estatueta de Melhor Atriz, superada por Mikey Madison, de Anora. Após a derrota, ela parabenizou a vencedora nas redes sociais, expressando o desejo de conhecê-la pessoalmente. Sua presença na festa pós-Oscar organizada por Madonna, realizada na noite do dia 2, foi um sinal de que, apesar dos contratempos, ela ainda encontra respaldo em Hollywood. A Netflix, embora tenha reduzido o apoio promocional, viu o filme alcançar um público significativo após o evento, com números de streaming crescendo na semana seguinte à premiação.
Cronograma detalhado da ascensão de Emilia Pérez
A trajetória de Emilia Pérez é marcada por uma sequência de eventos que mostram tanto seu sucesso quanto os obstáculos enfrentados. Veja os principais marcos:
- Maio de 2024: Estreia mundial no Festival de Cannes, com o filme recebendo o Prêmio do Júri e aplausos de pé.
- Agosto de 2024: Lançamento comercial na França, seguido por exibições em festivais como Toronto e San Sebastián.
- Janeiro de 2025: Anúncio das 13 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Direção e Atriz.
- Fevereiro de 2025: Ressurgimento das postagens polêmicas de Karla, levando a uma crise na campanha.
- 16 de fevereiro de 2025: Vitória no BAFTA como Melhor Filme em Língua Não Inglesa, com Audiard mencionando Karla no discurso.
- 2 de março de 2025: Oscar consagra o filme com duas estatuetas, mas Karla perde para Mikey Madison.
- 6 de março de 2025: Madonna declara Emilia Pérez seu filme favorito, e Karla agradece o apoio.
Esses momentos ilustram como a produção navegou entre aclamação e controvérsia, mantendo-se no centro das atenções.
Bastidores revelam preparação intensa do elenco
Por trás do sucesso de Emilia Pérez, há uma história de dedicação e desafios nos bastidores. Karla Sofía Gascón passou por um treinamento vocal rigoroso para dar vida a Manitas e Emilia, personagens que exigiam nuances distintas em canto e atuação. A atriz, que já tinha experiência em teatro musical, trabalhou com coaches para ajustar sua voz às músicas do filme, compostas por Camille Dalmais e Clément Ducol. Zoe Saldaña, por sua vez, mergulhou no papel de Rita com aulas de espanhol intensivas, já que o filme mistura diálogos em espanhol e inglês, refletindo a ambientação mexicana da trama.
Jacques Audiard, conhecido por filmes como Um Profeta (2009), trouxe sua visão autoral ao adaptar o romance de Boris Razon, Écoute, para as telas. Ele decidiu incorporar elementos musicais à narrativa, uma escolha arriscada que dividiu opiniões, mas que foi elogiada por sua originalidade. Selena Gomez, embora com menos tempo de tela, ensaiou coreografias para suas cenas, adicionando camadas à personagem Jessi. A produção enfrentou atrasos devido à pandemia, mas conseguiu ser concluída em 2023, com filmagens no México e na França, o que ampliou sua autenticidade cultural.
A trilha sonora, com destaque para “El Mal”, foi outro ponto forte. A canção, interpretada por Karla e Zoe em uma cena pivotal, tornou-se um símbolo da transformação da protagonista e conquistou os votantes do Oscar. Esse cuidado com os detalhes técnicos e artísticos ajudou o filme a se destacar em uma temporada competitiva, que incluiu concorrentes como Anora e The Brutalist.
Impacto de Madonna e reflexos na indústria
A declaração de Madonna sobre Emilia Pérez, feita em 6 de março, teve um efeito imediato. Sua postagem no Instagram, acompanhada de fotos dos bastidores do Oscar, acumulou mais de 500 mil curtidas em poucas horas, reacendendo o interesse pelo filme. A cantora, que também elogiou a performance de Lil Wayne na cerimônia, descreveu a emoção de sentar ao lado de Audiard e segurar uma das estatuetas conquistadas. Para Karla, o apoio foi um momento de validação. “Obrigada por me convidar para sua festa e por suas palavras de força”, escreveu a atriz, destacando a importância do gesto em sua trajetória.
