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12 Mar 2025, Wed



Reunidos em uma mesa redonda, quatro dos seis novatos da F1 não conseguem controlar a ansiedade. A cada pergunta feita pela apresentadora Laura Winter para o site da categoria, os garotos atravessam suas respostas.

Oliver Bearman, 19, tenta ser o primeiro a falar sobre a realização de seu sonho, mas o inglês logo é interrompido por Jack Doohan, 22. “Isso não era para ser em ordem alfabética?”, questiona o piloto australiano.

O italiano Andrea Kimi Antonelli, mais jovem entre os estreantes, com 18 anos, toma a palavra e deixa Isack Hadjar, 20, ser o primeiro a falar. “Estar aqui é incrível, especialmente para minha família”, disse o franco-argelino, enquanto os demais, enfim, esperavam por sua vez para repetir quase a mesma frase diversas vezes. “É um sonho”, “sim, um sonho”, “sonho de infância”.

O quarteto forma ao lado do brasileiro Gabriel Bortoleto, 20, e do neozelandês Liam Lawson, 22, o retrato da nova geração da principal categoria do automobilismo mundial.

Com idades entre 18 e 22 anos, nenhum deles era nascido em 2001, quando o espanhol Fernando Alonso, o mais experiente do atual grid, com 43 anos, fez sua estreia.

Juntos, eles representam uma renovação de 30% em relação aos titulares do grid em 2024. O número de estreantes é o maior desde 2010, quando sete nomes se juntaram ao campeonato.

CONTEÚDO RELACIONADO:

Com diferentes trajetórias até chegar à F1, os novatos causaram uma significativa queda média de idade dos pilotos desta temporada, de 29 anos e cinco meses na abertura do Mundial de 2024, no Bahrein, para 27 anos e três meses quando todos alinharem para a largada do GP da Austrália, na madrugada de sábado (15) para domingo (16), 1h (de Brasília).

Ainda que não chegue perto do GP da Rússia de 2017, que teve a menor média de idade da história da F1, com 26 anos e nove meses, é raro a categoria promover uma renovação tão grande assim. Em 2024, por exemplo, não houve nenhum estreante na primeira corrida.

“Isso só mostra que temos uma geração forte”, disse Hadjar, que se juntou a Racing Bulls após disputar a F2 no ano passado. “É bom correr com caras que eu já conheço”, acrescentou.

O franco-argelino foi vice-campeão da categoria de acesso à F1. O vencedor da temporada foi o brasileiro Gabriel Bortoleto, que vai correr pela Sauber. Ele é o primeiro campeão da F2 a subir imediatamente para a F1 no ano seguinte desde que Mick Schumacher fez esse caminho em 2021.

“Todos nós merecemos [depois] de bons resultados em séries juniores, bons resultados em testes que fizemos”, disse Bortoleto.

Os campeões de 2022 e 2023, Felipe Drugovich e Theo Pourchaire, ainda não conseguiram fazer nenhuma corrida na elite do automobilismo.

O brasileiro e o francês sofreram com a estagnação do mercado de pilotos entre 2023 e 2024, quando a F1 teve, pela primeira vez na história, o grid de abertura com a mesma formação que havia encerrado o ano anterior. Isso também fez com que muitos pilotos chegassem ao fim de seus contratos em 2024, abrindo a possibilidade para as equipes considerarem novos talentos.

O movimento também acabou impulsionado pela surpreendente mudança de Lewis Hamilton da Mercedes para a Ferrari, abrindo uma vaga na equipe pela qual o inglês ganhou seis de seus sete títulos.

Kimi Antonelli foi o escolhido para ser o substituto de Hamilton, um rótulo que ele tem se esforçado para se livrar. Em vez disso, prefere dizer que é o novo piloto da Mercedes para não ter que carregar o peso de ser comparado com o multicampeão.

Se a jovem promessa italiana surfou na onda provocada pelo inglês, Lawson e Hadjar se beneficiaram das dificuldades enfrentadas por Sergio Pérez e Daniel Ricciardo em 2024. Dispensados, respectivamente, da Red Bull e da Racing Bulls, os dois abriram o espaço que o neozelandês e o franco-argelino conseguiram preencher.

Desde o ingresso de Lando Norris, George Russell e Alex Albon, em 2019, não havia tanta empolgação na F1 com os novos pilotos do grid.

O rejuvenescimento nas pistas leva para as pistas o que também tem sido visto em seu entorno. Desde a venda da categoria para o grupo americano Liberty Media, em 2016, diferentes pesquisas mostraram nos últimos anos um rejuvenescimento do público da F1.

Jovens da chamada geração Z têm se interessado de maneira crescente pela categoria. Um levantamento feito pela própria F1 em 2021 mostrou que o público das corridas conta atualmente com 63% de fãs com menos de 34 anos.

