O Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, foi palco de uma noite memorável no sábado, 1º de março de 2025, com o segundo dia de desfiles do Grupo Especial do carnaval paulista. Sete escolas de samba cruzaram a avenida, exibindo enredos ricos em cultura, criatividade e emoção, enquanto a arquibancada vibrava com cada detalhe apresentado. Gaviões da Fiel, Acadêmicos do Tucuruvi e Vai-Vai se destacaram com performances marcantes, mas Águia de Ouro, Império de Casa Verde, Mocidade Alegre e Estrela do Terceiro Milênio também deixaram suas marcas em um desfile que durou até o amanhecer do domingo, dia 2. Sem grandes atrasos, todas respeitaram o limite de 65 minutos, embora pequenas falhas técnicas e coreográficas possam influenciar a pontuação final, a ser revelada na apuração marcada para terça-feira, 4 de março.
Milhares de foliões lotaram as arquibancadas para acompanhar a passagem das agremiações, que trouxeram temas variados, desde homenagens a ícones da música e do teatro até reflexões sobre identidade e preconceito. A noite foi marcada por momentos de euforia, como as paradinhas das baterias e os carros alegóricos que impressionaram pelo tamanho e detalhamento. Apesar de alguns contratempos, como problemas mecânicos em alegorias e falhas em fantasias, o público não se deixou abalar e celebrou cada escola com entusiasmo.
Enquanto o primeiro dia havia coroado Dragões da Real, Mancha Verde e Rosas de Ouro como destaques, o segundo dia reforçou a competitividade do carnaval de São Paulo. Com enredos que exploraram desde a ancestralidade africana até a luta por inclusão, as escolas mostraram que o evento vai além da festa, sendo também um espaço de reflexão e celebração da diversidade cultural brasileira.
Destaques da noite: o que cada escola trouxe à avenida
Gaviões da Fiel entrou na avenida como a quarta escola da noite e impressionou ao apresentar seu primeiro enredo afro, explorando a simbologia das máscaras africanas e a figura de Orumilá, espírito ligado à ancestralidade. A comissão de frente trouxe uma coreografia impecável, inspirada em danças tradicionais africanas, enquanto a bateria incorporou batidas típicas do continente, levantando a arquibancada. Um pequeno incidente com a fantasia de um integrante, representando Exu, pode custar pontos no quesito Fantasia, mas o desempenho geral da escola foi recebido com aplausos calorosos, especialmente com Sabrina Sato brilhando como rainha de bateria.
Acadêmicos do Tucuruvi, terceira colocada em 2024, busca seu primeiro título com um enredo sobre o manto tupinambá, artefato indígena devolvido ao Brasil pela Dinamarca em 2024, após mais de três séculos longe do país. A escola encantou com alegorias em tons neon e um carro que reproduzia a confecção do manto, feito de penas naturais. A comissão de frente simulou um ritual indígena com precisão, e a presença de Isabelle Nogueira, ex-BBB e Cunhã Poranga do Boi Garantido, no último carro, adicionou um toque especial ao desfile liderado pela rainha de bateria Carla Prata.
Já o Vai-Vai, com 15 títulos no Grupo Especial, fechou a noite homenageando Zé Celso Martinez, ícone do teatro brasileiro falecido em 2023. O enredo celebrou a vida e a obra do artista, que adotou o bairro do Bixiga como lar, com uma comissão de frente que recriou o Teatro Oficina e um carro abre-alas representando um banquete antropofágico. Mesmo desfilando ao amanhecer, a escola manteve a energia do público, que permaneceu até o fim para prestigiar a passagem da agremiação.
Outras escolas que marcaram o desfile
Águia de Ouro abriu a noite com uma homenagem a Benito di Paula, revisitando sucessos como “Retalhos de cetim” e “Charlie Brown”. A comissão de frente simulou as teclas de um piano em movimento, enquanto o cantor foi destaque em uma das alegorias. Problemas mecânicos em dois carros, incluindo o que levava Benito, causaram buracos na avenida e podem comprometer a nota em Evolução, mas a escola, décima colocada em 2024, mostrou determinação em melhorar sua posição.
