Flaviane Dias Cumerlato, do Rio Grande do Sul, passou por uma situação extrema após seu cabelo ser sugado pela bomba da piscina e ficar presa debaixo d’água. “Não conseguia acreditar que um dia de férias e lazer com minha família viraria, em um minuto, o maior pesadelo da minha vida”, disse, em entrevista à CRESCER. Conheça a história! A empresária Flaviane Dias Cumerlato, 33, de Canela, no Rio Grande do Sul, passou por uma situação traumática após seu cabelo ficar preso na bomba da piscina de uma casa alugada. Ela conseguiu ser resgatada pelo marido e foi levada ao hospital. Lá, os médicos informaram que ela havia quebrado a cervical, teria que passar por uma cirurgia e corria o risco de ficar tetraplégica. Felizmente, tudo correu bem e ela recuperou os movimentos. Em entrevista à CRESCER, Flaviane relembrou a história e fez um alerta sobre o perigo de entrar na piscina com o cabelo solto. “Me desesperei, pois estava sozinha e ninguém veria eu me afogando”, lembra.
Flaviane quebrou a cervical
Reprodução/Arquivo pessoal
Taboola Recommendation
Tudo começou em 1 de fevereiro deste ano, quando a família alugou uma casa em Capão da Canoa, no litoral gaúcho. Flaviane estava com o marido e os quatro filhos — Isaque, 15, Luany, 14, Bernardo, 9, e Serena, 4. “Passamos o dia todo na praia. Chegamos por volta das 19h e, como ainda estava claro e quente, decidimos entrar na piscina. No momento em que entramos, não havia nada ligado. A proprietária do imóvel disse apenas que um piscineiro iria duas vezes semana fazer a limpeza, então, não nos preocupamos com nada. Entrei com meus filhos e ficamos brincando. Até então, a bomba não estava ligada”, lembra.
Mais tarde, as crianças saíram e Flaviane quis aproveitar a água mais alguns minutos sozinha. “Quando decidir sair, não percebi que a bomba ligou sozinha. Acredito que existia um temporizador, mas isso não nos foi informado. Nesse momento, quando virei para trás para molhar o cabelo e sair, fui puxada com uma força surreal pelo sugador que ficava na lateral da piscina. Puxou todo meu cabelo e me prendeu na lateral da piscina embaixo d’água”, recorda.
Menina é sugada por ralo de piscina e fica 2 minutos submersa
Flaviane e Serena minutos antes do acidente
Arquivo pessoal
“Me desesperei, pois estava sozinha e ninguém veria eu me afogando, então, tentei com toda minha força puxar o cabelo. Com muito esforço, consegui puxar metade dele para fora, foi quando consegui gritar por socorro. Então, o sugador me puxou para baixo da água novamente. Graças a Deus, meu marido ouviu e correu para ajudar”, acrescenta. Ela ainda passou mais alguns segundos embaixo d’água enquanto o marido não conseguia soltar o cabelo. “Ele não sabia onde desligava a bomba e, no desespero, só conseguiu me agarrar e me tirar dali. Com muita luta, conseguiu me puxar”, conta.
Quando o marido a retirou da piscina, Flaviane não estava se movendo. “Sentia uma dor insuportável na coluna, comecei a chorar e pedir para ele ligar para uma ambulância, pois não conseguia me mexer. O Samu foi chamado e eu fui levada ao hospital mais próximo”, diz.
‘Eu só lutava para viver e não deixar meus filhos sem uma mãe’
Flaviane após a cirurgia
Arquivo pessoal
Chegando lá, ela fez uma tomografia, que constatou uma fratura na cervical, nos níveis C6 e C7. “Foi informado que eu corria risco de ficar tetraplégica e precisava de uma cirurgia com urgência, mas teria que ser transferida para um hospital em Porto Alegre”, afirma. “Eu fiquei em choque. Não conseguia acreditar que um dia de férias e lazer com minha família viraria, em um minuto, o maior pesadelo da minha vida”, lamenta.
Ela foi transferida para o hospital na capital gaúcha, mas ainda teve que ficar internada por mais alguns dias, pois a cirurgia era complexa, necessitava de mais exames e planejamento da equipe médica. “Aguardei por cinco dias terríveis, sentindo muita dor e medo”, recorda. Também foi um momento muito difícil para os seus filhos. “Foi muito traumatizante, eles não entenderam nada do que estava acontecendo, só me viram sendo levada pela ambulância. A mais nova, de 4 anos, nunca tinha passado tantos dias longe de mim, e agora está com muito medo de sair de perto. Está sendo um desafio”, conta.