Parte desse público passou a se interessar pela categoria após o lançamento da série Drive To Survive, em parceria com a Netflix. Contando os bastidores das equipes e tentando humanizar a imagem dos pilotos, a produção teve sua primeira temporada em 2019. A sétima jornada da série foi lançada no último dia 7.

Junto com a produção, a F1 também passou a se dedicar mais às redes sociais, algo que o antigo dono da categoria não era afeito. Agora, equipes e pilotos podem compartilhar imagens oficiais em suas páginas, ampliando a presença digital da categoria.

Antes mesmo de sua estreia, Gabriel Bortoleto já carrega 1 milhão de seguidores no Instagram, onde tem divulgado sua rotina na Sauber. Os veteranos Lewis Hamilton e Max Verstappen contam, respectivamente, com 39,1 milhões e 13,6 milhões de seguidores na mesma rede social.

A própria F1 incentiva equipes e pilotos a produzirem conteúdos originais. De acordo com um estudo feito pela Nielsen, estima-se que a categoria tenha hoje 750 milhões de fãs ao redor do mundo.

Por isso, a categoria está empolgada com o ingresso dos seis novatos. Apesar da juventude e da falta de experiência, eles sabem que carregam uma grande expectativa, sobretudo do público que se reconhece em cada um deles.

Raio x dos novatos da F1

Kimi Antonelli

Nome completo: Andrea Kimi Antonelli

Equipe de F1: Mercedes F1 Team

Idade na estreia: 18 anos

Nacionalidade: Italiana

Número de piloto em 2025: 12

Oliver Bearman

Nome completo: Oliver James Bearman

Equipe de F1: Haas F1 Team

Idade na estreia: 19 anos

Nacionalidade: Inglesa

Número de piloto em 2025: 87

Gabriel Bortoleto

Nome completo: Gabriel Bortoleto Oliveira

Equipe de F1: Sauber Audi

Idade na estreia: 20 anos

Nacionalidade: Brasileira

Número do piloto em 2025: 5

Isack Hadjar

Nome completo: Isack Alexandre Hadjar

Equipe de F1: Racing Bulls

Idade na estreia: 20 anos

Nacionalidade: Francesa

Número do piloto em 2025: 6

Jack Doohan

Nome completo: Jack Doohan

Equipe de F1: Alpine F1 Team

Idade na estreia: 22 anos

Nacionalidade: Australiana

Número do piloto em 2025: 7

Liam Lawson

Nome completo: Liam Lawson

Equipe de F1: Red Bull Racing

Idade na estreia: 23 anos

Nacionalidade: Neozelandesa

Número do piloto em 2025: 30



Reunidos em uma mesa redonda, quatro dos seis novatos da F1 não conseguem controlar a ansiedade. A cada pergunta feita pela apresentadora Laura Winter para o site da categoria, os garotos atravessam suas respostas.

Oliver Bearman, 19, tenta ser o primeiro a falar sobre a realização de seu sonho, mas o inglês logo é interrompido por Jack Doohan, 22. “Isso não era para ser em ordem alfabética?”, questiona o piloto australiano.

O italiano Andrea Kimi Antonelli, mais jovem entre os estreantes, com 18 anos, toma a palavra e deixa Isack Hadjar, 20, ser o primeiro a falar. “Estar aqui é incrível, especialmente para minha família”, disse o franco-argelino, enquanto os demais, enfim, esperavam por sua vez para repetir quase a mesma frase diversas vezes. “É um sonho”, “sim, um sonho”, “sonho de infância”.

O quarteto forma ao lado do brasileiro Gabriel Bortoleto, 20, e do neozelandês Liam Lawson, 22, o retrato da nova geração da principal categoria do automobilismo mundial.

Com idades entre 18 e 22 anos, nenhum deles era nascido em 2001, quando o espanhol Fernando Alonso, o mais experiente do atual grid, com 43 anos, fez sua estreia.

Juntos, eles representam uma renovação de 30% em relação aos titulares do grid em 2024. O número de estreantes é o maior desde 2010, quando sete nomes se juntaram ao campeonato.

CONTEÚDO RELACIONADO:

Com diferentes trajetórias até chegar à F1, os novatos causaram uma significativa queda média de idade dos pilotos desta temporada, de 29 anos e cinco meses na abertura do Mundial de 2024, no Bahrein, para 27 anos e três meses quando todos alinharem para a largada do GP da Austrália, na madrugada de sábado (15) para domingo (16), 1h (de Brasília).

Ainda que não chegue perto do GP da Rússia de 2017, que teve a menor média de idade da história da F1, com 26 anos e nove meses, é raro a categoria promover uma renovação tão grande assim. Em 2024, por exemplo, não houve nenhum estreante na primeira corrida.

“Isso só mostra que temos uma geração forte”, disse Hadjar, que se juntou a Racing Bulls após disputar a F2 no ano passado. “É bom correr com caras que eu já conheço”, acrescentou.