Império de Casa Verde surpreendeu ao reimaginar clássicos da literatura e dos quadrinhos, transformando Branca de Neve em Preta de Neve e apresentando um Peter Pan adulto. A comissão de frente foi um dos pontos altos, com coreografias que questionavam narrativas tradicionais. Os 220 ritmistas da bateria animaram o público com paradinhas e movimentos sincronizados, enquanto os carros alegóricos chamaram atenção pelo acabamento detalhado, consolidando a escola como uma das favoritas da noite.
Mocidade Alegre, atual campeã, busca o tricampeonato com um enredo sobre amuletos de sorte, como patuás e objetos de devoção. A bateria formou um terço gigante e um coração na avenida, com a rainha Aline Oliveira carregando uma cruz iluminada. Apesar de falhas em dois carros – um com apagão de luzes e outro que precisou ser empurrado –, os 2700 componentes mantiveram o samba vivo, com a arquibancada cantando junto em apoio à escola liderada por Solange Bichara.
Momentos inesquecíveis do 2º dia
Estrela do Terceiro Milênio, recém-promovida do Grupo de Acesso, abordou o preconceito contra a comunidade LGBTQIAPN+ em seu enredo. A bateria realizou um “apagão” diferente, trocando instrumentos por leques coloridos nas cores do arco-íris, enquanto Milton Cunha, homenageado pela escola, emocionou-se à frente dos ritmistas. Um detalhe nas mangas de uma fantasia pode gerar penalidade, mas o desfile foi um marco de representatividade, com destaque para beijos gays e alegorias que lembraram a luta contra a discriminação.
Entre os instantes que ficarão na memória do público, alguns merecem destaque especial:
- A coreografia da comissão de frente da Gaviões da Fiel, sincronizada com batidas africanas.
- O carro do manto tupinambá da Tucuruvi, com penas naturais em cores vibrantes.
- O banquete antropofágico do Vai-Vai, simbolizando a devoração da obra de Zé Celso Martinez.
- A bateria da Mocidade Alegre formando um terço e um coração na avenida.
Esses momentos mostram como o carnaval de São Paulo alia entretenimento e narrativa cultural, atraindo tanto os apaixonados pela festa quanto aqueles que buscam significado nos enredos apresentados.
Cronograma do carnaval: o que vem pela frente
O carnaval de São Paulo segue um calendário bem definido, com eventos que movimentam a cidade antes e depois dos desfiles principais. Em 2025, as datas-chave incluem:
- 28 de fevereiro: Primeiro dia do Grupo Especial, com destaque para Dragões da Real e Mancha Verde.
- 1º de março: Segundo dia do Grupo Especial, encerrado pelo Vai-Vai ao amanhecer.
- 4 de março: Apuração das notas, definindo a campeã do Grupo Especial.
- 8 de março: Desfile das campeãs, reunindo as melhores colocadas no Anhembi.
A preparação para os desfiles começou meses antes, com ensaios técnicos no Sambódromo e atividades nas quadras das escolas, que mobilizam milhares de componentes e torcedores ao longo do ano.
Final: competitividade e emoção até a apuração
O segundo dia de desfiles consolidou a força do carnaval paulista, com escolas que apostaram em enredos ousados e execuções grandiosas. Gaviões da Fiel, Acadêmicos do Tucuruvi e Vai-Vai largam como favoritas entre o público, mas as pequenas falhas observadas – como problemas em carros alegóricos da Águia de Ouro e da Mocidade Alegre – deixam o resultado imprevisível. A apuração, que ocorrerá na próxima terça-feira, promete ser disputada, com jurados analisando quesitos como Harmonia, Evolução e Alegoria para definir a pontuação final.
Enquanto isso, a Estrela do Terceiro Milênio mostrou que sua volta ao Grupo Especial veio para ficar, trazendo frescor e temas atuais à avenida. Império de Casa Verde, com sua releitura criativa, também se posiciona como candidata a surpresas na classificação. A arquibancada, que permaneceu cheia até o sol raiar, reflete o amor dos paulistanos pelo carnaval, uma tradição que mistura alegria, arte e resistência cultural.
A noite de 1º de março foi mais do que uma exibição de fantasias e sambas: foi uma celebração da história e da diversidade do Brasil. Com o término dos desfiles do Grupo Especial, a expectativa agora se volta para o dia 4, quando as notas serão reveladas e uma nova campeã será coroada no Anhembi.

O Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, foi palco de uma noite memorável no sábado, 1º de março de 2025, com o segundo dia de desfiles do Grupo Especial do carnaval paulista. Sete escolas de samba cruzaram a avenida, exibindo enredos ricos em cultura, criatividade e emoção, enquanto a arquibancada vibrava com cada detalhe apresentado. Gaviões da Fiel, Acadêmicos do Tucuruvi e Vai-Vai se destacaram com performances marcantes, mas Águia de Ouro, Império de Casa Verde, Mocidade Alegre e Estrela do Terceiro Milênio também deixaram suas marcas em um desfile que durou até o amanhecer do domingo, dia 2. Sem grandes atrasos, todas respeitaram o limite de 65 minutos, embora pequenas falhas técnicas e coreográficas possam influenciar a pontuação final, a ser revelada na apuração marcada para terça-feira, 4 de março.
Milhares de foliões lotaram as arquibancadas para acompanhar a passagem das agremiações, que trouxeram temas variados, desde homenagens a ícones da música e do teatro até reflexões sobre identidade e preconceito. A noite foi marcada por momentos de euforia, como as paradinhas das baterias e os carros alegóricos que impressionaram pelo tamanho e detalhamento. Apesar de alguns contratempos, como problemas mecânicos em alegorias e falhas em fantasias, o público não se deixou abalar e celebrou cada escola com entusiasmo.
Enquanto o primeiro dia havia coroado Dragões da Real, Mancha Verde e Rosas de Ouro como destaques, o segundo dia reforçou a competitividade do carnaval de São Paulo. Com enredos que exploraram desde a ancestralidade africana até a luta por inclusão, as escolas mostraram que o evento vai além da festa, sendo também um espaço de reflexão e celebração da diversidade cultural brasileira.
Destaques da noite: o que cada escola trouxe à avenida
Gaviões da Fiel entrou na avenida como a quarta escola da noite e impressionou ao apresentar seu primeiro enredo afro, explorando a simbologia das máscaras africanas e a figura de Orumilá, espírito ligado à ancestralidade. A comissão de frente trouxe uma coreografia impecável, inspirada em danças tradicionais africanas, enquanto a bateria incorporou batidas típicas do continente, levantando a arquibancada. Um pequeno incidente com a fantasia de um integrante, representando Exu, pode custar pontos no quesito Fantasia, mas o desempenho geral da escola foi recebido com aplausos calorosos, especialmente com Sabrina Sato brilhando como rainha de bateria.
Acadêmicos do Tucuruvi, terceira colocada em 2024, busca seu primeiro título com um enredo sobre o manto tupinambá, artefato indígena devolvido ao Brasil pela Dinamarca em 2024, após mais de três séculos longe do país. A escola encantou com alegorias em tons neon e um carro que reproduzia a confecção do manto, feito de penas naturais. A comissão de frente simulou um ritual indígena com precisão, e a presença de Isabelle Nogueira, ex-BBB e Cunhã Poranga do Boi Garantido, no último carro, adicionou um toque especial ao desfile liderado pela rainha de bateria Carla Prata.
Já o Vai-Vai, com 15 títulos no Grupo Especial, fechou a noite homenageando Zé Celso Martinez, ícone do teatro brasileiro falecido em 2023. O enredo celebrou a vida e a obra do artista, que adotou o bairro do Bixiga como lar, com uma comissão de frente que recriou o Teatro Oficina e um carro abre-alas representando um banquete antropofágico. Mesmo desfilando ao amanhecer, a escola manteve a energia do público, que permaneceu até o fim para prestigiar a passagem da agremiação.
Outras escolas que marcaram o desfile
Águia de Ouro abriu a noite com uma homenagem a Benito di Paula, revisitando sucessos como “Retalhos de cetim” e “Charlie Brown”. A comissão de frente simulou as teclas de um piano em movimento, enquanto o cantor foi destaque em uma das alegorias. Problemas mecânicos em dois carros, incluindo o que levava Benito, causaram buracos na avenida e podem comprometer a nota em Evolução, mas a escola, décima colocada em 2024, mostrou determinação em melhorar sua posição.