As crianças não puderam visitá-la durante todo esse período. “Moramos há duas horas de onde eu estava internada. Eu fiquei imóvel, não podia me mexer, não queria que eles me vissem na situação”, lamenta. Flaviane se refugiou na sua fé e no amor pelos filhos para seguir em frente. “Sentir o amor de Deus por mim me deu uma nova chance de viver! Além disso, eu só lutava para viver e não deixar meus filhos sem uma mãe. Pensar neles, foi o que me deu forças para suportar tanta dor”, destaca.
Duas meninas de SP se afogam após terem os cabelos sugados em piscinas
Flaviane e a família
Arquivo pessoal
‘Se meu alerta salvar uma vida, meu sofrimento não terá sido em vão’
A cirurgia foi realizada em 7 de fevereiro e, felizmente, foi um sucesso. Flaviane conseguiu recuperar seus movimentos. “Voltei a me mexer logo que acordei da cirurgia, foi imensamente emocionante saber que não perderia os movimentos”, comemora. Ela recebeu alta em 11 de fevereiro. “Foi comovente poder sair do hospital andando”, diz ela, que ainda está se recuperando. “São dias com muitas dores, dias com menos. Preciso de fisioterapia duas vezes na semana e repouso por 60 dias, inicialmente.
Ainda não tenho sensibilidade nos dedos da mão direita, o que acreditamos que, com muita fisioterapia e tempo, voltarei a sentir”, explica. “Estou com muito medo do pós-cirúrgico, mas rever os meus filhos depois de 10 dias de distância e medo repôs minha força”, ressalta.
Agora, ela usa as redes sociais para compartilhar sua história e alertar outras pessoas. “Ter saído com vida de um acidente que, na maioria dos casos, são fatais, me deu forças para levar meu relato adiante. Se meu alerta salvar uma vida que seja, meu sofrimento não terá sido em vão”, finaliza.
Vale destacar que existe uma lei que exige que os sugadores de piscina tenham uma proteção para que esse tipo de acidente não ocorra. Segundo o Artigo 2º da Lei 14.327/2022, é obrigatório para todas as piscinas o “uso de dispositivos de segurança aptos a resguardar a integridade física e a saúde de seus usuários, especialmente contra o turbilhonamento, o enlace de cabelos e a sucção de partes do corpo humano”.
Falha na segurança: Família busca justiça após filha ser sugada pelo ralo da piscina de hotel
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Flaviane Dias Cumerlato, do Rio Grande do Sul, passou por uma situação extrema após seu cabelo ser sugado pela bomba da piscina e ficar presa debaixo d’água. “Não conseguia acreditar que um dia de férias e lazer com minha família viraria, em um minuto, o maior pesadelo da minha vida”, disse, em entrevista à CRESCER. Conheça a história! A empresária Flaviane Dias Cumerlato, 33, de Canela, no Rio Grande do Sul, passou por uma situação traumática após seu cabelo ficar preso na bomba da piscina de uma casa alugada. Ela conseguiu ser resgatada pelo marido e foi levada ao hospital. Lá, os médicos informaram que ela havia quebrado a cervical, teria que passar por uma cirurgia e corria o risco de ficar tetraplégica. Felizmente, tudo correu bem e ela recuperou os movimentos. Em entrevista à CRESCER, Flaviane relembrou a história e fez um alerta sobre o perigo de entrar na piscina com o cabelo solto. “Me desesperei, pois estava sozinha e ninguém veria eu me afogando”, lembra.
Flaviane quebrou a cervical
Reprodução/Arquivo pessoal
Taboola Recommendation
Tudo começou em 1 de fevereiro deste ano, quando a família alugou uma casa em Capão da Canoa, no litoral gaúcho. Flaviane estava com o marido e os quatro filhos — Isaque, 15, Luany, 14, Bernardo, 9, e Serena, 4. “Passamos o dia todo na praia. Chegamos por volta das 19h e, como ainda estava claro e quente, decidimos entrar na piscina. No momento em que entramos, não havia nada ligado. A proprietária do imóvel disse apenas que um piscineiro iria duas vezes semana fazer a limpeza, então, não nos preocupamos com nada. Entrei com meus filhos e ficamos brincando. Até então, a bomba não estava ligada”, lembra.
Mais tarde, as crianças saíram e Flaviane quis aproveitar a água mais alguns minutos sozinha. “Quando decidir sair, não percebi que a bomba ligou sozinha. Acredito que existia um temporizador, mas isso não nos foi informado. Nesse momento, quando virei para trás para molhar o cabelo e sair, fui puxada com uma força surreal pelo sugador que ficava na lateral da piscina. Puxou todo meu cabelo e me prendeu na lateral da piscina embaixo d’água”, recorda.