Na festa pós-Oscar, realizada em uma mansão em Los Angeles, Karla foi vista conversando com outros astros de Hollywood, como Selena Gomez e Zoe Saldaña, que também compareceram. O evento, tradicionalmente organizado por Madonna, serviu como um espaço de celebração para a equipe do filme, que enfrentou meses de turbulência. A presença da atriz espanhola, a convite da cantora, reforçou sua tentativa de reconstruir pontes na indústria após as críticas recebidas. Zoe, por sua vez, usou a ocasião para agradecer aos fãs pelo apoio, posando com sua estatueta em fotos compartilhadas nas redes.
O respaldo de Madonna também trouxe um novo público ao filme. Dados preliminares mostram que, após a postagem da cantora, o streaming de Emilia Pérez na Netflix registrou um aumento de 30% nos Estados Unidos entre 3 e 7 de março. Esse impacto demonstra como o aval de uma figura influente pode reacender o interesse por uma obra, mesmo após o fim da temporada de premiações.
Debate sobre representatividade e responsabilidade
A indicação de Karla Sofía Gascón ao Oscar trouxe à tona discussões sobre representatividade e os limites da tolerância em Hollywood. Sua nomeação foi celebrada como um marco para a comunidade trans, mas as postagens polêmicas levantaram questões sobre como a indústria lida com falhas pessoais de seus artistas. Enquanto alguns votantes do Oscar se afastaram da atriz, outros, como Madonna, optaram por focar no mérito artístico do filme, ignorando ou perdoando os deslizes do passado. Esse contraste expôs as tensões entre o avanço da diversidade e a expectativa de comportamento impecável dos indicados.
Zoe Saldaña, em uma entrevista no Festival de Cinema de Santa Bárbara em fevereiro, lamentou o impacto das controvérsias na campanha, mas defendeu o valor do projeto. “Nós queríamos contar uma história humana, e isso não mudou”, afirmou. Selena Gomez, por sua vez, destacou a união da equipe em uma postagem após o Oscar, agradecendo aos colegas por tornarem a experiência memorável. A Netflix, apesar de ter reduzido o apoio a Karla, manteve o filme em destaque em sua plataforma, apostando em seu apelo global.
A temporada de 2025, com Emilia Pérez como um de seus protagonistas, revelou as complexidades de uma indústria em transformação. A obra, com suas 13 indicações e duas vitórias, provou que pode sobreviver a escândalos e ainda deixar sua marca, especialmente com o suporte de nomes como Madonna, que continuam a amplificar sua relevância.
Curiosidades que marcaram a produção
A história de Emilia Pérez vai além das telas, com detalhes que enriquecem sua narrativa e produção. Confira alguns fatos notáveis:
- O filme foi rodado em locações reais no México, incluindo Cidade do México e Puebla, para capturar a autenticidade da trama.
- Karla Sofía Gascón improvisou algumas falas em espanhol, trazendo sua experiência pessoal à personagem.
- Zoe Saldaña treinou boxe para cenas de ação, embora muitas tenham sido cortadas da versão final.
- A música “El Mal” quase foi substituída por outra composição, mas Audiard insistiu em mantê-la como o coração emocional do filme.
Esses elementos mostram o esforço da equipe para criar uma obra única, que mistura gêneros e culturas de forma ousada.
Repercussão mantém filme em evidência
Dias após o Oscar, Emilia Pérez continuou a gerar buzz nas redes sociais e na imprensa. A postagem de Madonna, em 6 de março, foi acompanhada por comentários de fãs que elogiaram tanto o filme quanto o apoio da cantora a Karla. A atriz espanhola aproveitou o momento para compartilhar mais detalhes da noite da premiação, incluindo uma foto com Zoe Saldaña nos bastidores. “Foi uma honra dividir essa jornada com vocês”, escreveu, reforçando a gratidão à equipe e aos colegas que a acolheram durante a cerimônia.
Selena Gomez também se manifestou, publicando uma série de imagens do tapete vermelho e da festa pós-Oscar. “Orgulhosa do que conquistamos juntos”, declarou, destacando a força do elenco em meio às adversidades. A Netflix, por sua vez, lançou uma campanha promocional adicional na semana seguinte, com trailers e featurettes que exploram os bastidores do filme, capitalizando o sucesso da premiação e o endosso de Madonna.
A presença de Emilia Pérez nas conversas online e offline mostra que seu impacto transcende as estatuetas conquistadas. Seja pelo pioneirismo de Karla, pela visão de Audiard ou pelo apoio de ícones como Madonna, o filme segue como um dos grandes destaques de 2025, mantendo-se relevante em um cenário cinematográfico cada vez mais diverso e desafiador.