Império de Casa Verde surpreendeu ao reimaginar clássicos da literatura e dos quadrinhos, transformando Branca de Neve em Preta de Neve e apresentando um Peter Pan adulto. A comissão de frente foi um dos pontos altos, com coreografias que questionavam narrativas tradicionais. Os 220 ritmistas da bateria animaram o público com paradinhas e movimentos sincronizados, enquanto os carros alegóricos chamaram atenção pelo acabamento detalhado, consolidando a escola como uma das favoritas da noite.
Mocidade Alegre, atual campeã, busca o tricampeonato com um enredo sobre amuletos de sorte, como patuás e objetos de devoção. A bateria formou um terço gigante e um coração na avenida, com a rainha Aline Oliveira carregando uma cruz iluminada. Apesar de falhas em dois carros – um com apagão de luzes e outro que precisou ser empurrado –, os 2700 componentes mantiveram o samba vivo, com a arquibancada cantando junto em apoio à escola liderada por Solange Bichara.
Momentos inesquecíveis do 2º dia
Estrela do Terceiro Milênio, recém-promovida do Grupo de Acesso, abordou o preconceito contra a comunidade LGBTQIAPN+ em seu enredo. A bateria realizou um “apagão” diferente, trocando instrumentos por leques coloridos nas cores do arco-íris, enquanto Milton Cunha, homenageado pela escola, emocionou-se à frente dos ritmistas. Um detalhe nas mangas de uma fantasia pode gerar penalidade, mas o desfile foi um marco de representatividade, com destaque para beijos gays e alegorias que lembraram a luta contra a discriminação.
Entre os instantes que ficarão na memória do público, alguns merecem destaque especial:
- A coreografia da comissão de frente da Gaviões da Fiel, sincronizada com batidas africanas.
- O carro do manto tupinambá da Tucuruvi, com penas naturais em cores vibrantes.
- O banquete antropofágico do Vai-Vai, simbolizando a devoração da obra de Zé Celso Martinez.
- A bateria da Mocidade Alegre formando um terço e um coração na avenida.
Esses momentos mostram como o carnaval de São Paulo alia entretenimento e narrativa cultural, atraindo tanto os apaixonados pela festa quanto aqueles que buscam significado nos enredos apresentados.
Cronograma do carnaval: o que vem pela frente
O carnaval de São Paulo segue um calendário bem definido, com eventos que movimentam a cidade antes e depois dos desfiles principais. Em 2025, as datas-chave incluem:
- 28 de fevereiro: Primeiro dia do Grupo Especial, com destaque para Dragões da Real e Mancha Verde.
- 1º de março: Segundo dia do Grupo Especial, encerrado pelo Vai-Vai ao amanhecer.
- 4 de março: Apuração das notas, definindo a campeã do Grupo Especial.
- 8 de março: Desfile das campeãs, reunindo as melhores colocadas no Anhembi.
A preparação para os desfiles começou meses antes, com ensaios técnicos no Sambódromo e atividades nas quadras das escolas, que mobilizam milhares de componentes e torcedores ao longo do ano.
Final: competitividade e emoção até a apuração
O segundo dia de desfiles consolidou a força do carnaval paulista, com escolas que apostaram em enredos ousados e execuções grandiosas. Gaviões da Fiel, Acadêmicos do Tucuruvi e Vai-Vai largam como favoritas entre o público, mas as pequenas falhas observadas – como problemas em carros alegóricos da Águia de Ouro e da Mocidade Alegre – deixam o resultado imprevisível. A apuração, que ocorrerá na próxima terça-feira, promete ser disputada, com jurados analisando quesitos como Harmonia, Evolução e Alegoria para definir a pontuação final.
Enquanto isso, a Estrela do Terceiro Milênio mostrou que sua volta ao Grupo Especial veio para ficar, trazendo frescor e temas atuais à avenida. Império de Casa Verde, com sua releitura criativa, também se posiciona como candidata a surpresas na classificação. A arquibancada, que permaneceu cheia até o sol raiar, reflete o amor dos paulistanos pelo carnaval, uma tradição que mistura alegria, arte e resistência cultural.
A noite de 1º de março foi mais do que uma exibição de fantasias e sambas: foi uma celebração da história e da diversidade do Brasil. Com o término dos desfiles do Grupo Especial, a expectativa agora se volta para o dia 4, quando as notas serão reveladas e uma nova campeã será coroada no Anhembi.