Menina é sugada por ralo de piscina e fica 2 minutos submersa
Flaviane e Serena minutos antes do acidente
Arquivo pessoal
“Me desesperei, pois estava sozinha e ninguém veria eu me afogando, então, tentei com toda minha força puxar o cabelo. Com muito esforço, consegui puxar metade dele para fora, foi quando consegui gritar por socorro. Então, o sugador me puxou para baixo da água novamente. Graças a Deus, meu marido ouviu e correu para ajudar”, acrescenta. Ela ainda passou mais alguns segundos embaixo d’água enquanto o marido não conseguia soltar o cabelo. “Ele não sabia onde desligava a bomba e, no desespero, só conseguiu me agarrar e me tirar dali. Com muita luta, conseguiu me puxar”, conta.
Quando o marido a retirou da piscina, Flaviane não estava se movendo. “Sentia uma dor insuportável na coluna, comecei a chorar e pedir para ele ligar para uma ambulância, pois não conseguia me mexer. O Samu foi chamado e eu fui levada ao hospital mais próximo”, diz.
‘Eu só lutava para viver e não deixar meus filhos sem uma mãe’
Flaviane após a cirurgia
Arquivo pessoal
Chegando lá, ela fez uma tomografia, que constatou uma fratura na cervical, nos níveis C6 e C7. “Foi informado que eu corria risco de ficar tetraplégica e precisava de uma cirurgia com urgência, mas teria que ser transferida para um hospital em Porto Alegre”, afirma. “Eu fiquei em choque. Não conseguia acreditar que um dia de férias e lazer com minha família viraria, em um minuto, o maior pesadelo da minha vida”, lamenta.
Ela foi transferida para o hospital na capital gaúcha, mas ainda teve que ficar internada por mais alguns dias, pois a cirurgia era complexa, necessitava de mais exames e planejamento da equipe médica. “Aguardei por cinco dias terríveis, sentindo muita dor e medo”, recorda. Também foi um momento muito difícil para os seus filhos. “Foi muito traumatizante, eles não entenderam nada do que estava acontecendo, só me viram sendo levada pela ambulância. A mais nova, de 4 anos, nunca tinha passado tantos dias longe de mim, e agora está com muito medo de sair de perto. Está sendo um desafio”, conta.
As crianças não puderam visitá-la durante todo esse período. “Moramos há duas horas de onde eu estava internada. Eu fiquei imóvel, não podia me mexer, não queria que eles me vissem na situação”, lamenta. Flaviane se refugiou na sua fé e no amor pelos filhos para seguir em frente. “Sentir o amor de Deus por mim me deu uma nova chance de viver! Além disso, eu só lutava para viver e não deixar meus filhos sem uma mãe. Pensar neles, foi o que me deu forças para suportar tanta dor”, destaca.
Duas meninas de SP se afogam após terem os cabelos sugados em piscinas
Flaviane e a família
Arquivo pessoal
‘Se meu alerta salvar uma vida, meu sofrimento não terá sido em vão’
A cirurgia foi realizada em 7 de fevereiro e, felizmente, foi um sucesso. Flaviane conseguiu recuperar seus movimentos. “Voltei a me mexer logo que acordei da cirurgia, foi imensamente emocionante saber que não perderia os movimentos”, comemora. Ela recebeu alta em 11 de fevereiro. “Foi comovente poder sair do hospital andando”, diz ela, que ainda está se recuperando. “São dias com muitas dores, dias com menos. Preciso de fisioterapia duas vezes na semana e repouso por 60 dias, inicialmente.
Ainda não tenho sensibilidade nos dedos da mão direita, o que acreditamos que, com muita fisioterapia e tempo, voltarei a sentir”, explica. “Estou com muito medo do pós-cirúrgico, mas rever os meus filhos depois de 10 dias de distância e medo repôs minha força”, ressalta.
Agora, ela usa as redes sociais para compartilhar sua história e alertar outras pessoas. “Ter saído com vida de um acidente que, na maioria dos casos, são fatais, me deu forças para levar meu relato adiante. Se meu alerta salvar uma vida que seja, meu sofrimento não terá sido em vão”, finaliza.
Vale destacar que existe uma lei que exige que os sugadores de piscina tenham uma proteção para que esse tipo de acidente não ocorra. Segundo o Artigo 2º da Lei 14.327/2022, é obrigatório para todas as piscinas o “uso de dispositivos de segurança aptos a resguardar a integridade física e a saúde de seus usuários, especialmente contra o turbilhonamento, o enlace de cabelos e a sucção de partes do corpo humano”.
Falha na segurança: Família busca justiça após filha ser sugada pelo ralo da piscina de hotel
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