O franco-argelino foi vice-campeão da categoria de acesso à F1. O vencedor da temporada foi o brasileiro Gabriel Bortoleto, que vai correr pela Sauber. Ele é o primeiro campeão da F2 a subir imediatamente para a F1 no ano seguinte desde que Mick Schumacher fez esse caminho em 2021.

“Todos nós merecemos [depois] de bons resultados em séries juniores, bons resultados em testes que fizemos”, disse Bortoleto.

Os campeões de 2022 e 2023, Felipe Drugovich e Theo Pourchaire, ainda não conseguiram fazer nenhuma corrida na elite do automobilismo.

O brasileiro e o francês sofreram com a estagnação do mercado de pilotos entre 2023 e 2024, quando a F1 teve, pela primeira vez na história, o grid de abertura com a mesma formação que havia encerrado o ano anterior. Isso também fez com que muitos pilotos chegassem ao fim de seus contratos em 2024, abrindo a possibilidade para as equipes considerarem novos talentos.

O movimento também acabou impulsionado pela surpreendente mudança de Lewis Hamilton da Mercedes para a Ferrari, abrindo uma vaga na equipe pela qual o inglês ganhou seis de seus sete títulos.

Kimi Antonelli foi o escolhido para ser o substituto de Hamilton, um rótulo que ele tem se esforçado para se livrar. Em vez disso, prefere dizer que é o novo piloto da Mercedes para não ter que carregar o peso de ser comparado com o multicampeão.

Se a jovem promessa italiana surfou na onda provocada pelo inglês, Lawson e Hadjar se beneficiaram das dificuldades enfrentadas por Sergio Pérez e Daniel Ricciardo em 2024. Dispensados, respectivamente, da Red Bull e da Racing Bulls, os dois abriram o espaço que o neozelandês e o franco-argelino conseguiram preencher.

Desde o ingresso de Lando Norris, George Russell e Alex Albon, em 2019, não havia tanta empolgação na F1 com os novos pilotos do grid.

O rejuvenescimento nas pistas leva para as pistas o que também tem sido visto em seu entorno. Desde a venda da categoria para o grupo americano Liberty Media, em 2016, diferentes pesquisas mostraram nos últimos anos um rejuvenescimento do público da F1.

Jovens da chamada geração Z têm se interessado de maneira crescente pela categoria. Um levantamento feito pela própria F1 em 2021 mostrou que o público das corridas conta atualmente com 63% de fãs com menos de 34 anos.

Parte desse público passou a se interessar pela categoria após o lançamento da série Drive To Survive, em parceria com a Netflix. Contando os bastidores das equipes e tentando humanizar a imagem dos pilotos, a produção teve sua primeira temporada em 2019. A sétima jornada da série foi lançada no último dia 7.

Junto com a produção, a F1 também passou a se dedicar mais às redes sociais, algo que o antigo dono da categoria não era afeito. Agora, equipes e pilotos podem compartilhar imagens oficiais em suas páginas, ampliando a presença digital da categoria.

Antes mesmo de sua estreia, Gabriel Bortoleto já carrega 1 milhão de seguidores no Instagram, onde tem divulgado sua rotina na Sauber. Os veteranos Lewis Hamilton e Max Verstappen contam, respectivamente, com 39,1 milhões e 13,6 milhões de seguidores na mesma rede social.

A própria F1 incentiva equipes e pilotos a produzirem conteúdos originais. De acordo com um estudo feito pela Nielsen, estima-se que a categoria tenha hoje 750 milhões de fãs ao redor do mundo.

Por isso, a categoria está empolgada com o ingresso dos seis novatos. Apesar da juventude e da falta de experiência, eles sabem que carregam uma grande expectativa, sobretudo do público que se reconhece em cada um deles.

Raio x dos novatos da F1

Kimi Antonelli

Nome completo: Andrea Kimi Antonelli

Equipe de F1: Mercedes F1 Team

Idade na estreia: 18 anos

Nacionalidade: Italiana

Número de piloto em 2025: 12

Oliver Bearman

Nome completo: Oliver James Bearman

Equipe de F1: Haas F1 Team

Idade na estreia: 19 anos

Nacionalidade: Inglesa

Número de piloto em 2025: 87

Gabriel Bortoleto

Nome completo: Gabriel Bortoleto Oliveira

Equipe de F1: Sauber Audi

Idade na estreia: 20 anos

Nacionalidade: Brasileira

Número do piloto em 2025: 5

Isack Hadjar

Nome completo: Isack Alexandre Hadjar

Equipe de F1: Racing Bulls

Idade na estreia: 20 anos

Nacionalidade: Francesa

Número do piloto em 2025: 6

Jack Doohan

Nome completo: Jack Doohan

Equipe de F1: Alpine F1 Team

Idade na estreia: 22 anos

Nacionalidade: Australiana

Número do piloto em 2025: 7

Liam Lawson

Nome completo: Liam Lawson

Equipe de F1: Red Bull Racing

Idade na estreia: 23 anos

Nacionalidade: Neozelandesa

Número do piloto em 2025: 30



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